Ernesto Edgar Santana Afonso nasceu em Quelimane (Moçambique) em 23 de Fevereiro de 1950 e faleceu em Lisboa (Portugal) a 13 de Maio de 2016. Pedimos a João de Sousa (OP nºs 2 e 55) que nos falasse um pouco sobre ele. Enviou-nos um texto que publicou no dia 14 em memória de Né e que não resistimos em transcrever. "Conhecido como Né Afonso, tinha apenas 5 anos quando começou a aprender a tocar piano por influência de um afinador, um goês de seu nome Filipe dos Mártires. As irmãs mais velhas de Né já tocavam. O gosto pela música fez com que seu pai o inscrevesse numa Escola de Música de um Instituto de Freiras em Quelimane. O ambiente era "chato" e por isso Né Afonso deixou o Instituto, porque não estava para estar ali a aturar das 3 às 5 da tarde a ouvir falar de colcheias e semi-colcheias, Claves de Sol ou de Pautas, quando aquela hora queria era estar a jogar futebol com os amigos. Felizmente a "fuga" do colégio não lhe retirou o interesse pela música. Os anos passaram e Né começa a pensar em entrar para um conjunto musical. Tinha 12 anos. O primeiro grupo tinha o nome ligado às brincadeiras de miúdos, brincadeiras de "Cowboys", Os Jovens Apaches. Foi sol de pouca dura. A oportunidade seguinte vai chamar-se "Lordes" e nele tocava um música conceituado de Quelimane, o Arnaldo Miranda, um músico de valor. A determinada altura há um "golpe de Estado" nos Lordes e Né è retirado do grupo pelo senhor Fernando Adão, que chegou a ser responsável administrativo do Emissor Regional da Zambézia. Nesse tempo era Delegado do RCM o senhor Ângelo Viegas que o coloca no conjunto Blue Twisters. Foi um momento importante para a sua vida artística". Este conjunto era ainda quem acompanhava os artistas do Rádio Clube de Moçambique de Lourenço Marques quando se deslocavam aquela cidade na foz do rio Zambeze para tocar na FAE (Feira de Actividades Económicas) ou bailes de Finalistas do Liceu. Assim aconteceu com Natércia Barreto, Berta Laurentino, Zito, Irmãs Muge (que no disco que gravaram incluíram uma canção do Né, "Muianá"), Anibal Coelho, Liliana Matos e outros . Nos anos 70 vem para Lourenço Marques onde compôe de parceria com Zito. Techa já havia gravado "Chitato" uma composição se sua autoria (OP nº 16).
"Para Né Afonso o Carnaval sempre foi um momento importante na vida da sua Zambézia. Ele dizia que Quelimane era algo parecido com Salvador da Bahia, no Brasil. Era no Carnaval de Quelimane que as pessoas tinham liberdade absoluta. Iam para a rua, participavam no corso, entrvaam nos clubes onde normalmente por causa da segregação racial, não podiam normalmente entrar, andavam mascaradas, podiam ouvir desde o samba à marrabenta.
A culinária da sua Zambézia era diferente de todo o País. Ainda hoje é difícil dizerem quantos pratos típicos existem. A história da culinária zambeziana leva-nos inevitavelmente à "menina Páscoa" (chamavam-lhe menina porque não se casou) uma cozinheira de mão cheia. Uma senhora de 70 anos que adorava rodear-se, no frondoso quintal da sua casa, das pessoas amigas, com quem gostava de conviver. Nessa roda de amigos contavam-se histórias e ouviam-se canções, algumas delas dedilhadas pelo Né Afonso. Numa altura em que fui a Quelimane para realizar o programa Bondiazinho eu e o Né vivemos essa odisseia dos longos almoços que começavam bem cedo com o matabicho e entravam pela noite dentro".
A culinária da sua Zambézia era diferente de todo o País. Ainda hoje é difícil dizerem quantos pratos típicos existem. A história da culinária zambeziana leva-nos inevitavelmente à "menina Páscoa" (chamavam-lhe menina porque não se casou) uma cozinheira de mão cheia. Uma senhora de 70 anos que adorava rodear-se, no frondoso quintal da sua casa, das pessoas amigas, com quem gostava de conviver. Nessa roda de amigos contavam-se histórias e ouviam-se canções, algumas delas dedilhadas pelo Né Afonso. Numa altura em que fui a Quelimane para realizar o programa Bondiazinho eu e o Né vivemos essa odisseia dos longos almoços que começavam bem cedo com o matabicho e entravam pela noite dentro".
"A sua vinda para Lourenço Marques foi um choque. Era outra coisa. Confronta-se com outro mundo. Para trás ficou a pacatez de Quelimane. Na capital da então Província Ultramarina toca na rua Araújo nos tempos de cabarets como o Topázio, A Cave ou o Pinguim. Ao mesmo tempo estava a fazer o curso de Educação Física. Né Afonso acaba de actuar às 3 da manhã, dormia até às 7 e depois ia para as aulas. E foi sempre assim até acabar a sua formação.
Na Rádio, em Quelimane, com apenas 16 anos, faz programas da criança, uma actividade a que dá continuidade quando ingressa na Rádio Moçambique. E é aqui na capital moçambicana (Maputo) que nasce o "Titio Turutão", o homem que sabe tudo e que cantou, entre outras coisas a "Marrabentinha da Criançada".
