DESTAQUE DA SEMANA
PAULA LOPES E "OS REBELDES"
Paula Lopes, a "Estrela da Beira", brilhou por pouco tempo. Vamos contar esta estória.
PAULA LOPES E "OS REBELDES"
Paula Lopes, a "Estrela da Beira", brilhou por pouco tempo. Vamos contar esta estória.
Paula Lopes era uma rapariga alegre e divertida que, como qualquer adolescente do seu tempo, adorava cantar. Um dia conhece Juanito Bruges por quem se enamora. Juanito era o organista do conjunto "Os Rebeldes", o melhor conjunto da cidade da Beira e os eternos rivais dos "Night Stars" de Lourenço Marques, quais rivais Lisboa/Porto.
Quando Juanito ia ensaiar, Paula ficava a assistir, e um belo dia trauteou uma canção. Francisco Pires (viola solo) comentou, "tens uma bela voz, podias cantar algumas canções". Entre os sim e não habituais de temores e vergonhas Paula, embora um pouco reticente, lá acabou por aceitar. Assim cantava canções de Petula Clark como "Downtown", "To Sir With Love" da Lulu ou da Techa, de quem era grande fâ. O público começa a gostar, a dar-lhe todo o apoio e a apreciar o seu novo estilo pioneiro, cantando de costas para o público (qual mistério por descobrir). Na verdade revela-nos Paula, hoje por entre sorrisos: -- "Eu era um pouco envergonhada, não queria fazer má figura e assim sentia-me mais segura, mas eles entenderam que era um novo estilo", risos... Paula continuou cantando durante todo o ano lectivo. |
Ainda cantou também com os "Glooks", conjunto formado por ex-elementos do conjunto "Beira 68" e dos "Monomotapas".
No ano seguinte, 1969, Paula foi estudar para a Rodésia do Sul e a sua experiência musical acaba por aqui (quem sabe não se perdeu mais uma estrela!). Depois termina os seus estudos em 1971 e mantém-se a trabalhar em Salisbury (hoje Harare). Em 1973 regressa a Moçambique (Beira) onde acaba por casar em 1974.
No ano seguinte, 1969, Paula foi estudar para a Rodésia do Sul e a sua experiência musical acaba por aqui (quem sabe não se perdeu mais uma estrela!). Depois termina os seus estudos em 1971 e mantém-se a trabalhar em Salisbury (hoje Harare). Em 1973 regressa a Moçambique (Beira) onde acaba por casar em 1974.
Em 1976 vem para Lisboa (não retorna pois nasceu em Lourenço Marques), recomeça a sua vida de trabalho e é mãe. Em 1979 começa a trabalhar numa missão diplomática onde se mantém até hoje. Paula tem uma filha e dois netos que são o seu encanto. Continuou sempre a cantar, mas só em festas e reuniões de amigos... pois adora cantar, mas nunca gravou nenhum disco, nem fez alguma gravação caseira nessas festas.
Paula continua extremamente simpática. |
A Techa foi sempre uma das suas cantoras preferidas e ainda hoje canta muitas vezes os "Óculos de Sol".
Agradecendo a disponibilade e gentileza de Paula Lopes, a Onda Pop dedica-lhe "Gigi" que na altura, como diz na entrevista, era a sua música preferida.
É um original na voz de Natércia Barreto, com letra de Guilherme de Melo e música de António Gavino, o grande maestro da Orquestra Típica do R.C.M. e autor da famosa "Marcha Ribatejana".
Agradecendo a disponibilade e gentileza de Paula Lopes, a Onda Pop dedica-lhe "Gigi" que na altura, como diz na entrevista, era a sua música preferida.
É um original na voz de Natércia Barreto, com letra de Guilherme de Melo e música de António Gavino, o grande maestro da Orquestra Típica do R.C.M. e autor da famosa "Marcha Ribatejana".
