Victor Manuel Paes Martins, mais conhecido por Vicky nasceu em Coimbra a 17 de Abril de 1948. Muito cedo foi para Angola uma vez que seu pai foi trabalhar como médico para a Diamang (a maor companhia portuguesa de diamantes) no Dundo, cujo nome actual é Lunda.
Em 1961 vem para Coimbra para o colégio Luís de Camões onde José Cid era também aluno. Por vezes na Festa da "Queima da Raposa" o José Cid tocava acordeon e ele também cantava.
"Uma vez formámos uma banda com o Péricles no piano, o Cepeda na bateria e eu a cantar. Lembro-me que cantei "La Vida Es Una Tombola" da Marisol e "Pide" de Los Tamara". Depois em 64 o Luís Romão e o Luís --- íamos formar o conjunto Os Vikings, mas quando o meu pai soube que eu andava na música recambiou-me outra vez para Angola. Fiquei então interno no colégio Alexandre Herculano em Nova Lisboa. Um dia o meu amigo Luís Martinho , foi-me buscar dizendo que era meu primo para que eu pudesse sair. Na Associação Africana encontrámos um casamento onde estavam a tocar os 4 Ases, que ele conhecia. Era o casamento do baterista. Com eles como convidado estava a tocar o Carlitos ( o Carlos Fausto Bordalo Pinheiro, como o tratávamos). O Luís diz para a malta que eu canto e obrigam-e a saltar para o palco e cantar. Cantei o Twist and Shout, o Twist Again e outras e os tipos ficaram impressionados".
Em 1961 vem para Coimbra para o colégio Luís de Camões onde José Cid era também aluno. Por vezes na Festa da "Queima da Raposa" o José Cid tocava acordeon e ele também cantava.
"Uma vez formámos uma banda com o Péricles no piano, o Cepeda na bateria e eu a cantar. Lembro-me que cantei "La Vida Es Una Tombola" da Marisol e "Pide" de Los Tamara". Depois em 64 o Luís Romão e o Luís --- íamos formar o conjunto Os Vikings, mas quando o meu pai soube que eu andava na música recambiou-me outra vez para Angola. Fiquei então interno no colégio Alexandre Herculano em Nova Lisboa. Um dia o meu amigo Luís Martinho , foi-me buscar dizendo que era meu primo para que eu pudesse sair. Na Associação Africana encontrámos um casamento onde estavam a tocar os 4 Ases, que ele conhecia. Era o casamento do baterista. Com eles como convidado estava a tocar o Carlitos ( o Carlos Fausto Bordalo Pinheiro, como o tratávamos). O Luís diz para a malta que eu canto e obrigam-e a saltar para o palco e cantar. Cantei o Twist and Shout, o Twist Again e outras e os tipos ficaram impressionados".
"Depois vieram as férias e voltei para o Dundo. Quando regressei tinha na Estação uma comissão de recepção que honraria qualquer um. Alguns rapazes de vários conjuntos que me queriam convidar para entrar no seu grupo. Acabei por escolher Os Rebeldes, onde estava o, hoje bem conhecido Fausto (OP nº 74), mas que naquele tempo era o Carlitos. O grupo era formado pelo Manuel Luís (baixo), Carlos Fausto Bordalo Dias (voz e solo), Vicky (ritmo e voz) e Tony Matos (bateria), sequência da foto ao lado de cima para baixo.Mais tarde entrou o Campas Nunes para as teclas.
Em 65 fomos tocar a Luanda num Festival Ié Ié e somos recebidos pelo público de costas (era a velha rivalidade Luanda/Nova Lisboa, como aqui há o Lisboa/Porto e vocês em Moçambique tinham o LM/Beira). Tocámos o "Summertime" na versão dos Sheiks e nem palmas bateram, depois pego na harmónica e começamos o "I Shall Have No Better" e a malta começou a virar-se depois o "A Hard Days Night" e o "Nowerman" e a sala ficou rendida. No Festival do MNF da Maria Supico Pinto os Rocks ganharam, mas na opinião de muita gente nós éramos melhores, aliás no final entregaram-nos o prémio monetário do 1º lugar e a Supico Pinto veio-nos dizer que quem tinha de ir à final em Lisboa eram Os Rocks. As politiquices do regime. Em fim de 66 deixo o grupo pois queria fazer uma carreira a solo. No início de 67 começo a ser acompamhado pelo conjunto Ferrovia. Em 68 faço o conjunto Escape Livre com alguns elementos de Los Pacíficos um grupo da Casa dos Rapazes onde estava o meu amigo Malagueta e outros da "Casa dos Rapazes" uma grande Instituição que havia. Fomos a 1ª banda a tocar Soul em Nova Lisboa. Era o José Maria Coelho no baixo e trumpete, o Rui Carlos Estevão na bateria, o Relvas que já faleceu no Trombone, o Ezequiel (Pepe) na viola solo, o Rui Óscar nas teclas e eu voz e viola ritmo. Em 69 ainda toquei com Os Jovens e Os Black Star".
Em 65 fomos tocar a Luanda num Festival Ié Ié e somos recebidos pelo público de costas (era a velha rivalidade Luanda/Nova Lisboa, como aqui há o Lisboa/Porto e vocês em Moçambique tinham o LM/Beira). Tocámos o "Summertime" na versão dos Sheiks e nem palmas bateram, depois pego na harmónica e começamos o "I Shall Have No Better" e a malta começou a virar-se depois o "A Hard Days Night" e o "Nowerman" e a sala ficou rendida. No Festival do MNF da Maria Supico Pinto os Rocks ganharam, mas na opinião de muita gente nós éramos melhores, aliás no final entregaram-nos o prémio monetário do 1º lugar e a Supico Pinto veio-nos dizer que quem tinha de ir à final em Lisboa eram Os Rocks. As politiquices do regime. Em fim de 66 deixo o grupo pois queria fazer uma carreira a solo. No início de 67 começo a ser acompamhado pelo conjunto Ferrovia. Em 68 faço o conjunto Escape Livre com alguns elementos de Los Pacíficos um grupo da Casa dos Rapazes onde estava o meu amigo Malagueta e outros da "Casa dos Rapazes" uma grande Instituição que havia. Fomos a 1ª banda a tocar Soul em Nova Lisboa. Era o José Maria Coelho no baixo e trumpete, o Rui Carlos Estevão na bateria, o Relvas que já faleceu no Trombone, o Ezequiel (Pepe) na viola solo, o Rui Óscar nas teclas e eu voz e viola ritmo. Em 69 ainda toquei com Os Jovens e Os Black Star".