A experiência que tinha recolhido na Zambézia constitui a base para a gravação do LP denominado "Bons Sonhos" ao qual se segue um disco intitulado "Dez Anos", gravado em 1985 e que serve para assinalar os 10 anos da independência de Moçambique. Nesta iniciativa foi apadrinhado pelo António Alves da Fonseca, que na altura desempenhava as funções de Director Comercial da Rádio Moçambique. Da sua obra consta ainda um single gravado com histórias infantis e no qual Né Afonso contracena com Álvaro Belo Marques, uma figura da comunicação social que esteve intimamente ligado aos programas culturais que se produziam na nossa Rádio Pública e também Televisão de Moçambique.
Né tem um papel mportante na direcção e realização no sector de Teatro da RM. Escreve, adapta, traduz, interpreta e dirige actores com uma mestria impressionante. São de sua lavra alguns poemas e contos que são integrados no programa radiofónico do mesmo nome, idealizado pelo saudoso Leite de Vasconcelos, nos anos 80. O seriado radiofónico "Unahiti O Guerilheiro", é de sua autoria.
Na Rádio, em Quelimane, com apenas 16 anos, faz programas da criança, uma actividade a que dá continuidade quando ingressa na Rádio Moçambique. E é aqui na capital moçambicana (Maputo) que nasce o "Titio Turutão", o homem que sabe tudo e que cantou, entre outras coisas a "Marrabentinha da Criançada".
A experiência que tinha recolhido na Zambézia constitui a base para a gravação do LP denominado "Bons Sonhos" ao qual se segue um disco intitulado "Dez Anos", gravado em 1985 e que serve para assinalar os 10 anos da independência de Moçambique. Nesta iniciativa foi apadrinhado pelo António Alves da Fonseca, que na altura desempenhava as funções de Director Comercial da Rádio Moçambique. Da sua obra consta ainda um single gravado com histórias infantis e no qual Né Afonso contracena com Álvaro Belo Marques, uma figura da comunicação social que esteve intimamente ligado aos programas culturais que se produziam na nossa Rádio Pública e também Televisão de Moçambique.
Né tem um papel mportante na direcção e realização no sector de Teatro da RM. Escreve, adapta, traduz, interpreta e dirige actores com uma mestria impressionante. São de sua lavra alguns poemas e contos que são integrados no programa radiofónico do mesmo nome, idealizado pelo saudoso Leite de Vasconcelos, nos anos 80. O seriado radiofónico "Unahiti O Guerilheiro", é de sua autoria.
Não menos importante foram as suas ideias sobre a criação de uma orquestra juvenil. Era preciso encontrar um mecanismo que permitisse manter ocupadas as crianças que acorriam à Rádio. Os instrumentos (alguns) existiam. E tanto quanto o tempo permite recordar, pessoas houve que (para além do Né Afonso) se dedicaram a ensinar as crianças a cantar e a tocar. São exemplos dessa dedicação à causa da formação dos jovens, o casal Awendila (Aweni e Teresa) a Vera Belo Marques e a Luísa Monteiro. Neste projecto, Né Afonso encontra depois em Yana (Samuel Munguambe Júnior) o parceiro que dá continuidade à sua ideia de formação de uma Orquestra Juvenil. Na altura Yana surge como colaborador, já que ainda se encontrava vinculado ao Ministério da Cultura. A orquestra foi o embrião para a formação de uma Escola de Música, inicialmente tutelada pela Rádio Moçambique e actualmente de natureza privada, que, segundo Yana pode vir brevemente a ostentar o nome de Né Afonso.
Ao lembrar desta forma, bastante resumida, alguns aspectos da vida e obra de Né Afonso, deixo-vos com uma frase que ele me disse, numa entrevista que me concedeu: Não pensem que eu sou um fenómeno. Se aqui na Rádio não tivesse havido muita camaradagem, eu não teria feito o que fiz.
Calou-se a voz daquele que conquistou a voz da criançada. A pequenada de ontem...os adultos de hoje. Né Afonso deixou-nos no dia de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de Maio.
Que descanse em Paz".
!3 de Maio de1966 foi também o dia de estreia na Rádio de João de Sousa.
Ao lembrar desta forma, bastante resumida, alguns aspectos da vida e obra de Né Afonso, deixo-vos com uma frase que ele me disse, numa entrevista que me concedeu: Não pensem que eu sou um fenómeno. Se aqui na Rádio não tivesse havido muita camaradagem, eu não teria feito o que fiz.
Calou-se a voz daquele que conquistou a voz da criançada. A pequenada de ontem...os adultos de hoje. Né Afonso deixou-nos no dia de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de Maio.
Que descanse em Paz".
!3 de Maio de1966 foi também o dia de estreia na Rádio de João de Sousa.
Falámos também com Zito (OP nºs 5, 37 e 70) que com ele privou. "Conheci o Né em Quelimane numa noite que lá fiz com a Rosa Feiteira cantando Fados acompanhado pelo Alves Martins (OP nº 70) e o António Fonseca (OP nº 14). Os Blue Twisters abrilhantavam o baile. Gerou-se uma química muito forte entre nós e quando o Né foi para Lourenço Marques integrou o meu grupo de amigos. Com eles passámos noites infindáveis cantarolando e tagarelando e ele compondo à viola. Nasceram várias composições nesse período que só pecou por ser muito curto pela minha vinda para a África do Sul. Duas das canções fizeram história, "O Nosso Amor é Uma Flor", que esteve para ir ao Festival de Atenas pela Berta Laurentina e viria a ser gravada pela Techa (Natércia Barreto) e "Poema Para Luzia" e que eu levei ao Festival da Canção de Luanda em 1972 e de que infelizmente não tenho gravação. Esta canção mereceu uma referência de J. Moreira no Diário de Luanda de 30 de Setembro, " Das canções - sobretudo das premiadas - não vale a pena falar; escaparam apenas duas, "Poema para Luzia" e "Cântico à Vida". Mas nenhuma delas, como é lógico, ganhou...".
