ONDA POP
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Onda Pop

A primeira publicação periódica sobre música pop-rock em todo o Portugal (Continental, Insular e Ultramarino).

Semanalmente aos sábados no maior jornal de Moçambique - o "Notícias" de Lourenço Marques, desde 31 de Agosto de 1968.


Onda Pop
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     DESTAQUE  -   QUE SE PASSA COM A MÚSICA POP
ImagemDuo Ouro Negro
Ainda hoje ficamos espantados quando releimos este texto. Como é que uns "putos" de 18/19 anos conseguiam ter o bom senso ou equilíbrio para analisar assim. Talvez não tenhamos evoluído, porque 46 anos depois, tirando a questão da compra de discos, que com as novas tecnologias, hoje não se põe, porque o acesso à música está facilitado para qualquer um através da lnternet e o poder económico atinge um maior número de jovens, que conseguem frequentar Festivais de Verão e de Inverno etc. Os artistas inernacionais que estão na "berra" (a maioria dos quais nós nem conheçemos) hoje chegam a Portugal no auge da sua carreira, situação quase impensável nesse tempo.
Mas no fundo tudo continua parecido. Muitos bons artistas e conjuntos nacionais continuam desconhecidos da maiora da população, nem a Rádio se interessa por eles quanto mais a TV. O empobrecimento cultural das massas sempre fez parte do capitalismo selvagem, mas continuam alegremente no fascismo económico, que hoje impera, e não só a nível europeu. Uns quantos falam contra a chamada "música pimba" portuguesa mas continuam ouvindo a "música pimba" inglesa, americana e até espanhola enchendo pavilhões. O nível de educação do ensino baixou, quando todos pensávamos que com a democracia iria subir, quer a nível da qualidade, quer na organização, civismo e respeito. 
Leiam o artigo que escrevemos à 46 anos e vejam se não é o mesmo que se passa hoje. E a afirmação de que existem excelentes compositores e música de grande qualidade e execução em Portugal continua de pé.
Veja-se por exemplo, a grande evolução e a qualidade de alguma juventude que apostou no relançamento do Fado. Nos anos 80 o Rock sofreu um novo "boom", e agora grupos como os Deolinda, Oquestrada, D.A.M.A., Moonspell, Mesa, Ornatos Violeta, Silence 4, The Gift, etc. conseguem alguma projecção e intérpretes como António Zambujo, Miguel Araújo, Luísa, etc. conseguem ter alguma projecção.
E mais uma vez teremos de acreditar que a juventude vai vencer e fazer melhor do que a nossa tentou fazer.

Pela nossa parte tentamos em cada número colocar no mínimo uma canção em português e brevemente abriremos uma rubrica para apresentarmos novos grupos portugueses de qualquer género musical.
Escutemos o Duo Ouro Negro com duas canções desta época.

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​         INSTANTÂNEO 

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                 JOAN BAEZ
Havia uma certa expectativa. Como estará a sua voz aos 74 anos. Surpreendeu. Ainda mantém alguma frescura e a preocupação pelas causas sociais. Muito elegante continua com uma forte presença em palco. Momento alto foi quando arranhou algumas palavras em português e cantou "Grândola Vila Morena", com o público todo a cantar e a sapatear o ritmo de marchar. Lindo. Da sua equipe fazia parte o homem dos sete instrumentos, viola, banjo, bandolim, violino, concertina, piano e voz tudo passou por ele, até uma composiçao de sua autoria. O seu nome Dirk Powell. Na percurssão, Gabriel Harris, também um elemento que deu show. Até a sua assistente demonstrou uma excelente voz. É de salientar o pormenor de após cada música Joan Baez trocar de viola para ser reafinada nos bastidores. Começou com "Donna" e terminou num segundo "encore" com "Imagine" depois de no primeiro cantar "Forever Young" que lhe havia sido insistentemente pedido durante todo o show. E era assim que todo aquele publico "entradote" se sentia, sempre jovem. Não queremos terminar sem deixar de agradecer a João de Sousa do "Jornal Hardmusica", um profissioal da comunicação que amàvelmente acedeu ao nosso pedido de nos facultar uma foto com qualidade para vos oferecer. Apesar de ,com menor qualidade, não queremos deixar de compartilhar convosco o trecho de "Grândola Vila Morena" por Joan Baez e todo o Coliseu.
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 OS NIGHT STARS - CARLOS ALBERTO
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Carlos Alberto é, pode dizer-se, um caso raro de sucesso de músicos Rock de Moçambique dos anos 60. Passou pelos melhores grupos e quando voltou a Portugal nunca deixou de tocar, durante mais de 30 anos até â sua reforma. E a Sigma Band que formou em 1976 manteve-se activa durante todo esse tempo.
Carlos Alberto Gomes da Silva nasceu na Guarda em 1945 e foi para Moçambique com 9 anos. Estudou depois na Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque e aos 14 anos comprou uma bateria "Premium" na Somorel (anunciante da Onda Pop) . Fernando Mesquita Valério, seu colega que tinha uma viola, incentivara-o a tocar bateria para poderem fazer um grupo de baile. Sabia que João Maurílio tocava piano e Carlos Fonseca acordeão, ainda convidam o Saavedra para vocalista. Formaram então o conjunto ABC. Tinham todos mais ou menos a mesma idade. O pai do Fernando era um entusiasta do Grupo e para onde fossem tocar, ele os levava, fosse na cidade ou fora dela, como por exemplo na Moamba.
Diz o Carlos "o pai do Vedor que tinha a Orquestra Ritmo,  ensinou-me as batidas do mambo, samba, chachacha, e outros". Em 1963 Mário Ferreira desafia-o a formar os Night Stars. Eles mais o Alexandre Orlando (Alex) eram o núcleo do grupo a que se juntam Guita e Falcão (OP 24). Quando gravam o 1º disco em 64 já é o Bob na voz e o Noel Cardoso no baixo que compôem o grupo. Vamos escutá-los em "Mean Woman Blues".