OS REBELDES
O Juanito Bruges, de que falamos na entrevista com Paula Lopes, fazia parte da segunda formação de "Os Rebeldes", pois a primeira era o clássico três violas e bateria.
Contemos então desde início como nasceu este grupo.
Falámos com Juanito que, por só ter integrado "Os Rebeldes" posteriormente, nos remeteu para o Jorge Cortez, que nos disse:
-- "Imagens posso dar (e agradecemos as fotos enviadas), agora datas não sei nada, falem com o Armando Claro que ele é que tem uma memória de elefante".
Foi o que fizemos. Armando foi espectacular, realmente com uma memória incrível e para além disso a pessoa certa, pois tudo começou com ele, mesmo antes de "Os Rebeldes".
Contemos então desde início como nasceu este grupo.
Falámos com Juanito que, por só ter integrado "Os Rebeldes" posteriormente, nos remeteu para o Jorge Cortez, que nos disse:
-- "Imagens posso dar (e agradecemos as fotos enviadas), agora datas não sei nada, falem com o Armando Claro que ele é que tem uma memória de elefante".
Foi o que fizemos. Armando foi espectacular, realmente com uma memória incrível e para além disso a pessoa certa, pois tudo começou com ele, mesmo antes de "Os Rebeldes".
Em 1961 forma-se o conjunto "Os Apaches" com Armando Claro na melódica, maracas e voz, Edgar no piano, Francisco Gaspar viola solo, Aristides contra-baixo e Alberto Cabrita na bateria.
Entretanto aparece em Vila Pery o Vitor, que vinha de Lisboa com uma viola baixo eléctrica. -- "Bom, aquele som era mais audível e esse novo instrumento era também mais fácil de tocar" diz-nos Armando Claro, que decide ir à Importadora (a casa do Sr. Vaz que vendia instrumentos musicais) e compra uma viola baixo eléctrica e o amplificador. O grupo "obrigou-o" assim a ser ele a tocar o baixo, conforme se pode constatar na foto ao lado. |
Em 1964, o Edgar vai para a tropa. O Chico sem o Edgar não quer continuar e o grupo desfaz-se.
"Os Apaches" vão ficar mais ou menos inactivos durante dois anos até que o Edgar retorna à Beira e volta a formar "Os Apaches" junto com o Francisco Gaspar e onde vai entrar o Gonzaga Coutinho... mas de "Os Apaches" falaremos noutros números.
O Claro e o Cabrita (grandes amigos) não querem desistir. Falam com o Francisco Pires que aceita entrar. Entretanto escrevem ao Jorge Cortez que estava de férias em Porto Amélia com os pais, a convidá-lo para o grupo. Jorge larga as férias e os pais e aparece de seguida para começarem a ensaiar e tocar.
Finalmente estão criados "Os Rebeldes" para tocarem a música "tipo Shadows", tal era o êxito que os Shadows causavam na juventude da época.
Assim temos o Claro no baixo, o Chico no solo, o Jorge no ritmo e o Cabrita na bateria.
Nascia o grupo que ia fazer história por terras beirenses de Moçambique.
"Os Apaches" vão ficar mais ou menos inactivos durante dois anos até que o Edgar retorna à Beira e volta a formar "Os Apaches" junto com o Francisco Gaspar e onde vai entrar o Gonzaga Coutinho... mas de "Os Apaches" falaremos noutros números.
O Claro e o Cabrita (grandes amigos) não querem desistir. Falam com o Francisco Pires que aceita entrar. Entretanto escrevem ao Jorge Cortez que estava de férias em Porto Amélia com os pais, a convidá-lo para o grupo. Jorge larga as férias e os pais e aparece de seguida para começarem a ensaiar e tocar.
Finalmente estão criados "Os Rebeldes" para tocarem a música "tipo Shadows", tal era o êxito que os Shadows causavam na juventude da época.
Assim temos o Claro no baixo, o Chico no solo, o Jorge no ritmo e o Cabrita na bateria.
