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Instantâneo
DESTAQUE DA SEMANA
BERTA LAURENTINO
BERTA LAURENTINO
Berta Laurentino nasceu a 21 de Janeiro de 1948. Faria agora 67 anos se fosse viva. Infelizmente ela faleceu inesperadamente à saída de sua casa em Oeiras vítima de um ataque cardíaco fulminante, corria Setembro do ano de 1999. Infelizmente poucos meses depois morria o seu marido o Eng. José Carlos Ferreira nosso colega, mais conhecido pelo "Pantera". E porquê falar nisto? Porque queremos aproveitar a oportunidade para os homenagear. Eram dois seres humanos excepcionais e provàvelmente todos os que com eles conviveram partilham a nossa opinião. Os filhos Cláudia e Nuno devem sentir-se muito orgulhosos de seus pais. |
Berta era uma linda rapariga, cheia de vida , terna, simpática, com uma linda voz e amiga do seu amigo. Como ela dizia na entrevista começara num programa para descobrir estrelas. Depois foi para a "Gente Nova ao Microfone" de Maria Adalgisa, uma espécie de "Chuva de Estrelas" ou "Got Talents" da época.
Finalmente e com todo o mérito entrou para o "cast" do Rádio Clube de Moçambique onde actuava na Orquestra Típica dirigida pelo maestro António Gavino que compôs alguns originais para ela, e na Orquestra de Variedades dirigida pelo maestro Artur Fonseca que também compôs algumas canções, como esta que podem agora ouvir gravada na época em directo e extraída de uma bobine, "Menina Da Mini-Saia"... um inédito da Onda Pop.
Finalmente e com todo o mérito entrou para o "cast" do Rádio Clube de Moçambique onde actuava na Orquestra Típica dirigida pelo maestro António Gavino que compôs alguns originais para ela, e na Orquestra de Variedades dirigida pelo maestro Artur Fonseca que também compôs algumas canções, como esta que podem agora ouvir gravada na época em directo e extraída de uma bobine, "Menina Da Mini-Saia"... um inédito da Onda Pop.
Desde 1967 que nos habituámos a escutar a sua linda voz. Aqui em 68 já tinha consolidado a sua posição. Perguntámos à Techa o que poderia dizer da amiga: "Éramos muito amigas, o público dizia que éramos rivais, mas não era verdade, cantávamos mais por "passatempo", por prazer, sem sermos pretenciosas (a maioria dos moçambicanos nessa época era simples e feliz) e nós éramos assim. Até 1975 convivemos muito. Fui ao seu casamento com o Zé Carlos e depois de ela vir para Lisboa, deixámos de contactar. O mais giro é que uns 15 anos depois, numa das minhas vindas a Portugal nos encontrámos por acaso e fomos a casa dela em Oeiras onde recordámos aqueles bons velhos tempos em Moçambique e os espectáculos que fazíamos juntas. Depois recordo-me até que o Rodrigues, o marido da filha Cláudia, me perguntou se lhe conseguia arranjar umas gravações da Berta. Dei-lhe o contacto do Peter da Nóbrega que foi locutor da estação B do RCM e ele conseguiu arranjar algumas gravações dos programas do RCM. Penso que a Cláudia ficou muito contente".
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Falámos também com Zito que foi muito seu amigo e com quem se deslocou por Moçambique cantando em várias cidades. "Tinha por ela uma ternura incomensurável, tinhamos um grupo de amigos bem coesos. Uma vez fomos a Quelimane em 1969 a convite da comissão de festas para o Baile dos Finalistas do Liceu da cidade (vidé foto ao lado de Berta Laurentina e Zito ladeando o presidente da referida comissão de festas) e onde fomos acompanhados pelos Blue Twisters do nosso amigo Né Afonso, com quem fiz parceria na composição de várias canções. Em 1970 ainda esteve quase a lançar um disco, e ainda hoje não percebi porque não o lançou. Eu tinha deixado a gravadora WRC (onde gravei o 1º disco) e por sugestão da Bela Jardim fui assinar com a Highvelt. Assinei eu e a Berta (eles tinham ouvido uma cassete dela e tinham gostado muito). Lembro-me que em Fevereiro de 1970 fomos os dois a Joanesburgo assinar os contratos. As gravações seriam em Março e o lançamento em Abril".
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Das canções desse disco, que nunca foi editado, fariam parte: "P'ra Viver A Tua Imagem" de José Manuel Santos e Luís Arriaga (que podem ouvir pelos Inflexos na Onda Pop nº 8), "O Nosso Amor É Uma Flor " de Zito e Né Afonso, "Porto de Abrigo" de José Manuel Santos e Luís Arriaga e a última seria uma versão em português de um êxito inglês do momento. Disputou sempre o título de "Rainha do Yé Yé" com Natércia Barreto.
Zito tece-lhe grandes elogios, a última vez que esteve com ela foi numa vinda a Portugal. Encontraram-se em Lisboa e foram tomar um café.
O João Pedro Gouveia encontrava-a várias vezes, por morar também em Oeiras, mas aí falavam mais dos filhotes. "Era uma ternura falar com ela" diz.
Zito tece-lhe grandes elogios, a última vez que esteve com ela foi numa vinda a Portugal. Encontraram-se em Lisboa e foram tomar um café.
O João Pedro Gouveia encontrava-a várias vezes, por morar também em Oeiras, mas aí falavam mais dos filhotes. "Era uma ternura falar com ela" diz.
DESTAQUE
UM ABRAÇO DE SIMPATIA Caravana Angola Abraça Moçambique Vários artistas angolanos da canção ligeira deslocaram-se a Moçambique naquilo que se pensava pudesse continuar num intercâmbio Angola/ Moçambique no campo da Música Ligeira. A experiência ficou por aqui. Foi assim que começámos na semana passada. Hoje escreveremos sobre os artistas que faltaram ser falados no artigo da semana passada. Ou seja sobre Isilda Maria e Milita, uma vez que na rubrica "Encore" vamos falar de Sara Chaves. Um dia virá o N'gola Ritmo. |
Isilda Maria era uma moça jovem, bonita, alegre e muito simpática, brincalhona e irónica até. Era a Rainha da Canção de Angola de 68 e tinha um futuro risonho pela frente. Ninguém diria que nem um ano depois a sua vida iria acabar de forma trágica. Parecia que voltávamos aos anos 50 quando no início da aviação comercial, dezenas e dezenas de artistas americanos, dos mais cotados, pereciam de forma idêntica em trágicos desastres de avião.