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ABC- Esq. - Dir. - Carlos Alberto, Carlos Fonseca, Saavedra, Fernando Valério e João Maurílio.
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Night Stars - Esq. - Dir. Mário Ferreira, Bob Woodcock, Carlos Alberto, Noel Cardoso e Orlando Rodrigues (Alex)
ImagemO grupo da recruta. Esq. para a Dir. - Armando Claro, Vitor Tomé, Jorge Cortez, Alf. Pina, Carlos Alberto. À frente Alexandre Loureiro e Mário Ferreira
Durante 1965 muda-se para Os Corsários, onde vai tocar com Alexandre Loureiro (viola ritmo), Hélder Matias (viola solo), Nelson Barbosa (viola baixo) e Vitor Tomé na voz. O padrinho do conjunto é o jornalista Guilherme de Melo (o mesmo da futura Onda Pop). Fazem uma grande campanha publicitária com entrevistas em todos os programas, aparecem na 1ª página do jornal Notícias e distribuem postais. Entretanto Vitor Tomé sai e entra Joe Mendes e de seguida fazem uma digressão pelas principais cidades do norte de Moçambique. É também neste período fim de 65 início de 66 que vai fazer a sonorização dos programas de Rádio das Produções Tam Tam de Courinha Ramos (o cineasta), dono também das Produções Somar. A locução é feita pelo vocalista Joe Mendes. Em Setembro de 66 entra para o serviço militar junto com mais ex-colegas. Formam um "super grupo" na recruta para tocarem no juramento de bandeira, ao qual se seguia sempre um baile. 
Estão Mário Ferreira (Night Stars), Armado Claro e Jorge Cortez (Rebeldes), Vitor Tomé e Alexandre Loureiro (Corsários) , tudo músicos de excelência.
Fica com a especialidade de Transmissões e vai 6 meses para o Norte, para a fazer. Volta a L.M., em Abril 67 e onde vai acabar por passar todo o tempo de tropa. Isto vai-lhe permitir continuar sempre tocando, conseguindo facilidades dadas pelos seus superiores quando tem de se ausentar por um ou dois dias. Em 1967 ganham o prémio da Imprensa para o melhor conjunto. Em 68 muda-se para os Inflexos (OP nº 8) e passa a actuar à noite no Hotel Girassol. 
Os Inflexos são o 1º grupo a utilizar sistemas de luzes psicadélicas que vão comprar à África do Sul ("Strob lights", "Colour Grant" e "Máquina de óleo"). Passam a ser a banda mais procurada da cidade. Na tropa, no quartel de engenharia o seu comandante é o Capitão Luís Miguel de Oliveira (o autor da linda composição dos Sheiks - "Lonely Lost and Sad") e claro, ele aparece muitas vezes no Girassol para estar mais no seu ambiente, vendo-os tocar. É aí que lhes oferece duas composiçoes, "Uma Velha foi à Feira" (que mais tarde é acusada de plágio por um japonês, embora não nos pareça) e "Let me live my life". Também no disco foi incluída a canção "Furtivo Olhar" com letra escrita por Carlos Nelson (vocalista do grupo) e música de Jorge Montenegro. As  quatro serão gravadas em Joanesburgo no EP da Coronet (SCEP 4001) gravado pelo Eng. de Som americano Geoff Tucker que já ganhara um prémio nos "States" pela gravação de um disco dos sul- africanos Flames (depois convidados pelos Beach Boys para fazerem a 1ª parte das suas digressões).