Recordo, com muita ternura, a aventura que eu e o Né nos atrevemos a viver na Adega da Madragoa onde eu fazia parte do elenco privativo. Cantar baladas acompanhado por ele na verdadeira catedral do Fado em LM onde reinava a grande Eulália Duarte" (OP nº 70).
Em Agosto de 87 também Né Afonso foi o convidado de honra do programa da Rádio Renascença "Clube do Sargento Pimenta" da autoria do Pop Luis Arriaga. Embora iniciado no minuto seguinte ao aniversário do Pop João Pedro ele gravou-o na totalidade e assim vamos ter a oportunidade de ouvir alguns extratos e canções suas. Luís considerava Né um bom amigo e uma pessoa muito pura. Também no programa Né confessava que tinha iniciado a construção de "O Nosso Amor é Uma Flor" ainda no avião a caminho de LM, pois estava perdidamente apaixonado. Né tinha feito várias visitas a vários Países europeus acompanhando orquestras e conjuntos de dança moçambicanos e estava na época na Alemanha num trabalho que lhe levaria mais um ano.
Recordo, com muita ternura, a aventura que eu e o Né nos atrevemos a viver na Adega da Madragoa onde eu fazia parte do elenco privativo. Cantar baladas acompanhado por ele na verdadeira catedral do Fado em LM onde reinava a grande Eulália Duarte" (OP nº 70).
Em Agosto de 87 também Né Afonso foi o convidado de honra do programa da Rádio Renascença "Clube do Sargento Pimenta" da autoria do Pop Luis Arriaga. Embora iniciado no minuto seguinte ao aniversário do Pop João Pedro ele gravou-o na totalidade e assim vamos ter a oportunidade de ouvir alguns extratos e canções suas. Luís considerava Né um bom amigo e uma pessoa muito pura. Também no programa Né confessava que tinha iniciado a construção de "O Nosso Amor é Uma Flor" ainda no avião a caminho de LM, pois estava perdidamente apaixonado. Né tinha feito várias visitas a vários Países europeus acompanhando orquestras e conjuntos de dança moçambicanos e estava na época na Alemanha num trabalho que lhe levaria mais um ano.
Carlos Manuel de Ascenção do Carmo de Almeida nasceu a 21 de Dezembro de 1939 em Lisboa. Filho de Alfredo da Almeida, livreiro e da Grande Fadista Lucília do Carmo. Viveu na Bica e também estudou em Lisboa. Foi terminar os seus estudos na Suiça cursando Gestão Hoteleira e Línguas, sendo fluente em Inglês, Francês, Alemão, Italiano e Espanhol.
Em 1943, Lucília do Carmo deslocou-se a Lourenço Marques (Moçambique) e actuou no Casino da Costa e obteve um enorme sucesso. Depois deslocou-se ao Brasil onde também teve enorme êxito. Em 1947 abre com o marido a Casa de Fados "Adega da Lucília", na Rua da Barroca no Bairro Alto. Mais tarde o nome mudará para "Faia". Depois dela muitos fadistas abrem Casas de Fado próprias. Estamos nos anos 50 e o jovem Carlos vai acompanhando tudo. Lucília foi uma das maiores fadistas e Carlos teve a quem sair. Queremos aproveitar esta oportunidade para lhe prestar a homenagem que merece como uma das maiores fadistas.
Em 1962 e por morte do pai Carlos assume a gerência do Faia onde a mãe continua a cantar. Os amigos incentivam-no também a cantar pois cantava muito bem canções de Frank Sinatra. Carlos do Carmo era um fã incondicional de Sinatra, Jacques Brel e Ella Fitzgerald. Começa uma vez por outra. Em 1964 Mário Simões que regressara de Moçambique, onde fizera uma temporada no Hotel Polana, grava com ele um disco com o Fado "Loucura", que sua mãe também cantava ( o único que ele decorara) mas com uma versão mais moderna com piano, baixo eléctrico e coros. Foi talvez o 1º grande abanão nos "puristas" do Fado tradicional.
O disco tem grande sucesso e chovem telefonemas para saber quem canta. A partir daqui torna-se cantor. Canta na sua Casa de Fados e é solicitado por todo o lado. Em 67 ganha o Prémio de Imprensa de Melhor Intérprete. A sua modernidade e escolha de repertório, cuidando os poemas, também foi importante.
Em 1943, Lucília do Carmo deslocou-se a Lourenço Marques (Moçambique) e actuou no Casino da Costa e obteve um enorme sucesso. Depois deslocou-se ao Brasil onde também teve enorme êxito. Em 1947 abre com o marido a Casa de Fados "Adega da Lucília", na Rua da Barroca no Bairro Alto. Mais tarde o nome mudará para "Faia". Depois dela muitos fadistas abrem Casas de Fado próprias. Estamos nos anos 50 e o jovem Carlos vai acompanhando tudo. Lucília foi uma das maiores fadistas e Carlos teve a quem sair. Queremos aproveitar esta oportunidade para lhe prestar a homenagem que merece como uma das maiores fadistas.
Em 1962 e por morte do pai Carlos assume a gerência do Faia onde a mãe continua a cantar. Os amigos incentivam-no também a cantar pois cantava muito bem canções de Frank Sinatra. Carlos do Carmo era um fã incondicional de Sinatra, Jacques Brel e Ella Fitzgerald. Começa uma vez por outra. Em 1964 Mário Simões que regressara de Moçambique, onde fizera uma temporada no Hotel Polana, grava com ele um disco com o Fado "Loucura", que sua mãe também cantava ( o único que ele decorara) mas com uma versão mais moderna com piano, baixo eléctrico e coros. Foi talvez o 1º grande abanão nos "puristas" do Fado tradicional.