"O Presidente da Casa das Beiras faz-me então um convite para ir tocar para lá em exclusivo. Não queria, mas o valor era irrecusável. O êxito foi enorme e os convites não paravam de aparecer. Lá consegui chegar a um acordo com ele para poder actuar noutros locais. Depois em 1971 vou para a tropa e também casei. Em 72 nasce o meu filho. Em 73 saio da tropa e vou para a TAP como Comissário de Bordo. Viajava nas viagens de longo curso. Estive em Moçambique, África do Sul e na Rodésia. Quando havia tempo ia sempre ver alguém a tocar e a cantar.
Em Junho de 74 venho para Lisboa e participo na grande ponte aérea que a Tap fez nas colónias. Em Moçambique chegámos a evacuar quase 400 pessoas de Nacala com um Boeing 707 onde nem havia pista de aterragem para um gigante como esse. Foi qualquer coisa de surreal, só com pilotos com muita perícia isto foi possível. Em 75 formo na TAP uma banda, Os Flash, mas o público chamava-nos Os Asas de Portugal. Era o Jorge Bandeira na bateria, João Santos no ritmo, Jorge Castanheira no baixo e eu como solo e voz.
Em Dezembro de 83 formo Os Blue Jeans com os meus dois irmãos. O Fernando no baixo, o Paulo na bateria e eu na viola solo, ritmo e voz. Bepois entrou o Mike Sargent que conheci no Casablanca. Então ficou ele o viola solo e eu apenas ritmo. Pouco depois saíu o Paulo e entrou para a bateria o Emanuel Ramalho (ex Rádio Macau e Street Kids). Estamos em 84 e começam a aparecer os Video Clips. Os Blue Jeans gravaram um dos primeiros Videos musicais que se produziram em Portugal. O Ramalho depois saíu e entrou o Mário João Seia" (ex Beatnicks e Hossana). Mas também lá tocou o Tozé Brito depois dos Gemini acabarem por um curto espaço de tempo até à entrada do Tony Rato para o baixo".
Em Junho de 74 venho para Lisboa e participo na grande ponte aérea que a Tap fez nas colónias. Em Moçambique chegámos a evacuar quase 400 pessoas de Nacala com um Boeing 707 onde nem havia pista de aterragem para um gigante como esse. Foi qualquer coisa de surreal, só com pilotos com muita perícia isto foi possível. Em 75 formo na TAP uma banda, Os Flash, mas o público chamava-nos Os Asas de Portugal. Era o Jorge Bandeira na bateria, João Santos no ritmo, Jorge Castanheira no baixo e eu como solo e voz.
Em Dezembro de 83 formo Os Blue Jeans com os meus dois irmãos. O Fernando no baixo, o Paulo na bateria e eu na viola solo, ritmo e voz. Bepois entrou o Mike Sargent que conheci no Casablanca. Então ficou ele o viola solo e eu apenas ritmo. Pouco depois saíu o Paulo e entrou para a bateria o Emanuel Ramalho (ex Rádio Macau e Street Kids). Estamos em 84 e começam a aparecer os Video Clips. Os Blue Jeans gravaram um dos primeiros Videos musicais que se produziram em Portugal. O Ramalho depois saíu e entrou o Mário João Seia" (ex Beatnicks e Hossana). Mas também lá tocou o Tozé Brito depois dos Gemini acabarem por um curto espaço de tempo até à entrada do Tony Rato para o baixo".
"Nos Blue Jeans tocou muito boa gente, o Chaby e o Edmundo Silva (Onda Pop nº 22) ex Sheiks também lá tocaram durante seis meses em 1987. Nesta época tinha já aberto em Cascais dois bares com música ao vivo, o "Penny Lane e o "Yellow Submarine" onde também tocou connosco o Rui Veloso. Em 88 a Mustang Jeans entrou em contacto comigo para a gravação de um disco. Nesta altura o grupo era eu o Tony Rato, o Mário Seia e o Joaquim O'Neil (ambos tinham tocado nos Jetters e nos Inéditos).
Em 89 entra o Zé Pino (viola solo), o Antonio Mardel (ritmo e voz), o António Faria (baixo), eu e o Mário João Seia. Fizémos "Tours" pelo País tocando com os Trovantes e os Heart Breaker, foi um grande êxito. Depois ainda gravámos para a RTP 20 programas , "Sonhos de Rock", com apresentação de Nuno Quadros Aqui tocaram o John McKenroe (baixo), Fred Mergner (solo), Mário Seia (bateria), Bento César (teclas) e eu ritmo e voz. Tínhamos actuações por todo o país desde salas de espectáculo a festas e bares. Entrámos em vários programa de TV e também do Júlio Isidro e Ana Bola, etc. Tocávamos todo o tipo de música dos anos 50/60 mas mais Elvis e Beatles e daí não termos mãos a medir. Por vezes os músicos mudavam por nem sempre os mesmos estarem disponiveis. Foi assim toda a década de 90. Também formei Os Bluesíades para tocarmos Blues essencialmente".
Em 89 entra o Zé Pino (viola solo), o Antonio Mardel (ritmo e voz), o António Faria (baixo), eu e o Mário João Seia. Fizémos "Tours" pelo País tocando com os Trovantes e os Heart Breaker, foi um grande êxito. Depois ainda gravámos para a RTP 20 programas , "Sonhos de Rock", com apresentação de Nuno Quadros Aqui tocaram o John McKenroe (baixo), Fred Mergner (solo), Mário Seia (bateria), Bento César (teclas) e eu ritmo e voz. Tínhamos actuações por todo o país desde salas de espectáculo a festas e bares. Entrámos em vários programa de TV e também do Júlio Isidro e Ana Bola, etc. Tocávamos todo o tipo de música dos anos 50/60 mas mais Elvis e Beatles e daí não termos mãos a medir. Por vezes os músicos mudavam por nem sempre os mesmos estarem disponiveis. Foi assim toda a década de 90. Também formei Os Bluesíades para tocarmos Blues essencialmente".
"Em 2000 fui para o Brasil gozar a reforma e os Blue Jeans pararam. Volto depois em 2005 e no dia seguinte estou a beber um copo no Duarte Garden e o Assis Ferreira (Onda Pop nºs 18 e 41) que agora dirigia o Casino do Estoril, chega-se ao pé de mim e pergunta-me o que é que eu estou ali a fazer. Digo-lhe que regressei ontem do Brasil e ele diz -Óptimo então vai falar com o Júlio, começas a cantar amanhã. Eh pá, ainda não tenho banda, disse. Arranja. Retorquiu. Assim foi um mês depois eu, o Zé Pino,o Mike Sargent o Tony Rato, o Domingos e o Virgílio começamos a tocar no Casino. Depois em 2007 fomos para o Espaço Lisboa. Em 2014 ainda voltei a actuar com o Tony Rato, o Joaqum O'Neil e o Dario na bateria (tocara nos 6 latinos). Em 2015 e 16 estive mais parado com poucos concertos. Agora faço umas "brincadeiras" com o Kaká Seixas e o Toninho Melo. Somos os Bluff Brothers e cantamos em play back musical. Uma das próximas actuações será dia 18 de Fevereiro no Restaurante Farol em Oeiras".