Se para quaisquer pais a morte de um filho é o pior, quando se tem 20 anos e a vida está a desabrochar é de certo um golpe terrível. Por isso e por todo o orgulho que tinham nela o Sr. Cabrita e a esposa Maria Rosa resolveram com as poucas gravações que tinham homenagear a filha mandando editar um disco em vinil com três canções, "Velho Barco" que lhe tinha dado o Prémio de Interpretação no Festival da Canção de Luanda de 1967 (que apresentaremos quando sair a entrevista que lhe fizémos), "Fado das Perguntas" e "Nem Sol Nem Lua" de Nóbrega e Sousa com letra de David Mourão Ferreira, acompanhada pelo excelente conjunto moçambicano de Renato Silva que deixamos para vossa audição.
Só mais uma referência ao autor do texto da contra capa Manuel Moreno, um grande senhor da Rádio Angolana da época e que há semelhança do que Maria Adalgiza fazia em Moçambique , também ele em Luanda tinha a sua "Gente Nova ao Microfone".
Se para quaisquer pais a morte de um filho é o pior, quando se tem 20 anos e a vida está a desabrochar é de certo um golpe terrível. Por isso e por todo o orgulho que tinham nela o Sr. Cabrita e a esposa Maria Rosa resolveram com as poucas gravações que tinham homenagear a filha mandando editar um disco em vinil com três canções, "Velho Barco" que lhe tinha dado o Prémio de Interpretação no Festival da Canção de Luanda de 1967 (que apresentaremos quando sair a entrevista que lhe fizémos), "Fado das Perguntas" e "Nem Sol Nem Lua" de Nóbrega e Sousa com letra de David Mourão Ferreira, acompanhada pelo excelente conjunto moçambicano de Renato Silva que deixamos para vossa audição.
Só mais uma referência ao autor do texto da contra capa Manuel Moreno, um grande senhor da Rádio Angolana da época e que há semelhança do que Maria Adalgiza fazia em Moçambique , também ele em Luanda tinha a sua "Gente Nova ao Microfone".
Milita nasce em Luanda a 28 de Janeiro de 1948 como Camila Máxima Pinto de Meireles. Desde muito pequena gostava de cantar e embora os pais a tentassem dissuadi-la, a sua vontade acabou por vencer e passa a ter aulas de piano. Até aos 10 anos actua em variadíssimos lugares. Era fâ de Sarita Montiel, Maria de Fátima Bravo e Dalva de Oliveira. Passa a ser conhecida como a Ângela Maria angolana. Os pais proibem-na de cantar enquanto não fizer o liceu, mas nos últimos anos já aprende interpretação entrando no programa "Gente Nova" de Manuel Moreno e em 1963 já canta outra vez. Numa visita a Angola, o Duo Ouro Negro ouve-a e convida-a a fazer uma digressão com eles. A partir de 64 a sua carreira dispara.
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Em 1968 sai pela primeira vez de Angola para visitar Moçambique. Os tours por Angola sucedem-se nos anos seguintes,depois casa com um eng. alemão que é colocado no Brasil em 1975 .
A sua estadia no Brasil ressalta a partir de 1987, pois para além das suas actuações, recebe mais aulas de canto e participa num filme de Norma Bengell. Em 1991 viaja para a Europa e apresenta-se na Aula Magna em Lisboa, antes de rumar a Paris. Aí actua no Teatro Carré Blanc e no Teatro de Draveil.
Em todos estes anos Milita nunca deixou de visitar Angola, tendo sido alvo de uma homenagem pela TPA em 1984. Em 95 lança o disco "Eu Sou Angolana". Em 2005 participa em espectáculos de Cesária Évora e Alcione.
Actualmente vive em França onde fundou em Paris a "Associação do Artista Angolano". Hoje vive com um economista e músico croata e quando tem oportunidade ainda dá um salto para o palco onde se sente "como a borboleta que vive o seu único dia de vida" em suas palavras. Da sua discografia constam para além do seudisco "Eu sou Angolana" participações nos discos "Serenata de Luanda","Angola - 30 Anos de Músicas" (2002) e "Somos de Ti Natureza" (2000). Um segundo disco está preparado mas ainda não gravado.
A sua estadia no Brasil ressalta a partir de 1987, pois para além das suas actuações, recebe mais aulas de canto e participa num filme de Norma Bengell. Em 1991 viaja para a Europa e apresenta-se na Aula Magna em Lisboa, antes de rumar a Paris. Aí actua no Teatro Carré Blanc e no Teatro de Draveil.
Em todos estes anos Milita nunca deixou de visitar Angola, tendo sido alvo de uma homenagem pela TPA em 1984. Em 95 lança o disco "Eu Sou Angolana". Em 2005 participa em espectáculos de Cesária Évora e Alcione.
Actualmente vive em França onde fundou em Paris a "Associação do Artista Angolano". Hoje vive com um economista e músico croata e quando tem oportunidade ainda dá um salto para o palco onde se sente "como a borboleta que vive o seu único dia de vida" em suas palavras. Da sua discografia constam para além do seudisco "Eu sou Angolana" participações nos discos "Serenata de Luanda","Angola - 30 Anos de Músicas" (2002) e "Somos de Ti Natureza" (2000). Um segundo disco está preparado mas ainda não gravado.
SARA CHAVES Embora já desde muito pequena gostasse de cantar só na adolescência sentiu essa necessidade para se afirmar. A sua primeira apresentação em público só acontece aos 18 anos em 1950. Em 1951 viaja para Moçambique para passar férias em casa de seus tios. É em Lourenço Marques que faz os 19 anos. Os tios levam-na a jantar a um dos lugares mais "chiques" da cidade, a Taverna D. João IV no Hotel Girassol. |
No final baixam as luzes e surpreendem-na com um bolo de aniversário enquanto o conjunto residente lhe toca os "Parabéns a Você".