Nascia o grupo que ia fazer história por terras beirenses de Moçambique.
Em 1965 gravam o seu único disco que foi apoiado financeiramente pelo Sr. Francisco Casanova, dono da melhor discoteca da cidade. Casanova veio a Lisboa e negociou com a Orfeu a gravação do disco. A capa do disco apresenta-os em frente ao majestoso e bonito Grande Hotel, um hotel de luxo que havia sido inaugurado pouco tempo antes. Um verdadeiro ícone da cidade da Beira, hoje infelizmente totalmente devassado.
Em 65 vão também a Lourenço Marques para a final dos conjuntos onde seria escolhido o grupo que iria a Lisboa representar Moçambique no Festival Ié Ié. Assim foi editado o EP Orfeu ATEP 6158, do qual escolhemos uma interpretação "tipo Shadows": "Murder By Contact". |
Em Agosto de 66, Armando entra para o serviço militar em Boane e igualmente entra Mário Ferreira dos "Night Stars".
Com outros músicos que também entram na recruta formam um conjunto que, quando chega o dia do Juramento de Bandeira, está preparado para entrar na festa que sempre se fazia com familiares e amigos.
Aí, o general chefe da Região Militar, que sempre vinha presidir ao Juramento, fica entusiasmado com o grupo e mais tarde envia um ofício ao comandante de Boane.
Armando Claro já era um oficial preparado para marchar para o Lunho (Adeus ó Lunho, inferno da minha vida, terra f..... etc e tal... Lembram-se do Cancioneiro do Niassa?), quando o capitão Monção Fernandes (por acaso de Monção) o chama e diz:
-- "Oiça lá, onde é que voçê arranjou uma grande cunha?".
Armando não entendeu nada do que se estava a falar.
-- "Afinal já não vai para o Lunho. O General ficou muito satisfeito com a vossa actuação e quer-vos a fazer parte do Grupo Recreativo da Região Militar de Moçambique".
Foi um alívio e uma boa surpresa.
Entretanto acabam por ir para Nampula só em Setembro de 67 e até lá fica a tocar com os "Night Stars", em Lourenço Marques. Por coincidência Noel Cardoso (viola baixo dos "Night Stars"), que trabalhava para a Nestlé, é colocado na Beira e passa ele a ser o viola-baixo de "Os Rebeldes". (É mesmo troca por troca!).
Em finais de 67, Claro vai então para Nampula integrar o Grupo Recreativo da R.M.M.. Deslocam-se pelos aquartelamentos para actuarem para os soldados aí estacionados. Dos programas fazem parte números de ilusionismo e outras artes circenses, fado, etc...
Com outros músicos que também entram na recruta formam um conjunto que, quando chega o dia do Juramento de Bandeira, está preparado para entrar na festa que sempre se fazia com familiares e amigos.
Aí, o general chefe da Região Militar, que sempre vinha presidir ao Juramento, fica entusiasmado com o grupo e mais tarde envia um ofício ao comandante de Boane.
Armando Claro já era um oficial preparado para marchar para o Lunho (Adeus ó Lunho, inferno da minha vida, terra f..... etc e tal... Lembram-se do Cancioneiro do Niassa?), quando o capitão Monção Fernandes (por acaso de Monção) o chama e diz:
-- "Oiça lá, onde é que voçê arranjou uma grande cunha?".
Armando não entendeu nada do que se estava a falar.
-- "Afinal já não vai para o Lunho. O General ficou muito satisfeito com a vossa actuação e quer-vos a fazer parte do Grupo Recreativo da Região Militar de Moçambique".
Foi um alívio e uma boa surpresa.
Entretanto acabam por ir para Nampula só em Setembro de 67 e até lá fica a tocar com os "Night Stars", em Lourenço Marques. Por coincidência Noel Cardoso (viola baixo dos "Night Stars"), que trabalhava para a Nestlé, é colocado na Beira e passa ele a ser o viola-baixo de "Os Rebeldes". (É mesmo troca por troca!).
