EDITORIAL - Passados 2 anos, refletia-se. Um número especial. A partir daqui alguns artistas se repetem pelo que iam fazendo em cada ano. Nesta nova produção digital a história de cada um fica contada uma vez e ganhámos nova dimensão. Falámos dos Otis Waygood no número anterior e também já antes nos Fair Weather. A partir deste número vamos homenagear artistas que não vieram tão à baila nas nossas páginas mas que têm e tiveram uma importância grande na música de todos ou mesmo só na sua própria arte e entrega. Começamos com o Maestro Artur Fonseca um dos maiores mas que é desconhecido de 90% dos portugueses, embora todos conheçam a sua maior composição "Uma Casa Portuguesa" que, João Gilberto, que também hoje homenageamos pela sua morte, tocava e cantava dizendo que essa canção poderia ser muito bem o hino da república de Portugal pois representava o Povo de um modo muito fiel. Zé Couto que agora anda por terras de Macau aproveita também para contar a história da Bossa Nova.
Depois Homenageamos também Francisco Naia que nos continua a encantar com as suas baladas bem estruturadas e arranjos de sabores distintos e ainda Doris Day que nos deixou aos 97 anos.
Os Pickettwitch tiveram uma pequena história e passamos por eles. O Festival da Ilha de Wight tinha que ser focado. Também este mês de Agosto fez 50 anos o mais famoso festival, Woodstock. Lembrá-lo é uma nossa obrigação. E no dia 2 José Afonso comemoraria 90 anos. Nunca o esquecemos de tão actual que é. Infelizmente "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro" continuam com uma actualidade cada vez maior. Mas o destaque neste número é o nosso 2º aniversário. E por falar em aniversário resolvi oferecer a mim mesmo esta prenda publicando-a no dia do meu septuagéssimo aniversário, 8 de Agosto de 2019. Ah! Também a 8 de Agosto de 1969 os Beatles foram fotografados atravessando a Abbey Road. Nada de extraordinário na época, mas após terem feito dela a capa do álbum "Abbey Road" tudo mudou. E hoje passam os tais 50 anos.
Depois Homenageamos também Francisco Naia que nos continua a encantar com as suas baladas bem estruturadas e arranjos de sabores distintos e ainda Doris Day que nos deixou aos 97 anos.
Os Pickettwitch tiveram uma pequena história e passamos por eles. O Festival da Ilha de Wight tinha que ser focado. Também este mês de Agosto fez 50 anos o mais famoso festival, Woodstock. Lembrá-lo é uma nossa obrigação. E no dia 2 José Afonso comemoraria 90 anos. Nunca o esquecemos de tão actual que é. Infelizmente "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro" continuam com uma actualidade cada vez maior. Mas o destaque neste número é o nosso 2º aniversário. E por falar em aniversário resolvi oferecer a mim mesmo esta prenda publicando-a no dia do meu septuagéssimo aniversário, 8 de Agosto de 2019. Ah! Também a 8 de Agosto de 1969 os Beatles foram fotografados atravessando a Abbey Road. Nada de extraordinário na época, mas após terem feito dela a capa do álbum "Abbey Road" tudo mudou. E hoje passam os tais 50 anos.
Passaram dois anos. Estávamos a 29 de Agosto de 1970 (dia do aniversário também do Pop Luís Arriaga) depois da saída da 1ª Onda Pop a 31 de Agosto de 1968.
Tempo de fazer mais uma análise do trabalho feito, do apoio que o projecto conseguira, e se seria de continuar. Felizmente que de todos os quadrantes estávamos a ter muito boa aceitação. A credibilidade do projecto crescera, começámos a fazer vários programas na Rádio, com meia hora na Rádio Mocidade e na Elmo (Agência de publicidade) que emitia no RCM a "Sentença Musical", um programa em que fazíamos uma crítica às novidades discográficas. A revista que era distribuída gratuitamente nos cinemas passou a publicar também a "Parada da Onda". Éramos convidados variadas vezes pelas diferentes produtoras para darmos entrevistas e colaborarmos na apresentação de programas ao vivo e fazíamos parte do Júri que ia eleger o melhor conjunto nas Olimpíadas Musicais. Mais uma vez conseguíamos que a folha do jornal fosse escrita de forma a que a dobrássemos em meia folha e se tornasse um suplemento do Jornal tipo caderno com 4 páginas, tal como saíra a do 1º ano.
OPINIÃO
Também quisemos saber que opinião tinham as pessoas sobre o nosso trabalho desde músicos, poetas, cantores, jornalistas e leitores assíduos em geral. Fazemos agora a mesma coisa e pedimos a várias personalidades que nos dessem agora a sua opinião sobre o "revival" da e.onda pop:
JOÃO CARLOS CALLIXTO (Investigador musical, produtor do programa RTP "Gramophone")
Não tive a sorte de ser comtemporâneo da Onda Pop, mas a existência desta mítica página musical da imprensa do então Ultramar há muito que me seduzia. Quando há uns anos conheci os seus mentores, várias vezes lhes disse que deveriam editar em livro uma versão fac-similada de todas as páginas, para as perservar para a posteridade e para lhes dar o destaque merecido pelo pioneirismo que representaram na imprensa musical do seu tempo. Isso ainda não aconteceu, mas enquanto esperamos tivemos há uns anos o prazer de passar a contar com a "Onda Pop" online. Nesta nova vida, não só nos deparamos com a página original como também com novos textos, que partem dos músicos e grupos referidos na versão de há 50 anos mas que lhe acrescentam muito mais informação e também outros nomes que, fosse a página maior, igualmente se enquadraiam na mesma. Eis, portanto, a oportunidade para poder conhecer melhor o percurso de nomes que, muitas vezes, a memória esqueceu, quase sempre por terem sido percursos mais ou menos curtos. Esta nova "Onda Pop" é, assim, um lugar de justiça para com a música permitindo um bem necessário reencontro de públicos!
JOÃO SE SOUSA (Locutor, Jornalista, Rádio Moçambique)
A ONDA POP marcou a juventude de uma época e não só. Nasceu graças à coragem de jovens que decidiram produzir algo que pudesse interessar aos que gostavam das mais variadas frmas de arte. A parceria com o jornal "Notícias" veio abrir o leque de opções, num horizonte de divulgação que tinha os seus objectivos bem definidos. Informar,mas também formar.
O meu envolvimento na ONDA POP foi diferente. Diferente no sentido em que nunca escrevi para essa publicação semanal. Divulguei apenas as notícias e os comentários. Servi-me do "Roteiro Sonoro" das Producções GOLO (todos os sábdos das 15 às 16 h na emissão "A" do Rádio Clube de Moçambique), para transmitir o que de mais importante cada edição continha. Foram muitos e muitos sábados duma cumplicidade que veio dar outros caminhos áquela ONDA que contagiava tudo e todos, pela maneira como o boletim era pensado e idealizado.
Obrigado por me terem permitido viajar no tempo. Para mim e para os demais dessa maravilhosa época, a ONDA POP será sempre uma referência.
JOAQUIM CORREIA (licenciado em Direito, investigador, escritor)
O Sabor da (re)descoberta. Acho a ideia genial! Reproduzir o semanário Onda Pop no formato original em papel, agora difundido pela internet com sons e imagens quase inacessíveis nessa transição da década de 60 para a de 70 em Moçambique, a que se juntam conversas e textos recentes, bem como a análise de novos discos, que actualizam completam e comentam o conteúdo desta nova série do periódico.
São projectos assim que, para além de essenciais para a história da música portuguesa, ajudam a sarar feridas antigas e contribuem para a aproximação entre povos irmãos, originando partilhas culturais que fortalecem identidades próprias, como a Lusofonia.
Parabéns JPG e colaboradores!
CATARINA VLADINGEM (Investigadora nas Áreas de Comunicação e Cultura)
A versão online da "Onda Pop" é um verdadeiro arquivo da página original com o mesmo nome, publicada semanalmente no jornal Notícias de Lourenço Marques entre 1968 e 1971. O esforço e cuidado dos editores na digitalização e partilha online de todas estas edições originais da "Onda Pop" permite-nos aceder a uma fonte inesgotável de conhecimentos da história da indústria e dos mercados da música comercial da segunda metade do século XX, pondo em evidência as transformações expressivas, estilísticas e culturais da música das décadas de 50, 60 e 70. Este arquivo reflete por isso as tendências musicais formativas de mais de uma geração de ouvintes da Rádio do Vinil e da música feita / tocada ao vivo, oferecendo também um olhar específico sobre o que ia acontecendo do ponto de vista musical no Mo0çambique Colonial e na África Austral.
Além disso a página online da "Onda Pop" vai para além do tempo da publicação no Notícias, explicando as transformações ocorridas ao nível estilístico e dos géneros musicais a partir de então. Nesta medida a "Onda Pop" é um projecto ainda em curso, que faz história sem perder o percurso da actualidade musical, merecendo por isso o olhar e a escuta atenta dos músicos académicos e ouvintes de hoje.
JOSÉ PERALTA (Músico, Ex Trio Harmonia)
"Um magnífico e completo acervo histórico nacional e internacional, agora ampliado à actualidade, com videos e, músicas que me fazem reviver o passado com nostalgia, e olhar o Presente, com a saudade pelos que vão partindo. Um abraço ao João Pedro Gouveia.
Também quisemos saber que opinião tinham as pessoas sobre o nosso trabalho desde músicos, poetas, cantores, jornalistas e leitores assíduos em geral. Fazemos agora a mesma coisa e pedimos a várias personalidades que nos dessem agora a sua opinião sobre o "revival" da e.onda pop:
JOÃO CARLOS CALLIXTO (Investigador musical, produtor do programa RTP "Gramophone")
Não tive a sorte de ser comtemporâneo da Onda Pop, mas a existência desta mítica página musical da imprensa do então Ultramar há muito que me seduzia. Quando há uns anos conheci os seus mentores, várias vezes lhes disse que deveriam editar em livro uma versão fac-similada de todas as páginas, para as perservar para a posteridade e para lhes dar o destaque merecido pelo pioneirismo que representaram na imprensa musical do seu tempo. Isso ainda não aconteceu, mas enquanto esperamos tivemos há uns anos o prazer de passar a contar com a "Onda Pop" online. Nesta nova vida, não só nos deparamos com a página original como também com novos textos, que partem dos músicos e grupos referidos na versão de há 50 anos mas que lhe acrescentam muito mais informação e também outros nomes que, fosse a página maior, igualmente se enquadraiam na mesma. Eis, portanto, a oportunidade para poder conhecer melhor o percurso de nomes que, muitas vezes, a memória esqueceu, quase sempre por terem sido percursos mais ou menos curtos. Esta nova "Onda Pop" é, assim, um lugar de justiça para com a música permitindo um bem necessário reencontro de públicos!
JOÃO SE SOUSA (Locutor, Jornalista, Rádio Moçambique)
A ONDA POP marcou a juventude de uma época e não só. Nasceu graças à coragem de jovens que decidiram produzir algo que pudesse interessar aos que gostavam das mais variadas frmas de arte. A parceria com o jornal "Notícias" veio abrir o leque de opções, num horizonte de divulgação que tinha os seus objectivos bem definidos. Informar,mas também formar.
O meu envolvimento na ONDA POP foi diferente. Diferente no sentido em que nunca escrevi para essa publicação semanal. Divulguei apenas as notícias e os comentários. Servi-me do "Roteiro Sonoro" das Producções GOLO (todos os sábdos das 15 às 16 h na emissão "A" do Rádio Clube de Moçambique), para transmitir o que de mais importante cada edição continha. Foram muitos e muitos sábados duma cumplicidade que veio dar outros caminhos áquela ONDA que contagiava tudo e todos, pela maneira como o boletim era pensado e idealizado.
Obrigado por me terem permitido viajar no tempo. Para mim e para os demais dessa maravilhosa época, a ONDA POP será sempre uma referência.
JOAQUIM CORREIA (licenciado em Direito, investigador, escritor)
O Sabor da (re)descoberta. Acho a ideia genial! Reproduzir o semanário Onda Pop no formato original em papel, agora difundido pela internet com sons e imagens quase inacessíveis nessa transição da década de 60 para a de 70 em Moçambique, a que se juntam conversas e textos recentes, bem como a análise de novos discos, que actualizam completam e comentam o conteúdo desta nova série do periódico.
São projectos assim que, para além de essenciais para a história da música portuguesa, ajudam a sarar feridas antigas e contribuem para a aproximação entre povos irmãos, originando partilhas culturais que fortalecem identidades próprias, como a Lusofonia.
Parabéns JPG e colaboradores!
CATARINA VLADINGEM (Investigadora nas Áreas de Comunicação e Cultura)
A versão online da "Onda Pop" é um verdadeiro arquivo da página original com o mesmo nome, publicada semanalmente no jornal Notícias de Lourenço Marques entre 1968 e 1971. O esforço e cuidado dos editores na digitalização e partilha online de todas estas edições originais da "Onda Pop" permite-nos aceder a uma fonte inesgotável de conhecimentos da história da indústria e dos mercados da música comercial da segunda metade do século XX, pondo em evidência as transformações expressivas, estilísticas e culturais da música das décadas de 50, 60 e 70. Este arquivo reflete por isso as tendências musicais formativas de mais de uma geração de ouvintes da Rádio do Vinil e da música feita / tocada ao vivo, oferecendo também um olhar específico sobre o que ia acontecendo do ponto de vista musical no Mo0çambique Colonial e na África Austral.
Além disso a página online da "Onda Pop" vai para além do tempo da publicação no Notícias, explicando as transformações ocorridas ao nível estilístico e dos géneros musicais a partir de então. Nesta medida a "Onda Pop" é um projecto ainda em curso, que faz história sem perder o percurso da actualidade musical, merecendo por isso o olhar e a escuta atenta dos músicos académicos e ouvintes de hoje.
JOSÉ PERALTA (Músico, Ex Trio Harmonia)
"Um magnífico e completo acervo histórico nacional e internacional, agora ampliado à actualidade, com videos e, músicas que me fazem reviver o passado com nostalgia, e olhar o Presente, com a saudade pelos que vão partindo. Um abraço ao João Pedro Gouveia.
Era o terceiro ano que se realizava na Ilha de Wight a sul de Inglaterra, o Festival promovido pelos irmãos Foulk. A ideia foi promover em 1968 um festival de música para angariar fundos para construir uma piscina na comunidade. O êxito foi tal que dos 10 mil visitantes do 1º Festival se passa a 150 mil na segunda edição em que actuou Bob Dylan e os Beatles (OP nº 59) foram assistir à primeira aresentação de Dylan após o acidente de mota que o deixara incapacitado de actuar em público. Este terceiro Festival estava mais bem preparado e esperavam-se 350 mil jovens de toda a Europa. O cartaz de artistas prometia êxito sguro. Chicago, Jimi Hendrix, The Doors, Joan Baez, The Who, Moody Blues, Pentagle, Mungo Jerry, Joni Mitchell, Sly and The Family Stone, Donovan, Leonard Cohen, Lighthouse, Melanie, Procul Harum, Sly & The Family Stone, Emerson Lake & Palmer e muitos outros. Embora não convidados mas como também foram assistir, acabaram convidando Caetano Veloso e Gilberto Gil a actuar cantando duas canções.
O Festival decorreu entre 26 e 30 de Junho em Afton Down (local onde existe uma colina que permitia uma visibilidade maior aos espectadores), embora estivesse bem mais estruturado foi uma autêntica loucura pois apareceram, vindos de toda a Europa e não só, mais de 600 mil pessoas, valores considerados pela Guiness Book of Records (baseados no nº de bilhetes vendidos pelos caminhos de ferro ingleses e pelos ferry boats). O Festival de Woodstock tinha tido cerca de 400 mil pessoas. E é precisamente este mês de Agosto que comemoramos 50 anos de Woodstock.
