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DESTAQUE DA SEMANA
Guilherme de Melo Guilherme de Melo nasceu em Lourenço Marques (hoje Maputo) a 20 de Janeiro de 1931. Aí fez os seus estudos liceais e em 1952 entra para o jornal "Notícias" onde se vai manter até 1974, quando vem para Lisboa. Já o conhecíamos de nome através dos seus escritos, sendo já muito apreciado. De 1956 a 59 colaborara com o grande poeta Reinaldo Ferreira (filho do muito famoso Repórter X) no teatro radiofónico do RCM (Rádio Clube de Moçambique). |
É em 1968 que o conhecemos pessoalmente. Era já nessa altura o Director Adjunto do jornal diário "Notícias" de Lourenço Marques. Pessoa de sensibilidade rara, extrema cortesia e grande cultura, vê no projecto apresentado uma excelente ideia. É ele o principal obreiro para a concretização física da Onda Pop. Fomos sempre muito acarinhados por todos os nossos colegas de jornal desde os repórteres aos tipógrafos e daqui o nosso cumprimento na pessoa do chefe de redacção Peixe Dias.
Guilherme de Melo publicou mais de uma dezena de livros dos quais podemos mencionar "A Estranha Aventura" (contos) em 1961. Em 1965 publica "As Raízes Do Ódio" onde fala do racismo, e que vai gerar grande polémica, acabando a PIDE por apreender a edição. Em 1974 é lançado "Menino Candulo, Senhor Comandante".
Ainda em 1974, deixa a sua terra natal a caminho de Lisboa onde colabora com o IARN como adido de imprensa.
Só em 1976 ingressa nos quadros no "Diário de Notícias", em Lisboa, como redactor, tendo recusado um cargo para chefiar a ANOP , que lhe fora então oferecido.
Guilherme de Melo publicou mais de uma dezena de livros dos quais podemos mencionar "A Estranha Aventura" (contos) em 1961. Em 1965 publica "As Raízes Do Ódio" onde fala do racismo, e que vai gerar grande polémica, acabando a PIDE por apreender a edição. Em 1974 é lançado "Menino Candulo, Senhor Comandante".
Ainda em 1974, deixa a sua terra natal a caminho de Lisboa onde colabora com o IARN como adido de imprensa.
Só em 1976 ingressa nos quadros no "Diário de Notícias", em Lisboa, como redactor, tendo recusado um cargo para chefiar a ANOP , que lhe fora então oferecido.
Em 1981, publica um livro mais ou menos autobiográfico "A Sombra Dos Dias" tendo a coragem de ser o primeiro a assumir publicamente a sua homosexuailidade. Em 1984 publica "Os Leões Não Dormem Esta Noite", uma biografia romanceada sobre Gungunhana que lhe havia sido sugerida por Samora Machel, então Presidente de Moçambique, num encontro em 1984. Em 2002 sai do prelo "Gaivota", e finalmente em 2004 é editada a "Crónica dos Bons Costumes".
Do livro de poesia "A Raiz da Pele" é feito um CD dito por Victor de Sousa, que pode ser escutado no excelente trabalho que o blog "Os Dias Da Rádio" fez sobre ele aquando da sua morte (29 Junho 2013). http://nossaradio.blogspot.pt/2013/07/em-memoria-de-guilherme-de-melo-1931.html |
Também foram musicados vários poemas seus, como é o caso de "Deixem-me Ser Teenager" com música do grande maestro Artur Fonseca, como sabem autor de "Uma Casa Portuguesa" e "Kanimambo", para não citar dezenas de outras belas canções. Artur Fonseca era o maestro residente do Rádio Clube de Moçambique.
"Deixem-me Ser Teenager" é um original do 1º disco de Natércia Barreto.
É mais uma excelente interpretação da nossa TECHA. Escutêmo-la:
"Deixem-me Ser Teenager" é um original do 1º disco de Natércia Barreto.
É mais uma excelente interpretação da nossa TECHA. Escutêmo-la:
FALANDO DE NOVOS DISCOS
Nesta rubrica semanal da Onda Pop apresentávamos os últimos lançamentos musicais, mas em Moçambique e na África do Sul os lançamentos discográficos seguiam na sua maioria o esquema americano e inglês dos Singles em capa de papel, sem fotos ou arranjos gráficos, por isso se por um lado tinhamos acesso rapidíssimo a poder comprar os êxitos quase na mesma data do seu lançamento nos Estados Unidos ou no Reino Unido, por outro lado não tínhamos conhecimento da imagem de quem os interpretava, ainda por cima a Televisão só chegou a estes dois países nos finais dos anos 70.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos por isso ilustrar as notícias de cada semana com as capas dos discos que mencionamos e que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Nesta rubrica semanal da Onda Pop apresentávamos os últimos lançamentos musicais, mas em Moçambique e na África do Sul os lançamentos discográficos seguiam na sua maioria o esquema americano e inglês dos Singles em capa de papel, sem fotos ou arranjos gráficos, por isso se por um lado tinhamos acesso rapidíssimo a poder comprar os êxitos quase na mesma data do seu lançamento nos Estados Unidos ou no Reino Unido, por outro lado não tínhamos conhecimento da imagem de quem os interpretava, ainda por cima a Televisão só chegou a estes dois países nos finais dos anos 70.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos por isso ilustrar as notícias de cada semana com as capas dos discos que mencionamos e que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
A nossa Sheila é uma cantora francesa que na realidade se chama Annie Chancel, e que tem sido estrela de sucessos desde os anos 60, actuando e gravando até aos dias de hoje. Na época aúrea do Disco Sound, ela formou o "Sheila B. Devotion" e atingiu as paradas internacionais com "Singin' in the Rain", "Love Me Baby", "You Light My Fire" e "Spacer".