Em finais de 67, Claro vai então para Nampula integrar o Grupo Recreativo da R.M.M.. Deslocam-se pelos aquartelamentos para actuarem para os soldados aí estacionados. Dos programas fazem parte números de ilusionismo e outras artes circenses, fado, etc...
Valdemar Vigário (cantor de fado) é um dos nomes que com eles canta, bem como Edmundo Falé, que foi fundador do famoso conjunto "Os Ekos" em Lisboa, vindo dos "Baby Twisters" e que depois tocaria no Conjunto Mistério (vencedor do Concurso Tipo Shadows) e nos "Sindicato" (de Jorge Palma).
Antes de ser incorporado para o exército, Edmundo Falé já tinha gravado um disco a solo - "Ei... Eu Chamei!", do qual vos oferecemos a canção "Sei". |
Mário Ferreira entretanto tinha sido colocado em Porto Amélia.
Em 1968 entra Juanito Bruges para o órgão. Os tempos musicais estavam a mudar.
Depois o Jorge Cortez sai e entra o Castelo. É nesta fase que a Paula Lopes aparece a cantar. Saliente-se que não era a primeira vez que isto acontecia com "Os Rebeldes", pois anos antes já tinham tido a cantar com eles Esmeralda Ribeiro, uma rapariga que havia ganho o concurso "À Procura de uma Estrela", no Cinema Olímpia, e cujo director musical era o maestro Hélder Martins.
Em 1968 entra Juanito Bruges para o órgão. Os tempos musicais estavam a mudar.
Depois o Jorge Cortez sai e entra o Castelo. É nesta fase que a Paula Lopes aparece a cantar. Saliente-se que não era a primeira vez que isto acontecia com "Os Rebeldes", pois anos antes já tinham tido a cantar com eles Esmeralda Ribeiro, uma rapariga que havia ganho o concurso "À Procura de uma Estrela", no Cinema Olímpia, e cujo director musical era o maestro Hélder Martins.
Porém, ainda em Agosto de 68 o Cabrita vai para a tropa e em 69, quando também é incorporado o Castelo, o grupo desfaz-se.
Entretanto em Nampula o Armando Claro arranja um grupo civil, "Os Metralha" para tocar nas folgas.
Tanto o Cabrita como o Castelo acabam por ir parar ao grupo recreativo da R.M.M. De certa forma podemos dizer que até Maio de 1970 "Os Rebeldes" estiveram sempre juntos.
Nesta altura Claro passa à disponibilidade. Armando Claro está de regresso à Beira e à vida civil...
Mas o resto da hístória continuará no próximo Sábado, ou seja, na próxima Onda Pop.
Entretanto em Nampula o Armando Claro arranja um grupo civil, "Os Metralha" para tocar nas folgas.
Tanto o Cabrita como o Castelo acabam por ir parar ao grupo recreativo da R.M.M. De certa forma podemos dizer que até Maio de 1970 "Os Rebeldes" estiveram sempre juntos.
Nesta altura Claro passa à disponibilidade. Armando Claro está de regresso à Beira e à vida civil...
Mas o resto da hístória continuará no próximo Sábado, ou seja, na próxima Onda Pop.