O Festival decorreu entre 26 e 30 de Junho em Afton Down (local onde existe uma colina que permitia uma visibilidade maior aos espectadores), embora estivesse bem mais estruturado foi uma autêntica loucura pois apareceram, vindos de toda a Europa e não só, mais de 600 mil pessoas, valores considerados pela Guiness Book of Records (baseados no nº de bilhetes vendidos pelos caminhos de ferro ingleses e pelos ferry boats). O Festival de Woodstock tinha tido cerca de 400 mil pessoas. E é precisamente este mês de Agosto que comemoramos 50 anos de Woodstock.
O Festival foi filmado em 35mm por Murray Lerner ( que já havia filmado o Festival de Monterey em 1967), mas uma disputa entre ele e os irmãos Foult mantiveram-no bloqueado. Só em 1997 veio a público com o nome "Message To Love". Em 95 tinha ganho um prémio no Festival de San José onde primeiro foi apresentado. A ilha ficou um caos e os habitantes protestaram. O Governo da Grâ Bretamha reuniu-se e emitiu uma lei que só permitia a entrada na ilha a 5 mil pessoas sem autorização especial. Isto fez com que o Festival deixasse de se realizar. Ele voltou já no século XXI em 2002 e o último realizou-se de 13 a 16 de Junho de 2019 com cerca de 60 mil pessoas.
De 16 a 18 de Agosto de 2019, comemorar-se-á os 50 anos de WOODSTOCK Music and Arts Festival.
Esse festival aconteceu em Bethel, Nova York, e viverá para sempre não só no imaginário americano, mas no imaginário de qualquer amante da música e da liberdade. Os 3 dias de Paz e Amor do Woodstock Music and Arts Festival de 1969, organizado por dois jovens milionários americanos (Joel Rosenman e John Roberts), definiram a era dos hippies, e são muitas vezes vistos como o auge do rock and roll, com "superstars" como Santana, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker, Credence Clearwater Revival, Jefferson Airplane, Blood Sweat & Tears ou Crosby, Stills, Nash & Young.
O alinhamento artístico desse Festival foi o seguinte:
Esse festival aconteceu em Bethel, Nova York, e viverá para sempre não só no imaginário americano, mas no imaginário de qualquer amante da música e da liberdade. Os 3 dias de Paz e Amor do Woodstock Music and Arts Festival de 1969, organizado por dois jovens milionários americanos (Joel Rosenman e John Roberts), definiram a era dos hippies, e são muitas vezes vistos como o auge do rock and roll, com "superstars" como Santana, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker, Credence Clearwater Revival, Jefferson Airplane, Blood Sweat & Tears ou Crosby, Stills, Nash & Young.
O alinhamento artístico desse Festival foi o seguinte:
Sexta-feira 15/08/1969
Richie Havens 5:07 pm – 7:00 pm Swami Satchidananda 7:10pm–7:20p Sweetwater 7:30 pm – 8:10 pm Bert Sommer 8:20 pm – 9:15 pm Tim Hardin 9:20 pm – 9:45 pm Ravi Shankar 10:00 pm – 10:35 pm Melanie 10:50 pm – 11:20 pm Arlo Guthrie 11:55 pm – 12:25 am Joan Baez 12:55 am – 2:00 am |
Sábado 16/08/1969
Quill 12:15 pm – 12:45 pm Country Joe McDonald 1:00pm–1:30p Santana 2:00 pm – 2:45 pm John Sebastian 3:30 pm – 3:55 pm Keef Hartley Band 4:45 pm – 5:30 pm The Incredible String Band 6:00 pm – 6:30 pm Canned Heat 7:30 pm – 8:30 pm Mountain 9:00 pm – 10:00 pm Grateful Dead 10:30 pm – 12:05 am Creedence Clearwater Revival 12:30 am – 1:20 am Janis Joplin & Kozmic Blues Band 2:00 am – 3:00 am Sly and the Family Stone 3:30 am – 4:20 am The Who 5:00 am – 6:05 am Jefferson Airplane 8:00 am – 9:40 am |
Domingo 17/08/1969
Joe Cocker and The Grease Band 2:00 pm – 3:25 pm Country Joe and the Fish 6:30 pm – 8:00 pm Ten Years After 8:15 pm – 9:15 pm The Band 10:00 pm – 10:50 pm Johnny Winter 12:00 am – 1:05 am Blood, Sweat & Tears 1:30 am – 2:30 am Crosby, Stills, Nash & Young 3:00 am – 4:00 am Paul Butterfield Blues Band 6:00 am – 6:45 am Sha Na Na 7:30 am – 8:00 am Jimi Hendrix / Gypsy Sun & Rainbows 9:00 am – 11:10 am |
Cinco décadas depois, um de seus organizadores originais, o produtor do Festival de 1969 (Michel Lang), queria homenagear o festival "Woodstock 50", que reunia uma série de apresentações musicais antigas e outras novas para celebrar o 50º aniversário no fim de semana de 16 a 18 de Agosto de 2019, com as mesmas promessas de paz, amor e música.
Desde o seu anúncio o "Woodstock 50" tem sido repleto de questões e controvérsias organizacionais e de planeamento, tal como acontecera em 1969.
O Festival de Woodstock original (1969) não se realizou na cidade de Woodstock, em Nova York. Foi realizado numa fazenda de lacticínios de 600 acres em Bethel, Nova York, que fica a cerca de uma hora e meia de carro da cidade de Woodstock.
Joel Rosenman e John Roberts, dois jovens recém-formados, com muito dinheiro, estavam impregnados do espírito da época e não pretendiam investir na bolsa, ou afins. Queriam investir em algo criativo.
Assim, a 22 de Março de 1967, publicaram um anúncio no "New York Times": “Jovens com capital ilimitado procuram propostas de negócio, e oportunidades de investimento legais e interessantes”.
As propostas que lhes chegaram iam do risível ao absurdo:
- Um frigorífico que avisaria quando algum alimento acabasse,
- Uma engenhoca capaz de provocar orgasmos fantásticos,
- Um instrumento capaz de ensinar pica-paus a cantar.
Estavam desistindo da empreitada, quando já em 1968, um amigo disse que conheceu dois indivíduos que queriam construir um estúdio de gravação. Roberts e Rosenman tornaram-se sócios do estúdio.
A 2 de Fevereiro de 1969, Michael Lang e Artie Kornfeld, dois cabeludos, foram ao escritório de Joel Rosenman e John Roberts para propor a montagem de um estúdio, em Woodstock. Alegaram que o lugar estava repleto de moradores artistas que precisavam ir a Nova Iorque para gravar, Bob Dylan, Tim Hardin, The Band, e The Lovin’ Spoonful eram alguns deles e ainda seria possível que o pessoal de N.Y. fosse gravar em Woodstock.
Quando Lang e Kornfeld voltaram com os planos do estúdio no papel, incluíram um concerto para promover o projecto, programado para a cidade de Woodstock. Mas os habitantes da pequena cidade no estado de Nova Iorque foram contra. Os organizadores conseguiram alugar uma fazenda, a um indivíduo chamado Max Yasgur, na vizinha Bethel, cujos moradores também não quiseram o festival. Expressaram isto com uma enorme placa de protesto: “Parem com o festival de música de Max Yasgur. Não queremos 150 mil hippies aqui”.
Não foram 150.000, mas mais de 250.000 jovens que se reuniram para assistir ao maior festival musical de sempre.
O "WOODSTOCK Music & Arts Festival" aconteceu!
Desde o seu anúncio o "Woodstock 50" tem sido repleto de questões e controvérsias organizacionais e de planeamento, tal como acontecera em 1969.
O Festival de Woodstock original (1969) não se realizou na cidade de Woodstock, em Nova York. Foi realizado numa fazenda de lacticínios de 600 acres em Bethel, Nova York, que fica a cerca de uma hora e meia de carro da cidade de Woodstock.
Joel Rosenman e John Roberts, dois jovens recém-formados, com muito dinheiro, estavam impregnados do espírito da época e não pretendiam investir na bolsa, ou afins. Queriam investir em algo criativo.
Assim, a 22 de Março de 1967, publicaram um anúncio no "New York Times": “Jovens com capital ilimitado procuram propostas de negócio, e oportunidades de investimento legais e interessantes”.
As propostas que lhes chegaram iam do risível ao absurdo:
- Um frigorífico que avisaria quando algum alimento acabasse,
- Uma engenhoca capaz de provocar orgasmos fantásticos,
- Um instrumento capaz de ensinar pica-paus a cantar.
Estavam desistindo da empreitada, quando já em 1968, um amigo disse que conheceu dois indivíduos que queriam construir um estúdio de gravação. Roberts e Rosenman tornaram-se sócios do estúdio.
A 2 de Fevereiro de 1969, Michael Lang e Artie Kornfeld, dois cabeludos, foram ao escritório de Joel Rosenman e John Roberts para propor a montagem de um estúdio, em Woodstock. Alegaram que o lugar estava repleto de moradores artistas que precisavam ir a Nova Iorque para gravar, Bob Dylan, Tim Hardin, The Band, e The Lovin’ Spoonful eram alguns deles e ainda seria possível que o pessoal de N.Y. fosse gravar em Woodstock.
Quando Lang e Kornfeld voltaram com os planos do estúdio no papel, incluíram um concerto para promover o projecto, programado para a cidade de Woodstock. Mas os habitantes da pequena cidade no estado de Nova Iorque foram contra. Os organizadores conseguiram alugar uma fazenda, a um indivíduo chamado Max Yasgur, na vizinha Bethel, cujos moradores também não quiseram o festival. Expressaram isto com uma enorme placa de protesto: “Parem com o festival de música de Max Yasgur. Não queremos 150 mil hippies aqui”.
Não foram 150.000, mas mais de 250.000 jovens que se reuniram para assistir ao maior festival musical de sempre.
O "WOODSTOCK Music & Arts Festival" aconteceu!
Até 31 de Julho p.p., o plano para o "Woodstock 50" era que acontecesse de 16 a 18 de Agosto de 2019 - o mesmo fim de semana de Agosto do Woodstock original. O local definido para o "Woodstock 50" mudou várias vezes devido a problemas de permissão para o evento, com as opções do estado de Nova York a serem descartadas (primeiro no autódromo de Watkins Glen e depois em Vernon Downs depois que Watkins Glen cancelou o contrato, citando falta de pagamento. Mas a tentativa de "Woodstock 50" obter autorizações para Vernon Downs também falhou, mesmo após vários recursos). Finalmente os organizadores escolheram o Merriweather Post Pavilion, em Columbia, Maryland, com um misto entre artistas que estiveram no Festival de Woodstock, em 1969, (Santana, John Fogerty dos Credence Clearwater Revival, Robert Plant dos Led Zeppelin, John Sebastian dos Lovin Spoonful, Melanie, David Crosby, Country Joe McDonald, Canned Heat, Hot Tuna ou The Zombies) e artistas actuais, com o mesmo espírito de reforçar os valores humanitários da paz, da dignidade humana e da beleza das nossas diferenças sociais e raciais.
A apresentação artística ficou assim delineada para os 3 dias de festival:
A apresentação artística ficou assim delineada para os 3 dias de festival:
De realçar a presença, no sábado, do grupo americano de Portland - "Portugal, The Man", cuja curiosidade do nome ainda se torna mais fascinante, conforme a explicação para escolha desse nome dada, pelo seu fundador (em 2001), guitarrista e vocalista John Gourley:
"O nome da banda foi baseado na ideia, de a fama ser "maior que a vida", de David Bowie. Nós queríamos que o nosso conjunto tivesse um significado de maior que a vida... e Portugal, acaba de ser o primeiro país que veio à mente, por ser culturalmente o maior país do mundo."
O nosso comentário é: "Só os nossos governantes ao longo dos tempos não têm dado esse valor e até já houve quem denegrisse essa imagem e respeito mundial, apelidando-nos, em jeito de desonra, de colonialistas. Eu, José Couto e Silva, apelido-os a eles de Ignorantes, pois se em vez de se envolverem em corrupções, tivessem viajado e convivido com diferentes povos e civilizações em África, na Ásia ou nas Américas teriam apreendido o respeito e amizade que têm por Portugal e pelos portugueses."
"O nome da banda foi baseado na ideia, de a fama ser "maior que a vida", de David Bowie. Nós queríamos que o nosso conjunto tivesse um significado de maior que a vida... e Portugal, acaba de ser o primeiro país que veio à mente, por ser culturalmente o maior país do mundo."
O nosso comentário é: "Só os nossos governantes ao longo dos tempos não têm dado esse valor e até já houve quem denegrisse essa imagem e respeito mundial, apelidando-nos, em jeito de desonra, de colonialistas. Eu, José Couto e Silva, apelido-os a eles de Ignorantes, pois se em vez de se envolverem em corrupções, tivessem viajado e convivido com diferentes povos e civilizações em África, na Ásia ou nas Américas teriam apreendido o respeito e amizade que têm por Portugal e pelos portugueses."
O Woodstock 1994, que comemorou o 25º aniversário do evento, sofreu com o mau tempo e a superlotação, ganhando o apelido de Mudstock.
O Woodstock 1999, foi perseguido por alegações de agressão sexual e mau comportamento de multidões, deixando um gosto amargo.
O Woodstock 1999, foi perseguido por alegações de agressão sexual e mau comportamento de multidões, deixando um gosto amargo.
Então, não vai haver comemorações do 50º aniversário de Woodstock?
Não percam a esperança!
A cidade de Bethel está a preparar o seu próprio tributo a Woodstock este ano, também a acontecer de 15 a 18 de Agosto, nos mesmos campos em que o festival original foi realizado. O Centro de Artes Bethel Woods tem um fim de semana planeado com diversas actividades no local, e o Museu nas proximidades de Bethel Woods tem exposições especiais sobre a história de Woodstock.
E no aspecto de Festival Musical, Bethel já reservou talentos: Arlo Guthrie, um artista original de Woodstock, estará presente a 15 de Agosto (exactamente com 50 anos da data do seu show original) e durante o resto do fim de semana, o ex-Beatle Ringo Starr e sua banda, Carlos Santana, os Doobie Brothers, John Fogerty dos Credence Clearwater Revival, Tedeschi Trucks Band e Grace Potter também estão programados para se apresentarem.
Não percam a esperança!
A cidade de Bethel está a preparar o seu próprio tributo a Woodstock este ano, também a acontecer de 15 a 18 de Agosto, nos mesmos campos em que o festival original foi realizado. O Centro de Artes Bethel Woods tem um fim de semana planeado com diversas actividades no local, e o Museu nas proximidades de Bethel Woods tem exposições especiais sobre a história de Woodstock.
E no aspecto de Festival Musical, Bethel já reservou talentos: Arlo Guthrie, um artista original de Woodstock, estará presente a 15 de Agosto (exactamente com 50 anos da data do seu show original) e durante o resto do fim de semana, o ex-Beatle Ringo Starr e sua banda, Carlos Santana, os Doobie Brothers, John Fogerty dos Credence Clearwater Revival, Tedeschi Trucks Band e Grace Potter também estão programados para se apresentarem.
Esta edição da ONDA POP é super-comemorativa!
É o 2º aniversário desta publicação no jornal "Notícias" de Lourenço Marques, que três miúdos carolas e talentosos resolveram lançar.
É comemorativa dos 50 anos do Festival de Woodstock, provàvelmente o momento mais emblemático da música Pop/Rock.
É comemorativa dos 60 anos da Bossa Nova, um estilo de música que encantou e ainda encanta o mundo.
É também comemorativa dos 50 anos da sessão de fotos dos Beatles na passadeira de peões de Abbey Road, que deu origem à capa e ao nome do álbum do mesmo nome.
É a edição nº100 - Um número que é mágico, que significa "estar completo".
Esse número também é muito útil nas metas e objectivos que definimos. Muitos querem viver até aos 100 anos ou ambicionam visitar uma centena de cidades ou países, possuir 100 discos, ler 100 livros, etc.