Os Wallace Collection eram no ano de 1970 uma das melhores bandas a nível mundial e nesta altura (Maio de 70) já havíamos falado neles nas Onda Pop nºs 47, 56, 63, 68 e 72. Significa isto que praticamente contámos toda a sua pequena história e algumas peripécias. Foi dos grupos que mais viagens fez, mas sem resultados financeiros palpáveis. Essa foi uma das causas que levou alguns elementos a deixar o grupo para poderem exercer outras actividades mais bem remuneradas e assim cuidarem de suas famílias. Andaram meses em "Tournée" pela França e Itália fazendo a primeira parte dos espectáculos de Johnny Halliday. Entretanto entraram nesta altura dois novos elementos Van Heeke Denis no violoncelo substituindo Jacques Namotte e Valke John no contrabaixo substituindo Chistian Jansen. Mas ainda tiveram tempo para cantar em dois ou três filmes. Num filme que em 1971 Sergio Gobbi dirigiu e escreveu com Charles Aznavour, onde este também entrava, bem como sua filha Katia, então com 2 anos fazendo o papel de Viviane e de nome "Les Intrus", a música do filme era composta pelo cunhado de Aznavour Georges Gravarentz (grego), que convidou os Wallace.
O mais interessante de tudo isto agora, é apresentar-vos o single dos Wallace Collections que o Pop José Couto fez o favor de facultar, e espantem-se, numa edição impressa em Angola pela Valentim de Carvalho. Capa com Katia, canções "Baby Love" (do filme) e "Think About Tomorrow".
O mais interessante de tudo isto agora, é apresentar-vos o single dos Wallace Collections que o Pop José Couto fez o favor de facultar, e espantem-se, numa edição impressa em Angola pela Valentim de Carvalho. Capa com Katia, canções "Baby Love" (do filme) e "Think About Tomorrow".
Em 71 o grupo termina. Na TV belga ainda fazem um programa. Os videos acima são "Baby I Don't Mind" do primeiro álbum e "Phill" do último show televisivo. Voltaram a juntar-se mais tarde e gravar novo álum e um single, "Velvet Moon". Toda a história do grupo nas Ondas nºs 47, 56, 63, 68 e 72.
Faz a 23 de Fevereiro de 2017, 30 anos que o pai na Nova Música Portuguesa partiu fisicamente. Este ano em todo o Portugal (e não só), se organizam espectáculos em sua homenagem, e é claro que a Onda Pop não poderia deixar passar em claro tal data. Um homem simples, íntegro, com um sentido de igualdade profundo e verdadeiro ( não como o de muitos "revolucionários" para quem somos todos iguais, mas uns são mais iguais que outros). Manteve sempre a sua independência e por isso nunca aceitou pressões para se filiar neste ou naquele Partido, nem aceitou receber prémios e condecorações da Ordem da Liberdade. Entendia, como nós, que se queremos lutar por uma melhor sociedade humanista todos devemos lutar para o mesmo lado defendendo o primário e essencial e ceder nos pormenores que nos dividem. A divisão dos bons sempre foi o privilégio dos maus. Hoje é claro, não sendo panfeletária a sua música e textos, continua actual e a luta contra "Os Vampiros" assume importância extrema, e ainda somos poucos, por isso "Traz Outro Amigo Também" e "Venham Mais Cinco", porque a morte continua a sair à rua encapotada não só politicamente mas económica e financeiramente e os meninos dos bairros pobres continuam a ficar piores. As novas gerações que abram bem os olhos porque hoje a informática faz com toda a facilidade aquilo que teria sido a coroa de glória dos tempos "pidescos" (sem se chatearem). As TVs "encarneiraram" com programas cada vez mais patológicos. Para além de novelas e manhãs e tardes "pirosas" ainda espetam à noite com "sabichões" da política (todos partidários, sim porque gente isenta em Portugal, devem ser só ignorantes) mesas "obtusas" com discussões pseudo-políticas da treta e críticos paranóicos de futebol (e todos eles a ganhar fortunas que o "Zé" paga todo contente). E só falam de Salazar? Está provado que aqui a culpa não era dele. Ah! Passaram 40 anos e subiu a instrução e alfabetização. Fátima e Futebol subiram o Fado e a Família desceram. O único que se manteve foi o outro F.
Cada Povo tem a sua História e a sua Cultura e elas vão-se enriquecendo com o contacto com outras. Portugal que gerou o primeiro sistema de globalização foi sempre dos que melhor se integrou e soube receber. Porém, por vezes frente a Nações mais poderosas seguia outros caminhos menosprezando a sua riqueza cultural. Foram nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Cid (OP nºs 27,32,46,64), Filarmónica Fraude (OP nºs 40,71,73), José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto (OP nº 74), Banda do Casaco (OP nº 69), Carlos Paião e músicos como Júlio Pereira, Rao Kiao, Carlos Paredes e ainda para além de todos estes, poetas como Ary dos Santos ou Manuel Alegre que construiram a Nova Canção Portuguesa. Claro que houve muitos mais, e me perdoem não os ter mencionado, até Os Sheiks e os senhores que dele saíram, mas estes devem gerar unanimidade.
José Afonso viveu e lecionou em Moçambique, aí também aprendeu outros sons e ritmos. Daí termos ido buscar canções que por lá escreveu, como, "Carta a Miguel Djéjé" onde fala de Xipamanine (bairro da actual Maputo) onde de uma lata rectangular de azeite e uma tábua de madeira se fazia uma viola (a Ponta Geia e a Manga eram na cidade da Beira). "Avenida de Angola", era uma grande Av. que saía da cidade de cimento a caminho do Aeroporto e onde se situavam vários bairros de caniço, onde os jovens da cidade tinham em certos locais a sua iniciação sexual. Era assim nos anos 40, 50, 60 do século passado.
José Afonso viveu e lecionou em Moçambique, aí também aprendeu outros sons e ritmos. Daí termos ido buscar canções que por lá escreveu, como, "Carta a Miguel Djéjé" onde fala de Xipamanine (bairro da actual Maputo) onde de uma lata rectangular de azeite e uma tábua de madeira se fazia uma viola (a Ponta Geia e a Manga eram na cidade da Beira). "Avenida de Angola", era uma grande Av. que saía da cidade de cimento a caminho do Aeroporto e onde se situavam vários bairros de caniço, onde os jovens da cidade tinham em certos locais a sua iniciação sexual. Era assim nos anos 40, 50, 60 do século passado.