O disco tem grande sucesso e chovem telefonemas para saber quem canta. A partir daqui torna-se cantor. Canta na sua Casa de Fados e é solicitado por todo o lado. Em 67 ganha o Prémio de Imprensa de Melhor Intérprete. A sua modernidade e escolha de repertório, cuidando os poemas, também foi importante.
Estamos em finais de 1969 e é na sua Casa de Fados "O Faia" que o vamos entrevistar. Aí jantámos e o ouvimos numa actuação muito especial. Carlos fazia um espectáculo de uma hora em que ia contando a história do Fado, incluindo com orquestra (quando em vez dos 3 guitarristas e dois violas, entrou um "playback" com a orquestra para o acompanhar, tudo muito bem feito). Nesta altura Carlos ainda era amador, embora já tivesse 6 EPs gravados e acabava de sair o seu 1º LP. Era uma lufada de ar fresco que o Fado começava a conquistar. No final ainda nos ofereceu um copo gravado do Faia que havíamos comentado ser muito interessante (e que ainda hoje possuímos). Carlos do Carmo ainda não tinha ido actuar a Moçambique, mas já estivera em Lourenço Marques em 1960 e disse-nos que se não vivesse em Lisboa seria lá que gostaria de viver.
Em 1970 (esta entrevista saíu a 14 de Março de 1970) o seu LP foi considerado disco do ano. O seu prestígio começa a aumentar e as digressões ao estrangeiro e às províncias ultramarinas portuguesas também. Em 1971 desloca-se a Moçambique para a inauguração da FACIM ( a Feira das Actividades Económicas) quem o apresentou foi Darwin Cardoso (OP nº 54) que depois esteve com ele e com Max no Aquário, um dos melhores clubes nocturno de LM.
Em 1970 (esta entrevista saíu a 14 de Março de 1970) o seu LP foi considerado disco do ano. O seu prestígio começa a aumentar e as digressões ao estrangeiro e às províncias ultramarinas portuguesas também. Em 1971 desloca-se a Moçambique para a inauguração da FACIM ( a Feira das Actividades Económicas) quem o apresentou foi Darwin Cardoso (OP nº 54) que depois esteve com ele e com Max no Aquário, um dos melhores clubes nocturno de LM.
A escolha criteriosa dos poemas que quer cantar levam-no a fazer parceria com um dos mais extraordinários poetas portugueses do século XX, Ary dos Santos. O Fado também ganha nova dimensão com os compositores que lhe dão novas e modernas roupagens que sua capacidade interpretativa sabe valorizar. A década de 70 é muito produtiva, lança vários Álbuns incluindo um com sua mãe. Tem um programa na TV, "Convívio Musical". Em 76 concorre ao Festival da Canção RTP numa nova modalidade. Ele apresenta 8 canções e o público escolhe. Ganhou "Uma Flor de Verde Pinho" com poema de Manuel Alegre e música de José Niza . Mas nesse lote estavam canções como "Estrela da Tarde", um poema de José Carlos Ary dos Santos e música de Fernando Tordo e "No Teu Poema" com letra e música de José Luís Tinoco, que hoje são imortais. Ainda na década de 70 actua nos ex-Territórios Portugueses em África quer por todas as comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo. No Brasil actua no Canecão com Elis Regina.
No final dos anos 70 quando abandona a gerência do restaurante "Faia" começa a actuar nos grandes palcos internacionais.
Começa a ser conhecido e muito apreciado a nível mundial. Lugares emblemáticos como o Olympia de Paris, o Royal Albert Hall de Londres, Alte Oper de Frankfurt, Carnegie Hall de Nova York, Place des Arts em Montreal, Tivoli em Copenhaga e tantos outros importantes lugares.
No final dos anos 70 quando abandona a gerência do restaurante "Faia" começa a actuar nos grandes palcos internacionais.
Começa a ser conhecido e muito apreciado a nível mundial. Lugares emblemáticos como o Olympia de Paris, o Royal Albert Hall de Londres, Alte Oper de Frankfurt, Carnegie Hall de Nova York, Place des Arts em Montreal, Tivoli em Copenhaga e tantos outros importantes lugares.
Dos seus álbuns, todos de excelente qualidade podemos destacar "Canoas do Tejo" (70), "Uma Canção Para a Europa" (76), "Um Homem na Cidade" (78), "Um Homem no País" (84), "Mais do que Amor é Amar" (88) e "Margens" (96). Poetas como Ary dos Santos, Manuel Alegre, Fernando Pessoa, e músicos como José Luís Tinoco, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho criaram verdadeiras obras de arte. No século XXI grava "A Nove Fados e ma Canção de Amor" (2002), "A Noite" (2007), "Carlos do Carmo e Benardo Sassetti" (2010) e "Maria João Pires/Carlos do Carmo" (2012). O último é um álbum de duetos "Fado é Amor" (2014) com as novas gerações. Ao longo da sua carreira lançou mais de 30 EPs e singles, duas dúzias de LPs e outros tantos entre álbuns ao vivo e antologias, tem canções em vários filmes e recebeu muitos prémios e distinções, dos quais destacamos a condecoração pelo Pesidente da República Jorge Sampaio em 1997 com o grau de Comendador do Infante D. Henrique e em 2014 o Grammy de carreira.