Mas o mais curioso é que o nome artístico que adoptou - Sheila - veio da sua primeira gravação, um 45 rotações com a versão francesa do sucesso de Tommy Roe: "SHEILA".
Mas o mais curioso é que o nome artístico que adoptou - Sheila - veio da sua primeira gravação, um 45 rotações com a versão francesa do sucesso de Tommy Roe: "SHEILA".
NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
Começamos esta rubrica apresentando o novo trabalho dos "Pink Floyd" - "The Endless River", que será lançado no próximo dia 10 de Novembro.
Este álbum é um projecto de David Gilmour e Nick Mason, completando sessões de gravação com o falecido Rick Wright, que tinham tido lugar durante as gravações do último álbum dos "Pink Floyd" - "The Division Bell", em 1994.
"The Endless River" inclui ainda outras composições e gravações de Richard Wright, algumas tão longínquas como 1969. O nome do novo álbum vem da penúltima lírica da canção "High Hopes", com que finalizam o álbum "The Division Bell".
Infelizmente ainda não foi nesta obra musical que Roger Waters reaparece como membro dos Pink Floyd, desde que saíu do grupo em 1985.
A lista completa das 19 composições que constituem "The Endless River" dos "Pink Floyd" é a seguinte:
Começamos esta rubrica apresentando o novo trabalho dos "Pink Floyd" - "The Endless River", que será lançado no próximo dia 10 de Novembro.
Este álbum é um projecto de David Gilmour e Nick Mason, completando sessões de gravação com o falecido Rick Wright, que tinham tido lugar durante as gravações do último álbum dos "Pink Floyd" - "The Division Bell", em 1994.
"The Endless River" inclui ainda outras composições e gravações de Richard Wright, algumas tão longínquas como 1969. O nome do novo álbum vem da penúltima lírica da canção "High Hopes", com que finalizam o álbum "The Division Bell".
Infelizmente ainda não foi nesta obra musical que Roger Waters reaparece como membro dos Pink Floyd, desde que saíu do grupo em 1985.
A lista completa das 19 composições que constituem "The Endless River" dos "Pink Floyd" é a seguinte:
HIT PARADE FRANCÊS
Chamamos a atenção, que por erro tipográfico (que já tarde então detectámos) o 1º lugar do Hit Parade Francês - "Jacques A Dit" (a versão francesa do grande êxito "Simon Says" dos 1910 Fruitgum Co.) saíu como sendo interpretado por Adamo em vez de Claude François.
E em 5º lugar aparece "Julie" interpretada por David Christie, que por ser rara e bonita aqui vos oferecemos:
Chamamos a atenção, que por erro tipográfico (que já tarde então detectámos) o 1º lugar do Hit Parade Francês - "Jacques A Dit" (a versão francesa do grande êxito "Simon Says" dos 1910 Fruitgum Co.) saíu como sendo interpretado por Adamo em vez de Claude François.
E em 5º lugar aparece "Julie" interpretada por David Christie, que por ser rara e bonita aqui vos oferecemos:
Afinal... O QUE É O ROCK ?
O Rock tem as suas raízes profundamente ligadas às tradições musicais das comunidades rurais, como uma das suas únicas formas de expressão, quer fossem comunidades negras ou brancas.
Semanalmente a "ONDA POP" vai apresentar, dismistificar e documentar através do audio e do video, a evolução do ROCK até aos dias de hoje. |
Com o surgimento do fenómeno chamado Rádio e da indústria fonográfica, durante a década de 1920 o "blues negro" e o "country branco" passam a encontrar repercursão e seguidores fora das suas regiões de origem rural.
Ao mesmo tempo nas cidades, com o desenvolvimento da electricidade e da amplificação da voz e dos instrumentos, as orquestras expandem-se e dinamizam-se em termos criativos.
Com a popularização da Rádio, aos poucos as músicas rurais aparecem nas grandes cidades.
Na década de 1930, com a grande Depressão a música passou a ser uma das poucas formas de aquecer e alegrar os corações e a alma. Assim, através dessas necessidades e de descobrir novas formas de expressão, os salões de dança começam a misturar o "Boogie-Woogie", o "Blues", o "Swing", o "Jazz", o "Gospel", o "Folk",
o "Country", o "Rhythm & Blues" e a música ligeira popular, dando lugar a uma forma de extravasar corporalmente as depressões sociais através de vibrações e fusões ritmícas inéditas. Assim foram fundindo e preparando o berço da "Rockabilly", do "Rock 'N' Roll" e finalmente do "ROCK", dando início à maior revolução cultural do século XX.