E quem é esse conjunto? Apenas e só Artur Fonseca e o seu conjunto. Daí até que o maestro saiba que Sara canta em Angola vai um passo. Depois de a ouvir convida-a ir cantar no Rádio Clube de Moçambique com a sua Orquestra de Variedades, dirigida pelo maestro Artur Fonseca. |
Todas as noites, após a saída dos clientes que vinham jantar à Taverna do Girassol, havia tertúlia.
O grande poeta Reinaldo Ferreira (filho do grande Reporter X - jornalista, dramaturgo e realizador de cinema) contava anedotas bem "apaladadas", e um belo dia havia iniciado uma quando entra no restaurante um casal. Aí o maestro Artur Fonseca, que já conhecia o estilo dessas anedotas, avisa "atenção Reinaldo isto é uma casa portuguesa" ao que este responde "concerteza". De seguida todos quase em coro dizem "uma casa portuguesa concerteza".
Artur Fonseca senta-se ao piano e começa a dedilhar uma frases musicais. Pouco tempo depois Reinaldo coloca-lhe no piano um poema, dizendo "está feito". O maestro vai desenvolvendo a imaginação com as frases musicais a bailarem nos dedos e Vasco Matos Sequeira também vai dando ideias e uma meia-hora depois diz "terminei, e é a Sara quem a vai cantar". Acabava de nascer um dos maiores êxitos da canção portuguesa. Sara foi ensaiada pelo próprio maestro e estreou a canção no RCM em 1951. Só no final da década ela vem a ser gravada em disco pelo João Maria Tudela, que do Artur Fonseca gravou mais de 30 lindas canções. Mas é Amália Rodrigues quem a torna num dos maiores sucessos internacionais da música portuguesa, infelizmente só vilipendiada pelos pseudo intelectuais portugueses que consideram a letra fascisante, mostrando toda a sua ignorância histórica e não entendendo os valores da fraternidade e honestidade porque se regia o bom povo português independente da política e não conhecendo o grande poeta que foi Reinaldo Ferreira e que entre centenas de poesias cépticas e de gosto tão amargo quanto ao status quo da época, também escreveu "Menina Dos Olhos Tristes", musicada e cantada pelo enorme Zeca Afonso ou interpretada pelo insuspeito Adriano Correia de Oliveira.
Sara que fora um mês de férias acaba por ficar cinco. Regressada a Angola continua a cantar e em 1953 começa a fazer locução nas emissões experimentais da Emissora Oficial de Angola, onde vai também fazendo programas musicais, nos quais apresenta muita música nativa e artistas angolanos. Em 1961 vem a Lisboa de férias e é convidada a actuar na RTP (aliás em 2014 foi convidada de Margarida Mercês de Melo para o seu programa na RTP Memória "À Conversa").
O grande poeta Reinaldo Ferreira (filho do grande Reporter X - jornalista, dramaturgo e realizador de cinema) contava anedotas bem "apaladadas", e um belo dia havia iniciado uma quando entra no restaurante um casal. Aí o maestro Artur Fonseca, que já conhecia o estilo dessas anedotas, avisa "atenção Reinaldo isto é uma casa portuguesa" ao que este responde "concerteza". De seguida todos quase em coro dizem "uma casa portuguesa concerteza".
Artur Fonseca senta-se ao piano e começa a dedilhar uma frases musicais. Pouco tempo depois Reinaldo coloca-lhe no piano um poema, dizendo "está feito". O maestro vai desenvolvendo a imaginação com as frases musicais a bailarem nos dedos e Vasco Matos Sequeira também vai dando ideias e uma meia-hora depois diz "terminei, e é a Sara quem a vai cantar". Acabava de nascer um dos maiores êxitos da canção portuguesa. Sara foi ensaiada pelo próprio maestro e estreou a canção no RCM em 1951. Só no final da década ela vem a ser gravada em disco pelo João Maria Tudela, que do Artur Fonseca gravou mais de 30 lindas canções. Mas é Amália Rodrigues quem a torna num dos maiores sucessos internacionais da música portuguesa, infelizmente só vilipendiada pelos pseudo intelectuais portugueses que consideram a letra fascisante, mostrando toda a sua ignorância histórica e não entendendo os valores da fraternidade e honestidade porque se regia o bom povo português independente da política e não conhecendo o grande poeta que foi Reinaldo Ferreira e que entre centenas de poesias cépticas e de gosto tão amargo quanto ao status quo da época, também escreveu "Menina Dos Olhos Tristes", musicada e cantada pelo enorme Zeca Afonso ou interpretada pelo insuspeito Adriano Correia de Oliveira.
Sara que fora um mês de férias acaba por ficar cinco. Regressada a Angola continua a cantar e em 1953 começa a fazer locução nas emissões experimentais da Emissora Oficial de Angola, onde vai também fazendo programas musicais, nos quais apresenta muita música nativa e artistas angolanos. Em 1961 vem a Lisboa de férias e é convidada a actuar na RTP (aliás em 2014 foi convidada de Margarida Mercês de Melo para o seu programa na RTP Memória "À Conversa").
Em 1966 participa no Festival da Canção de Luanda com a canção "Maria Provocação" que tem características nativas e é acompanhada por um dos melhores conjuntos angolanos à época o N'GOLA RITMO (foto ao lado). O Júri acaba por excluir a canção argumentando que o regulamento não permite a introdução de instrumentos africanos, mas paradoxalmente atribui-lhe o Prémio de Interpretação. O publíco vaiou porque queria essa canção como vencedora. Sara fez muitos espectáculos por Angola fora, e também actuou com assiduidade nos "Serões Para Trabalhadores",organizados pela Emissora Oficial.Também em 1972 começam a ser organizados em Luanda por alguém que viria a ser um pequeno empresário de espetáculos e que divulgam gente nova e de grande valor obtendo enorme sucesso até 1974.
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Nessa coordenação está Luís Montez (pai do Luís Montez, genro de Cavaco Silva, que é dono da produtora "Música no Coração", e que já havia lançado a rádio XFM). Filho de peixe sabe nadar.