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Da esq. para a Dir. - Alexandre Loureiro, Nelson Barbosa, Carlos Alberto, Helder Matias e Joe Mendes
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Os Corsários, da esq.para a dir. - Daniel Viegas, Carlos Alberto, Helder Matias, Carlos Duarte, Daniel e Jorge Montenegro
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Inflexos. Da esq. p/ dir. De pé: Carlos Alberto, Carlos Nelson e Hélder Matias; Sentados: Chico Pereira e Jorge Montenegro
Entretanto em 69 de um mal entendido entre os elementos da banda leva Jorge Montenegro a dizer que sai e, para não destruir o grupo, o Carlos Nelson decide sair. Os Inflexos continuam no Hotel Girassol, mas mesmo assim Jorge Montenegro também sai. Para os seus lugares entram Carlos Duarte na voz (ex-Beatnicks e ex-Corsários) e João Maurílio. Após alguns meses como Inflexos e sob pressão de Carlos Nelson (autor do nome) e que viria a reconstituir o grupo, decidem mudar o nome para Impacto. Alguns elementos do Quinteto Académico, que nessa altura tocava no Hotel Polana (como aí acabavam o seu Show mais cedo), apareciam no Hotel Girassol para os ouvir.
"Sim, eles gostavam do nosso som, também o fizeram o Gene Rockwell e os Staccatos quando foram actuar a Lourenço Marques. Gostavam também dos efeitos de luzes, embora as do Quinteto Académico fossem superiores. Eles tinham trazido de Lisboa o "Luciano Light" (como lhe chamava a imprensa inglesa), que construía máquinas de luz que davam fantásticos efeitos. 
Quando o Quinteto regressou a Lisboa o Luciano ficou em L.M. e depois equipou as boîtes Topásio, A Cave, Bar Luso, eu sei lá, o tipo era mesmo bom", diz-nos Carlos. 
Em Março de 1970 deixa o serviço militar e entra para técnico do R.C.M.. A actividade dos Impacto vai diminuindo e em 71 acaba com a entrada de Carlos Duarte para a "tropa". Escutemos uma das canções que então tocavam, gravada (num gravador de fita) ao vivo, precisamente no Hotel Girassol, em 1969.
PictureO AEC 68 no Hotel Polana. Da esq. para a dir. Pedro (solo), Maurílio (órgão), Franklim (voz), ao fundo Carlos Alberto (bateria) e Aires (baixo)
"Mal tinham acabado os Impacto e já recebia um convite do espanhol Enrique Peiro que fazia parte do conjunto italiano que terminara o contrato no Hotel Polana após a saída do Quinteto Académico+2. Os italianos tinham regressado a Itália mas os dois espanhóis do conjunto ficaram em L.M.. Agora tinham um contrato para Bulawaio na Rodésia. Durante 3 meses formamos o trio Los Duques, Alberto (baixo e voz), Enrique Peiro (piano) e eu (bateria). Após a Rodésia viemos para o "dancing" Topásio em L.M.. Alguns meses depois sou convidado pelos AEC 68 a ir tocar com eles no Hotel Polana. Também tinha entrado o João Maurílio. Estamos no início de 1972. Em 73 o Aires e o Pedro têm um acidente de automóvel grave e temos que os substituir por dois sul africanos, Allen para o solo e Pip para o baixo. O Franklin passa a ser o único do AEC 68 inicial. Até final  de 74 tocámos no Hotel Polana, mas em Maio de 74 saiem o Franklin e o Allen e ficamos reduzidos a um trio. Para o fim do ano e último espectáculo no Polana, convido o Zeca Carvalho (viola solo) e Domingos Fú (voz) que pertenciam ao conjunto Storm (um excelente grupo que tocára no Luso). Ainda na minha primeira fase no AEC 68 gravei o single "Você Está Boa"", diz-nos Carlos. Vamos escutar o Franklin a cantá-la.