Desenvolver a nossa eficiência e eficácia a 100 por cento não vale menos, é ser produtivo e bem sucedido ao máximo, usar 100 em 100 de todas as nossas habilidades e talentos. A lista pode ser bastante longa de acordo com a nossa imaginação.
Como o tempo nunca pára e é limitado, é valioso pensar:
- O que queremos desejar a 100%?
- Que o nosso querido amigo João Pedro Gouveia, chegue aos 100 anos!
Esta edição serve também para comemorar o 70º aniversário deste fundador da ONDA POP e o grande impulsionador e responsável desta nova fase internauta desse sonho de jovens.
OBRIGADO e PARABÉNS, João Pedro!
É o 2º aniversário desta publicação no jornal "Notícias" de Lourenço Marques, que três miúdos carolas e talentosos resolveram lançar.
É comemorativa dos 50 anos do Festival de Woodstock, provàvelmente o momento mais emblemático da música Pop/Rock.
É comemorativa dos 60 anos da Bossa Nova, um estilo de música que encantou e ainda encanta o mundo.
É também comemorativa dos 50 anos da sessão de fotos dos Beatles na passadeira de peões de Abbey Road, que deu origem à capa e ao nome do álbum do mesmo nome.
É a edição nº100 - Um número que é mágico, que significa "estar completo".
Esse número também é muito útil nas metas e objectivos que definimos. Muitos querem viver até aos 100 anos ou ambicionam visitar uma centena de cidades ou países, possuir 100 discos, ler 100 livros, etc.
Desenvolver a nossa eficiência e eficácia a 100 por cento não vale menos, é ser produtivo e bem sucedido ao máximo, usar 100 em 100 de todas as nossas habilidades e talentos. A lista pode ser bastante longa de acordo com a nossa imaginação.
Como o tempo nunca pára e é limitado, é valioso pensar:
- O que queremos desejar a 100%?
- Que o nosso querido amigo João Pedro Gouveia, chegue aos 100 anos!
Esta edição serve também para comemorar o 70º aniversário deste fundador da ONDA POP e o grande impulsionador e responsável desta nova fase internauta desse sonho de jovens.
OBRIGADO e PARABÉNS, João Pedro!
Aqui em Macau, de onde escrevemos esta crónica, serias um Yé Ye (avô).
Também serias considerado ÁPó (escrito fonèticamente à portuguesa), que significa idoso.
Ser ÁPó (+65 anos) aqui é um estatuto de respeito e reconhecimento social, pois não pagas remédios com receita médica, só pagas 1 pataca (aproximadamente 10 cêntimos de Euro) para andar de autocarro (enquanto o cidadão comum paga 3 patacas) e quando tu entras na paragem o condutor avisa que está a entrar um ÁPó, para que imediatamente te dêem um lugar sentado, pagas 70 cêntimos (7 cêntimos de Euro) para ires para uma piscina, não pagas em qualquer museu, além de outros benefícios, como receber um subsídio anual (entre 10.000 e 15.000 patacas - 1.000 a 1.500 euros, conforme os lucros que o orçamento do país apresentou), para além da tua reforma normal.
https://www.gov.mo/pt/servicos/ps-1670/
O respeito pelos idosos é institucional e educacional, porque estes merecem todo o conforto, após terem trabalhado e contribuído a vida inteira para o desenvolvimento do país. Conceitos!!!
O McDonalds oferece à tarde (por volta das 16H.00) um lanchinho às ÁPós e só entras para um lar de idosos se estiveres incapacitado mentalmente, ou se já não fores autosuficiente nas tuas higienes, ou se tiveres Alzheimer, ou se já não tiveres família próxima (cônjuge/filhos/netos), caso contrário, se só fores velhinho(a), sofreres de doenças normais e tiveres cônjuge, filhos ou netos vivos, estes serão punidos se não tomarem conta de ti ou te tentarem abandonar, por isso é usual vermos três gerações de famílias a almoçar ou jantar, a passear nos jardins ou ir a eventos culturais, etc. (Parece-me que acontece o oposto em Portugal...ou será confusão minha?)
Com estes cenários, pergunto-me a mim próprio e deixo esta questão no ar: Será que é preferível ser ÁPó neste novo e criticado comunismo chinês ou ser idoso nessa velha e aclamada democracia ocidental?
Também serias considerado ÁPó (escrito fonèticamente à portuguesa), que significa idoso.
Ser ÁPó (+65 anos) aqui é um estatuto de respeito e reconhecimento social, pois não pagas remédios com receita médica, só pagas 1 pataca (aproximadamente 10 cêntimos de Euro) para andar de autocarro (enquanto o cidadão comum paga 3 patacas) e quando tu entras na paragem o condutor avisa que está a entrar um ÁPó, para que imediatamente te dêem um lugar sentado, pagas 70 cêntimos (7 cêntimos de Euro) para ires para uma piscina, não pagas em qualquer museu, além de outros benefícios, como receber um subsídio anual (entre 10.000 e 15.000 patacas - 1.000 a 1.500 euros, conforme os lucros que o orçamento do país apresentou), para além da tua reforma normal.
https://www.gov.mo/pt/servicos/ps-1670/
O respeito pelos idosos é institucional e educacional, porque estes merecem todo o conforto, após terem trabalhado e contribuído a vida inteira para o desenvolvimento do país. Conceitos!!!
O McDonalds oferece à tarde (por volta das 16H.00) um lanchinho às ÁPós e só entras para um lar de idosos se estiveres incapacitado mentalmente, ou se já não fores autosuficiente nas tuas higienes, ou se tiveres Alzheimer, ou se já não tiveres família próxima (cônjuge/filhos/netos), caso contrário, se só fores velhinho(a), sofreres de doenças normais e tiveres cônjuge, filhos ou netos vivos, estes serão punidos se não tomarem conta de ti ou te tentarem abandonar, por isso é usual vermos três gerações de famílias a almoçar ou jantar, a passear nos jardins ou ir a eventos culturais, etc. (Parece-me que acontece o oposto em Portugal...ou será confusão minha?)
Com estes cenários, pergunto-me a mim próprio e deixo esta questão no ar: Será que é preferível ser ÁPó neste novo e criticado comunismo chinês ou ser idoso nessa velha e aclamada democracia ocidental?
Foi no dia 8 de Agosto de 1969, há exactamente 50 anos que os quatro integrantes dos Beatles (John Lennon, Ringo Starr, Paul McCartney e George Harrison) fizeram uma sessão de fotos a atravessar uma rua de Londres, a Abbey Road... e aquela faixa de pedestres jamais seria a mesma.
Uma dessas fotos seria a escolhida, por Paul McCartney, para ser a capa de "ABBEY ROAD", o 11º álbum de THE BEATLES.
Esta celebração foi feita de diversas formas em todo o mundo, especialmente em Londres, na própria passadeira de Abbey Road, conforme mostramos nas fotos seguintes:
Uma dessas fotos seria a escolhida, por Paul McCartney, para ser a capa de "ABBEY ROAD", o 11º álbum de THE BEATLES.
Esta celebração foi feita de diversas formas em todo o mundo, especialmente em Londres, na própria passadeira de Abbey Road, conforme mostramos nas fotos seguintes:
Mas, em Portugal, também foi relembrado este dia e de uma forma inédita.
O jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho fechou nesse dia o "Jornal da Noite", de que é pivôt na SIC, saindo do estúdio, descalço e de cigarro na mão (imitando Paul McCartney), homenageando assim os 50 anos da icónica fotografia da capa dos "The Beatles", a atravessar a Abbey Road.
O jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho fechou nesse dia o "Jornal da Noite", de que é pivôt na SIC, saindo do estúdio, descalço e de cigarro na mão (imitando Paul McCartney), homenageando assim os 50 anos da icónica fotografia da capa dos "The Beatles", a atravessar a Abbey Road.
Parabéns, Rodrigo Guedes de Carvalho, pela criatividade...quase ousadia no marasmo do "parece mal" português!
Rodrigo Guedes de Carvalho confessa ser um apaixonado pela música desde garoto, assim como um admirador dos Beatles. A música foi a sua primeira paixão e só se afastou dessa paixão porque a sua professora de música era muito complicada e desmotivadora. A partir daí, esteve sempre afastado do ambiente musical profissional, até que há pouco tempo "descobriu" um piano meio abandonado na sua casa, pela sua filha. Sentou-se ao piano e foi-se familiarizando com ele, até conseguir tocar a primeira música - "Let It Be", dos Beatles.
A partir daí foi mais audaz e começou a compôr as suas próprias melodias, com letras também da sua autoria, aproveitando a sua veia e carreira profissional de jornalista e escritor.
Resolveu, então, avançar para um projecto musical com a fadista Isabelinha e outros músicos profissionais e chamou-lhe - "Xave". Acaba de lançar o seu primeiro álbum chamado propositadamente "Finalmente", por - finalmente - se ter reencontrado com a sua primeira paixão.
Desta sua paixão, escolhemos um bonito tema, "Se Foi Amor", para vossa apreciação.
Rodrigo Guedes de Carvalho confessa ser um apaixonado pela música desde garoto, assim como um admirador dos Beatles. A música foi a sua primeira paixão e só se afastou dessa paixão porque a sua professora de música era muito complicada e desmotivadora. A partir daí, esteve sempre afastado do ambiente musical profissional, até que há pouco tempo "descobriu" um piano meio abandonado na sua casa, pela sua filha. Sentou-se ao piano e foi-se familiarizando com ele, até conseguir tocar a primeira música - "Let It Be", dos Beatles.
A partir daí foi mais audaz e começou a compôr as suas próprias melodias, com letras também da sua autoria, aproveitando a sua veia e carreira profissional de jornalista e escritor.
Resolveu, então, avançar para um projecto musical com a fadista Isabelinha e outros músicos profissionais e chamou-lhe - "Xave". Acaba de lançar o seu primeiro álbum chamado propositadamente "Finalmente", por - finalmente - se ter reencontrado com a sua primeira paixão.
Desta sua paixão, escolhemos um bonito tema, "Se Foi Amor", para vossa apreciação.
Doris Mary Kappelhoff nasceu a 3 de Abril de 1922 em Cincinnatti, Estados Unidos. O seu pai era professor de música. As suas raízes genéticas vinham da Holanda e da Alemanha onde nasceram os seus avós. Até 1937 foi uma rapariga normal fazendo os seus estudos. A 13 de Outubro de 1937 teve um acidente de automóvel que lhe fracturou a perna direita e afastou as hipóteses de ser bailarina profissional como pensara. Enquanto recuperava ia cantando as canções que ouvia na Rádio e é aí que se descobre o seu talento para cantar. Entre as várias vozes que ouvia a que mais a cativava era Ella Fitzgerald. A sua mãe Alma achou que ela devia ter lições de canto. A professora foi Grace Raine que ficou tão impressionada com Doris que lhe quiz dar três aulas por semana pelo preço de uma. Anos mais tarde Doris disse que Grace havia tido uma enorme influência sobre si. Ao fim de oito meses já cantava na Rádio WLW. Barney Rapp ouviu-a. Ele procurava uma voz feminina para um conjunto e já ouvira mais de 200 vozes. Acabou por escolhê-la. Estamos em 1939.
Por sugestão de Rapp adopta o sobrenome Day.Depois de trabalhar com Barney, Doris Day trabalha com leaders de orquestras como Jimmy James e Bob Crosby ( que liderava os Bob Cats e era irmão de Bing Cgrosby) e Les Brown em 1941. Com Brown ela gravou o primeiro disco, "Sentimental Journey" em 1945. A música esteve associada ao regresso dos soldados da 2ª Guerra Mundial e foi tocada durante muito tempo. Doris gravou-a mais vezes a última das quais em 1971 para um programa especial de TV.
Por sugestão de Rapp adopta o sobrenome Day.Depois de trabalhar com Barney, Doris Day trabalha com leaders de orquestras como Jimmy James e Bob Crosby ( que liderava os Bob Cats e era irmão de Bing Cgrosby) e Les Brown em 1941. Com Brown ela gravou o primeiro disco, "Sentimental Journey" em 1945. A música esteve associada ao regresso dos soldados da 2ª Guerra Mundial e foi tocada durante muito tempo. Doris gravou-a mais vezes a última das quais em 1971 para um programa especial de TV.
Com Brown gravou mais 6 discos entre os quais "My Dreams Are Getting Better All The Time", "Till The End Of Time" e "I Got The Sun In The Morning". Com Les Brown fez digressões por todos os Estados Unidos e ia participando em programas de Rádio de Bob Hope.
A canção "Embraleable You" impressionou os compositores Jule Styne e Sammy Cahn e eles quizeram que ela entrasse no filme musical "Romance On The High Seas" em 1948. Ela dizia que era apenas cantora mas o director Michael Curtiz era mesmo isso que queria, alguém sem experiência de representação. "It's Magic", tema do filme foi a 2º lugar na Billboard. Ainda em 48 ela teve o seu primeiro nº1 com "Love Somebody" em dueto com Buddy Clark. Em 1950 ela continuou fazendo musicais com "On Moonlight Bay" e "Tea For Two". O seu filme de maior sucesso foi "I'll See You In My Dreams" em 1951. Era o 4º filme dirigido por Michael Curtiz. Em 1953 "Calamity Jane" um musical de cowboys foi um grande êxito e o tema "Secret Love" venceu o prémio da Academia para a canção para a canção original do ano. Atingiu o 1º lugar no Top da Billboard (em 1963 o cantor sul africano Gene Rockwell fez um excelente "cover" da canção).
A canção "Embraleable You" impressionou os compositores Jule Styne e Sammy Cahn e eles quizeram que ela entrasse no filme musical "Romance On The High Seas" em 1948. Ela dizia que era apenas cantora mas o director Michael Curtiz era mesmo isso que queria, alguém sem experiência de representação. "It's Magic", tema do filme foi a 2º lugar na Billboard. Ainda em 48 ela teve o seu primeiro nº1 com "Love Somebody" em dueto com Buddy Clark. Em 1950 ela continuou fazendo musicais com "On Moonlight Bay" e "Tea For Two". O seu filme de maior sucesso foi "I'll See You In My Dreams" em 1951. Era o 4º filme dirigido por Michael Curtiz. Em 1953 "Calamity Jane" um musical de cowboys foi um grande êxito e o tema "Secret Love" venceu o prémio da Academia para a canção para a canção original do ano. Atingiu o 1º lugar no Top da Billboard (em 1963 o cantor sul africano Gene Rockwell fez um excelente "cover" da canção).
Entre 1950 e 53 seis dos seus álbuns atingiram o Top 10 americano e três deles foram a 1º lugar. O último filme que fez para a Warner Brothers foi "Young At Heart" contracenando com Frank Sinatra em 1954. Em 1952 e 53 teve um programa na Rádio CBS de nome "The Doris Day Show". Doris Day não queria ser apenas uma actriz de musical. No filme em que faz de Ruth Etting, uma homengem à cantora, "Love Me Or Leave Me", contracena de forma mais dramática co James Cagney e aí mostra toda a sua capacidade como actriz. O filme foi um êxito. Em 1956 entra no filme de suspense de Alfred Hitchcock "The Man Who Knew Too Much com o actor James Stewart. No filme canta uma canção que se tornará imortal e ainda hoje é cantada, "Que Sera Sera (What will be, Will Be)". A canção vence o prémio da Academia para a melhor canção original do ano. Qem a escreveu foram Jay Livingston e Ray Evans. Também "We'll Love Again" chegou ao êxito. Depois de 3 dramas volta aos musicais. Em 57 roda "The Pagama Game", em 58 "Teacher's Pet" e "The Tunnel Of Love" e em 59, "It Happens To Jane". De 1949 até 1958 (nove anos) a insuspeita revista Billboard classifica-a como a cantora nº1. Em 1959 começa a sua melhor fase de comédias de sucesso com "Pillow Talk" contracenando com Rock Hudson e Tony Randall. Em 61 rodam "Lover Come Back" e em 64 "Send Me No Flowers". Também contracenou com David Niven em "Please D'ont Eat The Daisiers" e em 62 com Gary Grant em"That Thouch Of Mink" que foi o primeiro filme em que os lucros foram superiores a um milhão de dólares no Radio City Mucic Hall. Doris foi o par amoroso de muitas películas com James Gardner, como "Move Over Darling". Em 1963 a canção "Move Over Darling", tema do filme e que foi escrita por seu filho atingiu o 8º lugar do Top.