Mas o primeiro disco que grava é em 1953, o EP "Coimbra" depois em 56 "Fados de Coimbra". Até 63 grava mais 5 EPs de Baladas de Coimbra. Em 64 aparece "Cantares de José Afonso" numa edição Valentim de Carvalho (SLEM 2182) com apoio musical do suspeito do costume, Rui Pato. Dele fazem parte 4 canções suas, "Coro dos Caidos", "Canção do Mar", "Maria" e "Vira de Olhão" (canção popular). O disco é censurado e apreendido. Mas o pretexto não são as canções. Desta vez é a capa. Uma fotografia a preto e branco do fotógrafo Eduardo Varela Pécurto, que por sugestão do creditado fotógrafo Rocha Pato, preparou um cenário com crianças humildes que habitavam nuns casebres de madeira junto ao choupal do Mondego.
O mais interessante é que depois José Afonso vai para Moçambique e a Columbia sul africana, sabendo-o por lá acaba por reeditar o disco com a capa original (SEGJ 23). Em 69 o disco terá uma nova edição portuguesa com outra capa e com "Vila de Olhão" só em instrumental e selo Columbia/EMI (8E 016 - 40023M. Também foi editado um single com as canções "Maria" e "Vila de Olhão" com uma imagem de Maluda na capa.
O mais interessante é que depois José Afonso vai para Moçambique e a Columbia sul africana, sabendo-o por lá acaba por reeditar o disco com a capa original (SEGJ 23). Em 69 o disco terá uma nova edição portuguesa com outra capa e com "Vila de Olhão" só em instrumental e selo Columbia/EMI (8E 016 - 40023M. Também foi editado um single com as canções "Maria" e "Vila de Olhão" com uma imagem de Maluda na capa.
Mas quando em 1965 foi professor no Liceu António Enes de Lourenço Marques (hoje Maputo), o Pop José Couto (OP nº16), que foi seu aluno de Geografia tem uma estória interessante, mas que no final, apesar das boas intenções acabou prejudicando o professor. Ora leiam.
"Em 1965, aluno do então 5º ano (actual 9º) do Liceu António Enes, em Lourenço Marques, vi na pauta que esse ano teria como professor de Geografia e História um tal de José Cerqueira dos Santos, para mim e para os outros colegas de turma, era um desconhecido, só porque a pauta omitiu o segundo nome...Afonso.
Soubemos mais tarde que esse professor tinha sido proibido de ensinar no então Continente e desterrado em Moçambique, sob a condição, da PIDE, de não se meter em política. No primeiro dia de aulas gostámos logo dele,com o seu ar displicente, penteando-se com os dedos e com um sorriso afável e cúmplice. Era um professor diferente e portanto ficámos logo curiosos e encantados com esse feitiço. Apresentou-se com uma certa timidez e omitiu a sua actividade no mundo das cantigas.
Um dia, na discoteca Bayly, em Lourenço Marques, o nosso colega Guilheme da Silva Pereira descobriu um disco do "Dr. José Afonso em Baladas de Coimbra",com a foto do nosso professor na contra capa, com músicas como "Os Vampiros"e "Menino do Bairro Negro". O Guilherme quase enlouqueceu e comprou o disco. No dia seguinte falou connosco e resolvemos fazer uma surpresa ao professor. No Rádio Clube de Moçambique havia um programa, tipo "Quando o Telefone Toca" que consoante o número de telefonemas para determinado disco, organizava uma espécie de Hit-Parade no final da semana. Então combinámos que íriamos todos telefonar para o RCM e pedir o disco do Dr. Jose Afonso. Começámos por pedir "Os Vampiros" e foi-nos dito que não podíamos porque essa música estava proibida. Aguçados com este argumento voltámos à carga com o "Menino do Bairro Negro" para a qual o RCM não tinha recebido qualquer restrição".
"Em 1965, aluno do então 5º ano (actual 9º) do Liceu António Enes, em Lourenço Marques, vi na pauta que esse ano teria como professor de Geografia e História um tal de José Cerqueira dos Santos, para mim e para os outros colegas de turma, era um desconhecido, só porque a pauta omitiu o segundo nome...Afonso.
Soubemos mais tarde que esse professor tinha sido proibido de ensinar no então Continente e desterrado em Moçambique, sob a condição, da PIDE, de não se meter em política. No primeiro dia de aulas gostámos logo dele,com o seu ar displicente, penteando-se com os dedos e com um sorriso afável e cúmplice. Era um professor diferente e portanto ficámos logo curiosos e encantados com esse feitiço. Apresentou-se com uma certa timidez e omitiu a sua actividade no mundo das cantigas.
Um dia, na discoteca Bayly, em Lourenço Marques, o nosso colega Guilheme da Silva Pereira descobriu um disco do "Dr. José Afonso em Baladas de Coimbra",com a foto do nosso professor na contra capa, com músicas como "Os Vampiros"e "Menino do Bairro Negro". O Guilherme quase enlouqueceu e comprou o disco. No dia seguinte falou connosco e resolvemos fazer uma surpresa ao professor. No Rádio Clube de Moçambique havia um programa, tipo "Quando o Telefone Toca" que consoante o número de telefonemas para determinado disco, organizava uma espécie de Hit-Parade no final da semana. Então combinámos que íriamos todos telefonar para o RCM e pedir o disco do Dr. Jose Afonso. Começámos por pedir "Os Vampiros" e foi-nos dito que não podíamos porque essa música estava proibida. Aguçados com este argumento voltámos à carga com o "Menino do Bairro Negro" para a qual o RCM não tinha recebido qualquer restrição".
"Foram tantos os telefonemas que logo nessa semana o Dr. José Afonso saltou para o 1º lugar. A brincadeira repetiu-se por mais duas ou três semanas: 1º lugar para..."Menino do Bairro Negro".
Então com tanto sucesso, a PIDE acordou e foi ao RCM confiscar o disco, e julgando que tinha sido o professor que incentivara os alunos a tal acto anti-fascista, chamou-o e avisou-o que o recambiariam para a metrópole (nome por que era chamado Portugal no Continente Europeu), com a ameaça de o proibirem de leccionar ou até prendê-lo. O Dr. José Afonso ficou estupefacto pois não sabia de nada e ainda não se apercebera desse sucesso estrondoso, mas a PIDE obviamente não acreditou.