Em 1975 Sara vem para Portugal e fica a residir no Barreiro,terra de seu marido. Para trás ficaram as canções,os discos,a locução e claro está as saudades. Gravou três discos,o primeiro para a Melodia e os dois último para a Valentim de Carvalho.
Em 1998 volta a Luanda a convite da Emissora Comercial LAC para presidir ao júri do 1º Festival da Canção de Luanda pós independência. Em 2005 a Associação dos Artistas e Compositores de Angola convida-a para cantar na festa dos 70 anos de Elias Diá Kimueso que era homenageado. Também foram convidados a Milita e o Martinho da Vila. Esta foi a sua última intervenção musical.
A terminar vamos ouvir Sara Chaves a cantar "Maria Provocação" também da autoria de Ana Maria Mascarenhas e Adelino T. da Silva.
Em 1975 Sara vem para Portugal e fica a residir no Barreiro,terra de seu marido. Para trás ficaram as canções,os discos,a locução e claro está as saudades. Gravou três discos,o primeiro para a Melodia e os dois último para a Valentim de Carvalho.
Em 1998 volta a Luanda a convite da Emissora Comercial LAC para presidir ao júri do 1º Festival da Canção de Luanda pós independência. Em 2005 a Associação dos Artistas e Compositores de Angola convida-a para cantar na festa dos 70 anos de Elias Diá Kimueso que era homenageado. Também foram convidados a Milita e o Martinho da Vila. Esta foi a sua última intervenção musical.
A terminar vamos ouvir Sara Chaves a cantar "Maria Provocação" também da autoria de Ana Maria Mascarenhas e Adelino T. da Silva.
FALANDO DE NOVOS DISCOS

NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
Foi lançado no final de 2014 o novo álbum de Barry Manilow, o cantor e compositor americano, que ficou mundialmente conhecido nos anos 70 pelos êxitos "Mandy", "Copacabana", "I Can't Smile Without You" ou "I Write The Songs", vendendo mais de 60 milhões de discos.
Para o seu primeiro álbum na editora Verve, Barry Manilow faz homenagem aos seus ídolos já falecidos, em quem se inspirou durante os já mais de 50 anos de carreira. Utilizando todas as novas tecnologias canta em dueto com 11 com artistas famosos como Whitney Houston, John Denver, Dusty Springfield, Andy Williams, Mama Cass ou Louis Armstrong. |
É um álbum totalmente gravado em estúdio, misturando gravações existentes dos vários artistas e Barry Manilow fazendo dueto em cima dessas antigas gravações, mas com uma intensidade e envolvimento que parece ter sido gravado ao vivo.
O extraordinário grupo de artistas escolhidos assegura logo à partida que estaremos perante uma álbum de vozes imortais, que atravessam várias gerações.
Como o título do álbum refere, foi um sonho de Barry Manilow, agora realizado.
Este álbum faz-nos pensar que já não podemos acreditar totalmente nos nossos sentidos, pois faz-nos sentir as emoções de vozes que nos deixaram, mas um espírito bem vivo e actual.
Estas novas tecnologias fazem-nos pensar se brevemente não iremos ouvir um álbum de artistas que ainda não nasceram.
Se o passado pode ser futuro, porque é que o futuro não poderá ser presente ou passado ?
Eis a lista das canções e dos artistas com quem Barry Manilow faz os duetos:
1. "The Song’s Gotta Come From The Heart" with Jimmy Durante
2. "Goody Goody" with Frankie Lymon
3. "Dream A Little Dream Of Me" with Mama Cass
4. "I Believe In You And Me" with Whitney Houston
5. "Sunshine On My Shoulders" with John Denver
6. "Zing! Went The Strings Of My Heart" with Judy Garland
7. "Moon River" with Andy Williams
8. "The Look Of Love" with Dusty Springfield
9. "The Candyman" with Sammy Davis, Jr.
10. "I Wanna Be Loved By You" with Marilyn Monroe
11. "What A Wonderful World/What A Wonderful Life" with Louis Armstrong
Utilizando também as novas tecnologias, Barry Manilow apresenta em video os seus duetos. Desses videos escolhemos o dueto com a fabulosa Judy Garland.
O extraordinário grupo de artistas escolhidos assegura logo à partida que estaremos perante uma álbum de vozes imortais, que atravessam várias gerações.
Como o título do álbum refere, foi um sonho de Barry Manilow, agora realizado.
Este álbum faz-nos pensar que já não podemos acreditar totalmente nos nossos sentidos, pois faz-nos sentir as emoções de vozes que nos deixaram, mas um espírito bem vivo e actual.
Estas novas tecnologias fazem-nos pensar se brevemente não iremos ouvir um álbum de artistas que ainda não nasceram.
Se o passado pode ser futuro, porque é que o futuro não poderá ser presente ou passado ?
Eis a lista das canções e dos artistas com quem Barry Manilow faz os duetos:
1. "The Song’s Gotta Come From The Heart" with Jimmy Durante
2. "Goody Goody" with Frankie Lymon
3. "Dream A Little Dream Of Me" with Mama Cass
4. "I Believe In You And Me" with Whitney Houston
5. "Sunshine On My Shoulders" with John Denver
6. "Zing! Went The Strings Of My Heart" with Judy Garland
7. "Moon River" with Andy Williams
8. "The Look Of Love" with Dusty Springfield
9. "The Candyman" with Sammy Davis, Jr.
10. "I Wanna Be Loved By You" with Marilyn Monroe
11. "What A Wonderful World/What A Wonderful Life" with Louis Armstrong
Utilizando também as novas tecnologias, Barry Manilow apresenta em video os seus duetos. Desses videos escolhemos o dueto com a fabulosa Judy Garland.
Nas semanas anteriores a "ONDA POP" apresentou, tentou dismistificar e documentou através do audio e do video, a evolução do ROCK até ao aparecimento de Bill Haley & His Comets e do "King" Elvis Presley.