Mas a revolução sexual que começa a manifestar-se no meio da década de sessenta, vai ter impacto na sua carreira. É convidada a fazer "The Graduate" mas recusa porque ela é o oposto de Mrs. Robinson. Faz "Do Not Disturb" em 65 que foi talvez o seu último sucesso.
Mas a revolução sexual que começa a manifestar-se no meio da década de sessenta, vai ter impacto na sua carreira. É convidada a fazer "The Graduate" mas recusa porque ela é o oposto de Mrs. Robinson. Faz "Do Not Disturb" em 65 que foi talvez o seu último sucesso.
Em 67 roda "The Ballad Of Josie" e grava o "Love Album" que só vai ser editado em 1994. Em 67/68 roda mais duas comédias. Entre 1959 e 1970 recebe 9 nomeações para os prémios Laurel e vence 4 e foi 6 vezes nomeada para o Globo de Ouro. Em Abril de 68 morre o seu terceiro marido e descobre que ele e o contabilista a enganavam deixando-a cheia de dívidas. Rosenthal era o seu contabilista desde 1949 quando a ajudou no divórcio do segundo marido, o saxofonista George Weidler. Doris Day pôs-lhe um processo em 69 que só em 1974 ficou resolvido a seu favor e apenas foi compensada em 1979. De 68 a 73 ela teve o seu show de TV que começavasempre com "Que Sera Sera". Não gostava muito de TV, mas tinha dívidas a pagar. Em 85/86 fez mais 26 programas para a TV CBS e foram as imagens que passou de Rock Hudson, já debilitado, que a fizeram perder o programa. Em 1981 ela entra para o Ohio Women's Hall of Fame. Em 89 recebe o prémio Cecil B. Demille. Em 94 o álbum "Day's Greatest Hits" entra para o Top inglês. Em 2008 recebe o Grammy de carreira, mas esteve ausente. Recebeu prémios Grammy no Hall dos Famosos em 98 por "Sentimental Journey", em 99 por "Secret Love" e em 2012 por "Que Sera Sera". Está no Hit Parade Hall Of Fame desde 2007 e foi a primeira a receber o Legend Award apresentado pela Sociedade de Cantores em 2010.
Em 2010 (aos 89 anos) lança o album "My Heart", o primeiro em 20 anos. Do álbum constam gravações não editadas trabalhadas pro seu filho que o produziu. O álbum atingiu o 12º lugar nas vendas da Amazon e conseguiu verbas para a Liga de Defesa dos Animais de Doris Day.
A Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles atribuíu-lhe o prémio de carreira m 2012.
Em Abril de 2014 ela apareceu em público no espctáculo de benificência da sua Fundação.
Clint Eastwood ofereceu-lhe em 2015 um papel num filme, mas ela declinou.
Doris gravou mais de 30 álbuns e rodou mais de 100 filmes. A sua paixão pelos animais vem desde a adolescência quando foi vítima de acidente de automóvel que lhe maltratou uma perna. Depois o seu cão Tiny, seu grande companheiro morreu atropelado e ela semre se considerou culpada de tal facto. A sua Fundação para os animais começa em 1978 com a Doris Day Pet Foundation.
Em Abril e 2019 numa entrevista a propósito do seu 97º aniversário, revela que o melhor filme para si foi "Calamity Jane" e que "Secret Love" é uma belíssima canção.
Doris vivia em Carmel-by-The-Sea na Califórnia e faleceu a 13 de Maio de 2019 vítima de pneumonia.
A Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles atribuíu-lhe o prémio de carreira m 2012.
Em Abril de 2014 ela apareceu em público no espctáculo de benificência da sua Fundação.
Clint Eastwood ofereceu-lhe em 2015 um papel num filme, mas ela declinou.
Doris gravou mais de 30 álbuns e rodou mais de 100 filmes. A sua paixão pelos animais vem desde a adolescência quando foi vítima de acidente de automóvel que lhe maltratou uma perna. Depois o seu cão Tiny, seu grande companheiro morreu atropelado e ela semre se considerou culpada de tal facto. A sua Fundação para os animais começa em 1978 com a Doris Day Pet Foundation.
Em Abril e 2019 numa entrevista a propósito do seu 97º aniversário, revela que o melhor filme para si foi "Calamity Jane" e que "Secret Love" é uma belíssima canção.
Doris vivia em Carmel-by-The-Sea na Califórnia e faleceu a 13 de Maio de 2019 vítima de pneumonia.
João Gilberto, o intérprete de "Chega de Saudade", a música que o lançou e divulgou a Bossa Nova para o Mundo, faleceu no passado dia 6 de Julho.
João Gilberto era único, de infinitas formas. Cantava baixinho, tocava poucas notas, todas certeiras e gravou poucos discos num repertório restrito, mas suficiente para, com as suas subtilezas de interpretação, implantar a Bossa Nova no coração do Jazz.
João Gilberto era único, de infinitas formas. Cantava baixinho, tocava poucas notas, todas certeiras e gravou poucos discos num repertório restrito, mas suficiente para, com as suas subtilezas de interpretação, implantar a Bossa Nova no coração do Jazz.
Desde cedo, na cidade baiana de Juazeiro, onde nasceu em 1931, João Gilberto mostrava uma ligação íntima com a música, pois a sua família era formada por músicos amadores. Aos sete anos, percebeu um erro na execução da organista da igreja no meio de dezenas de vozes do coro, mostrando, desde a infância, o ouvido privilegiado que possuía. Aos 14 anos o pai ofereceu-lhe um violão. Ainda adolescente, participou do grupo musical "Enamorados do Ritmo" e aos 18 anos, foi crooner na Rádio Sociedade da Bahia, emitando o seu ídolo da época, Orlando Silva, o que continuou a fazer ao longo dos anos, embora já com o seu toque pessoal.
Em 1950, começa a sua primeira incursão no Rio de Janeiro, onde passará a viver nos cinco anos seguintes, integrando o conjunto vocal "Garotos da Lua".
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Em 1952, então já a solo, gravou o seu primeiro disco - "Quando Ela Sai/Meia Luz", ainda no estilo crooner e sem o seu violão, para a etiqueta "Copacabana".
Em 1953, consegue que ver pela primeira vez uma composição sua ser gravada. A canção chama-se "Você Esteve Com O Meu Bem" e foi gravada por Marisa Gata Mansa (Marisa Vertullo Brandão), a sua namorada na época.
Esta canção foi feita em parceria com Russo do Pandeiro, que tinha um estúdio de gravação e no qual gravou vários jingles comerciais, para ir sobrevivendo.
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Entretanto entrou no elenco do show "Esta Vida É Um Carnaval" e fez parte ocasionalmente dos conjuntos "Quitandinha Serenaders" e "Anjos do Inferno".
Um pouco desanimado, mas persistente, viveu em Porto Alegre e depois em Diamantina, em casa da sua irmã. Voltou a Juazeiro, onde em finais de 1956 compôs "Bim Bom", com uma batida, que o tornaria famoso.
Crente da sua nova criação, voltou ao Rio de Janeiro e apresentou essa sua nova canção e esse novo ritmo a variado conjunto de artistas e músicos... mas sem sucesso.
Quase desesperado resolveu bater à porta de Roberto Menescal, músico brasileiro que organizava festas no seu apartamento ou no de Nara Leão em Copacabana, onde normalmente apareciam artistas como Tom Jobim, Carlos Lyra, Vinicius de Moraes ou Ronaldo Bôscoli.
João Gilberto quando bateu à porta do apartamento de Roberto Menescal, este estava no meio de uma festa dos seus pais e ficou surpreso, quando o intruso lhe pediu um violão para tocar uma música. Ainda atónito com a insistência deste, levou o João Gilberto para o seu quarto, para não importunar a festa, e ouviu "Bim Bom", que o encantou tanto, que resolveu sair da festa e apresentar João Gilberto e essa nova canção aos seus usuais amigos musicais.
Crente da sua nova criação, voltou ao Rio de Janeiro e apresentou essa sua nova canção e esse novo ritmo a variado conjunto de artistas e músicos... mas sem sucesso.
Quase desesperado resolveu bater à porta de Roberto Menescal, músico brasileiro que organizava festas no seu apartamento ou no de Nara Leão em Copacabana, onde normalmente apareciam artistas como Tom Jobim, Carlos Lyra, Vinicius de Moraes ou Ronaldo Bôscoli.
João Gilberto quando bateu à porta do apartamento de Roberto Menescal, este estava no meio de uma festa dos seus pais e ficou surpreso, quando o intruso lhe pediu um violão para tocar uma música. Ainda atónito com a insistência deste, levou o João Gilberto para o seu quarto, para não importunar a festa, e ouviu "Bim Bom", que o encantou tanto, que resolveu sair da festa e apresentar João Gilberto e essa nova canção aos seus usuais amigos musicais.
João Gilberto então explicou algumas das suas novas técnicas, como a da mão direita que tocava acordes, e não notas, produzindo harmonia e ritmo ao mesmo tempo, ou a técnica da respiração tipo ioga, que lhe permitia alongar as frases melódicas sem perder o fôlego.
Tom Jobim encantou-se com essa nova técnica de tocar violão, e vendo uma oportunidade de renovar o Samba (incluindo novas harmonias, simplificando o ritmo e dando oportunidade a novos arranjos musicais) apresentou-lhe uma sua composição, que há um ano tinha feito em parceria com Vinicius de Moraes: "Chega de Saudade".
Em Agosto de 1958, João Gilberto grava um disco 78rpm com "Chega de Saudade' e "Bim Bom", que foi um sucesso comercial e inaugurou um novo género musical, que viria a ser intitulada: Bossa Nova.
Devido ao sucesso desse disco, João Gilberto grava, em 1959, o seu primeiro L.P., com o nome "Chega de Saudade", com composições do próprio João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Dorival Caymmi e Ary Barroso, entre outros.
Tom Jobim encantou-se com essa nova técnica de tocar violão, e vendo uma oportunidade de renovar o Samba (incluindo novas harmonias, simplificando o ritmo e dando oportunidade a novos arranjos musicais) apresentou-lhe uma sua composição, que há um ano tinha feito em parceria com Vinicius de Moraes: "Chega de Saudade".
Em Agosto de 1958, João Gilberto grava um disco 78rpm com "Chega de Saudade' e "Bim Bom", que foi um sucesso comercial e inaugurou um novo género musical, que viria a ser intitulada: Bossa Nova.
Devido ao sucesso desse disco, João Gilberto grava, em 1959, o seu primeiro L.P., com o nome "Chega de Saudade", com composições do próprio João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Dorival Caymmi e Ary Barroso, entre outros.
Foi tal o sucesso do LP "Chega de Saudade", que essa nova forma de tocar o violão tornou-se moda entre os jovens e influenciou a geração do João (Tom Jobim, Carlos Lyra, Roberto Menescal, etc), bem como a geração seguinte de jovens compositores, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime, Sérgio Mendes, Jorge Ben, Paulinho da Viola, Wilson Simonal, Baden Powell e até Roberto Carlos, entre outros.
Em 1961 foi editado o 3º álbum de nome "João Gilberto", no qual foram dadas novas versões a composições de Dorival Caymmi, entre outros temas, que fizeram o sucesso junto do público e da crítica, de tal forma que recebeu o convite para actuar no Carnegie Hall, em New York.
Assim, a 21 de Novembro de 1962, o Carnegie Hall estava totalmente cheio, com mais de 300 jornalistas americanos e com uma assistência de elite, onde se destacavam monstros sagrados do Jazz e do meio musical, como Miles Davis, Dizzie Gillespie, Herbie Mann, Tony Bennet, Peggy Lee, Stan Getz, Errol Gardner ou Gerry Mulligan, entre outros, para ouvir João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Sérgio Mendes, Luis Bonfá, Agostinho dos Santos, Miltinho Banana e o Conjunto de Oscar Castro Neves.
Em 1961 foi editado o 3º álbum de nome "João Gilberto", no qual foram dadas novas versões a composições de Dorival Caymmi, entre outros temas, que fizeram o sucesso junto do público e da crítica, de tal forma que recebeu o convite para actuar no Carnegie Hall, em New York.
Assim, a 21 de Novembro de 1962, o Carnegie Hall estava totalmente cheio, com mais de 300 jornalistas americanos e com uma assistência de elite, onde se destacavam monstros sagrados do Jazz e do meio musical, como Miles Davis, Dizzie Gillespie, Herbie Mann, Tony Bennet, Peggy Lee, Stan Getz, Errol Gardner ou Gerry Mulligan, entre outros, para ouvir João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Sérgio Mendes, Luis Bonfá, Agostinho dos Santos, Miltinho Banana e o Conjunto de Oscar Castro Neves.
Após este sucesso no Carnegie Hall, João Gilberto foi convidado para actuar nos melhores pubs e bares nova-iorquinos dedicados ao Jazz, decidindo então passar a maior parte da sua vida nos Estados Unidos, então com a sua mulher Astrud Gilberto, que viria a fazer uma carreira de grande nomeada nos Estados Unidos e no mundo internacional do Jazz (conforme abordaremos no artigo seguinte dedicado à Bossa Nova) e de quem se separaria em meados de 1963.
Assim é sem surpresa que, em Março de 1963, é gravado o álbum "Getz/Gilberto", onde para além de João Gilberto e Stan Getz, intervêm Tom Jobim, Astrud Gilberto, o baterista Milton Banana e o baixista Tião Neto.
Assim é sem surpresa que, em Março de 1963, é gravado o álbum "Getz/Gilberto", onde para além de João Gilberto e Stan Getz, intervêm Tom Jobim, Astrud Gilberto, o baterista Milton Banana e o baixista Tião Neto.
"Getz/Gilberto" é considerado o disco que popularizou a bossa nova em todo o mundo, tornando-se em um dos álbuns de jazz mais vendidos de todos os tempos e o primeiro a receber o Grammy de Melhor Disco do Ano, em 1965.
Contem gravações consideradas clássicas, como "Desafinado", "Corcovado" e sobretudo "Garota de Ipanema", e ainda revelou a voz desconhecida de Astrud Gilberto, lançando-a no estrelato. "Getz/Gilberto" vendeu mais de 2 milhões de cópias, só em 1964. Recentemente foi nomeado como um dos melhores L.P.s de sempre, pelas conceituadas revistas "Rolling Stone" e "Vibe" e, em 1999, mereceu o "Grammy Hall of Fame". |
Ainda em 1963, gravou ao vivo com Stan Getz, no "Carnegie Hall", o álbum "Getz/Gilberto #2", depois de uma tournée pela Europa, onde conheceu, em Paris, a cantora brasileira Miúcha, ainda estudante na altura, mas que cantava ocasionalmente em alguns eventos, pois tinha um passado musical riquíssimo, com as suas irmãs Ana de Hollanda e Cristina Buarque e com o seu irmão o célebre e talentoso Chico Buarque da Hollanda.