PictureSigma Band - da esq. para a dir. - Carlos Alberto, Tito Frazão, Correia Mendes, João Henriques e Carlos Santos
"Em 75 decido que tenho de ir acabar o meu curso no Instituto Industrial. Passo a tocar sòmente aos fins de semana no Hotel Girassol. Em junho de 76 deixo apenas  uma cadeira para acabar em Lisboa e venho para Portugal. Aqui no ISEL fazem-me um novo plano e tenho que acabar 3 cadeiras. Deito mãos à obra mas em Novembro também já estou a formar um novo grupo. Com o Tito Frazão (op nº9) , o João Henriques, o Correia Mendes e o Carlos SantosSi formamos a Sigma Band e vamos tocar para o Casino do Estoril até Maio de 77. Ainda gravámos um LP que o João Henriques estava a preparar em nome pessoal (op nº9) . Depois passamos para a Cave do Hotel Mundial ainda com o João. Mas ele sai logo de seguida e entra o Vitor Tomé. A Cave do Mundial entretanto passa a discoteca com DJ e cancelam o contrato mas pagam-nos uma indemenização de comum acordo. Vamos para o Hotel Lido duas vezes por semana e chamamos o Manuel Falcão para o solo. A Interartes era o nosso agente artístico e funcionavam bem. Vamos fazer o Reveillon de 77 na Madeira. Entretanto o Vitor Tomé saíra e entrou o Franklin. Ficámos na Madeira no Hotel Sheraton, mas o Franklin não se adapta e sai. Vem o Fu. Também o Tito acaba por sair e entra Marino Freitas um jovem de 15 anos muito bom. Em 78 ainda voltamos ao Casino do Estoril, depois ao da Figueira da Foz e ao Casino de Espinho. Aqui já é o José Violante (Ex-Oliveira Muge), (op nº14), de 79 a Março de 81. Depois voltamos para a Madeira até 31 de Março de 82. Seguidamente ficamos 3 meses no Estoril e depois voltamos a Espinho até ao Verão de 83. A partir de Julho 83 vamos para o Casino da Figueira da Foz onde ficámos 26 anos.
Em Março de 84 entra o Pedro Abreu substituindo o Carlos Santos.
Em 2005 ainda fomos a Moçambique tocar no Hotel Rovuma a convite do ATCM (Automóvel Touring Club de Moçambique) nas comemorações do seu aniversário", acaba por nos relatar Carlos Alberto, que para além de um excelente baterista (conforme se constata neste "Destaque"), é também um excelente historiador, com uma memória fabulosa que utiliza tão bem como as suas baquetes. 

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Sigma Band no Casino da Figueira onde actuaram 26 anos. Da esq. para a dir. - Pedro Abreu, José Violante, Domingos Fú, Zeca Carvalho e Carlos Alberto.
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Sigma Band na Madeira. Da esq. para a dir. - Carlos Alberto, Domingos Fú,José Violante, Zeca Carvalho e Carlos Santos
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DESTAQUE - ELES SÃO OS MAIORES

Apenas uma nota para dizer que mais uma vez ao destacarmos Os Beatnicks como um grupo com muito valor e potencial para se profissinalizar na música sabíamos o que estavamos a fazer. Não sabemos se este artigo teve alguma influência no facto de ainda em fins de 69, lhes ter aparecido um contrato para actuarem em Luanda e depois um outro para no ínicio de 70 virem para Lisboa actuar no "Porão da Nau". De seguida passaram para o "Casino do Estoril" onde se mantiveram até Maio de 74. Aqui o grupo desfaz-se, pois alguns elementos regressam a Moçambique e outros ficam em Lisboa. O vocalista Jerry faz um outro conjunto que ainda voltou ao Casino.
Mas isto serão outras estórias. Hoje sentimos mais que o nosso trabalho na época era sério e imparcial.
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NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
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Após 6 anos de recesso, Alceu Valença lança um novo álbum reunindo frevos, maracatus, caboclinhos e cirandas, principais gêneros musicais do Carnaval Pernambucano, intitulado "Amigo da Arte". 
Alceu Valença não tem território definido e não deixa se territorializar. A sua personalidade é múltipla e composta por diversos personagens, todos encarados de maneira singular e sincera, quase visceral.

Não tem medo de experimentar o novo, nem de resgatar o tradicional, sabe transitar sobre todos os universos com o seu perspicaz olhar.

É um questionador de senso crítico único. Pensa em tudo antes de tomar uma posição, mas nunca fica em "cima do muro" ou segue o fluxo. 

Pode até se contradizer com naturalidade e sem nenhum trauma.
 
Começou a sua carreira em 1968 , quando participou no I Festival Universitário Brasileiro da MPB, no Rio de Janeiro, com “Maria Alice”.
Em 1972, grava o seu 1º álbum - "Quadrafônico", em conjunto com Geraldo Azevedo, que se tornou um clássico da música brasileira.
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A partir daqui Alceu Valença bate as esporas riscando o mapa de Pernambuco e sai em disparada, levando o seu mundo debaixo do chapéu. Sai da pequena São Bento do Una (onde nasceu) e banha-se nas águas do mar de Recife, depois resvala pelas ruas do Rio de Janeiro, cruzamento de todas as cidades, de Brasília a Lisboa, de Garanhuns a Paris.
Alceu Valença lançou 29 álbuns onde a música nordestina (frevo, forró, maracatús e cirandas) se mistura com música erudita e música pop/rock.