Sem sabermos dessa investida da PIDE tentámos na semana seguinte voltar a votar no mesmo disco e aí recebemos a informação do RCM de que o disco tinha sido proibido. Então o Guilherme decidiu levar o disco ao professor que espantado lhe perguntou " Onde é que arranjaste isto?". Explicámos-lhe o que se tinha passado. O espanto do mestre era legítimo - ele fora expulso de Portugal e proscrito das Rádios justamente por causa daquele disco e das posições que defendia em defesa dos desprotegidos e perseguidos políticos. Pediu-nos para não falarmos mais sobre esse assunto ali no Liceu, pois poderiamos criar problemas para ele e para nõs. Acatámos a sua recomendação e pedimos-lhe para tirar uma foto com ele como recordação desse grande acontecimento para as nossas ainda jovens vidas.
Nesta foto, que publicamos, para além do Guilherme estão o Alvoeiro, o Sílvio, o Chen, o José Eduardo Barreiros, o Cal Brandão e o Ivo Garrido (que mais tarde foi dirigente estudantil da AAM e na Frelimo, Ministro da Saúde da República Popular de Moçambique), entre tantos outros nomes de que me já não recordo. Curiosamente eu não estou na foto, porque altos interesses de saias se levantaram (ou me faziam levantar!) e...eu raspara-me".
Então com tanto sucesso, a PIDE acordou e foi ao RCM confiscar o disco, e julgando que tinha sido o professor que incentivara os alunos a tal acto anti-fascista, chamou-o e avisou-o que o recambiariam para a metrópole (nome por que era chamado Portugal no Continente Europeu), com a ameaça de o proibirem de leccionar ou até prendê-lo. O Dr. José Afonso ficou estupefacto pois não sabia de nada e ainda não se apercebera desse sucesso estrondoso, mas a PIDE obviamente não acreditou.
Sem sabermos dessa investida da PIDE tentámos na semana seguinte voltar a votar no mesmo disco e aí recebemos a informação do RCM de que o disco tinha sido proibido. Então o Guilherme decidiu levar o disco ao professor que espantado lhe perguntou " Onde é que arranjaste isto?". Explicámos-lhe o que se tinha passado. O espanto do mestre era legítimo - ele fora expulso de Portugal e proscrito das Rádios justamente por causa daquele disco e das posições que defendia em defesa dos desprotegidos e perseguidos políticos. Pediu-nos para não falarmos mais sobre esse assunto ali no Liceu, pois poderiamos criar problemas para ele e para nõs. Acatámos a sua recomendação e pedimos-lhe para tirar uma foto com ele como recordação desse grande acontecimento para as nossas ainda jovens vidas.
Nesta foto, que publicamos, para além do Guilherme estão o Alvoeiro, o Sílvio, o Chen, o José Eduardo Barreiros, o Cal Brandão e o Ivo Garrido (que mais tarde foi dirigente estudantil da AAM e na Frelimo, Ministro da Saúde da República Popular de Moçambique), entre tantos outros nomes de que me já não recordo. Curiosamente eu não estou na foto, porque altos interesses de saias se levantaram (ou me faziam levantar!) e...eu raspara-me".
"Imaginem o resultado no fim do ano lectivo. A PIDE decretou novo exílio ao professor, que foi ensinar para o Liceu Pêro da Naia, na cidade da Beira, em Moçambique, para mais tarde ser recambiado para Portugal e banido do ensino em definitivo. Uma inocente brincadeira-surpresa que surpreendeu negativamente a vida do nosso Dr. José Afonso.
Quando conto esta estória ou digo que o Zeca Afonso foi meu professor, perguntam-me invariàvelmente se ele cantava nas aulas e a resposta é de que nunca fez questão de tal, e mesmo se lhe pedimos, recusou-se sempre a fazê-lo. Ensino era ensino, política era política. Aliás ele sempre foi uma pessoa muito reservada e que gostava de passar depercebido, pelo que me recorde, e enquanto na sua estadia em Lourenço Marques, o Zeca só tocou uma vez ao vivo para angariar fundos para o Cine Clube de Lourenço Marques então dirigido pelo advogado Dr. Carlos Adrião Rodrigues (real defensor de um Moçambique independente, ao contrário na época do seu colega Dr. Almeida Santos)".
Carta da Polícia Internacional de Defesa do Estado ao Gabinete do Ministro do Interior sobre a apreensão do disco 45 RPM com as Canções "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro" em Julho de 1965.
Quando conto esta estória ou digo que o Zeca Afonso foi meu professor, perguntam-me invariàvelmente se ele cantava nas aulas e a resposta é de que nunca fez questão de tal, e mesmo se lhe pedimos, recusou-se sempre a fazê-lo. Ensino era ensino, política era política. Aliás ele sempre foi uma pessoa muito reservada e que gostava de passar depercebido, pelo que me recorde, e enquanto na sua estadia em Lourenço Marques, o Zeca só tocou uma vez ao vivo para angariar fundos para o Cine Clube de Lourenço Marques então dirigido pelo advogado Dr. Carlos Adrião Rodrigues (real defensor de um Moçambique independente, ao contrário na época do seu colega Dr. Almeida Santos)".
Carta da Polícia Internacional de Defesa do Estado ao Gabinete do Ministro do Interior sobre a apreensão do disco 45 RPM com as Canções "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro" em Julho de 1965.
Mas os Pops não se ficam por aqui. José Manuel Santos (OP nº16) tinha 7 anos e vivia em Coimbra. No mesmo prédio vivia José Afonso e também a irmã de Menano. Um belo dia Zeca caminhava apressado, entrou a correr no prédio e o pai do Zé Manel abriu-lhe a porta, Zeca entrou e agradeceu. José Manuel nunca percebeu o que se teria passado, aí uns 15 minutos depois voltou a agradecer e saíu. Estávamos em 1956. O Zé viveu aí até aos 13 anos e diz que conviveu mais com Menano que ia visitar a irmã. Em 1965 foi para Moçambique no paquete da CNN de nome "Moçambique. Quem viajou no mesmo navio? Precisamente Menano e aí as conversas já eram outras.
Luís Arriaga (OP nº 16) foi o único Pop original que teve um contacto maior com José Afonso uma vez que ambos pertenciam à mesma editora discográfica, pedimos-lhe um comentário à distância de um "canguru".
"Zeca era um homem profunda e sinceramente humilde e muito humano. Era um cantor muito inseguro sempre dependente dos comentários de duas ou três pessoas influentes, a mulher Zita e os amigos músicos Fausto e Júlio Pereira. Era uma pessoa extremamente exigente com determinadas condições externas das quais hipotèticamente dependia a sua condição como intérprete, designadamente o grau de humidade. Estivessem envolvidas muitas ou poucas pessoas para as gravações, o Zeca interrompia se se apercebesse que o grau de humidade ultrapassava os 90%. Mesmo que só faltasse gravar um tema, ele interrompia e regressava a Setúbal, onde vivia, e deixava penduradas as pessoas todas. O trabalho prosseguiria noutro dia ou na semana seguinte e não queria saber das conveniências ou inconveniências entretanto provocadas. Eu vi adiadas algumas sessões de gravação minhas, exactamente por causa desta sua característica".