FALANDO DE NOVOS DISCOS
INSTANTÂNEO 1
"AMÉLIA COM VERSOS DE AMÁLIA" Este instantâneo até poder-se-ia chamar de "Novos Discos de Velhos Conhecidos", pois disso se trata. No MUSEU DO FADO foi pré-apresentado o novo disco de AMÉLIA MUGE de uma forma intimista e só para convidados. No pequeno auditório, Amélia e os seus músicos partilharam oito canções e mais oito poemas de Amália (que foram lidos por Amélia), os quais também musicados compõem as 16 canções do seu novo disco. Que Amália Rodrigues tinha uma escrita simples e bela, pois refletia o seu quotidiano, a sua alma e a sua sensibilidade, já todos sabíamos, basta ler as letras de "Estranha Forma de Vida", "Lágrima" ou "Ó Gente da Minha Terra". São poemas simples, doces, que refletem os seus sentimentos pelos bichos e bichinhos, as suas penas e os seus anseios. Amélia soube escolher os versos e com baladas de sabor popular, por vezes perto do Fado, certamente teria tido a aprovação da Grande Senhora, que sempre soube cantar as canções do Mundo. |
José Mário Branco, António José Martins e Michales Loukovikas pincelaram tonalidades paletizando uma tela musical em cada poema. Lindo!
O disco foi posto à venda no Museu do Fado e na livraria "Ler Devagar", bem como na Culturgest, onde terá lugar o seu lançamento oficial a 23 de Janeiro de 2015.
No final houve um Porto de honra e uma sessão de autógrafos, onde ninguém a deixou em paz.
Parabéns Amélia! Parabéns Amália!
Aqui apresentamos um pequeno excerto do que foi esta pré-apresentação do seu novo álbum "Amélia com versos de Amália".
O disco foi posto à venda no Museu do Fado e na livraria "Ler Devagar", bem como na Culturgest, onde terá lugar o seu lançamento oficial a 23 de Janeiro de 2015.
No final houve um Porto de honra e uma sessão de autógrafos, onde ninguém a deixou em paz.
Parabéns Amélia! Parabéns Amália!
Aqui apresentamos um pequeno excerto do que foi esta pré-apresentação do seu novo álbum "Amélia com versos de Amália".
INSTANTÂNEO 2
CLUBE DO FADO - MÁRIO PACHECO
Saídos de tão animado convívio no Museu do Fado, Graça Nunes (um dos elementos do primeiro Conjunto Pop Yé-Yé totalmente feminino em Portugal, capitaneado pela prof. Ofélia em 1963 e do qual falaremos numa outra edição), vizinha e amiga do virtuoso guitarrista Mário Pacheco (que acompanhou e gravou com fadistas da qualidade de Amália Rodrigues, Hermínia Silva ou Alfredo Marceneiro), desafiou-nos a fazer-lhe uma visita, na sua conceituada casa de fados - "Clube do Fado".
Não poderia ter sido um melhor final de noite. Ficámos impressionados com a excelente qualidade do trabalho apresentado.
Diogo Clemente, o viola, para além de um excelente instrumentista é senhor de uma excelente voz, cantando com uma entrega total, embrenhando-nos no seu cantar. É certo que Diogo já é muito conceituado no meio, como compositor e produtor, tendo produzido vários artistas, entre os quais se destaca a sua mulher Carminho.
Curioso é que quando lhe demos os parabéns e lhe dissemos termos vindo do lançamento do disco da Amélia Muge, disse ter pena de não poder ter ido pois gosta muito do seu trabalho e que há uns quatro anos já tinha musicado um poema dela, "Quatro Caminhos", que saíu em disco cantado pela Ana Laíns, que aproveitamos para homenagear os dois compositores e a intérprete.
Depois cantou Cristiana Águas que acaba de lançar o seu primeiro CD. Seguiu-se Miguel Capucho.
De salientar que todos têm estilos diferentes, o que valoriza o convívio.
Por fim, Isabel Noronha com "Lisboa à Noite" e outros fados bem alegres que chamavam à participação de toda a audiência.
Temos de agradecer ao Mário Pacheco que mesmo tendo a casa cheia, conseguiu uma mesinha para um grupo de seis foliões, que incluía um alemão que se emociona com o nosso Fado.
Parabéns ao Mário que se soube rodear de excelentes vozes cantando fados de géneros diferentes e de excelentes músicos como o Diogo Clemente na viola, o Paulo Paz no contra-baixo e, claro, o seu próprio génio na guitarra.