Para terminar esta nossa rubrica vamos fazer um ensaio filosófico sobre a resposta à nossa questão: "Afinal... O QUE É O ROCK ?" |
Falar da origem do ROCK é falar da origem da música e esta vem da origem do homem (tambores, cantarolas de sofrimento ou ânimo), da origem dos animais (pássaros e mamíferos) e da origem da natureza e de tudo o que vibra (sons do mar, dos rios, das quedas de água, dos trovões, etc). Mas o ROCK não é só música, não é só ritmo. O ROCK é um estilo de vida, é contestação das regras e valores sócio-culturais pré-estabelecidos, é protesto contra os governantes, o racismo, a fome e a miséria no mundo, é criatividade, é ouvir bons discos... é uma filososfia de vida.
O ROCK foi a revolução social e cultural que até hoje teve mais impacto e sucesso no universo e a que mais aterrorizou o establishment de todos os sistemas políticos instaurados no mundo (perseguido e controlado em muitos países ocidentais e proíbido em países do leste europeu e na China). Porquê ? Porque não foi panfletária, nem partidária das esquerdas, dos centros ou direitas políticas, nem foi imposta por sistemas controladores em nome da defesa dos direitos dos grandes capitalistas ou do povo... o ROCK foi a revolução espontânea da juventude e da rebeldia contra os caminhos de todos os governos ou sistemas políticos e sociais que controlam a humanidade, embora mais tarde também viesse a ser dominado pelos sistemas e factores económicos, que aderiram ao movimento para tirar os seus chorudos dividendos e também poderem fiscalizar essa revolução.
Provàvelmente os primeiros roqueiros foram Wolfgang Amadeus Mozart e Franz Liszt que, nos séculos XVIII e XIX respectivamente, ousaram enfrentar o status quo da realeza e da nobreza, através de atitudes e posturas provocatórias em palco e nos seus comportamentos em suas vidas privadas, sofrendo pressões particulares e repressões nas suas carreiras artísticas, pese embora os seus génios musicais incontestáveis, bem retratados nos filmes "Amadeus" e "Lisztomania".
No ínicio dos anos 1920, e por ironia, começa na igreja cristã um dos maiores movimentos que vão influenciar o ROCK. O "perigo" veio de dentro das igrejas dos negros, onde bandos de cantores negros afinadíssimos começam a cantar e a dançar num ritmo balançado, em verdadeiras jam sessions de música religiosa, os cânticos litúrgicos que na igreja católica eram monocórdicos cânticos em latim, acompanhados por teclados sonolentos. Esses espirituais negros vulgarmente chamados de Gospel (apelo a Deus - God+Spell) foram considerados quase como pagãos devido ao entusiasmo e ritmos contidos nesses hinos e deram início a uma revolução religiosa e musical, que passou a influenciar o Rhythm & Blues (um dos pais do ROCK, como aqui escrevemos anteriormente).
O ROCK foi a revolução social e cultural que até hoje teve mais impacto e sucesso no universo e a que mais aterrorizou o establishment de todos os sistemas políticos instaurados no mundo (perseguido e controlado em muitos países ocidentais e proíbido em países do leste europeu e na China). Porquê ? Porque não foi panfletária, nem partidária das esquerdas, dos centros ou direitas políticas, nem foi imposta por sistemas controladores em nome da defesa dos direitos dos grandes capitalistas ou do povo... o ROCK foi a revolução espontânea da juventude e da rebeldia contra os caminhos de todos os governos ou sistemas políticos e sociais que controlam a humanidade, embora mais tarde também viesse a ser dominado pelos sistemas e factores económicos, que aderiram ao movimento para tirar os seus chorudos dividendos e também poderem fiscalizar essa revolução.
Provàvelmente os primeiros roqueiros foram Wolfgang Amadeus Mozart e Franz Liszt que, nos séculos XVIII e XIX respectivamente, ousaram enfrentar o status quo da realeza e da nobreza, através de atitudes e posturas provocatórias em palco e nos seus comportamentos em suas vidas privadas, sofrendo pressões particulares e repressões nas suas carreiras artísticas, pese embora os seus génios musicais incontestáveis, bem retratados nos filmes "Amadeus" e "Lisztomania".
No ínicio dos anos 1920, e por ironia, começa na igreja cristã um dos maiores movimentos que vão influenciar o ROCK. O "perigo" veio de dentro das igrejas dos negros, onde bandos de cantores negros afinadíssimos começam a cantar e a dançar num ritmo balançado, em verdadeiras jam sessions de música religiosa, os cânticos litúrgicos que na igreja católica eram monocórdicos cânticos em latim, acompanhados por teclados sonolentos. Esses espirituais negros vulgarmente chamados de Gospel (apelo a Deus - God+Spell) foram considerados quase como pagãos devido ao entusiasmo e ritmos contidos nesses hinos e deram início a uma revolução religiosa e musical, que passou a influenciar o Rhythm & Blues (um dos pais do ROCK, como aqui escrevemos anteriormente).
Nos meados do século XX, o ROCK foi influenciado pela Geração Beat, no ínicio dos anos 50, inconformada com os caminhos escolhidos e constitucionalizados para a humanidade e que se expressou através de várias formas de arte (na literatura - Herman Melville, Kafka, Nietzsche, Rimbaud, Blake, Whitman, até Henry Miller e os ícones beatniks Jack Kerouac e William S. Burroughs e as suas "bíblias" On The Road e Naked Lunch, respectivamente; na pintura - Jackson Pollock; na música Charlie "Bird" Parker e Miles Davis).
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A primeira fase da revolução do ROCK explodiu entre 1955 e 1958, com "Rock Around The Clock" por Bill Haley & His Comets e que era tema do filme "Blackboard Jungle", que pretendia criticar a postura revolucionária beatnik dos estudantes da época, mas que irònicamente teve um efeito totalmente oposto e motivou loucuras e tumultos no mundo inteiro, sempre que esse filme era exibido, com os jovens dançando frenèticamente nas salas de cinema.
Depois vieram Elvis Presley, Little Richard, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Gene Vincent, Eddie Cochran, Roy Orbison, etc.