E que mais podemos dizer. Um nome até aqui não referido e que teve grande mportância nas suas canções foi Rui Pato. Era muito jovem quando começou a acompanhá-lo, mas depois foi ele o responsável por muitos dos arranjos das suas canções. Muita coisa, é claro, poderíamos continuar a contar. Por exemplo que ele cantou um grande poeta que viveu e morreu em Moçambique, Reinaldo Ferreira (filho do Repórter X, e tão pouco lembrado). "Menina dos Olhos Tristes" do mesmo poeta que escreveu "Uma Casa Portuguesa" (OP nº 13).
Quanto à senha do 25 de Abril de 1974, já contámos parte na OP nº 11 no artigo do locutor Eugénio Corte Real, mas por coincidência, é já na próxima Onda que sairá a entrevista ao sonorizador (agora realizador) Manuel Tomás, dono do programa "Limite" onde a mesma foi lida. "Grandola" foi a solução possível (bónus da Censura). Leite Vasconelos leu-a em gravação sem saber para o que era. O trio ELMO havia desertado de Moçambique em 1973.
E agora quem temos aqui ? O primeiro erro na página é que a foto de Dana saíu na caixa do concurso tendo a foto do concurso saído no artigo de Dana. Mas é um conjunto holandês fácil de descobrir. Em 86 os rapazes ainda brilhavam como se vê pela foto. Mas para ser mais fácil colocamos também a partitura da música que foi o seu maior êxito. Se não adivinharem será certamente por falta de chá. |
João Balula Cid nasceu a 28 de Abril de 1957 e faleceu em Lisboa a 17 de Janeiro de 2017 vítima de cancro.
Grande pianista e arranjador criou um estilo próprio onde o Clássico e o Jazz estavam sempre presentes.
Começou a estudar música no Colégio Moderno e depois no Colégio Militar. Frequentou o Conservatório Nacional e em Toronto no Canadá o Royal Conservatory of Music. Em 80 na Universidade de Montclair em New Jersey (Estados Unidos da América) foi aluno deKonrad Wolf, grande pianista e musicólogo. Esteve ainda na Columbia University em Nova York onde se diplomou como "Master of Fine Arts in Arts Administration".
Depois em Portugal esteve sempre muito presente na Televisão onde actuou nos mais diversos programas, desde a "Praça da Alegria" ao "Natal dos Hospitais".Foi o Director Musical e pianista do programa de Júlio Isidro "A Outra Fase da Lua". Na RDP Internacional fez todos os programas (mais de 150) do "Jardim das Estrelas".
Em 1998 concorre ao Festival da Canção RTP com um tema de sua autoria "Saudade que eu sou" e letra de José Fanha, interpretado por Carlos Évora obendo o º lugar.
Em 1999 sai o seu primeiro CD "On Brodway" e a sua arte passa a ser música ouvida nos aviões da TAP.
Nota: Videos o tema de "O Outro Lado da Lua" e "Menino de Oiro" cantado por Júlio Costa do Trio Odemira.
Grande pianista e arranjador criou um estilo próprio onde o Clássico e o Jazz estavam sempre presentes.
Começou a estudar música no Colégio Moderno e depois no Colégio Militar. Frequentou o Conservatório Nacional e em Toronto no Canadá o Royal Conservatory of Music. Em 80 na Universidade de Montclair em New Jersey (Estados Unidos da América) foi aluno deKonrad Wolf, grande pianista e musicólogo. Esteve ainda na Columbia University em Nova York onde se diplomou como "Master of Fine Arts in Arts Administration".
Depois em Portugal esteve sempre muito presente na Televisão onde actuou nos mais diversos programas, desde a "Praça da Alegria" ao "Natal dos Hospitais".Foi o Director Musical e pianista do programa de Júlio Isidro "A Outra Fase da Lua". Na RDP Internacional fez todos os programas (mais de 150) do "Jardim das Estrelas".
Em 1998 concorre ao Festival da Canção RTP com um tema de sua autoria "Saudade que eu sou" e letra de José Fanha, interpretado por Carlos Évora obendo o º lugar.
Em 1999 sai o seu primeiro CD "On Brodway" e a sua arte passa a ser música ouvida nos aviões da TAP.
Nota: Videos o tema de "O Outro Lado da Lua" e "Menino de Oiro" cantado por Júlio Costa do Trio Odemira.
Fez parceria com o tenor Carlos Guilherme fazendo também os arranjos e produção do CD "É Natal". Gravou também os álbuns (CDs) "At The Movies" (a solo) e "Trovas e Baladas - Tributo a José Afonso" com o tenor Victor Almeida e Silva. " Pintei Versos, Escrevi Quadros" é um CD onde empresta a música à poesia de Motta Machado, dita por nomes como Maria Barroso, Rosa Lobato Faria, Victor de Sousa e José Fanha, depois "Canções da República - o que se ouvia entre 1889 e 1927" com o tenor Carlos Guilherme. Também participou em CDs da Fúria do Acúcar, de António Pinto Basto e José Gonçalez e de Victor Espadinha que gravou algumas das suas composições.
Percorreu quase todo o Mundo, Estados Unidos, Canadá, a Europa, Rússia, Cazaquistão, Macau, Timor e Austrália foram alguns dos locais por onde andou. Em 91 na Alemanha foi convidado como director musical e pianista do Hotel Kempinsky em Berlim. De 93 a 96 tocou como solista no Casino do Estoril.
Descontente com o tratamento que em Portugal davam aos artistas e com pouco trabalho pela frente, rumou à Noruega em 2008 onde trabalhou numa fábrica de bacalhau. Volta a Portugal forma o Trio Balula Cid e vai dando espectáculos e acompanhando muitos cantores, como é por 2013 o caso do restaurante "Cantinho do Jorge" na Charneca da Caparica onde fomos encontrar alguns videos no You Tube feitos pela TV Almada. Muitos e bons aristas como Carlos Guilherme, Adelaide Ferreira, Júlio Costa do Trio Odemira, com ele aí cantaram.
A Câmara de Almada tinha acabado de o homenagear em 22 de Março de 2016, pelos 40 anos de actividade com um grande espectáculo na Academia Almadense "40 Anos de Músicas" com apresentação de Júlio Isidro e colaboração de mais 40 artistas que generosamente quizeram colaborar.
Nota: Videos Carlos Guilherme no Cantinho do Jorge e homenagem dos 40 anos na Academia Almadense.