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Em toda a sua obra, o violão do avô, os cantores da rádio, a sanfona de Mestre Lua, a guitarra de Elvis Presley, a orquestra de frevo, a poesia de Fernando Pessoa, a banda de pífano, o batuque do maracatu fervilham no seu caldeirão mágico e musical, como uma vez mais acontece no seu último álbum "Amigo da Arte", editado em 2014, cuja ilustração da capa é da amiga e artista Marisa Lacerda e foi feita originalmente para o convite de casamento de Alceu e Aynê Montenegro em 2001.

Faixas:
1. Olinda
2. Frevo Da Lua
3. Frevo Dengoso
4. O Homem Da Meia-Noite
5. Nas Asas De Um Passarinho
6. Amigo Da Arte
7. Maracatu
8. Sou Eu Teu Amor
9. Recife
10. Ciranda Da Aliança
11. Pirata José
12. Voltei Recife
13. Sonhos De Valsa


Nas treze faixas do novo álbum estão clássicos regionais do frevo e algumas regravações como " Nas Asas de Um Passarinho" e " Amigo da Arte", outras faixas que nunca estiveram em discos oficiais como "Ciranda da Aliança", "Frevo da Lua" e duas parcerias com Carlos Fernando - " Sou Eu o Teu Amor" e "O Homem da Meia Noite".
Ainda estão neste novo álbum "Voltei Recife" de Luiz Bandeira e o dueto de Alceu Valença com a cantora e fadista portuguesa Carminho, na música "Recife" de António Maria.
Os contrastes se complementam, o popular e o erudito, o singular e o plural, o frevo e o fado.

Alceu Valença é de todos os cantos.
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DESTAQUE     -     STEVIE WONDER
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O pequeno Stevie Wonder de 1,60m, que a Onda Pop se refere na sua edição nº25, é o mesmo menino de 10 anos que, com um sorriso radiante e uma energia ilimitada, se dirigiu a Ronnie White (membro do conjunto The Miracles, que acompanhava Smokey Robinson) na sala de estar deste e abanando a cabeça de um lado para o outro, perguntou-lhe: "Posso cantar ? Não canto mal. Eu sou melhor que o Smokey Robinson". Dito isto, começa a cantar "Lonely Boy", uma canção de Smokey Robinson and The Miracles. Ronnie White impressionado com o talento do miúdo, encaminha-o para Brian Holland, um dos descobridores de talentos do selo "Motown". E assim começou a carreira de "Stevie Little Wonder", "Little Stevie Wonder", "Stevie The Little Wonder" ou simplesmente o enorme... Stevie Wonder.

Stevie Wonder tem tido um carreira de sucesso excepcional em todo o planeta como cantor, compositor e músico. 
Após ter assinado com a idade de 11 anos um contrato com a Motown, gradualmente foi criando uma série inumerável de êxitos e com imensas inovações musicais, que influenciaram definitivamente toda a música contemporânea até aos dias de hoje. 
Em 1963, com a idade de 13 anos, consegue atingir o topo do hit-parade americano, que seria o seu primeiro de muitos primeiros lugares nas paradas de singles e de LPs, sendo ainda até esta data o intérprete mais novo a atingir o 1º lugar das paradas americanas dos singles com "Fingertips - Part 1 & 2" e dos álbuns com "Recorded Live: The 12 Year Old Genius".

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Durante os anos 60 e sobre o controle da fórmula de sucesso da Tamla Motown, Stevie evoluiu de criança prodígio a superstar, com um envolvimento progressivo de sucessos da sua autoria e com a sua própria produção e entra nos anos 70 como um dos maiores e melhores criadores e inovadores da música do século XX.
Com a idade de 21, Stevie quebrou a sua ligação à fábrica de êxitos da Motown e começou a ter o total controle artístico e musical para criar a sua própria música, de que resultaram uma série de álbuns, considerados pedras basilares da música pop e soul, nos quais foi pioneiro no uso de sintetizadores, incorporando música electrónica, misturada com instrumentos acústicos, que vieram a influenciar tremendamente a imagem da música pop e do desenvolvimento de vários géneros musicais da música electrónica.
Em 1973, foi o primeiro negro a ganhar um Grammy para o melhor álbum do ano com "Talking Book", um feito que conseguiu com três álbuns consecutivos.
Desde então ganhou 24 Grammys e em 1996 recebeu o Grammy de carreira, tendo também ganho o Óscar da Academia e o Globo de Ouro pela autoria de bandas sonoras de filmes, como "Woman In Red" ou "Jungle Fever".
Em 1989, foi indigitado para o Rock 'N' Roll Hall of Fame, tendo-se assim tornado no mais jovem artista a solo a receber tal honra.
A longevidade da sua música é evidente através de várias facetas da nossa vida, onde as suas melodias e poemas são frequentemente usadas directamente ou em versões de outros artistas em discos, shows ou filmes, merecendo todo o respeito da indústria da música e do video.
Em 2009, recebeu o prémio Gershwin da Pop Music, concedido pela US Library of Congress, e uma vez mais foi a mais jovem pessoa a recebê-lo, tendo sido convidado por essa mesma organização a escrever uma peça de música clássica, que se chama "Sketches Of A Life", de que vos oferecemos um pequeno extrato.
O pequeno Stevie Wonder, que a Onda Pop falava na sua edição impressa, tornou-se numa das maiores e mais importantes personalidades da história da música, com a sua elegância de composição musical e com a sua irresistível expressão, sempre plena de emoção, através da sua voz e dos instrumentos que tão bem domina, especialmente a sua inconfundível harmónica.
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1955-1975 - A ÉPOCA DE OURO DO ROCK 