Essa onda de agitação, então considerada perigosa, foi controlada a partir de 1959, quando Elvis Presley é enviado para a Alemanha para cumprir o serviço militar, Jerry Lee Lewis é envolvido em escandalo sexual por ter casado com uma prima de 12 anos de idade (quantas das nossas avós ou bisavós não casaram com idades idênticas), Little Richard desiludido por não receber os merecidos valores por direitos de autor e de intérprete, decide gravar gospels e converte-se em pastor evangélico, Chuck Berry foi preso porque atravessou uma fronteira estadual com uma prostituta de outro estado e que, segundo a lei desse estado em que foi preso, era aí considerada como menor, Buddy Holly e Ritchie Valens morreram num desastre de avião e Eddie Cochran num desastre de automóvel.
O ROCK ficou então controlado até 1964, altura em que os Beatles e a invasão musical britânica (Rolling Stones, Kinks, Dave Clark 5, Who, Animals, etc) reinventam o ROCK, levam-no de novo para os Estados Unidos e espalham essa nova onda pelo mundo.
A partir daí recomeça a revolução social e cultural do ROCK, com as cabeleiras, botas e roupas à Beatle, cabelos compridos para o sexo masculino, vestes diferenciadas, mini-saias, monoquinis, etc, e os sistemas controladores foram novamente perdendo o domínio da situação até ao auge dessa revolução entre 1967 e 1969.
É quando nasce o movimento dos hippies e do flower-power defendendo e praticando o amor livre, enaltecendo a paz no mundo e contestando fortemente a guerra do Vietname.
O femininismo ganha força e expande-se pela Europa e pelas Américas, lutando pela igualdade de direitos, de trabalho e acesso à contracepção.
É também nesta época que se inicia uma onda de diversos protestos estudantis em França, exigindo reformas na educação e cujo movimento foi tão forte que a sua expansão deu origem à maior greve de trabalhadores na Europa (9 milhões). É também quando se dá a revolta na Checoslováquia, chamada "Primavera de Praga".
Com o crescimento do ROCK, a classe média e média-baixa passava a ter voz.
A cultura e dogmas morais da média e alta burguesia sentia-se abalada pelo comportamento vigente e não encontrava outro caminho senão o de seguir o rumo do mundo em geral.
Já não era uma luta de classes, mas uma revolução cultural.
Seguindo o exemplo de Bob Dylan e dos Beatles, que se libertaram das correntes musicais em voga e iniciaram uma série sem fim de experiências musicais criativas de novos sons, de novos conceitos e mensagens sociais, começou uma época de criatividade musical única até aos dias de hoje, quer por parte de artistas já conceituados, quer por milhares de outros artistas que, através de gravações garage ou em estúdios caseiros ou de menor representatividade, atingem os tops de vendas musicais, sem qualquer controle ou interferência das grandes gravadoras e editoras.
O establishment estava a perder o controle e a guerra económica da indústria fonográfica e produtos afins. Como não controlava as Rádios, não podia evitar a constante divulgação desses novos artistas, novos sons e novas mensagens. As grandes gravadoras e as forças políticas e económicas decidiram então comprar ou ter uma forte componente política e económica nas principais estações de Rádio, legislando com fortes restrições as estações de rádio independentes e perseguindo as Rádios piratas, conforme relatámos nesta rubrica, algumas semanas atrás.
Desta forma, impedindo a divulgação, adquirindo as melhores gravadoras e editoras independentes, com cláusulas proibitivas de abertura de novas editoras pelos mesmos sócios ou até lhes oferecendo empregos e salários chorudos nas mesmas editoras que lhes tinham sido adquiridas e restrigindo legalmente a abertura de novas emissoras de rádio, o establishment voltou rigidamente a fiscalizar as principais produções e divulgações do movimento ROCK, a partir de 1970.
Para sorte do sistema controlador, este viu desfazerem-se os Beatles, o grupo lider desse movimento inovador e que, devido à importancia e influência que tinha em todo o processo no mundo inteiro, era muito difícil de controlar. John Lennon ainda continuou a sua cruzada contra o status quo político-social, mas não tinha a mesma força dos Beatles e nem mesmo a sua composição "Imagine" (..."Imagine um mundo sem fronteiras, um mundo sem religiões, um mundo sem razões para matar ou morrer por, com toda a gente a viver em Paz"...) passou de um hino idealista, sem a força mediática que os Fab Four tinham.
Essa onda de agitação, então considerada perigosa, foi controlada a partir de 1959, quando Elvis Presley é enviado para a Alemanha para cumprir o serviço militar, Jerry Lee Lewis é envolvido em escandalo sexual por ter casado com uma prima de 12 anos de idade (quantas das nossas avós ou bisavós não casaram com idades idênticas), Little Richard desiludido por não receber os merecidos valores por direitos de autor e de intérprete, decide gravar gospels e converte-se em pastor evangélico, Chuck Berry foi preso porque atravessou uma fronteira estadual com uma prostituta de outro estado e que, segundo a lei desse estado em que foi preso, era aí considerada como menor, Buddy Holly e Ritchie Valens morreram num desastre de avião e Eddie Cochran num desastre de automóvel.
O ROCK ficou então controlado até 1964, altura em que os Beatles e a invasão musical britânica (Rolling Stones, Kinks, Dave Clark 5, Who, Animals, etc) reinventam o ROCK, levam-no de novo para os Estados Unidos e espalham essa nova onda pelo mundo.
A partir daí recomeça a revolução social e cultural do ROCK, com as cabeleiras, botas e roupas à Beatle, cabelos compridos para o sexo masculino, vestes diferenciadas, mini-saias, monoquinis, etc, e os sistemas controladores foram novamente perdendo o domínio da situação até ao auge dessa revolução entre 1967 e 1969.
É quando nasce o movimento dos hippies e do flower-power defendendo e praticando o amor livre, enaltecendo a paz no mundo e contestando fortemente a guerra do Vietname.
O femininismo ganha força e expande-se pela Europa e pelas Américas, lutando pela igualdade de direitos, de trabalho e acesso à contracepção.
É também nesta época que se inicia uma onda de diversos protestos estudantis em França, exigindo reformas na educação e cujo movimento foi tão forte que a sua expansão deu origem à maior greve de trabalhadores na Europa (9 milhões). É também quando se dá a revolta na Checoslováquia, chamada "Primavera de Praga".