Casaram em 1965 e tiveram um filha, Bebel Gilberto, cuja carreira musical é reconhecidíssima, depois que teve a sua estreia na música precocemente, aos 9 anos, no "Carnegie Hall" com a sua mãe e Stan Getz, e tendo já participado no programa musical "Pirlimpimpim", com cantores da estirpe de Jorge Ben, Moraes Moreira, Zé Ramalho e Baby Consuelo, entre outros, e gravado o disco "Saltimbancos", com a sua mãe e a Nara Leão, o qual teve a colaboração do seu tio Chico Buarque. |
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No ano seguinte lançou o álbum "Amoroso", donde destacamos "Estate", uma linda canção do italiano Bruno Martino, que João Gilberto deu a conhecer ao mundo pela primeira vez e que se tornou um clássico gravado por artistas como Chet Baker e Toots Thielemans, entre outros monstros do Jazz.
Até 2000, lançou mais 2 álbuns, "João" (1991) e "João, Voz e Violão" (2000), mas entretanto actuou em vários países (Itália no Festival de Jazz de Umbria, em Roma e em Veneza) , Suiça (Festival de Jazz de Montreux, por 2 vezes), Portugal (uma temporada no Coliseu dos Recreios), França (no Olympia de Paris), Estados Unidos, de novo no Carnegie Hall, entre outros) e nas principais cidades brasileiras.
João Gilberto era conhecido por ser um perfeccionista musical e inflexível nos seus relacionamentos profissionais e nas suas relações pessoais e amorosas, o que lhe causou diversos contratempos na segunda metade da sua vida, como a sua separação de Miúcha, o cancelamento e interrupção abrupta de algumas das suas actuações, como aconteceu no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, quando ao iniciar o seu concerto sentiu que a sonoridade, que ele tinha cuidadosamente definido, tinha sido alterada, porque um funcionário teria mudado a posição da sua cadeira e do seu microfone.
A pior situação, nesse intervalo de tempo, foi quando começou a ter problemas e brigas judiciais com a editora EMI, porque esta lançou, em 1987, uma colectânea com os seus três primeiros álbuns, sem a sua autorização.
Além da falta de autorização, a EMI adulterou a sonoridade e mixagem das gravações e alterou a ordem das faixas, assim o artista entrou com uma acção por danos morais e materiais contra a multinacional britânica, alegando "fim da sequência harmónica" das faixas e defeitos na remasterização. Desde então, os seus primeiros discos, considerados de importância impar para a história da música popular brasileira, passaram a não se encontrar mais nas prateleiras das lojas, prejudicando não só o cantor, músico e compositor, mas a música brasileira no seu todo e a Bossa Nova, em particular.
Esta batalha jurídica dura até aos dias de hoje, depois de em 2013 a justiça ter ordenado o pagamento de indemnização por parte da EMI e em 2015 ter ordenado a devolução dos "masters" das gravações a João Gilberto. Só que dois dos "masters" devolvidos não eram os originais e o filho mais velho, João Marcelo, solicitou então uma revisão dos valores indemnizatórios, em 2018.
A pior situação, nesse intervalo de tempo, foi quando começou a ter problemas e brigas judiciais com a editora EMI, porque esta lançou, em 1987, uma colectânea com os seus três primeiros álbuns, sem a sua autorização.
Além da falta de autorização, a EMI adulterou a sonoridade e mixagem das gravações e alterou a ordem das faixas, assim o artista entrou com uma acção por danos morais e materiais contra a multinacional britânica, alegando "fim da sequência harmónica" das faixas e defeitos na remasterização. Desde então, os seus primeiros discos, considerados de importância impar para a história da música popular brasileira, passaram a não se encontrar mais nas prateleiras das lojas, prejudicando não só o cantor, músico e compositor, mas a música brasileira no seu todo e a Bossa Nova, em particular.
Esta batalha jurídica dura até aos dias de hoje, depois de em 2013 a justiça ter ordenado o pagamento de indemnização por parte da EMI e em 2015 ter ordenado a devolução dos "masters" das gravações a João Gilberto. Só que dois dos "masters" devolvidos não eram os originais e o filho mais velho, João Marcelo, solicitou então uma revisão dos valores indemnizatórios, em 2018.
Entretanto, casou-se com Cláudia Faissol, e em 2003 saíu em tournée pelo Japão pela primeira vez e no seu último concerto dessa tournée, João Gilberto recebeu uma ovação do público japonês durante 25 minutos ininterruptos de pé, com João sentado e de olhos fechados.
Foi um sucesso tão grande, que a editora "Verve Records" resolveu lançar um CD, entitulado "João Gilberto In Tokyo". Assim, entre 2003 e 2006, João Gilberto actuou no Japão várias vezes por ano, em todos esses anos, e compôs uma música de homenagem ao Japão e ao seu povo - "Je Vous Aime, Japão". |
Em 2008, nas comemorações dos 50 anos da Bossa Nova, João Gilberto apresentou-se em São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e uma vez mais no "Carnegie Hall", em New York.
Mas as brigas e processos judiciais chegaram também ao seio da sua família, assim após o seu divórcio de Miúcha e o casamento com Claudia Fassiol, de quem teve uma filha, a sua outra filha, a cantora Bebel Gilberto, interditou na Justiça o pai, então com 86 anos, invocando que a medida seria para proteger o artista, que vivia sòzinho no Rio de Janeiro e estava com a saúde fragilizada pela idade, afirmando que a interdição ocorreu no sentido de "... pôr fim aos negócios temerários que João vinha sendo orientado a firmar, que resultaram na atual condição de quase miserabilidade do artista".
Se a morte de João Gilberto coloca um ponto final ao processo de interdição do músico - que estava sob curatela da filha Bebel Gilberto desde 2017 -, ela dá início a um outro processo que promete dividir ainda mais a família: o do espólio artístico de um dos maiores génios da música brasileira.
Será um novo capítulo na série de batalhas judiciais entre Bebel e o irmão João Marcelo, que, nos últimos anos, vêm disputando o controle da vida e dos bens do pai entre si e com a última companheira de João Gilberto, Cláudia Faissol, que acusaram de ter feito contratos judiciais prejudiciais, como um empréstimo bancário, pelo qual João Gilberto recebeu R$4,7 milhões, e com a ajuda jurídica numa briga ainda não definida contra a sua ex-editora, a EMI, pela indemnização atrás referida, num valor avaliado em R$173 milhões, em acção vencida por João Gilberto em segunda instância, mas que ainda tem direito a recurso.
O produtor musical, João Marcelo está em guerra com a meia-irmã Bebel Gilberto, detentora da curatela integral do criador da bossa nova. Ele alega que o pai foi submetido a tratamentos abusivos, com cuidadores desleixados e consultas médicas realizadas à força. E ameaça não autorizar o uso da imagem e do nome de João Gilberto em novas produções, caso Bebel não entre em acordo com ele.
João Marcelo é tratado pela família como um filho ausente, e acusado de não se interessar pelos negócios do pai até à possibilidade de o músico receber indemnizações milionárias. A versão deste é de que ele foi excluído por Bebel a partir da interdição de João Gilberto, feita em 2017 com consentimento dos filhos, e na qual ele queria ter dividido a curatela com a meia-irmã.
Mas as brigas e processos judiciais chegaram também ao seio da sua família, assim após o seu divórcio de Miúcha e o casamento com Claudia Fassiol, de quem teve uma filha, a sua outra filha, a cantora Bebel Gilberto, interditou na Justiça o pai, então com 86 anos, invocando que a medida seria para proteger o artista, que vivia sòzinho no Rio de Janeiro e estava com a saúde fragilizada pela idade, afirmando que a interdição ocorreu no sentido de "... pôr fim aos negócios temerários que João vinha sendo orientado a firmar, que resultaram na atual condição de quase miserabilidade do artista".
Se a morte de João Gilberto coloca um ponto final ao processo de interdição do músico - que estava sob curatela da filha Bebel Gilberto desde 2017 -, ela dá início a um outro processo que promete dividir ainda mais a família: o do espólio artístico de um dos maiores génios da música brasileira.
Será um novo capítulo na série de batalhas judiciais entre Bebel e o irmão João Marcelo, que, nos últimos anos, vêm disputando o controle da vida e dos bens do pai entre si e com a última companheira de João Gilberto, Cláudia Faissol, que acusaram de ter feito contratos judiciais prejudiciais, como um empréstimo bancário, pelo qual João Gilberto recebeu R$4,7 milhões, e com a ajuda jurídica numa briga ainda não definida contra a sua ex-editora, a EMI, pela indemnização atrás referida, num valor avaliado em R$173 milhões, em acção vencida por João Gilberto em segunda instância, mas que ainda tem direito a recurso.
O produtor musical, João Marcelo está em guerra com a meia-irmã Bebel Gilberto, detentora da curatela integral do criador da bossa nova. Ele alega que o pai foi submetido a tratamentos abusivos, com cuidadores desleixados e consultas médicas realizadas à força. E ameaça não autorizar o uso da imagem e do nome de João Gilberto em novas produções, caso Bebel não entre em acordo com ele.
João Marcelo é tratado pela família como um filho ausente, e acusado de não se interessar pelos negócios do pai até à possibilidade de o músico receber indemnizações milionárias. A versão deste é de que ele foi excluído por Bebel a partir da interdição de João Gilberto, feita em 2017 com consentimento dos filhos, e na qual ele queria ter dividido a curatela com a meia-irmã.
João Gilberto, com o seu banquinho e o violão, era considerado um génio e era conhecido heregemente no meio da Bossa Nova, como "Jesus Cristo" - a Voz e o Violão, enquanto António Carlos Jobim foi apelidado de "Deus" - o criador musical, o Compositor e Vinicius de Moraes, compondo a trilogia, era o "Espírito Santo" - o Poeta.
João Gilberto era o último dos 3 grandes pilares da BOSSA NOVA.
João Gilberto era o último dos 3 grandes pilares da BOSSA NOVA.
"Chega de Saudade"!!!
A Bossa Nova é um movimento da música popular brasileira do final dos anos 50 lançado por João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e jovens cantores e compositores da classe média da zona sul do Rio de Janeiro.
De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar naquela época, derivado do samba e com influência do jazz.
Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se num dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira e que é conhecido em todo o mundo.
De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar naquela época, derivado do samba e com influência do jazz.
Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se num dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira e que é conhecido em todo o mundo.
O termo Bossa apareceu pela primeira vez nos anos 30 num samba do popular cantor Noel Rosa, "Coisas Nossas" (O samba, a prontidão/e outras bossas,/são nossas coisas…).
A expressão Bossa Nova passou a ser utilizada também na década seguinte para aqueles sambas baseados no talento do improvisador, com paradas súbitas durante a música para encaixar falas (tipo o Rap).
Alguns críticos musicais destacam uma certa influência que a cultura americana do Pós-Guerra teve na Bossa Nova, especialmente do Cool Jazz e do Bebop. Embora tenha um pouco de influência do Jazz, a Bossa Nova possui alguns elementos do Samba.
Além disso, a juventude sentia um inconformismo com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com o seu jeito suave e minimalista (em oposição a cantores de grande potência sonora) também são considerados influências positivas sobre os jovens que fizeram a Bossa Nova.
Alguns críticos musicais destacam uma certa influência que a cultura americana do Pós-Guerra teve na Bossa Nova, especialmente do Cool Jazz e do Bebop. Embora tenha um pouco de influência do Jazz, a Bossa Nova possui alguns elementos do Samba.
Além disso, a juventude sentia um inconformismo com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com o seu jeito suave e minimalista (em oposição a cantores de grande potência sonora) também são considerados influências positivas sobre os jovens que fizeram a Bossa Nova.
O embrião desse movimento musical com origem nas faculdades, a partir de 1957, eram as reuniões casuais, frutos de encontros de um grupo de jovens da classe média carioca, que se reunia para fazer e ouvir música, em apartamentos da zona sul, como o de Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana.
De entre os participantes estavam novos compositores da música brasileira, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando, abraçando também Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas e Ronaldo Bôscoli.. Os primeiros concertos desse grupo foram realizados no âmbito universitário, pouco a pouco aquilo que se tornaria a Bossa Nova foi ocupando bares do circuito de Copacabana, no chamado Beco das Garrafas. |
No final de 1957, numa dessas apresentações, no Colégio Israelita-Brasileiro, terá havido a ideia de chamar o novo género musical – então apenas denominado de "Samba Sessions" (numa alusão à fusão entre Samba e Jazz), devido a um recado escrito num quadro-negro, provàvelmente escrito por uma secretária do colégio, chamando as pessoas para uma apresentação nas "Samba Sessions" de um grupo "Bossa-Nova”. No evento participaram Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal e Luiz Eça, onde foram anunciados como “(…) grupo Bossa Nova apresentando Sambas modernos”.
A Bossa Nova é muito mais que simples novo ritmo musical, pois trata-se de um movimento cultural e intelectual que começa a surgir no final dos anos cinquenta e princípio dos anos sessenta, quando a situação política do Brasil se mostrava muito confusa, com o licenciamento do presidente Café Filho, em 1955, “por motivos de saúde”, depois de o país ter tido dois outros Presidentes – Carlos Luz e Nereu Ramos – num período relâmpago que se estendeu até a posse do Presidente Juscelino Kubitschek, eleito democràticamente, em 1956, e que só foi empossado por imposição e pelo prestígio de que o general “legalista” Teixeira Lott gozava junto às Forças Armadas.
Interferências internacionais e interesses políticos das forças armadas, calcados na defesa da democracia e do capitalismo contra a chamada “ameaça comunista”, movimentavam o país, enquanto a classe média descobria a orla de Copacabana para morar e desfrutar de um Rio de Janeiro bem mais ensolarado e promissor do que aquelas disputas políticas.
Interferências internacionais e interesses políticos das forças armadas, calcados na defesa da democracia e do capitalismo contra a chamada “ameaça comunista”, movimentavam o país, enquanto a classe média descobria a orla de Copacabana para morar e desfrutar de um Rio de Janeiro bem mais ensolarado e promissor do que aquelas disputas políticas.
Foi nesse cenário de sol, de sal e de mar, que alguns jovens criaram este movimento artístico, que se tornou numa extensão musical do Modernismo.
Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento económico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de optimismo dos "Anos Dourados", esse grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir ao estilo de cantores de ópera que dominava a música brasileira.
Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com a sua cultura, por isso, o novo movimento, que ficou associado ao crescimento urbano brasileiro – impulsionado pela fase do expansionismo intelectual, artístico, desportivo e social da presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1960) - visava a internacionalização da música brasileira.
O processo de industrialização pelo qual o Brasil passava, no início dos anos 60, suscitou uma geração movida pelo desejo de acompanhar a modernidade, com propostas inovadoras, através da arte inserida no âmbito industrial. Os artistas da época começaram uma corrida em busca de novas experiências e superação de limites, vivendo intensamente um momento cultural envolvido na transformação social.
A proposta de novas soluções para a expressão artística balizou-se na incansável vontade de explorar, no tempo e no espaço, inúmeras possibilidades, assim a Bossa Nova tornou-se um ícone de uma geração, na qual a gravadora "Elenco" originou a identidade, produzida nas capas de discos, para este movimento musical.
Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento económico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de optimismo dos "Anos Dourados", esse grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir ao estilo de cantores de ópera que dominava a música brasileira.
Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com a sua cultura, por isso, o novo movimento, que ficou associado ao crescimento urbano brasileiro – impulsionado pela fase do expansionismo intelectual, artístico, desportivo e social da presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1960) - visava a internacionalização da música brasileira.
O processo de industrialização pelo qual o Brasil passava, no início dos anos 60, suscitou uma geração movida pelo desejo de acompanhar a modernidade, com propostas inovadoras, através da arte inserida no âmbito industrial. Os artistas da época começaram uma corrida em busca de novas experiências e superação de limites, vivendo intensamente um momento cultural envolvido na transformação social.
A proposta de novas soluções para a expressão artística balizou-se na incansável vontade de explorar, no tempo e no espaço, inúmeras possibilidades, assim a Bossa Nova tornou-se um ícone de uma geração, na qual a gravadora "Elenco" originou a identidade, produzida nas capas de discos, para este movimento musical.