Entre problemas de saúde e a grande vontade de não defraudar o seu público, Carlos do Carmo foi gerindo a sua carreira com maestria, sempre muito apoiado pela famíia. Também foi sempre apoiando novos valores e tornou-se um grande Embaixador para que a UNESCO promovesse o Fado a património Mundial da Humanidade. Já antes tinha colaborado com Carlos Saura para o filme "Fado" (video acima). O trabalho que faz também com Bernardo Sassetti ( que aproveitamos para homenagear) é de grande excelência. Depois de 50 anos de grande e profícua actividade artística nada mais justo que ser reconhecido a nível mundial e a atribuição do Grammy de Carreira em 2014 só poderá pecar por tardia. Um dos seus grandes sonhos tornou-se realidade quando conseguiu esgotar em 2010 o Pavilhão Atlântico em Lisboa para cantar acompanhado pela Orquestra de Count Basie, orientada pelo maestro Dennis Mackrel, grandes êxitos do seu ídolo Frank Sinatra.
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Desfilaram vários artistas, dos quais destacamos por ordem de apresentação, para além do já falado Filipe Mendes, "Os Kakos", com o seu vocalista numa tendência vocal à Tom Jones, "Os Guitarras de Fogo", o José Manuel Concha, nos seus 70 e trálará, tal como o Vitor Gomes (OP nºs 74 e 75), que se apresentou (sem os seus "Gatos Negros") acompanhado pela "Old Blues Band", que depois, por sua vez, também actuou num estilo "Canned Heat".
O ambiente estava óptimo e a música também, mas o melhor estava para vir com as actuações dos "Diamantes Negros" de Sintra, acompanhados por um coro feminino e dois metais, todos vestidos a rigor e em grande forma musical.
Seguiram-se, ao mesmo alto nível, os "4 Sixties" de Setúbal e a última actuação foi de "Os Charruas" de Santarém/Cartaxo, acompanhados pelo Filipe Mendes, que surpreenderam com a sua ousadia musical através de excelentes interpretações dos "Moody Blues" e "Deep Purple", entre outras, e fechando a Gala com chave de ouro: "Hey Jude" cantada por quase todos os artistas e pelo público entusiasmadíssimo, que não arredou pé até ao último minuto de um "show", com que o António José Portela nos presenteia anualmente e que no próximo ano de 2017 terá lugar no mesmo Centro Cultural do Cartaxo, no dia 20 de Maio, às 22.00H.
Damos um cheirinho musical do que lá se passou num "pot-pourri" em video e em ordem sequencial de apresentação ("Tintus Brass Band", "Phil Mendrix Band", "Os Kakos", "Os Guitarras de Fogo", José Manuel Concha, Vitor Gomes, "Old Blues Band", "Os Diamantes Negros", "4 Sixties" e "Os Charruas"):
O ambiente estava óptimo e a música também, mas o melhor estava para vir com as actuações dos "Diamantes Negros" de Sintra, acompanhados por um coro feminino e dois metais, todos vestidos a rigor e em grande forma musical.
Seguiram-se, ao mesmo alto nível, os "4 Sixties" de Setúbal e a última actuação foi de "Os Charruas" de Santarém/Cartaxo, acompanhados pelo Filipe Mendes, que surpreenderam com a sua ousadia musical através de excelentes interpretações dos "Moody Blues" e "Deep Purple", entre outras, e fechando a Gala com chave de ouro: "Hey Jude" cantada por quase todos os artistas e pelo público entusiasmadíssimo, que não arredou pé até ao último minuto de um "show", com que o António José Portela nos presenteia anualmente e que no próximo ano de 2017 terá lugar no mesmo Centro Cultural do Cartaxo, no dia 20 de Maio, às 22.00H.
Damos um cheirinho musical do que lá se passou num "pot-pourri" em video e em ordem sequencial de apresentação ("Tintus Brass Band", "Phil Mendrix Band", "Os Kakos", "Os Guitarras de Fogo", José Manuel Concha, Vitor Gomes, "Old Blues Band", "Os Diamantes Negros", "4 Sixties" e "Os Charruas"):
Aproveitamos para vos aconselhar a visita aos "youtubes" do António José de Oliveira, que vos apresenta vários videos do que lá se passou:
( https://www.youtube.com/user/ajssoliveira/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd )
( https://www.youtube.com/user/ajssoliveira/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd )
Obrigado a todos os artistas que nos deliciaram com o revisitar da excelente e eterna música dos Anos 60, e um abraço de PARABÉNS ao incansável António José Portela.
WALLACE COLLECTION
Já muito falámos deles, era uma das nossas bandas perferidas (OP nºs 56, 63, 68, 72) mas agora apareciam para anunciarmos os concertos em Portugal, em Lisboa e Porto a 18 e 19 de Março de 1970. A foto é da actuação no Porto. Esta mesma semana (14 de Março) o 1º lugar da Parada da Onda Pop era ocupado por eles com "Dear Beloved Secretary" que publicámos na e.Onda Pop nº 78. Agora duas canções menos conhecidas, "We Are Machines" de 1969 e "Just a Little Matter" do seu último disco em 1971 só editado em Itália, numa actuação na TV belga.
Já muito falámos deles, era uma das nossas bandas perferidas (OP nºs 56, 63, 68, 72) mas agora apareciam para anunciarmos os concertos em Portugal, em Lisboa e Porto a 18 e 19 de Março de 1970. A foto é da actuação no Porto. Esta mesma semana (14 de Março) o 1º lugar da Parada da Onda Pop era ocupado por eles com "Dear Beloved Secretary" que publicámos na e.Onda Pop nº 78. Agora duas canções menos conhecidas, "We Are Machines" de 1969 e "Just a Little Matter" do seu último disco em 1971 só editado em Itália, numa actuação na TV belga.