Com o crescimento do ROCK, a classe média e média-baixa passava a ter voz.
A cultura e dogmas morais da média e alta burguesia sentia-se abalada pelo comportamento vigente e não encontrava outro caminho senão o de seguir o rumo do mundo em geral.
Já não era uma luta de classes, mas uma revolução cultural.
Seguindo o exemplo de Bob Dylan e dos Beatles, que se libertaram das correntes musicais em voga e iniciaram uma série sem fim de experiências musicais criativas de novos sons, de novos conceitos e mensagens sociais, começou uma época de criatividade musical única até aos dias de hoje, quer por parte de artistas já conceituados, quer por milhares de outros artistas que, através de gravações garage ou em estúdios caseiros ou de menor representatividade, atingem os tops de vendas musicais, sem qualquer controle ou interferência das grandes gravadoras e editoras.
O establishment estava a perder o controle e a guerra económica da indústria fonográfica e produtos afins. Como não controlava as Rádios, não podia evitar a constante divulgação desses novos artistas, novos sons e novas mensagens. As grandes gravadoras e as forças políticas e económicas decidiram então comprar ou ter uma forte componente política e económica nas principais estações de Rádio, legislando com fortes restrições as estações de rádio independentes e perseguindo as Rádios piratas, conforme relatámos nesta rubrica, algumas semanas atrás.
Desta forma, impedindo a divulgação, adquirindo as melhores gravadoras e editoras independentes, com cláusulas proibitivas de abertura de novas editoras pelos mesmos sócios ou até lhes oferecendo empregos e salários chorudos nas mesmas editoras que lhes tinham sido adquiridas e restrigindo legalmente a abertura de novas emissoras de rádio, o establishment voltou rigidamente a fiscalizar as principais produções e divulgações do movimento ROCK, a partir de 1970.
Para sorte do sistema controlador, este viu desfazerem-se os Beatles, o grupo lider desse movimento inovador e que, devido à importancia e influência que tinha em todo o processo no mundo inteiro, era muito difícil de controlar. John Lennon ainda continuou a sua cruzada contra o status quo político-social, mas não tinha a mesma força dos Beatles e nem mesmo a sua composição "Imagine" (..."Imagine um mundo sem fronteiras, um mundo sem religiões, um mundo sem razões para matar ou morrer por, com toda a gente a viver em Paz"...) passou de um hino idealista, sem a força mediática que os Fab Four tinham.
Devido às repercussões e consequencias mundiais que a revolução do ROCK tinha originado, a partir de 1970 e ajudando os interesses capitalistas, o ROCK começa a ser aproveitado e apadrinhado pelos movimentos e partidos de esquerda que tanto o tinham acusado de alienação e de preversão da juventude. A esquerda política assenhoreando-se da rebelião da juventude começou a panfletar que com esta atitude subversiva os jovens estavam a defender as ideologias marxistas e que em breve os meios de produção estariam nas mãos do proletariado.
Estes epítetos e qualificações políticas enfraqueceram a mensagem cultural do ROCK, que sempre tinha sido apartidária.
Mas como os principais lideres e ícones do ROCK nunca se expressaram políticamente e não deram suporte a esses aproveitamentos políticos, em 1976, a mesma esquerda política começou a apelidar o ROCK de uma forma musical extremamente conservadora e aproveitou-se então do novo movimento Punk Rock, que defendia musicalmente um rock mais simples e com instrumentos básicos, ao contrário da corrente musical então vigente do Rock Progressivo ("Yes", "Genesis", "King Crimson", "Pink Floyd", "Van Der Graaf Generation", "Jethro Tull" ou Emerson, Lake & Palmer).
Só que uma vez mais errou na sua estratégia, pois o Punk Rock virou as suas armas sobre instituições moribundas, como a monarquia, a igreja e as gravadoras, jamais fazendo grande oposição às desigualdades económicas ou sociais.
Ferido e fortemente abalado na sua raíz de movimento revolucionário espontâneo e de essência cultural e social e não essencialmente político, o ROCK ainda sobreviveu com a sua mensagem original através de artistas como os U2, os Radiohead, Bruce Springsteen, Neil Young, os Nirvana ou os Pearl Jam.
O ROCK continua a ser uma forma de arte legítima, uma corrente forte na cultura no palco intelectual do multiverso...sim, multiverso, porque o termo "uni" limita as fronteiras do "ROCK", como o provou a NASA emitindo a 4 de Fevereiro de 2008 a canção dos Beatles "Across The Universe" em direcção à super-estrela Polaris.
E se a existência é um absurdo e o universo é desprovido de absolutos, viver é alcançar a liberdade.
Afinal... O Que é o ROCK ?
O ROCK é "A Minha Revolta, a Minha Liberdade e a Minha Paixão", como diria o dramaturgo e filósofo Albert Camus.
Estes epítetos e qualificações políticas enfraqueceram a mensagem cultural do ROCK, que sempre tinha sido apartidária.
Mas como os principais lideres e ícones do ROCK nunca se expressaram políticamente e não deram suporte a esses aproveitamentos políticos, em 1976, a mesma esquerda política começou a apelidar o ROCK de uma forma musical extremamente conservadora e aproveitou-se então do novo movimento Punk Rock, que defendia musicalmente um rock mais simples e com instrumentos básicos, ao contrário da corrente musical então vigente do Rock Progressivo ("Yes", "Genesis", "King Crimson", "Pink Floyd", "Van Der Graaf Generation", "Jethro Tull" ou Emerson, Lake & Palmer).
Só que uma vez mais errou na sua estratégia, pois o Punk Rock virou as suas armas sobre instituições moribundas, como a monarquia, a igreja e as gravadoras, jamais fazendo grande oposição às desigualdades económicas ou sociais.
Ferido e fortemente abalado na sua raíz de movimento revolucionário espontâneo e de essência cultural e social e não essencialmente político, o ROCK ainda sobreviveu com a sua mensagem original através de artistas como os U2, os Radiohead, Bruce Springsteen, Neil Young, os Nirvana ou os Pearl Jam.