Outras das características do movimento eram suas letras que, contrastando com os sucessos de até então, abordavam temáticas leves e descompromissadas – exemplo disso, "Meditação", de Tom Jobim e Newton Mendonça.
Grande parte do repertório clássico da Bossa Nova deve-se à parcerias de Tom Jobim com Vinícius de Moraes. Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça "Orfeu da Conceição", primeira parceria da dupla. É dessa peça, baseada na tragédia grega "Orfeu", uma das mais belas composições de Tom e Vinícius - “Se Todos Fossem Iguais A Você”, já prenunciava os elementos melódicos da Bossa Nova, o que não é de estranhar devido à forte influência musical de António Carlos Jobim (Tom Jobim).
Grande parte do repertório clássico da Bossa Nova deve-se à parcerias de Tom Jobim com Vinícius de Moraes. Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça "Orfeu da Conceição", primeira parceria da dupla. É dessa peça, baseada na tragédia grega "Orfeu", uma das mais belas composições de Tom e Vinícius - “Se Todos Fossem Iguais A Você”, já prenunciava os elementos melódicos da Bossa Nova, o que não é de estranhar devido à forte influência musical de António Carlos Jobim (Tom Jobim).
Para além de Frank Sinatra, a Bossa Nova era interpretada pelos maiores expoentes do Jazz norte-americano, como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Stan Getz, Wes Montgomery, Herbie Mann ou Dizzie Gillespie, entre outros, principalmente em composições de Tom Jobim, com versos de Vinicius de Moraes ou Newton Mendonça ("Desafinado", "Insensatez", "Samba De Uma Nota Só", etc)...
...mas essencialmente "Garota de Ipanema".
Em 1962, Tom Jobim e Vinicius de Moraes compunham aquela que é uma das mais famosas - se não a mais famosa - canções da música brasileira, "Garota de Ipanema". E, como qualquer artista, músico e poeta tiveram a sua própria musa. A canção foi inspirada em Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto (agora conhecida como Helô Pinheiro), uma garota de 18 anos, que vivia em Ipanema. Diàriamente, ela passava pelo bar-café "Veloso" a caminho da praia. No inverno de 1962, os compositores viram a garota passar pelo bar e inspirados nela compuseram a canção. Reza a história que o músico terá dito a Vinicius, sobre Helô, "não é a coisa mais linda?", ao que este responde "cheia de graça". Daí nasceriam os dois primeiros versos da famosa canção. Helô Pinheiro, hoje com 72 anos, foi a musa em questão. A canção já foi interpretada por diversos e afamados cantores, como por exemplo, Frank Sinatra, Amy Winehouse, Plácido Domingo, Cher ou Madonna, ganhou um "Grammy" em 1965, sendo introduzida no Hall of Fame do Grammy Latino, em 2001, e está creditada como a segunda canção mais gravada na história, logo a seguir a "Yesterday" de The Beatles. |
A Bossa Nova é tão internacional e continua tão presente, que viemos ocasionalmente encontrar em Macau, um conjunto filipino a cantá-la, bem como um grupo brasileiro residente em Zhu Hai, na China, de que vos damos notícia através dos próximos vídeos:
Nos meados da década de 1960, o movimento apresentaria uma espécie de cisão ideológica, formada por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime. Inspirados numa visão popular e nacionalista, este grupo fez uma crítica às influências do jazz norte-americano na bossa nova e propôs a sua reaproximação com compositores de morro, como o sambista Zé Ketti. Um dos pilares da bossa, Carlos Lyra, aderiu a esta corrente, assim como Nara Leão, que promoveu parcerias com artistas do samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho e baião e xote nordestinos, como João do Vale. Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais, criticando a truculência desse regime militar instalado no Brasil. Desta forma, a música transformou-se num claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Nesta fase de releituras da bossa nova, foi lançado em 1966 o antológico LP “Os Afro-sambas”, de Vinicius de Moraes e Baden Powell.
Vinicius de Moraes foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro, que nós tivemos a sorte e honra de conhecer e conviver durante alguns dias, em 1978, num barzinho da Lapa, em Lisboa, depois da 1 hora da manhã, após o bar fechar para o público e que foram momentos inesquecíveis de prazer e aprendizagem sobre a vida,o amor e sobre o carinho e admiração que merece esse ser Maravilhoso, chamado Mulher.
Vinicius era conhecido como um boémio inveterado, fumante e grande apreciador do uísque, mas era também conhecido por ser um grande conquistador. O "Poetinha" (como foi carinhosamente apelidado por Tom Jobim) casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e as suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.
Vinicius era conhecido como um boémio inveterado, fumante e grande apreciador do uísque, mas era também conhecido por ser um grande conquistador. O "Poetinha" (como foi carinhosamente apelidado por Tom Jobim) casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e as suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.
A sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o "Poetinha" teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Nos anos 50, Vinicius actuou no campo diplomático em Paris e em Roma, como embaixador, até 1968, quando foi afastado da carreira diplomática, tendo sido aposentado compulsòriamente pelo Acto Institucional Número Cinco, precisamente pelas suas participações assíduas na Bossa Nova e pelos poemas que a alimentavam. No dia em que o Acto foi editado, Vinicius encontrava-se em Portugal onde realizava um concerto. Após este espectáculo estudantes salazaristas aglomeraram-se na porta do teatro para protestar contra o poeta. Avisado disto e aconselhado a se retirar pelos fundos do teatro, o "Poetinha" preferiu enfrentar os protestos. |
Parou à saída e diante dos manifestantes, começou a declamar "Poética I" ("De manhã escureço/De dia tardo/De tarde anoiteço/De noite ardo"). Então, um dos jovens tirou a capa do seu traje académico e colocou-a no chão para que Vinicius pudesse passar sobre ela — acto imitado pelos outros estudantes (uma forma tradicional de homenagem académica).
Neste mesmo período, da segunda leva de artistas e compositores aderentes da Bossa Nova, Vinicius iniciou suas primeiras composições com um novo parceiro, o violonista Toquinho. Desta parceria, viriam clássicos como "Como Dizia o Poeta", "Testamento" ou "Tarde em Itapoã", entre tantos outros.
Neste mesmo período, da segunda leva de artistas e compositores aderentes da Bossa Nova, Vinicius iniciou suas primeiras composições com um novo parceiro, o violonista Toquinho. Desta parceria, viriam clássicos como "Como Dizia o Poeta", "Testamento" ou "Tarde em Itapoã", entre tantos outros.
Entre os artistas que se destacaram nesta segunda geração (1962-1966) da Bossa Nova estão Paulo Sérgio Valle, Edu Lobo, Marcos Vasconcelos, Dori Caymmi, Nelson Motta, Francis Hime, Wilson Simonal, entre outros.
Um dos maiores expoentes da Bossa Nova comporia um dos marcos do fim do movimento - em 1965, Vinícius de Moraes compôs, com Edu Lobo, "Arrastão".
Um dos maiores expoentes da Bossa Nova comporia um dos marcos do fim do movimento - em 1965, Vinícius de Moraes compôs, com Edu Lobo, "Arrastão".
A canção seria defendida por Elis Regina no I Festival de Música Popular Brasileira (da extinta TV Excelsior), realizado no Guarujá, em São Paulo, naquele mesmo ano.
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Era o fim do movimento Bossa Nova e o início do que se rotularia MPB (Música Popular Brasileira), que nascia com artistas novatos, da segunda geração da bossa nova, como Geraldo Vandré, Edu Lobo, Caetano Veloso, Gilberto Gil ou Chico Buarque de Hollanda. "Disparada", de Geraldo Vandré e "A Banda", de Chico Buarque da Hollanda, podem ser consideradas marcos dessa ruptura e mutação da Bossa em MPB.
A palavra "bossa" era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos cinquenta, significava "jeito", "comportamento", "modo". Quando alguém fazia algo de modo diferente, original, de maneira fácil e simples, dizia-se que esse alguém tinha "bossa". Se o fulano desenhava bem, dizia-se que tinha "bossa de arquitecto". Se beltrano escrevia bem, tinha "bossa de jornalista". E a expressão "Bossa Nova", na música, surgiu para designar uma nova forma de se expressar, de se comportar e principalmente uma nova forma de tocar.
Por isso até Roberto Carlos, o "Rei da Jovem Guarda" - movimento inspirado no Pop/Rock britânico e norte-americano - se lançou na Bossa Nova, gravando, em 1961, o seu primeiro álbum "Louco Por Você", já depois de em 1959 ter editado um "single" - "João e Maria/Fora Do Tom", imitando João Gilberto. Esse disco não teve sucesso nenhum, mas depois que Roberto Carlos virou "Rei", a "Polydor" reeditou-o e hoje, esta versão (que reproduzimos) vale cerca de Euros150,00, sendo que a edição original ronda os Euros500,00.
Por isso até Roberto Carlos, o "Rei da Jovem Guarda" - movimento inspirado no Pop/Rock britânico e norte-americano - se lançou na Bossa Nova, gravando, em 1961, o seu primeiro álbum "Louco Por Você", já depois de em 1959 ter editado um "single" - "João e Maria/Fora Do Tom", imitando João Gilberto. Esse disco não teve sucesso nenhum, mas depois que Roberto Carlos virou "Rei", a "Polydor" reeditou-o e hoje, esta versão (que reproduzimos) vale cerca de Euros150,00, sendo que a edição original ronda os Euros500,00.
De facto, o movimento que originou a Bossa Nova pràticamente acabou em 1966, mas o seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual tem servido de referência para inúmeras gerações e gravações de artistas, até aos dias de hoje.
Pois é, para quem tem estado distraído e julga que a Bossa Nova é coisa nova, para quem gosta de Bossa Nova, para quem leu este artigo e se entusiasmou em conhecer melhor a Bossa Nova, para quem gosta de música, informamos que a 18 de Outubro de 2019, no Centro Cultural de Belém, vai ter lugar um concerto para comemoração dos 60 Anos da Bossa Nova, com artistas que foram responsáveis pela sua criação e pelo seu lançamento internacional, como Roberto Menescal e Wanda de Sá.
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AUTOR DE "UMA CASA PORTUGUESA"
Artur Vaz da Fonseca nasceu a 20 de Setembro de 1912 em Lisboa (por cima da Pastelaria Suíça). Antes de entrar para a Escola Primária já sabia ler. Depois frequentou o Liceu Passos Manuel e a par também começou a frequentar o Conservatório Nacional de Lisboa (Ensino Superior de Música) onde onze anos depois terminou o curso de violino com 20 valores e distinção. Tinha 22 anos O pai, José Nunes da Fonseca, era alfaiate, tocava bandolim e tinha 5 filhos. Para melhorar a vida da família parte para África e estabelece-se em Lourenço Marques, Moçambique. Artur ficou a acabar o curso mas depois não quiz ir para África. O pai fez várias tentativas, sem êxito. Pediu-lhe então que fosse visitar a família. Artur foi. Quando o Rádio Clube de Moçambique soube que se encontrava um maestro e violinista de férias em Lourenço Marques fez-lhe um convite para tocar na orquestra. Artur hesita mas depois acaba por aceitar. Estávamos a meio dos anos 30. É convidado como violinista para a Orquestra de Câmara do RCM. Em 1938 o Maestro Belo Marques é convidado a ir criar e dirigir uma Orquestra de Variedades. Ele cria também um Coro Feminino e uma Orquestra Típica e fez uma grande pesquiza sobre a música africana. Em finais de 41 o maestro Belo Marques regressa a Portugal e o maestro Artur Fonseca é convidado a dirigir as Orquestras. A Rádio tinha as suas instalações iniciais (em 1933) na Rua Major Araújo e chamava-se Grémio dos Radiófilos. Em Assembleia Geral a 29 de Junho de 1937 muda-se então o nome para Rádio Clube de Moçambique. As poucas apresentações ao vivo eram feitas no Cine-Teatro Gil Vicente. Foi lá também a festa de despedida do Maestro Belo Marques. Também era aí que o Octeto dirigido pelo violinista Eduardo Leal acompanhado por Eduardo Matos, João Paula, Adolfo Thorn, Artur Fonseca, Artur Augusto, Amadeu Nogueira e Carlo Genzi, apresentavam as peças clássicas.
A Rádio crescia e rebentava pelas costuras e era urgente mudar da Rua Major Araújo para instalações condignas com o crescimento e importância global. Quando estavam para mudar fez-se um espectáculo de despedida e o Maestro fez uma música para uns versos de despedida da Rua Araújo (não consegui identificar o actor da letra). Quem a foi cantar foi a fadista Marinela, já falecida. Falámos com Gina Antunes que fez parte do Cast do RCM entre 1959 e 1965. Ela lembrava-se de parte dessa letra e dessa música.
Artur Vaz da Fonseca nasceu a 20 de Setembro de 1912 em Lisboa (por cima da Pastelaria Suíça). Antes de entrar para a Escola Primária já sabia ler. Depois frequentou o Liceu Passos Manuel e a par também começou a frequentar o Conservatório Nacional de Lisboa (Ensino Superior de Música) onde onze anos depois terminou o curso de violino com 20 valores e distinção. Tinha 22 anos O pai, José Nunes da Fonseca, era alfaiate, tocava bandolim e tinha 5 filhos. Para melhorar a vida da família parte para África e estabelece-se em Lourenço Marques, Moçambique. Artur ficou a acabar o curso mas depois não quiz ir para África. O pai fez várias tentativas, sem êxito. Pediu-lhe então que fosse visitar a família. Artur foi. Quando o Rádio Clube de Moçambique soube que se encontrava um maestro e violinista de férias em Lourenço Marques fez-lhe um convite para tocar na orquestra. Artur hesita mas depois acaba por aceitar. Estávamos a meio dos anos 30. É convidado como violinista para a Orquestra de Câmara do RCM. Em 1938 o Maestro Belo Marques é convidado a ir criar e dirigir uma Orquestra de Variedades. Ele cria também um Coro Feminino e uma Orquestra Típica e fez uma grande pesquiza sobre a música africana. Em finais de 41 o maestro Belo Marques regressa a Portugal e o maestro Artur Fonseca é convidado a dirigir as Orquestras. A Rádio tinha as suas instalações iniciais (em 1933) na Rua Major Araújo e chamava-se Grémio dos Radiófilos. Em Assembleia Geral a 29 de Junho de 1937 muda-se então o nome para Rádio Clube de Moçambique. As poucas apresentações ao vivo eram feitas no Cine-Teatro Gil Vicente. Foi lá também a festa de despedida do Maestro Belo Marques. Também era aí que o Octeto dirigido pelo violinista Eduardo Leal acompanhado por Eduardo Matos, João Paula, Adolfo Thorn, Artur Fonseca, Artur Augusto, Amadeu Nogueira e Carlo Genzi, apresentavam as peças clássicas.
A Rádio crescia e rebentava pelas costuras e era urgente mudar da Rua Major Araújo para instalações condignas com o crescimento e importância global. Quando estavam para mudar fez-se um espectáculo de despedida e o Maestro fez uma música para uns versos de despedida da Rua Araújo (não consegui identificar o actor da letra). Quem a foi cantar foi a fadista Marinela, já falecida. Falámos com Gina Antunes que fez parte do Cast do RCM entre 1959 e 1965. Ela lembrava-se de parte dessa letra e dessa música.
Do novo Palácio da Rádio em 50 até aos anos 70 no RCM
É aí na Taverna D. João IV do Hotel Girassol que compõem "Uma Casa Portuguesa", um Fox-Trot que é entregue a Sara Chaves, uma angolana de férias em Lourenço Marques e que a canta em 1951. A história da canção está na OP nº 13, quando a entrevistámos. Em 1953 Amália Rodrigues tem conhecimento da canção e apaixona-se por ela. Como a conheceu? Maria da Conceição era uma fadista do Porto (começou a cantar em 1946). Entretanto foi viver para Angola. Aí conhece "Uma Casa Portuguesa" que Sara Chaves cantava. Também é em Angola que conhece a canção "Mãe Preta" de Caco Velho e em 1952 quando regressa a Lisboa grava as duas. É aí que Amália as vai conhecer. "Mãe Preta" que ganhará outra letra e vai chamar-se "Canção do Mar" e "Uma Casa Portuguesa" já num estilo Fado Canção e torna-a num dos maiores êxitos da canção portuguesa de todos os tempos, a par com "Lisboa Antiga" e "Coimbra". É seguramente a canção portuguesa com mais versões a nível mundial.