Adriano Celentano nasceu a 6 de Janeiro de 1938 em Milão no nº 14 da Via Gluck. Daí a sua composição mundialmente conhecida "Il Ragazzo Della Via Gluck" e que entre nós ficou mais conhecida pelo grande êxito de Françoise Hardy "La Maison Ou J'ai Grandi" e em inglês como "Tar And Cement". Em português recebeu o nome de "A Casinha" e é cantada por Cesária Évora e Adriano Celentano (OP nº 48).
Elvis Presley e Jerry Lewis foram dois dos ídolos deste excelente compositor, actor, cantor e produtor.
Quando miúdo Adriano queria ser construtor de relógios mas em 1955 o filme "Blackboard Jungle" onde Bill Hayley and The Comets interpretam "Rock Around The Clock". Passou a querer ser cantor Rock. Forma a sua primeira banda, "The Rock Boys" em 1956. Em 57 a banda sobe de 5 para 7 elementos e entram no 1º Festival Rock de Milão, chamado "Primo Festival". Entre os presentes estava Walter Guertler, que lhe propõe a gravação de um disco. O disco teve pouco sucesso.
Em 59 grava uma composição sua "Ciao, Te Diró" com a qual ganha um Festival de Rock. Ainda em 59 grava "Il Tu Bacio é Come Un Rock" e vende 300 mil cópias.
Durante o serviço militar tem um acidente de carro que o deixa uns tempos inactivo.
Em 1962 cria a sua editora discográfica, a "Clan Celentano" e torna-se um caso sério para o desenvolvimento da nova música italiana. Participa nos Festivais de San Remo e é aí que encontra Françoise Hardy e lhe sugere a canção "Della Via Gluck" que estaria óptima para a sua voz. E "La Maison Óu J'ai Grandi" torna-se um grande êxito. "La Coppia Piu' Bella Del Mondo" de 1968 foi uma das suas canções que mais vendeu.
Adriano estava Em Foco pelo lançamento de "Misera Nera", "Storia D'Amore","Lirica D'Inverno" e "Tarata Ting Tarata Tung" (canção alemã muito divulgada por Mireille Mathieu) e do seu filme "Serafino".
Elvis Presley e Jerry Lewis foram dois dos ídolos deste excelente compositor, actor, cantor e produtor.
Quando miúdo Adriano queria ser construtor de relógios mas em 1955 o filme "Blackboard Jungle" onde Bill Hayley and The Comets interpretam "Rock Around The Clock". Passou a querer ser cantor Rock. Forma a sua primeira banda, "The Rock Boys" em 1956. Em 57 a banda sobe de 5 para 7 elementos e entram no 1º Festival Rock de Milão, chamado "Primo Festival". Entre os presentes estava Walter Guertler, que lhe propõe a gravação de um disco. O disco teve pouco sucesso.
Em 59 grava uma composição sua "Ciao, Te Diró" com a qual ganha um Festival de Rock. Ainda em 59 grava "Il Tu Bacio é Come Un Rock" e vende 300 mil cópias.
Durante o serviço militar tem um acidente de carro que o deixa uns tempos inactivo.
Em 1962 cria a sua editora discográfica, a "Clan Celentano" e torna-se um caso sério para o desenvolvimento da nova música italiana. Participa nos Festivais de San Remo e é aí que encontra Françoise Hardy e lhe sugere a canção "Della Via Gluck" que estaria óptima para a sua voz. E "La Maison Óu J'ai Grandi" torna-se um grande êxito. "La Coppia Piu' Bella Del Mondo" de 1968 foi uma das suas canções que mais vendeu.
Adriano estava Em Foco pelo lançamento de "Misera Nera", "Storia D'Amore","Lirica D'Inverno" e "Tarata Ting Tarata Tung" (canção alemã muito divulgada por Mireille Mathieu) e do seu filme "Serafino".
Nos anos 80 faz um livro autobiográfico e vai lançando álbuns e participando em filmes. De 87 a 90 não lança álbuns, mas em 91 de colaboração com Mina e grava um álbum que vende 1.6 milhão de cópias. O seu álbum seguinte, onde está "Gloria" vende 2 milhões. Depois de não actuar em publico desde 1994, aparece para o centenário do seu clube, o Inter de Milão. Adriano Celentano é considerado um dos maiores símbolos da Música Pop/Rock italiana. Participou em mais de 40 filmes, editou mais de 50 álbuns, mais de 100 singles e vendeu mais de 150 milhões de discos.
Adriano casou com Claudia Mori em 1964 e tem 3 filhos (Rosita, Rosalinda, e Giacomo e todos eles cantam). Hoje continua apaixonado pela mulher que também era actriz e cantora. Depois de 2005 tornou-se vegetariano e defensores dos animais. Depois de 18 anos sem concertos ao vivo o seu primeiro concerto em Verona em 2012 foi gravado e transmitido pela TV como "Special Rock Economy". Teve uma audição de mais de 20 milhões de Telespectadores.
Adriano Celentano participou bastantes vezes no Festival de San Remo e com sua mulher venceu em 1970 com a sua canção "Chi No Lavora Non Fa L'Amore". Participou em bastantes filmes e dirigiu uns quantos. Aliás foi quando Claudia rodava um filme que Adriano a conheceu. Foi um amor tão matador, que largou a sua antiga namorada Milena e casou poucos meses depois. O primeiro filme onde participou foi "La Dolce Vita" de Frederico Fellini fazendo o papel de um cantor Rock. Em 66 "Il Ragazzo de La Via Gluck", baseado na sua canção. Em 68 "Serafino". Em 74 dirige o seu filme "Yuppi Du" em que entram a mulher e os seus filhos ainda bem miúdos. Rosali nasceu em 65, começou por cantar, foi actriz mas acabou por dedicar-se a ser apresentadora de Televisão e co-apresentou o Festival de San Remo. Giacomo nasceu em 66 é cantautor e canta também com a sua mulher Katia. Rosalinda nasceu em 68, começou no Festival de San Remo, mas tornou-se actriz. Passou a ser conhecida pelo papel de Satanás no filme "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson. É lésbica assumida. Também ganhou vários prémios ao longo dos anos. Hoje continua com actriz e a cantar .