Os melhores, mais criativos e mais importantes 21 anos da música tiveram início, gatinhando, em 1955 e terminaram em 1975, quando a música pop/rock/soul/jazz/country e folk atingiu a sua maioridade.
A base desta selecção dos 100 melhores álbuns de 1955 a 1975 comprova toda a importância desses anos, pois embora estando em análise álbuns dos últimos 60 anos (1955 a 2015), só esses 21 anos representam na "Rolling Stone" (64 álbuns em 100 escolhidos), na "Mojo" (59 de 100), na "Q" (54 de 100), na "Billboard" (42 em 100) e na "NME" (33 em 100) e na escolha dos rockeiros do mundo inteiro através do site "Rate Your Music" (62 em 100).

Diferentes critérios de avaliação, diferentes opiniões, diferentes fontes de pesquisa, mas o resultado é sempre o mesmo: 21 anos que mudaram a música para sempre - 1955 a 1975.
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OS 100 MELHORES ÁLBUNS DE 1955 A 1975

95 - 
94 - 
GALVESTON - GLEN CAMPBELL 
Capitol (1969)
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"Galveston" fecha uma trilogia de álbuns de Glen Campbell que se iniciara com "By The Time I Get A Phoenix", em 1967, e continuara com "Wichita Lineman", em 1968, todos com uma influência enorme em termos de composição por parte do grande Jimmy Webb, que entre outras canções compôs os êxitos que dão os títulos aos três álbuns:
- O single "By The Time I Got A Phoenix" atingiu o 2º 
lugar do hit-parade de country e o 26º do Billboard Hot 100; 
- "Wichita Lineman" que atingiu o 1º lugar no Billboard Country e o 3º  no Billboard Hot 100, para além do 7º lugar no Reino Unido; 
- "Galveston" que chegou ao topo do Billboard Country e ao 4º lugar do Billboard Hot 100 e a 14º no Reino Unido.

A canção de Jimmy Webb que dá título ao álbum é um country/pop que conta a história de um soldado longe de casa, e que é interpretada de forma convincente por Glen Campbell, que igualmente de exprime de forma superior em "Where's The Playground Susie" também composta por Webb.

A compositora Buffy Saint-Marie é a responsável por outras duas faixas do álbum - "Take My Hand For A While" e a famosíssima "Until It's Time For You To Go".

Também o lado folk de Glen Campbell é representado por "Time", um êxito do grupo Pozo-Seco Singers, em 1966 e por "Today", um sucesso de 1964 interpretado entao pelos The New Christy Minstrels.

Três outras faixas têm a co-autoria do próprio Glen Campbell, onde ele mostra uma voz mais rouca e todos os seus dotes de guitarrista, que o fez pertencer durante um razoável espaço de tempo ao extraordinário conjunto de rock e surf - The Beach Boys.

"Galveston" é o resukltado de um conjunto de emoções  leves, vivas e sentimentais, que o tornam um álbum excitante, onde Glen Campbell atingiu o auge da sua carreira, que no entanto continuou carregada de sucessos que entraram nas paradas pop e de country durante os anos 70 e 80.