Mas o maior divulgador das composições de Artur Fonseca será João Maria Tudella (OP nº70). Tudella canta outro dos grandes sucessos internacionais de Artur Fonseca, "Kanimambo" uma expressão em língua africana (Changane) que significa Obrigado. Tudella grava-a em 1959 como lado B do single, "Holyday em Lourenço Marques". O êxito é tal que a primeira vez que a cantou em palco teve de a repetir 8 vezes. Foi à mesa de um café que Reinaldo Ferreira apresenta o refrão dizendo "se querem um êxito pode passar por aqui, Kanimambo, Obrigado" e Artur Fonseca diz "até já tenho a música". Tudella só teve de dizer, vamos a isso.
Tudella gravou, talvez umas 40 canções de Artur Fonseca. Mas Artur Fonseca fez mais de mil canções. A maioria delas permanecem em partitura, outra grande parte foi cantada no RCM mas nunca foi editada em disco.
Mas o maior divulgador das composições de Artur Fonseca será João Maria Tudella (OP nº70). Tudella canta outro dos grandes sucessos internacionais de Artur Fonseca, "Kanimambo" uma expressão em língua africana (Changane) que significa Obrigado. Tudella grava-a em 1959 como lado B do single, "Holyday em Lourenço Marques". O êxito é tal que a primeira vez que a cantou em palco teve de a repetir 8 vezes. Foi à mesa de um café que Reinaldo Ferreira apresenta o refrão dizendo "se querem um êxito pode passar por aqui, Kanimambo, Obrigado" e Artur Fonseca diz "até já tenho a música". Tudella só teve de dizer, vamos a isso.
Tudella gravou, talvez umas 40 canções de Artur Fonseca. Mas Artur Fonseca fez mais de mil canções. A maioria delas permanecem em partitura, outra grande parte foi cantada no RCM mas nunca foi editada em disco.
Artur Fonseca foi durante vários anos nas décadas de 40 e 50 o único responsável pelas orquestra de Variedades, orquestra Típica, orquestra de Salão e do Coro Feminino. Além disso nunca deixou de compôr. Era demasiado esforço e assim em 1955 entra para dirigir a Orquestra de Salão o Maestro Samuel Miguens. Depois em 1961 vem o Maestro António Gavino ( o compositor da "Marcha Ribatejana") dirigir o Coro Feminino e a Orquestra Típica. Tudella e outros cantores gravaram canções de Artur Fonseca. Foram os casos de Aníbal Coelho, com o seu famoso "Natal Negro", Natércia Barreto e Carlos Guilherme, Elsa Vilar, Mário Simões acompanhando Tudella (OP nº 70), Manuela Fonseca, Dario Bettencourt e outros. Mas muitos dos cançonetistas do RCM cantavam as suas canções como, Maria Marques (OP nº 49), Gina Antunes, Liliana Matos, Maria Adalgisa (OP nº14), Florinda Romeiras, Berta Laurentino (OP nº 13), Marinela, Álvaro Correia Mendes e muitos outros. Falámos com Natércia Barreto ( a nossa Techa, OP nºs 1, 16, 54, 61 e 72) e pedimos-lhe que o relembrasse.
"O Maestro fez-me inúmeras canções que eu cantei com a Orquestra de Variedades que ele dirigia. Só gravei uma que foi Deixem-me Ser Teenager. Além desta escreveu outras como O Amor é Poliglota, Man Kee, e outras que não me ocorrem os nomes mas que nunca foram gravadas. Foi um grande compositor e era uma pessoa muito educada e muito simpatica. Era quase sempre em casa dele que eu ia com o meu pai ouvir as canções que ele fazia e que tocava no seu piano para eu ouvir e ver se gostava das melodias. Belos tempos que já lá vão. Fico emocionada por lhe fazerem uma homenagem que ele tanto merece."
"O Maestro fez-me inúmeras canções que eu cantei com a Orquestra de Variedades que ele dirigia. Só gravei uma que foi Deixem-me Ser Teenager. Além desta escreveu outras como O Amor é Poliglota, Man Kee, e outras que não me ocorrem os nomes mas que nunca foram gravadas. Foi um grande compositor e era uma pessoa muito educada e muito simpatica. Era quase sempre em casa dele que eu ia com o meu pai ouvir as canções que ele fazia e que tocava no seu piano para eu ouvir e ver se gostava das melodias. Belos tempos que já lá vão. Fico emocionada por lhe fazerem uma homenagem que ele tanto merece."
Depois de 1974 a situação deteriora-se e em 75 o maestro que estava prestes a reformar-se (tinha 62 anos) é obrigado a ir para a África do Sul sem direito a qualquer reforma (como aconteceu a muitos portugueses). Felizmente começa a tocar como 2º violino na orquestra sinfónica de Durban da SABC ( South African Broadcasting Corporation). Esta orquestra tocava temas clássicos, muitas vezes acompanhando solistas de renome internacional. Após os primeiros problemas raciais na Africa do Sul, pondera abandonar o País. De visita a um dos seus filhos na Ilha Terceira nos Açores é convidado pelo Governo regional dos Açores a constituir o Conservatório Regional de Angra do Heroísmo. Na altura já exista o Conservatório Regional de Ponta Delgada. Aceitou.
Dedicou-se de alma e coração a este projecto, como sempre fez na sua carreira musical, surgindo uma lista de inscrições de alunos para estudarem música. No Conservatório ficou encarregado de o dirigir e de lecionar Educação Musical e Violino. Depois formou um Quinteto de Cordas e angariou solistas internacionais para, na Sala Nobre do Palácio dos Capitães Generais, tocarem a solo ou com o Quinteto, obras de música clássica, estimulando e incentivando o gosto por este tipo de música.
Dedicou-se de alma e coração a este projecto, como sempre fez na sua carreira musical, surgindo uma lista de inscrições de alunos para estudarem música. No Conservatório ficou encarregado de o dirigir e de lecionar Educação Musical e Violino. Depois formou um Quinteto de Cordas e angariou solistas internacionais para, na Sala Nobre do Palácio dos Capitães Generais, tocarem a solo ou com o Quinteto, obras de música clássica, estimulando e incentivando o gosto por este tipo de música.
Dos Vários solistas que tocaram nesta cidade o virtuoso violinista alemão de renome internacional, Michael Grube,teve grande empatia com o Maestro Artur Fonseca e trocaram correspondência até à morte do Maestro. Na troca de correspondência, Grube pediu ao Maestro para compôr uma pequena obra clássica para ser tocada nas suas digressões pelo Mundo e em homenagem à grande amizade que nutria pelo Maestro. A obra foi composta com muita simplicidade mas muita sensibilidade e à qual ele deu o nome de "Petite Melodie". Esta obra sempre que tocada por Grube,era enviada a folha de sala do concerto, ao seu amigo Maestro ao lado de obras de Paganini, Mozart, Bach, etc. Essas folhas de sala dos concertos pertencem por herança a sua filha Maria Cristina, a quem agradecemos na ajuda que nos deu para a realização desta merecida homenagem.
Após a morte de sua mulher Patricia Warne (uma sulafricana de origem inglesa que ele ternamente tratava por Jane) em 1990, o Maestro sentiu um rude golpe mas continuou nos Açores. Aos 82 anos, e a pedido de sua filha, embora continuasse a dirigir o Conservatório e a lecionar, acabou aceitando vir viver para Lisboa onde dois dos seus três filhos viviam. Na zona de Cascais o Maestro viveu mais um ano. Maria Marques, a minha mãe encontrava-se algumas vezes com ele recordando velhos tempos. Ela tinha um grande carinho por ele, dizia que era um ser humano extraordinário e de grande sensibilidade musical. Aliás isto é lugar comum manifestado por todos os artistas com quem falámos, Gina Antunes, Eulália Maria, Maria da Luz Costa, Maria Antonieta e outros. Faleceu a 16 de Fevereiro de 1995 aos 83 anos. Uma das poucas ou única homenagem que lhe fizeram após a morte foi este singelo concerto de Natal em 2015 na Igreja de Matacães organizado pela Sociedade Filarmónica Ermegeirense com arranjos do maestro Álvaro Reis sobre a obra do Maestro Artur Fonseca e que encontrámos no You Tube.
"Uma Casa Portuguesa" que foi cantada por Sara Chaves e gravada por João Maria Tudela na África do Sul com o Quinteto Dan Hill e internacionalizada por Amália Rodrigues foi a canção que mais versões teve, em inglês, em françês, em espanhol, em italiano e provavelmente noutras línguas. Gloria Lasso cantou-a em espanhol, "Una Casa Portuguesa" e cantou-a em francês com apaptação de Max François, "Quand Je Dance Dans Tes Bras". Aqui existe um episódio interessante com o Maestro. Estando com a mulher de férias no Egipto, estava num restaurante quando o proprietário pôe a tocar "Quand Je Dance Dans Tes Bras". Artur Fonseca nunca tinha ouvido a sua canção em francês, levantou-se e foi pedir ao dono para lhe vender o disco. Este achou estranho e perguntou-lhe porquê. Ele disse que era o autor da música. O egípcio não queria acreditar. Ele mostrou-lhe o passaporte e disse-lhe para ver no disco quem era o autor. Para o egípcio foi uma honra oferecer-lhe o disco. Seguramente que foi comprar outro e aí já poderia dizer que o autor de tão bela música já estivera a comer no seu restaurante.. Frank Pourcel lançou uma versão instrumental. Também Jorge Sepulveda em Espanha e Lydia Scott na Argentina a gravaram. Marisol também a gravou em 64. Também em Itália Wilma de Angelis, o Quarteto vocal Poker Di Voci e Gerardo I Su Complexo. Em França Frederika e Vanda Gloria. No Brasil Gilda Valença, Manuel Monteiro, Caetano Veloso e João Gilberto que agora nos deixou. Em 1984 quando aqui esteve e cantor disse que esta canção representava tão bem a alma portuguesa que deveria ser o verdadeiro Hino Nacional de Portugal.
Em acordeão tocaram Maecel Azzola e Charlie Oleg. Em versões instrumentais ainda sabemos de Jacques Hélian, Hubert Rostring,Henri Rossotti, Eddie Barclay, Noel Chiboust Porcel, Reginald Conway e a orquestra de Nelson Riddle,"House of Portugal" em 1958 e que em 1956 tinha levado "Lisboa Antiqua" ao 1ºlugar do Top americano. Até o caboverdiano Johnny Rodrigues & Orquestra a tocaram e cantaram. Rodrigues já tinha levado na Holanda em 1974 a canção "Oh Malhão Malhão" ao primeiro lugar do Top com o nome "Hey Malyo" e cantou com Amália em Amesterdão "Ai Valentim". Centenas de outros a cantaram também Los Espanholes a cantavam em Lourenço Marques quando eram a atração no Hotel Polana no final dos anos 50 início dos anos 60 ou mais recentemente a Claudia Pastoreli . Também a gravou Shegundo Galarza e muitos outros. É ponto assente em qualquer reunião de portugueses por essa diáspora fora ela é cantada e até Natércia Barreto a canta quando participa desses encontros. Mesmo quando cá esteve para participar num programa da TV com Catarina Furtado, nos encontrámos na ex Casa de Fados de sua amiga Alexandra, Marquês da Sé e aí a cantou. Mas muitos continuam a cantá-la. Em 1994 no programa infantil Bravo Bravíssimo a jovem Ana Margarida deu um verdadeiro show em Cremona, Itália quando a cantou (video). Roberto Leal, Tony Carreira, Maja Milinkovic, Maria La Ceo, a italiana Elisa Ridolfi com Pepe Servillo (video) e tantos outros.
Da sua discografia fazem parte apenas poucas dezenas de músicas das muitas centenas que compôs mas que nunca foram gravadas. Outras nem cantadas chegaram a ser. São apenas partituras.
Kanimambo foi o seu 2º e maior sucesso a nível mundial. João Maria Tudella deu-lhe expressão. O conjunto sul africano do Maestro Dan Hill tocou-o, Los Españoles que tocavam no Hotel Polana em Lourenço Marques deram-lhe um ritmo mais frenético e levaram-no pelo mundo. Um dos maiores cantores portugueses, mas claro como era normal neste cantinho da Europa, um desconhecido, no então "Portugal do nariz empinado" da época, Eduardo Jaime gravou com a Orquestra sul africana de Archie Silansky, o álbum "Eduardo Meets Archie At The Club Português" e convidou a cantora sul africana Judy Page para algumas das canções entre as quais "Kanimambo". Do disco fazem parte quer em Medley ou isoladas, "Moçambique", "Uma Casa Portuguesa", "Canção de Angola, "Hambanine" e "Kanimambo". Shegundo Galarza e a sua orquestra lançou o álbum "Saudades de Moçambique"com o "Melhor de Artur Fonseca" (12 das suas melhores composições). Os Irmãos Catita, um grupo humorista de João Manuel Vieira ( Ena Pá 2000) ainda hoje nos seus espectáculos a cantam ou o "Holiday in Lourenço Marques". Talvez "Moçambique" tenha sido o seu 3º maior sucesso a nível internacional porque após a independência do País os portugueses/moçambicanos a levaram pelas cinco partes do mundo fazendo dela o seu hino.
Kanimambo foi o seu 2º e maior sucesso a nível mundial. João Maria Tudella deu-lhe expressão. O conjunto sul africano do Maestro Dan Hill tocou-o, Los Españoles que tocavam no Hotel Polana em Lourenço Marques deram-lhe um ritmo mais frenético e levaram-no pelo mundo. Um dos maiores cantores portugueses, mas claro como era normal neste cantinho da Europa, um desconhecido, no então "Portugal do nariz empinado" da época, Eduardo Jaime gravou com a Orquestra sul africana de Archie Silansky, o álbum "Eduardo Meets Archie At The Club Português" e convidou a cantora sul africana Judy Page para algumas das canções entre as quais "Kanimambo". Do disco fazem parte quer em Medley ou isoladas, "Moçambique", "Uma Casa Portuguesa", "Canção de Angola, "Hambanine" e "Kanimambo". Shegundo Galarza e a sua orquestra lançou o álbum "Saudades de Moçambique"com o "Melhor de Artur Fonseca" (12 das suas melhores composições). Os Irmãos Catita, um grupo humorista de João Manuel Vieira ( Ena Pá 2000) ainda hoje nos seus espectáculos a cantam ou o "Holiday in Lourenço Marques". Talvez "Moçambique" tenha sido o seu 3º maior sucesso a nível internacional porque após a independência do País os portugueses/moçambicanos a levaram pelas cinco partes do mundo fazendo dela o seu hino.
Composições conhecidas gravadas em disco: Inscritas no SPA (embora não possamos garantir que este cumpra as suas funções de defesa dos interesses dos autores, pois as queixas de artistas sao demasiadas).
Adeus Cidade, Agora Que Para Sempre Te Perdi, Bayette, Beira, Canção de Angola, Canta Cidade, Cravos de Espanha, Deixem-me Ser Teenager, Dizes que gostas de Mim, Eh Uene, Hambanine, Holiday in Lourenço Marques, Inhambane, Kanimambo, Kuhaer, Lourenço Marques, Lourenço Marques menina, Macala, Magaiça, Marchinha de Moçambique, O Meu Chapéu, Moçambique, Mulata, Natal Negro, Obrigado Moçambique, Petite Melodie (tema clássico), Piri Piri, Polana, Triste Viuvinha, Uma Estrela Falou, Xicuembo e Uma Casa Portuguesa.