O ROCK continua a ser uma forma de arte legítima, uma corrente forte na cultura no palco intelectual do multiverso...sim, multiverso, porque o termo "uni" limita as fronteiras do "ROCK", como o provou a NASA emitindo a 4 de Fevereiro de 2008 a canção dos Beatles "Across The Universe" em direcção à super-estrela Polaris.
E se a existência é um absurdo e o universo é desprovido de absolutos, viver é alcançar a liberdade.
Afinal... O Que é o ROCK ?
O ROCK é "A Minha Revolta, a Minha Liberdade e a Minha Paixão", como diria o dramaturgo e filósofo Albert Camus.
DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS
A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK. |
Em 1967, os Rahgoos tocavam em vários clubes nova-iorquinos e numa noite em que estavam a tocar no famoso "Night Owl Cafe", em Greenvillage, foram vistos e contactados pela dupla de compositores Garry Bonner e Alan Gordon (criadores entre outros êxitos de "Happy Together" dos Turtles), que os apresentou aos produtores Koppelman e Rubin.
K & R tinham acabado de criar um novo selo discográfico, o "Hot Biscuit Disc Company", com um acordo firmado com a "Capitol" para a distribuição e divulgação do material desse novo selo.
K & R só não gostaram do nome da banda e pediram para eles o mudarem. Depois de várias ideias e sugestões, um dos membros que estava a ler o romance de fantasia - The Hobbit, cujo mágico e feiticeiro se chama Gandalf, propôs esse nome pelo misticismo que ele representava.
Ainda em 1967, gravaram logo o disco com o mesmo nome da banda. No entanto o lançamento e divulgação do disco foi sendo adiado pela Capitol, vindo esta sòmente a lançá-lo em 1969. Só que a banda desanimada com esses quase dois anos de demora já se tinha desmembrado e por isso não poderia divulgar ao vivo o lançamento do álbum.
Só que para além dessa demora de 2 anos, a Capitol lançou o álbum no mercado com um engano terrível - a capa do Gandalf não correspondia ao disco que vinha dentro e tiveram que o retirar do mercado para o voltarem a lançar novamente.
Com todos estes contratempos, o álbum teve muito pouco sucesso comercial, muito embora seja de uma qualidade excelente e com famosas canções de compositores tão renomados como Tim Hardin ("Hang On To A Dream"), Bonner & Gordon ("Me About You") ou Eden Ahbez ("Nature Boy"), numa roupagem de muito bom gosto psicadélico.
Este é um daqueles álbuns que recomendamos, porque só não teve sucesso pela teia de acontecimentos que vos relatámos.
Gandalf era uma banda americana composta por Peter Sando, Frank Hubach, Bob Muller and Davy Bauer.
Lista da canções:
1. Golden Earrings
2. Hang On To A Dream
3. Never Too Far
4. Scarlet Ribbons
5. You Upset The Grace Of Living
6. Can You Travel In The Dark Alone
7. Nature Boy
8. Tiffany Rings
9. Me About You
10. I Watch The Moon
Para vos dar um aroma musical do concentrado de essências musicais de que é composto o mágico perfume "Gandalf", deixamos no ar "I Watch The Moon", da autoria da banda.
K & R tinham acabado de criar um novo selo discográfico, o "Hot Biscuit Disc Company", com um acordo firmado com a "Capitol" para a distribuição e divulgação do material desse novo selo.
K & R só não gostaram do nome da banda e pediram para eles o mudarem. Depois de várias ideias e sugestões, um dos membros que estava a ler o romance de fantasia - The Hobbit, cujo mágico e feiticeiro se chama Gandalf, propôs esse nome pelo misticismo que ele representava.
Ainda em 1967, gravaram logo o disco com o mesmo nome da banda. No entanto o lançamento e divulgação do disco foi sendo adiado pela Capitol, vindo esta sòmente a lançá-lo em 1969. Só que a banda desanimada com esses quase dois anos de demora já se tinha desmembrado e por isso não poderia divulgar ao vivo o lançamento do álbum.
Só que para além dessa demora de 2 anos, a Capitol lançou o álbum no mercado com um engano terrível - a capa do Gandalf não correspondia ao disco que vinha dentro e tiveram que o retirar do mercado para o voltarem a lançar novamente.
Com todos estes contratempos, o álbum teve muito pouco sucesso comercial, muito embora seja de uma qualidade excelente e com famosas canções de compositores tão renomados como Tim Hardin ("Hang On To A Dream"), Bonner & Gordon ("Me About You") ou Eden Ahbez ("Nature Boy"), numa roupagem de muito bom gosto psicadélico.
Este é um daqueles álbuns que recomendamos, porque só não teve sucesso pela teia de acontecimentos que vos relatámos.
Gandalf era uma banda americana composta por Peter Sando, Frank Hubach, Bob Muller and Davy Bauer.
Lista da canções:
1. Golden Earrings
2. Hang On To A Dream
3. Never Too Far
4. Scarlet Ribbons
5. You Upset The Grace Of Living
6. Can You Travel In The Dark Alone
7. Nature Boy
8. Tiffany Rings
9. Me About You
10. I Watch The Moon
Para vos dar um aroma musical do concentrado de essências musicais de que é composto o mágico perfume "Gandalf", deixamos no ar "I Watch The Moon", da autoria da banda.
Esta semana publicaremos o 2º lugar na Parada de Onda Pop, uma bonita canção composta pelo cantor e compositor do conjunto inglês The Troggs, Reg Presley, que nos deixou a 5 de Fevereiro de 2013.
"You Can Cry If You Want To" é o nome dessa bonita composição que no entanto só entrou nos hit-parades do Canadá (16º), África do Sul (1º lugar) e na Parada da Onda Pop.
"You Can Cry If You Want To" faz parte do L.P. dos Troggs - "Mixed Bag" e foi relançada com algum sucesso em 2000, pelo conjunto punk rock The Buggs.
"You Can Cry If You Want To" é o nome dessa bonita composição que no entanto só entrou nos hit-parades do Canadá (16º), África do Sul (1º lugar) e na Parada da Onda Pop.
"You Can Cry If You Want To" faz parte do L.P. dos Troggs - "Mixed Bag" e foi relançada com algum sucesso em 2000, pelo conjunto punk rock The Buggs.