Percorreu quase todo o Mundo, Estados Unidos, Canadá, a Europa, Rússia, Cazaquistão, Macau, Timor e Austrália foram alguns dos locais por onde andou. Em 91 na Alemanha foi convidado como director musical e pianista do Hotel Kempinsky em Berlim. De 93 a 96 tocou como solista no Casino do Estoril.
Descontente com o tratamento que em Portugal davam aos artistas e com pouco trabalho pela frente, rumou à Noruega em 2008 onde trabalhou numa fábrica de bacalhau. Volta a Portugal forma o Trio Balula Cid e vai dando espectáculos e acompanhando muitos cantores, como é por 2013 o caso do restaurante "Cantinho do Jorge" na Charneca da Caparica onde fomos encontrar alguns videos no You Tube feitos pela TV Almada. Muitos e bons aristas como Carlos Guilherme, Adelaide Ferreira, Júlio Costa do Trio Odemira, com ele aí cantaram.
A Câmara de Almada tinha acabado de o homenagear em 22 de Março de 2016, pelos 40 anos de actividade com um grande espectáculo na Academia Almadense "40 Anos de Músicas" com apresentação de Júlio Isidro e colaboração de mais 40 artistas que generosamente quizeram colaborar.
Nota: Videos Carlos Guilherme no Cantinho do Jorge e homenagem dos 40 anos na Academia Almadense.
Faleceu um grande músico e fadista.
José Pracana nasceu a 18 de Março de 1946 em Ponta Delgada, na Ilha de S. Miguel, Açores. Foi ainda na sua bela ilha que faleceu, vítima de ataque cardíaco ainda no ano passado e logo a seguir ao Natal ( 26 de Dezembro). Retirara-se para a sua Terra Natal em 2013 quando descobriu que tinha um cancro na garganta.
Era, culturalmnte uma das grandes cabeças conhecedora do Fado e da sua História.
Em 1964 era já um entusiasta da guitarra portuguesa e torna-se um virtuoso. Acompanha grandes fadistas com Alfredo Marceneiro, a grande Teresa Tarouca, D. Vicente da Câmara, Manuel de Almeida, João Ferreira Rosa e muitos outros. Em 69 vai tomar conta do Restaurante Arreda em Cascais, mas em 72 sai e passa a ser funcionário da TAP. Um dos primeiros programas de Televisão onde participa é o "Zip Zip" em 1969. Também actuará no "Curto Circuito" em 70, no "1, 2, 3", em 85, "Noites de Gala" em 87, "Piano Bar" em 88, "Regresso ao Passado" em 91, "Zona Mais" em 95 e muitos outros.
José Pracana nasceu a 18 de Março de 1946 em Ponta Delgada, na Ilha de S. Miguel, Açores. Foi ainda na sua bela ilha que faleceu, vítima de ataque cardíaco ainda no ano passado e logo a seguir ao Natal ( 26 de Dezembro). Retirara-se para a sua Terra Natal em 2013 quando descobriu que tinha um cancro na garganta.
Era, culturalmnte uma das grandes cabeças conhecedora do Fado e da sua História.
Em 1964 era já um entusiasta da guitarra portuguesa e torna-se um virtuoso. Acompanha grandes fadistas com Alfredo Marceneiro, a grande Teresa Tarouca, D. Vicente da Câmara, Manuel de Almeida, João Ferreira Rosa e muitos outros. Em 69 vai tomar conta do Restaurante Arreda em Cascais, mas em 72 sai e passa a ser funcionário da TAP. Um dos primeiros programas de Televisão onde participa é o "Zip Zip" em 1969. Também actuará no "Curto Circuito" em 70, no "1, 2, 3", em 85, "Noites de Gala" em 87, "Piano Bar" em 88, "Regresso ao Passado" em 91, "Zona Mais" em 95 e muitos outros.
Escreveu programas sobre Fados para a RTP. "Vamos aos Fados" foi uma série de 6 programas em 1976 e "Silêncio que se vai Cantar o Fado" uma série de 5 programas para a RTP/Açores.
Coordenou a remasterização dos discos de 78 RPM (Rotações Por Minuto) nos Estúdios da Abbey Road para a EMI/VC (Valentim de Carvalho) que deram origem à primeira colecção "Biografia do Fado" enre 1994 e 98 e à "Biografia da Guitarra" em 2005. Apresentou-se por todo o Mundo desde Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Dinamarca, Hungria, Israel, Zaire,África do Sul, Angola, Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Argentina, Venezuela, Tailândia, Macau, Japão e mais alguns Países.
Em 2005 foi distinguido com o prémio Amália para o melhor fadista amador, pois nunca se quiz profissionalizar.
Coordenou a remasterização dos discos de 78 RPM (Rotações Por Minuto) nos Estúdios da Abbey Road para a EMI/VC (Valentim de Carvalho) que deram origem à primeira colecção "Biografia do Fado" enre 1994 e 98 e à "Biografia da Guitarra" em 2005. Apresentou-se por todo o Mundo desde Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Dinamarca, Hungria, Israel, Zaire,África do Sul, Angola, Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Argentina, Venezuela, Tailândia, Macau, Japão e mais alguns Países.
Em 2005 foi distinguido com o prémio Amália para o melhor fadista amador, pois nunca se quiz profissionalizar.
Maria de Lurdes era locutora do RCM. Tinha chegado há dois anos pois fora admitida logo após o concurso que o RCM fazia para procurar novos locutores. Dona de uma bonita voz e muito senhora do seu nariz. Era uma verdadeira apaixonada pela nova Música Popular Brasileira que tinha em Jorge Ben, Caetano Veloso , Os Mutantes e outros nomes a sua maior expressão. E eloa divulgaa-os nos seus programas de forma muito entusiasta. Colaborou com António Luís Rafael (OP nº 77) no programa "A Hora Das Vedetas" (foto ao lado). Foi para a África do Sul e depois perdemos o seu rasto. |
Contactámos o Zito (OP nº 5) que vive na África do Sul e ele disse-nos que ela esteve na Rádio RSA e que depois foi para a "Voz da América" onde foi colega da Eugénia Maria (OP nº76). Depois tentou voltar para a África do Sul mas não havia vagas na Rádio. Tinha uma filha que estava por Portugal e mais não se sabe. Talvez um dia outra porta se abra e possamos descobrir. Terminemos então com a MPB como forma de a homenagear. Os Mutantes onde Rita Lee começou a sua carreira.