IDEA - THE BEE GEES
Polydor (1968)          
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Nos finais de 1967, os Bee Gees já tinham uma colecção de êxitos ("New York Mining Disaster", "Holiday", "To Love Somebody", "World", "Massachusetts", "Words", etc) e dois álbuns de sucesso - " Bee Gees 1st" e "Horizontal" e  em Janeiro de 1968 começaram gravações para um terceiro álbum, que se chamaria "Idea", que foi editado com duas capas diferentes., uma para o mercado inglês (uma lâmpada, com a foto do conjunto na base da rosca) e outra para o mercado americano (uma foto feita com montagens de fotos de todos os membros do grupo).
"Idea" é um álbum bem conseguido, com um som mais rock com orquestra, onde os Bee Gees se apresentam mais como um conjunto coeso, do que como um grupo vocal com um conjunto a acompanhar, percorrendo vários estilos musicais no mesmo álbum, que vão de uma mistura de rock progressivo em lindas baladas como "Let There Be Love" ou "When The Swallows Fly", com puro rock como na faixa que dá o título ao álbum ou "I Have Decided To Join The Airforce", com temas pop como "Kitty Can" ou "Indian Gin And Whisky Dry", baladas tristes como "In The Summer Of His Years" e "Down To The Earth" ou até um blues rock como "Such A Shame", a única composição que não é dos irmãos Gibb e sim do viola-solo do grupo, Vince Melouney, que também a canta.
Aliás esta música só aparece na edição inglesa de "Idea", em substituição do seu maior êxito até então - "I've Gotta Get A Message To You" que a substitui nas edições americana e sul-africana, edição essa que por outro lado apresenta a capa da edição inglesa. Uma baralhada dos marketeiros de serviço, que não chegou para destruir a autêntica pérola musical de Barry, Robin e Maurice Gibb, que é este álbum.
Deixamos para o fim as 4 pedras preciosas que completam o álbum "Idea". São elas os dois grandes êxitos - "I've Gotta Get A Message To You" e "I Started A Joke", a melodiosa e surreal "Swan Song" e a pop-jazzista "Kilburn Towers".
O álbum "Idea" é uma mescla de uma imitação dos Beatles com a invenção musical dos Bee Gees, que fizeram as escolhas certas na área do rock que escolheram como sua - a balada romântica em género de rock progressivo. É esta capacidade melódica que não pode, nem deve, ser ignorada como sendo a sua grande criatividade musical.

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  93 - ex Aequo
PARSLEY, SAGE, ROSEMARY AND THYME - SIMON and GARFUNKEL
Columbia (1966)
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"Parsley, Sage, Rosemary and Thyme" foi a primeira obra-prima do duo Simon and Garfunkel.
Este álbum, que na época mereceu a referência de ter sido classificado de tão importante como "Revolver" dos Beatles e "Pet Sounds" dos Beach Boys, levou três meses a ser gravado e ultimado, um período considerado incomum na altura (o álbum anterior "Sounds Of Silence" tinha levado três semanas para ficar pronto para edição).

Com a ajuda do engenheiro de som Roy Halee, Paul Simon e Art Garfunkel tiveram a oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar todas as canções da forma que desejavam.
O álbum abre com um dos últimos vestígios da estadia de Paul Simon em Inglaterra - "Scarborough Fair/Canticle", uma adaptação de uma canção secular do folk inglês, com utilização e harpa e vários overdubs vocais, dando-lhe um embelezamento único, que depois se completa com um suave poema/canção anti-guerra de Paul Simon, que transmite um efeito profundo, misturando uma linda melodia ancestral com uma canção de amor e paz, mas através de uma mensagem àcerca de guerra e morte em analogia à Guerra do Vietnam. 
O resto do álbum é uma contínua revelação das qualidades de Simon & Garfunkel, quer vocais, quer de arranjos musicais, incluindo duas das mais lindas canções sobre a simples alegria de viver - "Cloudy" e "The 59th Street Bridge Song (Feelin' Groovy)" e o seu segundo êxito em single "Homeward Bound", que atingiu o top 5.
No cômputo geral, "Parsley, Sage, Rosemary and Thyme" foi um álbum de Simon and Garfunkel mais dedicado à exuberância e alienação da juventude, que se tornou perene quanto à sua popularidade não só entre as gerações mais velhas, mas que continua a ter o seu sucesso nas audiências de jovens estudantes de todas as gerações até aos dias de hoje.   

DON'T SHOOT ME, I'M ONLY THE PIANO PLAYER - ELTON JOHN       
DJM Records (1973)                   
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"Don't Shoot Me, I'M Only The Piano Player" é onde Elton John prova que deixou de ser um simples pianista e cantor folk-rock e blues, como membro do conjunto Bluesology que acompanhava o grande (em tamanho e qualidade) cantor Long John Baldry, e começa a ser a sensação pop/rock que se tornou nos anos 70s e 80s.
Após ter gravado o álbum "Honky Chateau", em 1972, onde Elton John já dá fortes indícios de que se tornaria um soberbo pop-star respeitado e ainda com sucesso 40 anos depois, grava este álbum que é, conjuntamente com "Goodbye Yellow Brick Road", o melhor álbum que foi gravado em França, no Château D'Hérouville, e que aparece creditado no álbum como "Strawberry Studios".
O jovem Reginald Dwight torna-se Elton John (em homenagem ao saxofonista Elton Dean e a Long John Baldry, ambos do já referido conjunto Bluesology) e segue uma carreira a solo, que bem cedo atinge o seu zénite ao criar um conjunto de estupendas canções em cima dos poemas do seu maior parceiro de composição, Bernie Taupin (mais de 30 álbuns em parceria), que ganham uma dimensão musical e uma intensidade ardente, com os arranjos orquestrais de Paul Buckmaster e a produção de Gus Dudgeon, sobre o som do melhor conjunto que jamais o acompanhou ( o guitarrista Davey Johnstone, o baixista Dee Murray e o baterista Nigel Olsson).