Para vosso aperitivo, oferecemos hoje dois exemplos de como o ROCK já tinha as suas raízes bem plantadas nos anos 40, como tal vamos ver e ouvir:
Ao mesmo tempo nas cidades, com o desenvolvimento da electricidade e da amplificação da voz e dos instrumentos, as orquestras expandem-se e dinamizam-se em termos criativos.
Com a popularização da Rádio, aos poucos as músicas rurais aparecem nas grandes cidades.
Na década de 1930, com a grande Depressão a música passou a ser uma das poucas formas de aquecer e alegrar os corações e a alma. Assim, através dessas necessidades e de descobrir novas formas de expressão, os salões de dança começam a misturar o "Boogie-Woogie", o "Blues", o "Swing", o "Jazz", o "Gospel", o "Folk",
o "Country", o "Rhythm & Blues" e a música ligeira popular, dando lugar a uma forma de extravasar corporalmente as depressões sociais através de vibrações e fusões ritmícas inéditas. Assim foram fundindo e preparando o berço da "Rockabilly", do "Rock 'N' Roll" e finalmente do "ROCK", dando início à maior revolução cultural do século XX.
Para vosso aperitivo, oferecemos hoje dois exemplos de como o ROCK já tinha as suas raízes bem plantadas nos anos 40, como tal vamos ver e ouvir:
Pete Johnson e Albert Ammons (pianistas de Jazz e Boogie-Woogie, que acompanharam várias vezes Big Joe Turner - The Boss of the Blues), interpretando em 1944 - "Boogie-Woogie Dream", do filme do mesmo nome, em que ambos foram estrelas em 1941.
Albert Ammons começou a sua carreira tocando piano nos combóios populares, que levavam os emigrantes rumo ao Norte e traziam os que já haviam emigrado para visitar as suas famílias no Sul. Nesses combóios havia sempre um piano para animação dos viajantes. |
Louis Jordan que foi um dos pioneiros da música americana, compositor e chefe de uma "Small Band" - "Louis Jordan & His Tympany Five", sendo conhecido, na década de 40 e inícios dos anos 50, como o
"Rei da Jukebox", pelo enorme sucesso que as suas músicas tinham nessas máquinas de tocar discos. Em 1949, gravou "Saturday Night Fish Fry", que ele próprio compôs e que é justamente considerado como sendo o 1º ou um dos primeiríssimos Rocks compostos e gravados, pelo que julgamos poder tirar quaisquer dúvidas sobre o assunto, assistindo à sua fiel interpretação ao vivo dessa composição no progama "The Beat", em 1966. |
No nosso artigo "Eu Sou O Melhor - diz Jacques Dutronc", achamos que ele deve ter dito essa gabarolice, porque se casou com a "Namoradinha" dos anos 60 - Françoise Hardy (8 em cada 10 teenagers dos sixties eram apaixonados pela cantora e autora de "Tous Les Garçons Et Les Filles", isto por sondagens à boca da...turma dos 60s).
Qual o cantor que seria a paixão das nossas teenagers de então ? |
DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS
A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK. |
Esta semana apresentamos - AFFINITY - uma banda inglesa de jazz-rock, que ficou activa de 1968 a 1972
e teve a oportunidade de nos deixar a preciosa gravação de um album de estúdio com o título da banda - "Affinity", gravado em 1970, pela Vertigo.
e teve a oportunidade de nos deixar a preciosa gravação de um album de estúdio com o título da banda - "Affinity", gravado em 1970, pela Vertigo.
Em 1º lugar na Parada de Onda Pop estava o quinteto de New York - The Lemon Pipers - com o êxito "Jelly Jungle" do seu 2º L.P. "Jungle Marmalade".
Os Lemon Pipers plantaram as suas primeiras sementes em 1967, através de uma mistura explosiva de cordas arrebatadoras e vibrantes batidas de percursão, com o seu grande sucesso "Green Tambourine", amadurecendo depois na selva musical com "Rice Is Nice", "Jelly Jungle (of Orange Marmalade)" e "Love Beads and Meditation".
Em 1969 desmembraram-se, mas as sementes voltaram a ser plantadas através do seu viola solo Bill Bartlett, que formou os Ram Jam e atingiu em 1977 as paradas musicais com uma versão da canção de protesto dos trabalhadores afro-americanos do início do século XX, chamada "Black Betty".
Os Lemon Pipers plantaram as suas primeiras sementes em 1967, através de uma mistura explosiva de cordas arrebatadoras e vibrantes batidas de percursão, com o seu grande sucesso "Green Tambourine", amadurecendo depois na selva musical com "Rice Is Nice", "Jelly Jungle (of Orange Marmalade)" e "Love Beads and Meditation".
Em 1969 desmembraram-se, mas as sementes voltaram a ser plantadas através do seu viola solo Bill Bartlett, que formou os Ram Jam e atingiu em 1977 as paradas musicais com uma versão da canção de protesto dos trabalhadores afro-americanos do início do século XX, chamada "Black Betty".