Paul Frederic Simon ( nasceu a 13 de outubro de 1941 ) e Art Ira Garfunkell (nasceu a 5 de Novembro de 1941) cresceram no bairro judeu de Forest Hills, em Queens, Nova York, frequentaram a escola oficial e o liceu de Forest Hills. Eram apaixonados por música e gostavam dos Everly Brothers. Em 1953 entram numa peça de teatro escolar, "Alice No País Das Maravilhas" e resolvem formar um grupo com mais três colegas. Aparecem Os Peptones. Depois nos bailes do liceu apresentam-se como duo. A primeira canção que escrevem é "The Girl For Me" (1956). Depois baseados na canção dos Everly Brothers "Hey Doll Baby" escrevem "Hey Schoolgirl". Em 57 conseguem um contrato com a gravadora independente Big Records e adoptam o nome de Tom & Jerry (1ª foto). Gravam "Hey Schoolgirl" e vendem mais de 1oo mil discos. Ainda gravam mais três discos com a Big Records. Em 59 terminam o liceu e passam para a Universidade.
Em 1963 Paul termina os seus estudos e vai desafiar Art para voltarem em duo. Passam por várias experiências até que gravam uma maquete para Tom Wilson produtor da Columbia (e de Bob Dylan). Uma das canções é "The Sound Of Silence" que leva a Columbia a assinar contrato. O primeiro álbum sai em 1964 e tem por título "Wendsday Morning 3 AM". oi gravado em Março mas só é editado em Outubro. As fracas vendas levam Paul a partir para Londres onde vai tentar uma carreira a solo. No entanto em 65 "The Sound Of Silence" é editado em single e acaba por chegar a 1º lugar no Top americano. Paul regressa aos Estados Unidos e volta a juntar-se a Art que entretanto completara os seus estudos de Matemáticas. Na África do Sul e Moçambique através da LM Radio (considerada pela revista Billboard como a 3ª melhor Rádio a nível mundial de Pop Music) o duo tem grande êxito. Canções como "I Am a Rock", "Homeward Bound", "The 59th Street Bridge Song (Feelin' Groovy)" (que ganhou um excelente "cover" pelo conjunto Harper´s Bizarre com arranjos de Leon Russell) e "The Sound Of Silence" são tremendos êxitos. Em 1966 o duo já tem o seu lugar seguro entre os maiores.
Em 1967 Mike Nichols ia filmar "The Graduate" e fica convencido que as músicas de Simon eram as ideais para o filme. Depois de muitos "não" Paul aceita finalmente escrever duas ou três canções para o filme. Um contrato de 25 mil dólares. Primeiro entregou "Punky's Dilemma" e "Overs" das quais Mike pouco gostou. Finalmente entregou"Mrs. Robinson" que mesmo antes de terminada Mike adorou.
Em 1967 Mike Nichols ia filmar "The Graduate" e fica convencido que as músicas de Simon eram as ideais para o filme. Depois de muitos "não" Paul aceita finalmente escrever duas ou três canções para o filme. Um contrato de 25 mil dólares. Primeiro entregou "Punky's Dilemma" e "Overs" das quais Mike pouco gostou. Finalmente entregou"Mrs. Robinson" que mesmo antes de terminada Mike adorou.
O quarto álbum "Bookends" sai em Abril de 68 e torna-se o álbum mais vendido do ano. Em Fevereiro de 69 sai o álbum do filme "The Graduate". "Mrs. Robinson" ganha o Grammy de Canção do Ano. Outros realizadores pedem a Simon para lhes escrever canções mas ele recusa.
Paul e Art estavam sempre desavindos e chegavam a não se falar. Entretanto Art torna-se actor no filme "Catch 22" mas as filmagens duram oito meses, mais do que o previsto, obrigando a que o primeiro concerto que dão no Carnrgie Hall seja só no final de 69. Paul foi preparando as canções que vão editar no álbum de Janeiro de 70 "Bridge Over Troublewater". Este álbum foi a "coroa de glória", bateu records, foi o álbum mais vendido no Reino Unido em 70, 71 e 72 (esteve no TOP 285 semanas, das quais 35 em 1º lugar). Na Bilboard esteve 10 semanas em 1º. Mais de meia centena de grandes artistas fizeram "covers" das suas canções, incluindo Elvis Presley. Além de "Bridge Over Troublewater", "Cecília" e "El Condor Pasa" também saíram em single. Em 1971 o álbum recebeu 6 prémios; Álbum do Ano, Canção do Ano, Disco do Ano, Melhor Canção Contemporânea, Melhores Arranjos Instrumentais e de Coros e Engenharia de Gravação. Em 71 o grupo termina por vontade de Paul Simon. Reunem-se por vezes e chegam a gravar "My Little Town" que sai no álbum de Paul "Still Crazy After All These Years" e no álbum de Art "Breakway". Os dois continuam a gravar a solo.
Em Setembro de 81 actuam no Central Park de Nova York para meio milhão de pessoas. O álbum do concerto vai atijir a Dupla Platina. Em 82 acabam por fazer um Tour nos Estados Unidos e outro na Europa. Novamente na maioria do Tour não se falam apesar de continuarem amigos. Novas canções, Art recusa-se a aprendê-las e acabam por sair no álbum de Paul "Hearts and Bones" em 86. Em 90 são introduzidos no Rock And Roll Hall of Fame. Art faz um elogio a Paul pelas lindas canções que o enriqueceram e Paul diz que eles quase nunca concordavam um com o outro, mas que aqui ele tinha razão.. Em 93 voltam a juntar-se para 21 concertos no "Teatro Paramount" totalmente esgotados.