Adeus Cidade, Agora Que Para Sempre Te Perdi, Bayette, Beira, Canção de Angola, Canta Cidade, Cravos de Espanha, Deixem-me Ser Teenager, Dizes que gostas de Mim, Eh Uene, Hambanine, Holiday in Lourenço Marques, Inhambane, Kanimambo, Kuhaer, Lourenço Marques, Lourenço Marques menina, Macala, Magaiça, Marchinha de Moçambique, O Meu Chapéu, Moçambique, Mulata, Natal Negro, Obrigado Moçambique, Petite Melodie (tema clássico), Piri Piri, Polana, Triste Viuvinha, Uma Estrela Falou, Xicuembo e Uma Casa Portuguesa.
Composições gravadas em disco: Não inscritas no SPA
Natal, Tome Lá Dê Cá, Amo o Amor, Cântico À Vida Que Deus Me Deu, Ameaça, Pago-te a Dobrar, Santa Carolina
Natal, Tome Lá Dê Cá, Amo o Amor, Cântico À Vida Que Deus Me Deu, Ameaça, Pago-te a Dobrar, Santa Carolina
Composições nunca gravadas em disco: Gravadas no RCM
Flor de Algodão, Lourenço Marques à Noite, Menina da Mini Saia, Menina do Iô Iô, Amor Poliglota, Man Kee, Acácias vermelhas, Ai O Amor, Rua Araújo, Fado de Lourenço Marques, Cidade Feitiço, Dança Portuguesa, Fado de Moçambique, Marcha do Clube dos Lisboetas, Polana Veste de Saia Azul, Valsa da Meia Noite.
Nota: Muitas mais haverá mas o facto de não termos tido oportunidade durante uns meses de aceder ao acervo de Artur Fonseca limitou um pouco o trabalho. No entanto essa situação está prometida para uma ocasião futura e prometemos completá-la.
Flor de Algodão, Lourenço Marques à Noite, Menina da Mini Saia, Menina do Iô Iô, Amor Poliglota, Man Kee, Acácias vermelhas, Ai O Amor, Rua Araújo, Fado de Lourenço Marques, Cidade Feitiço, Dança Portuguesa, Fado de Moçambique, Marcha do Clube dos Lisboetas, Polana Veste de Saia Azul, Valsa da Meia Noite.
Nota: Muitas mais haverá mas o facto de não termos tido oportunidade durante uns meses de aceder ao acervo de Artur Fonseca limitou um pouco o trabalho. No entanto essa situação está prometida para uma ocasião futura e prometemos completá-la.
Francisco Manuel Naia Tonicher nasceu a 27 de Dezembro de 1940 na Estação de Ourique-Gare, Concelho de Castro Verde onde o seu pai era Chefe de Estação. Aos 3 anos a família mudou-se para Aljustrel, onde esteve até aos 16 anos. Foi aluno de Zeca Afonso. Seu pai, Feliciano Tonicher (1895-1991) para além de ferroviário era Maestro e compositor e não teria sido difícil incutir nos filhos o gosto pela música.
Em 1965 vai para a tropa, indo para Angola, onde fica até 1968. Em 1969 sua irmã Elisete Tonicha e sua prima Tonicha já fazem parte do elenco musical da Emissora Nacional. Com o seu apoio consegue gravar um disco para a RCA. Vai ao Zip Zip. |
HOMENAGEANDO FRANCISCO NAIA
Desse disco, um EP, constavam 4 baladas de sua autoria. O título ficou "Barco Novo". Os acompanhamentos foram de Fernando Alvim e Pedro Caldeira Cabral.
Em 1970 grava mais 2 EPs, "Amigo João" que inclui já uma pequena orquestra dirigida por Filipe de Brito e obtém grande sucesso. Depois "Canto Suão" que inclui o tema "Oh Moças Façam Arquinhos", outro grande sucesso, sempre de sua autoria. |
Em 1972 sai o último EP da RCA, "Porque Teimas em Voar". É nesse ano que vai assinar com a nova editora Sassetti. que lançara como primeiro disco uma obra de Lopes Graça, mas uma jogada de última hora faz com que assine pela também nova Imavoz. Grava o álbum "Cantos Livres e Contos Velhos" e do qual se extraem depois os singles "Amigo, Meu Amigo" em 73 e em 74 "Barquinha Vai, Barquinha Vem" uma crítica a Marcelo Caetano. Compôs depois música para poemas de Joaquim Pessoa e para a peça "Felizmente Há Luar" de Luís de Stau Monteiro apresentado no TEB (Teatro de Ensaio do Barreiro) construindo poemas e músicas como, por exemplo, "Há Uma Rosa Vermelha".
Toda esta actividade vai tendo enquanto, primeiro como funcionário da CP, Sonap e depois do Grupo Totta. É também nesse tempo que termina o seu curso de Filologia Germânica iniciado antes do serviço militar, além disso já è casado e pai de 2 filhos o que o obriga a uma grande gestão do tempo. Também canta pelo País com Fanhais, Zeca e Adriano e outros. Depois do 25 de Abril ainda participa em muitas actividades colectivas com os antigos e novos companheiros mas vai-se desiludndo com o novo rumo dos acontecimentos e à política editorial aplicada pelas editoras Agora vai dedicar-se mais à actividade de professor no Concelho de Almada.
Toda esta actividade vai tendo enquanto, primeiro como funcionário da CP, Sonap e depois do Grupo Totta. É também nesse tempo que termina o seu curso de Filologia Germânica iniciado antes do serviço militar, além disso já è casado e pai de 2 filhos o que o obriga a uma grande gestão do tempo. Também canta pelo País com Fanhais, Zeca e Adriano e outros. Depois do 25 de Abril ainda participa em muitas actividades colectivas com os antigos e novos companheiros mas vai-se desiludndo com o novo rumo dos acontecimentos e à política editorial aplicada pelas editoras Agora vai dedicar-se mais à actividade de professor no Concelho de Almada.
Em 1976 começa a preparar para a Sassetti o álbum "Cá P´ra Gente" com orquestrações de Jorge Palma. Este entretanto vai ao Brasil e não volta, pelo que Pedro Osório o responsável na Sassetti agarra no projecto. Entretanto Jorge Palma regressa e faz os arranjos do que faltava. Daí que na ficha técnica as orquestrações e arranjos sejam dos dois. Este álbum tem uma característica muito particular pois as canções que Naia escreveu e musicou eram baseadas em notícias que saíam na Imprensa da época. Porém quando o álbum estava para sair, sobrepôs-se o álbum de Fausto "Por Este Rio Acima" e a Sassetti investiu tudo nesse projecto em que muito acreditava. Daí as razões para que um álbum que começa a ser trabalhado em 1976 só venha a ver a luz do dia em 1979. Considermos no entanto que dada a sua qualidade deveria ser reeditado em CD.
Depois participa no 1º Festival da Nova Canção de Lisboa realizado no Castelo de S. Jorge com a canção de Hélia Correia e Afonso Dias "De Lisboa em Lisboa" onde obtém o 3º lugar.
Depois diminui a sua actividade dedicando-se mais ao ensino, embora nunca tivesse deixado de colaborar com muitas colectividades e associações que sempre o queriam convidar.
Depois participa no 1º Festival da Nova Canção de Lisboa realizado no Castelo de S. Jorge com a canção de Hélia Correia e Afonso Dias "De Lisboa em Lisboa" onde obtém o 3º lugar.
Depois diminui a sua actividade dedicando-se mais ao ensino, embora nunca tivesse deixado de colaborar com muitas colectividades e associações que sempre o queriam convidar.
Em 84 faz os poemas e a banda sonora do filme "A Noite e a Madrugada" baseado no romance de Fernando Namora com realização de Artur Ramos. Colabora numa curta metragem de Aigusto Cabrita sobre o rio Tejo. Também, para a TV colabora numa peça inspirada no tema "O Chefe" onde entra como actor e cantor com o tema que fez para seu pai que fôra Chefe de Estação da CP. Também colabora nas peças para a RTP, "O Relógio Mágico" e "Era Uma Vez Um Dragão".
Na década de 90 também entrou como actor cantor na peça "Jeremias" de Luís Vicente. Percorreram o País incluindo os Açores. Foi um grande êxito. Na Expo 98 também entrou em vários espectáculos e foi ele que a encerrou com "Tenho Arcos Tenho Remos" e " Voltarei Ao Alentejo".
Depois de vários anos sem gravar, mas nunca deixando de se apresentar com vários e bons músicos, como num projecto com João Pimentel, "Cantos de Memória", ou "Canções Que Fizeram Abril" com muitos dos antigos companheiros.
Só em 2004 volta a gravar colaborando num CD da Universal, "Manhã Clara". Em 2005 volta a gravar o seu CD "Cantes d'Álém Tejo" numa edição de autor. Em 2009 lança um excelente álbum "De Sol a Sul" e em 2010 o CD "Encartes" gravado com o Grupo Coral dos Mineiros do Lousal. Em 2012 sai um novo projecto, o álbum " Francisco Naia e a Ronda Campaniça". Em 2015 lança "Nos Cantos da Memória", música popular portuguesa dos séc. XII ao Sec. XIX com Ricardo Fonseca. Em 2019 acaba de lançar o seu CD contendo os quatro primeiros EPs. que gravou.
Ao longo destes últimos cinco anos tem-se apresentado em diversos espectáculos em Almada e outras localidades ora com o tema " Vinte Cançoes com Nomes de Mulher", ora com a Ronda Campaniça, muitas vezes com a colaboração do Ex-Sheik, Edmundo Silva (OP nº 23) ora com a sua nova Banda 4. Tambem em 2013 esteve naquele que consideramos um excelente programa de divulgação da música portuguesa em directo na Antena 1, o "Viva A Música" de Armando Carvalheda.
No dia 2 esteve em Grândola comemorando os 90 anos de José Afonso. No dia 9 e 10 de Agosto apresenta com outros convidados um grande espectáculo no Seixal frente ao restaurante O Bispo. No primeiro dia Fado de Coimbra e Vitor Sarmento e no segundo Francisco Naia e a Banda 4 (Vitor Sarmento, Mário Gramaço, Luís Pires e José Carita) um naipe de excelentes músicos. A sua voz está como o vinho do Porto. Cada vez melhor.
Na década de 90 também entrou como actor cantor na peça "Jeremias" de Luís Vicente. Percorreram o País incluindo os Açores. Foi um grande êxito. Na Expo 98 também entrou em vários espectáculos e foi ele que a encerrou com "Tenho Arcos Tenho Remos" e " Voltarei Ao Alentejo".
Depois de vários anos sem gravar, mas nunca deixando de se apresentar com vários e bons músicos, como num projecto com João Pimentel, "Cantos de Memória", ou "Canções Que Fizeram Abril" com muitos dos antigos companheiros.
Só em 2004 volta a gravar colaborando num CD da Universal, "Manhã Clara". Em 2005 volta a gravar o seu CD "Cantes d'Álém Tejo" numa edição de autor. Em 2009 lança um excelente álbum "De Sol a Sul" e em 2010 o CD "Encartes" gravado com o Grupo Coral dos Mineiros do Lousal. Em 2012 sai um novo projecto, o álbum " Francisco Naia e a Ronda Campaniça". Em 2015 lança "Nos Cantos da Memória", música popular portuguesa dos séc. XII ao Sec. XIX com Ricardo Fonseca. Em 2019 acaba de lançar o seu CD contendo os quatro primeiros EPs. que gravou.
Ao longo destes últimos cinco anos tem-se apresentado em diversos espectáculos em Almada e outras localidades ora com o tema " Vinte Cançoes com Nomes de Mulher", ora com a Ronda Campaniça, muitas vezes com a colaboração do Ex-Sheik, Edmundo Silva (OP nº 23) ora com a sua nova Banda 4. Tambem em 2013 esteve naquele que consideramos um excelente programa de divulgação da música portuguesa em directo na Antena 1, o "Viva A Música" de Armando Carvalheda.
No dia 2 esteve em Grândola comemorando os 90 anos de José Afonso. No dia 9 e 10 de Agosto apresenta com outros convidados um grande espectáculo no Seixal frente ao restaurante O Bispo. No primeiro dia Fado de Coimbra e Vitor Sarmento e no segundo Francisco Naia e a Banda 4 (Vitor Sarmento, Mário Gramaço, Luís Pires e José Carita) um naipe de excelentes músicos. A sua voz está como o vinho do Porto. Cada vez melhor.
Só em 1970 atingem o Top 10 (nº 5) com a canção "That Same Old Feeling" escrito por Tony Macaulay e John MacLeon, senhores de outros grandes êxitos. Atingiu o Top 40 nos Estados Unidos. Depois com "(It´s like a) Sad old Kinda Movie" dos mesmos compositores e atingem o 16º lugar. Depois gravam "Baby" e "I Won't Let You Down" de Les Reed e George Stephens. outra dupla de excelentes compositores mas que só atinge o 27º lugar. Ainda em 70 sai "Day I Remember". Em 72 Polly sai para uma carreira a solo mas ainda grava com Tony (ex. Serachers) um cover dos Abba, "Honey Honey" formando o duo Sweet Dream sem grande sucesso.
Que problema seria se este homem fosse vivo? Apesar da Democracia, já estaria na prisão? A sua poderosa arma não calaria desmandos, roubo e corrupção? Chamaria os bois p'los nomes. Quantas canções mais faria para abrir as consciências dos que teimam em ficar pendurados no passado vendo tudo acontecer, só sabendo maldizer mas sem uma palha mexer. Quantos mais amigos traria com cabeça p'ra pensar. Sua mensagem perdura passados 50 anos e todos batemos palmas com o rabinho entre as pernas, deixando que os maus avancem. Quem somos nós afinal? Burguesinhos bem nutridos dizendo mal dos Vampiros, mas sem lhes fazerem mal, tendo pena das criânças negras brancas amarelas que nunca verão o Sol? Põe a mão na consciência, amigo, palavras leva-as o vento, levanta-te camarada, o lugar dos monstros é na prisão ou dentro de um caixão.
Esta é a minha pequena homenagem a Zeca Afonso
Esta é a minha pequena homenagem a Zeca Afonso
Alive & Kicking foi uma banda formada pelos cantores Pepe Cardona e Sandy Toder em Brooklin, Estados Unidos da América em 1968. No inicio eram 6. Bruce Sudano, teclas, Woody Wilson, baixo, Dave Shearer, viola e Jeff Miller, bateria. Em 70 contratam com a Roulette, a editora de Tommy James. Começam a gravar em estúdio e Tommy James e Bob King preparam uma canção para eles. Só que no final decidem que essa canção serão eles a gravar. Trata-se de "Cristal Blue Persuasion". Para compensarem os Alive escrevem-lhes outra canção, é "Tighter Tighter". Foi gravada em Maio e esteve 16 semanas na Billboard vendendo mais de 1 mulhão de discos. Depois aumentou a pressão para realizarem mais singles mas os valores foram muito inferiores e "Just Let It Come" e "London Bridge" foram fiasco. Problemas com o produtor e entre eles levou o grupo a terminar em 1971.
Em 1976 o grupo volta a reunir-se. Pete Cardona e Jeff Miller continuam assim como John Parisio que ja havia substituido Dave na viola em 1970. De find de 70 até fins de 80 foram tocando pelo País. Pararam mas voltaram a reunir-se. Em 2013 estavam muito activos e agora ainda vão tocando uma vez por outra.
Em 1976 o grupo volta a reunir-se. Pete Cardona e Jeff Miller continuam assim como John Parisio que ja havia substituido Dave na viola em 1970. De find de 70 até fins de 80 foram tocando pelo País. Pararam mas voltaram a reunir-se. Em 2013 estavam muito activos e agora ainda vão tocando uma vez por outra.