De salientar que todos têm estilos diferentes, o que valoriza o convívio.
Por fim, Isabel Noronha com "Lisboa à Noite" e outros fados bem alegres que chamavam à participação de toda a audiência.
Temos de agradecer ao Mário Pacheco que mesmo tendo a casa cheia, conseguiu uma mesinha para um grupo de seis foliões, que incluía um alemão que se emociona com o nosso Fado.
Parabéns ao Mário que se soube rodear de excelentes vozes cantando fados de géneros diferentes e de excelentes músicos como o Diogo Clemente na viola, o Paulo Paz no contra-baixo e, claro, o seu próprio génio na guitarra.
JOHNNY E SYLVIE
Sylvie Vartan e Johnny Hallyday são apresentados um ao outro pelo irmão de Sylvie, Eddie Vartan, no final de Dezembro de 1961, no Olympia, em Paris, onde Sylvie fazia a 1ªparte do espectáculo de Vince Taylor.
Johnny, fundador do rock and roll na França, em 1960, já era uma estrela nas manchetes e Sylvie, no ano de 1961, era quase uma debutante de uma carreira que não vai tardar a descolar, mas tendo já a seu crédito um 45 r.p.m. com Frankie Jordan ("Panne D'Essence") e um outro a solo ("Quand Le Filme Est Triste").
Em 1962, Sylvie Vartan faz a primeira parte da digressão de Johnny Hallyday, em vez de Jean-Jacques Debout.
Em 22 de junho de 1963, Sylvie Vartan e Johnny Hallyday participam na Place de la Nation, no concerto do primeiro aniversário da celebérrima revista "Salut Les Copains", organizado pela Europe 1.
O evento é um grande sucesso e o casal torna-se a coqueluche do Yé-Yé francês.
Em 14 de agosto de 1966, Sylvie Vartan dá à luz David Hallyday (hoje também uma estrela musical).
1972 foi um ano de turbulências no casal. Nessa época, Johnny Hallyday tem um relacionamento íntimo com uma das suas cantoras do coro, Nanette Workman. Naturalmente, Sylvie não gosta e o casal fica à beira da ruptura.
Mas 1973 é um ano de reconstrução para o casal que decide a reaproximação e fazerem uma "tournée" juntos. A digressão foi um grande sucesso, que é celebrado com o lançamento de seu primeiro disco em duo "J'Ai Un Problème", com o qual vos ilustramos esta notícia da "Onda Pop".
Sylvie Vartan e Johnny Hallyday são apresentados um ao outro pelo irmão de Sylvie, Eddie Vartan, no final de Dezembro de 1961, no Olympia, em Paris, onde Sylvie fazia a 1ªparte do espectáculo de Vince Taylor.
Johnny, fundador do rock and roll na França, em 1960, já era uma estrela nas manchetes e Sylvie, no ano de 1961, era quase uma debutante de uma carreira que não vai tardar a descolar, mas tendo já a seu crédito um 45 r.p.m. com Frankie Jordan ("Panne D'Essence") e um outro a solo ("Quand Le Filme Est Triste").
Em 1962, Sylvie Vartan faz a primeira parte da digressão de Johnny Hallyday, em vez de Jean-Jacques Debout.
Em 22 de junho de 1963, Sylvie Vartan e Johnny Hallyday participam na Place de la Nation, no concerto do primeiro aniversário da celebérrima revista "Salut Les Copains", organizado pela Europe 1.
O evento é um grande sucesso e o casal torna-se a coqueluche do Yé-Yé francês.
Em 14 de agosto de 1966, Sylvie Vartan dá à luz David Hallyday (hoje também uma estrela musical).
1972 foi um ano de turbulências no casal. Nessa época, Johnny Hallyday tem um relacionamento íntimo com uma das suas cantoras do coro, Nanette Workman. Naturalmente, Sylvie não gosta e o casal fica à beira da ruptura.