Paul e Art estavam sempre desavindos e chegavam a não se falar. Entretanto Art torna-se actor no filme "Catch 22" mas as filmagens duram oito meses, mais do que o previsto, obrigando a que o primeiro concerto que dão no Carnrgie Hall seja só no final de 69. Paul foi preparando as canções que vão editar no álbum de Janeiro de 70 "Bridge Over Troublewater". Este álbum foi a "coroa de glória", bateu records, foi o álbum mais vendido no Reino Unido em 70, 71 e 72 (esteve no TOP 285 semanas, das quais 35 em 1º lugar). Na Bilboard esteve 10 semanas em 1º. Mais de meia centena de grandes artistas fizeram "covers" das suas canções, incluindo Elvis Presley. Além de "Bridge Over Troublewater", "Cecília" e "El Condor Pasa" também saíram em single. Em 1971 o álbum recebeu 6 prémios; Álbum do Ano, Canção do Ano, Disco do Ano, Melhor Canção Contemporânea, Melhores Arranjos Instrumentais e de Coros e Engenharia de Gravação. Em 71 o grupo termina por vontade de Paul Simon. Reunem-se por vezes e chegam a gravar "My Little Town" que sai no álbum de Paul "Still Crazy After All These Years" e no álbum de Art "Breakway". Os dois continuam a gravar a solo.
Em Setembro de 81 actuam no Central Park de Nova York para meio milhão de pessoas. O álbum do concerto vai atijir a Dupla Platina. Em 82 acabam por fazer um Tour nos Estados Unidos e outro na Europa. Novamente na maioria do Tour não se falam apesar de continuarem amigos. Novas canções, Art recusa-se a aprendê-las e acabam por sair no álbum de Paul "Hearts and Bones" em 86. Em 90 são introduzidos no Rock And Roll Hall of Fame. Art faz um elogio a Paul pelas lindas canções que o enriqueceram e Paul diz que eles quase nunca concordavam um com o outro, mas que aqui ele tinha razão.. Em 93 voltam a juntar-se para 21 concertos no "Teatro Paramount" totalmente esgotados.
Em 2003 na 45ª edição dos Grammy, recebem o Grammy de Carreira. A Direcção convence-os a actuarem e cantam "The Sound Of Silence". Entusiasmados aceitam nova digressão em 2003 em 30 cidades dos Estados Unidos. Dado o êxito, em 2004 fazem um Tour por 12 cidades na Europa trerminando com um concerto grátis no Coliseu de Roma que juntou 600 mil pessoas. Em 2009 reunem-se num show de Televisão de Paul Simon cantando 3 canções. Resolvem fazer um Tour na Ásia, visitando o Japão, Nova Zelândia e Austrália. Em 2010 reunem-se no New Orleans Jazz and Heritage Festival. Art estava com graves problemas de voz e foi muito ajudado por Paul. Os médicos diziam que ele teria de ficar sem cantar de um a dois anos. Em 2014 Garfunkel diz à Revista Rolling Stone que eles voltarão a tocar juntos, mas em 2016 Paul Simon diz à mesma revista que isso está fora de causa. "Nós nem nos falamos". Veremos! Amigos que são amigos desde os tempos de escola vão e voltam. Porque os amigos , não por interesses, vêm daí.
A partir de Março de 1970 a Onda Pop passou a ter Caixa Postal (P.O.Box 2924) própria, papel timbrado, envelopes, cartões de agradecimento com o patrocínio da Schweppes. O volume de cartas recebidas era tal que o chefe da redacção Peixe Dias já não nos podia ver.
Isto passou a permitir o melhor contacto com as editoras, agências, artistas e Rádios. Assim a nossa "Parada da Onda Pop" era enviada aos programas de Rádio, bem como à revista gratuita distribuída nos cinemas que a publicava. |
GIRA-DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Simon & Garfunkell foram um dos duos que nos deram grandes canções. Paul seguiu depois uma extraordinária carreira a solo e em 1985 quando esteve na África Do Sul, bebeu os ritmos e canções africanos que culminaram no seu fantástico álbum "Graceland". Em 98 foi co-autor de uma peça musical para a Brodway, "The Capeman". Paul recebeu mais de 12 Grammy e em 2001 o Grammy de carreira. Em 2006 entrou no Rock & Roll Hall of Fame. A Revista Rolling Stone considerou-o um dos 100 maiores e melhores guitarristas. A "Time" uma das 100 personalidades que mais podem infuenciar a juventude. Por seu lado Art seguiu uma carreira com altos e baixos. Fez cinema, deu aulas de Matemática, conseguiu um nº1 no Reino Unido com "I Only Have Eyes For You" uma canção de 1934. O seu primeiro álbum foi "Angel Claire" em 73 e "Breakaway" em 75 um dos melhores. Entre 80 e 95 "desapareceu" vítima de depressões. Ganhou 6 Grammy incluindo o de carreira. Entrou numa dúzia de filme. Dedicou-se à poesia depois de 80 e como leitor ávido que sempre foi possui uma biblioteca com mais de mil livros. Entre 2010 e 2012 teve grandes problemas de cordas vocais e deixou de fumar. Em 2004 e 2005 tinha sido preso por posse de "Cannabis". A sua canção preferida é "Here, There and Everywhere" dos Beatles e o seu álbum de eleição "Rumours" dos Fleetwood Mac.