THE BATS
Os Bats eram considerados um dos melhores conjuntos pop sul-africanos. Tínhamos feito amizade quando actuaram em Lourenço Marques (OP nºs 24, 26, 42, 62 e 68) e simpaticamente enviavam-nos cartas contando as suas andanças e não só. Desta vez informavam que iriam às Bermudas (lá pelas Caraíbas) . Paul dizia ainda que tinha estado com Victor Tomé que era vocalista da Banda Diplomática (OP nºs 15 e 42) e que ele ia gravar no "Top of the Town". Depois falava de K. J. Larken que além de bom rapaz também era excelente cantor. Ainda dizia que tinha escrito uma canção para os Rising Sons e que o seu álbum estava a sair muito bem. Finalmente contava que o grande Terry Dempsey (o de "Teresa" e "Love is a Beautiful Thing") queria ser o produtor do grupo.
Os Bats formaram-se em1963 com Eddie Eckstein, bateria e voz, Barry Jarman, guitarra e trumpete, Jimmy Dunning, viola solo e Paul Ditchfield, que assinava a carta, o viola baixo e vocalista, mais tarde teclista. Em 65 venceram o concurso "Battle of the Bands" e foram para Inglaterra até 67. Aí gravaram vários discos e fizeram Tours com Cat Stevans, os Tremeloes, os Troggs e os Kinks. "Listen To My Heart" entrou nos Tops ingleses.
Os Bats formaram-se em1963 com Eddie Eckstein, bateria e voz, Barry Jarman, guitarra e trumpete, Jimmy Dunning, viola solo e Paul Ditchfield, que assinava a carta, o viola baixo e vocalista, mais tarde teclista. Em 65 venceram o concurso "Battle of the Bands" e foram para Inglaterra até 67. Aí gravaram vários discos e fizeram Tours com Cat Stevans, os Tremeloes, os Troggs e os Kinks. "Listen To My Heart" entrou nos Tops ingleses.
Quando voltaram da Europa em 68 entrou Pete Cliford para a viola solo, porque Dunning ficara em Inglaterra a tocar para Lonnie Donegan. Pete tocara com Dusty Springfield e John Mayal em Inglaterra e com Johnny Kongos na Africa do Sul. Até 71 foi o melhor período do grupo.Em 71 mudam o nome para Impy, nome mais africano, e juntam mais dois elementos, Erik Brook no trumpete e Peter Hubner nas teclas. O projecto não durou muito e em 72 voltam a ser Os Bats. Em 76 escrevem o musical "I Love My Wife". Depois em 79 começam projectos pessoais a solo ou com outros grupos e em 81 o grupo termina.
Cada um seguiu a sua vida na música, Eddie chegou a ir para a Austrália por uns anos. No século XXI voltam a reunir-se correm toda a África do Sul entusismando com o seu humor e as suas velhas canções.
Onda Pop classificou a sua canção Rock Machine de 1969 (5 semanas em 1º lugar na Parada da Onda), como uma das melhores da década de 60.
Cada um seguiu a sua vida na música, Eddie chegou a ir para a Austrália por uns anos. No século XXI voltam a reunir-se correm toda a África do Sul entusismando com o seu humor e as suas velhas canções.
Onda Pop classificou a sua canção Rock Machine de 1969 (5 semanas em 1º lugar na Parada da Onda), como uma das melhores da década de 60.
Os Omega Limited eram um grupo sul africano da Cidade do Cabo (Cape Town) formado em 1966.
Explodiram na cena musical sul africana só em 1970 quando lançam a fusão Rock/Clássico do tema "Tchaikosvky 1". Os membros originais da banda eram, Louis Greef o virtuoso viola solo, Derek Gordan no ritmo, Alan Weinsberg no baixo e Mike Brand na bateria. Eram considerados como o melhor grupo de Cape Town e o seu som psicadélico era muito influenciado por Jimmy Hendrix. Em 1967 e 1968 venceram o concurso "Battle of the Bands" no Allambra Theatre para apurar a melhor banda da região. Em 68 Entrou Dave Maloney como voalista e Peter Grallman para as teclas. Em 70 o baixo passa a ser Barry Irwin. |
É esta formação que grava "Tchaikosvky 1" e se vai manter até 1973. O lado B deste single é também uma excelente performance do tema "The Boy And The Bees" que os Gun apresentaram em 1968 com o nome de "The Sad Saga of the Boy and the Bees". "Tchaikovsky 1" atingiu a 3ª posição da Springbox Radio em Abril de 70. Em Julho lançam o single "Vehicle" original dos Ides of March e conseguem a 16ª posição em Agosto no LM Hit Parade. De seguida ainda gravam outro single com a composição dos Rare Earth "Sympathy". Gravam também o "Theme From Romeu and Juliet" e ainda em 70 "Can't Be So Bad". Sabemos que depois de 73 mudaram alguns dos seus membros até 75 onde deixamos de ter mais informações sobre a banda. Porém em 74 lançam o single "Mother Loves Her Son" uma composição de Louis Greef e Barry Irwin. No lado B aparecia uma versão de "If I Were a Carpenter". "Greig 1"/ "Black Night" dos Deep Purple é o último disco deles de que tenhamos conhecimento.
No seu percurso foram tocar várias vezes à Rodésia ( hoje Zimbabué) e tocavam em Cape Town no hotel "Ceasar's Palace" e no "Club Tomorrow" onde Louis por vezes tocava com os dentes.
Louis Greef dedicou-se depois aos Blues tocando em Çlubes e bares. Faleceu em 2013. Também o antigo membro Alen Wienberg faleceu em 2014. Derek e Mike vivem na Cidade do Cabo. Escutemos Louis no Jamming The Blues.
No seu percurso foram tocar várias vezes à Rodésia ( hoje Zimbabué) e tocavam em Cape Town no hotel "Ceasar's Palace" e no "Club Tomorrow" onde Louis por vezes tocava com os dentes.
Louis Greef dedicou-se depois aos Blues tocando em Çlubes e bares. Faleceu em 2013. Também o antigo membro Alen Wienberg faleceu em 2014. Derek e Mike vivem na Cidade do Cabo. Escutemos Louis no Jamming The Blues.
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GIRA-DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
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Já falámos de Dana (OP nº 81) e apresentámos "All Kinds of Everything", mas também já apresentámos quase todas as canções do nosso Hit e as que faltam sairão com as letras nos próximos números só nesta página saem 2 letras do Top), daí não estarmos sempre a apresentar o 1º lugar para não repetir. Mas por vezes isso não é mais possível e assim temos que voltar a ouvir a Dana. A única canção que não podemos apresentar é o 10º lugar "Wight is Wight" na versão do talentoso guitarrista belga Burt Blanca (nascido em 1944) por não termos o disco (talvez o DN o tenha mas há mais de 5 meses que não me atende o telefone, virou ermita) e no You Tube, apesar das 200 canções de Burt, esta nickles. Assim sendo ficam com as capas do single.