Mas 1973 é um ano de reconstrução para o casal que decide a reaproximação e fazerem uma "tournée" juntos. A digressão foi um grande sucesso, que é celebrado com o lançamento de seu primeiro disco em duo "J'Ai Un Problème", com o qual vos ilustramos esta notícia da "Onda Pop".
NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
Leonard Cohen confirmou o lançamento em setembro p.p. do seu novo álbum "Popular Problems", previsto para ser revelado apenas dois dias depois de seu aniversário de 80 anos. O álbum contem nove novas canções e foi produzido por Patrick Leonard, que trabalhou com Cohen em 2012 no álbum "Old Ideas".
"Mais uma vez, Leonard Cohen quebrou as fronteiras musicais com uma nova inspiração criativa ", disse Rob Stringer, presidente / CEO da Columbia Records num comunicado." Estas nove novas canções são simplesmente sublimes e inovadoras com um espírito único.
A maioria das canções será nova para os fãs de Cohen, embora "Born In Chains" e "My Oh My" tivessem sido tocadas ao vivo anteriormente.
"Popular Problems" é o segundo álbum que Cohen lançou desde a sua miraculosa volta aos palcos em 2008.
Até esse regresso, Leonard Cohen tinha estado quase completamente ausente da cena durante 15 anos, e surpreendeu os seus fãs ao encenar um conjunto de concertos que se iniciou em pequenos teatros no Canadá, mas depois esgotou estádios em todo o mundo.
Ainda não está definido se Cohen fará algum tour de suporte ao album "Popular Problems" e embora ele tenha informado que não vai fazer nenhum show em 2014, Cohen declarou que um motivo importante para fazer um tour mundial seria assegurar um fundo para a sua reforma.
Leonard Cohen confirmou o lançamento em setembro p.p. do seu novo álbum "Popular Problems", previsto para ser revelado apenas dois dias depois de seu aniversário de 80 anos. O álbum contem nove novas canções e foi produzido por Patrick Leonard, que trabalhou com Cohen em 2012 no álbum "Old Ideas".
"Mais uma vez, Leonard Cohen quebrou as fronteiras musicais com uma nova inspiração criativa ", disse Rob Stringer, presidente / CEO da Columbia Records num comunicado." Estas nove novas canções são simplesmente sublimes e inovadoras com um espírito único.
A maioria das canções será nova para os fãs de Cohen, embora "Born In Chains" e "My Oh My" tivessem sido tocadas ao vivo anteriormente.
"Popular Problems" é o segundo álbum que Cohen lançou desde a sua miraculosa volta aos palcos em 2008.
Até esse regresso, Leonard Cohen tinha estado quase completamente ausente da cena durante 15 anos, e surpreendeu os seus fãs ao encenar um conjunto de concertos que se iniciou em pequenos teatros no Canadá, mas depois esgotou estádios em todo o mundo.
Ainda não está definido se Cohen fará algum tour de suporte ao album "Popular Problems" e embora ele tenha informado que não vai fazer nenhum show em 2014, Cohen declarou que um motivo importante para fazer um tour mundial seria assegurar um fundo para a sua reforma.
Afinal...O QUE É O ROCK ?
O Rock tem as suas raízes profundamente ligadas às tradições musicais das comunidades rurais, como uma das suas únicas formas de expressão, quer fossem comunidades negras ou brancas.
Semanalmente a "ONDA POP" - vai apresentar, dismistificar, e documentar através do audio e do video, a evolução do ROCK até aos dias de hoje. |
Em Maio de 1927, os Taylor's Kentucky Boys gravaram com a orquestra de Jim Booker - The Booker Orchestra (uma das poucas orquestras de violinistas de "blues") - aquela que é considerada a primeira gravação comercial feita por brancos e negros juntos - "Gray Eagle" e assim se começou a abrir a possibilidade de os artistas negros e brancos aumentarem os seus círculos de influência.