Para além dos singles extraídos do álbum - "Daniel" e "Crocodile Rock" que fizeram Elton John chegar pela primeira vez ao topo das paradas americanas e inglesas (2º e 1º lugares, respectivamente), o álbum "Don't Shoot Me, I'M Only The Piano Player" atingiu o topo das mesmas listas, tal como o seu antecessor, "Honky Chateau", tornando-se uma obra intemporal do bom artesanato pop/rock de todos os tempos. 

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FALANDO DE NOVOS DISCOS

Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
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Os "Sun Dragon" eram Rob Freeman na guitarra e voz e Ian McLintock no baixo e voz. Foram acompanhados no estúdio por Ritchie Blackmore, Jon Lord, and Ian Paice (todos membros dos Deep Purple). Assim não vale... assim até eu, que não toco nada. 
Por ser uma raridade e com essa curiosidade, especialmente para os fans dos Deep Purple, podem ouvir a história dos "Five White Horses", que vem no E.P. e no L.P. "Green Tambourine" dos Sun Dragon.

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CANTEM com a ONDA POP !!!
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DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS

A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK.
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Nesta edição "Abracadabra" apresentar-vos-á magia negra, directamente da Zambia.
A magia chama-se "Africa" e os feiticeiros auto-entitulavam-se "AMANAZ".
Esses feiticeiros Amanaz eram Keith Kabwe (voz e maracas), Isaac Mpofu (guitarra e voz), John Kanyepa (guitarra e voz), Jerry Mausala (viola-baixo e voz) e Watson Lungu (bateria e voz).

O álbum "Africa" foi  editado em 1975 e tem uma influência do rock psicadélico de grupos como os "Cream" ou os "Blue Cheer". 

Este L.P. teve uma edição limitada a 450 cópias, impressas em vinil amarelo e outras 450 em vinil preto, valendo qualquer delas uma pequena fortuna.


A possível razão que levou este álbum a ser pràticamente desconhecido, deve ter sido o facto que de certa forma ele estava fora de época em relação ao género musical que florescia então, o punk, pois "Africa" apresenta um estilo musical, tipo "terra de ninguém", com pedaços de glam rock e afro rock da época, misturados com solos e riffs com muito fuzz, típicos de 1969, e como tal já um pouco desactualizados no ponto de vista dos críticos dos anos 70. 

As 12 faixas são as seguintes:
01. Amanaz
02. I am Very Far
03. Sunday Morning
04. Khala My Friend
05. History of Man
06. Nsunka Lwedo
07. Africa
08. Green Apple
09. Making the Scene
10. Easy Street
11. Big Enough
12. Kale

Destas faixas e para evitarmos cair numa gaffe ou estranho xicuembo que venha a irritar os deuses, escolhemos a faixa número 1 - "Amanaz", que ilustra o estilo do álbum, conforme descrevemos, mas não pudemos evitar a oferenda da bonita balada "Khala My Friend", uma autêntica pérola negra.

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"Cry To Me" foi editada pela primeira vez em 1962, pelo cantor de soul music Solomon Burke atingindo a posiçao #5 no hit-parade americano de R&B.
Foram feitos vários covers desta música com sucesso, começando logo em 1963 por Betty Harris que atingiu o #23 lugar no hit-parade americano, depois foram The Pretty Things que, em1965, chegaram à #28 posição no Reino Unido e, em 1981, os Precious Wilson & Skytrain atingiram o #14 lugar na Holanda e a #3 posição na Suiça, para além de até os Rolling Stones terem feito também uma versão de "Cry To Me" no seu álbum "Out Of Our Heads", em 1965.
No entanto a versão que obteve as posições mais elevadas nas paradas musicais foi a do óptimo conjunto sul-africano - The Staccatos, em 1969, que atingiu em Moçambique e na África do Sul o topo do LM Hit-Parade e do Springbok Hit-Parade, ficando no top 20 deste último durante 38 semanas e na Rodésia atingiu a #11 posição, para além de ter atingido o pico da Parada da Onda Pop desta semana.
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