Assim no final dos anos 30, o público negro adorava as histórias contadas na música "country", especialmente aquelas que falavam de namorados enganados ou adúlteras (as "cheating stories"), que ficariam enraízadas no repertório negro, influenciando o "Rock 'N' Roll", que estava surgindo.
Ao mesmo tempo, em que se começava a ouvir música "country" nas comunidades negras, também a música "country" passou a ser influenciada pelo "blues", "jazz" e pelo "gospel". Os melhores exemplos dessas interacções, unindo hinos baptistas negros com o folclore apalache, foram Bob Wills and His Texas Playboys e os Delmore Brothers.
Entre os anos 30 e 40, Bob Wills já anunciava a chegada do "Rock 'N' Roll" uma década antes, tocando "Rhythm & Blues" por brancos, transformando o seu grupo de "country" tradicional ou "western" numa "big band", incrementando-o com sonoridades de "jazz" metalizadas muito próximas do "swing". Estava criado o "Western Swing".
Ao mesmo tempo, os Delmore Brothers incrementaram o seu duo, com contrabaixo, um bandolim, um violino, uma guitarra, um gaitista e uma bateria e tornaram as suas canções mais rápidas e dançantes, criando o "Country Boogie".
Estas modernizações do "western" e do "country" tiveram tanto sucesso que em 1949 a revista "Billboard" rebaptizou de "Country & Western" essa nova fusão do "Western Swing" com o "Country Boogie" e criou um hit-parade "C&W".
Assim no final dos anos 30, o público negro adorava as histórias contadas na música "country", especialmente aquelas que falavam de namorados enganados ou adúlteras (as "cheating stories"), que ficariam enraízadas no repertório negro, influenciando o "Rock 'N' Roll", que estava surgindo.
Ao mesmo tempo, em que se começava a ouvir música "country" nas comunidades negras, também a música "country" passou a ser influenciada pelo "blues", "jazz" e pelo "gospel". Os melhores exemplos dessas interacções, unindo hinos baptistas negros com o folclore apalache, foram Bob Wills and His Texas Playboys e os Delmore Brothers.
Entre os anos 30 e 40, Bob Wills já anunciava a chegada do "Rock 'N' Roll" uma década antes, tocando "Rhythm & Blues" por brancos, transformando o seu grupo de "country" tradicional ou "western" numa "big band", incrementando-o com sonoridades de "jazz" metalizadas muito próximas do "swing". Estava criado o "Western Swing".
Ao mesmo tempo, os Delmore Brothers incrementaram o seu duo, com contrabaixo, um bandolim, um violino, uma guitarra, um gaitista e uma bateria e tornaram as suas canções mais rápidas e dançantes, criando o "Country Boogie".
Estas modernizações do "western" e do "country" tiveram tanto sucesso que em 1949 a revista "Billboard" rebaptizou de "Country & Western" essa nova fusão do "Western Swing" com o "Country Boogie" e criou um hit-parade "C&W".
Bob Wills gravou com imenso sucesso em 1939 "Ira Reed", uma gravação excitante e inovadora, que nos anos 50 o famoso Chuck Berry transformaria na sua conhecidíssima "Maybellene".
Apreciem "Ira Reed" por Bob Wills and His Texas Playboys: |
Os Delmore Brothers foram totalmente contagiados pelo virus do "boogie", que nunca mais os deixou, e obtiveram uma série de êxitos, como aquele que dedicaram aos primeiros comboios - "Freight Train Boogie", que vos apresentamos através de um curioso e divertido filme.
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DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS
A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK. |
Muitas bandas pop dos anos sessenta tiveram de se adaptar aos novos gostos musicais, no início dos anos setenta. "I Dik Dik" foram uma destas bandas, mantendo a mesma formação, mas simplesmente evoluindo para uma forma mais progressiva de som.
"I Dik Dik" já tocavam juntos desde 1965 e atingiram uma carreira de sucesso com muitos singles que saíram, em 1966 e 1967, especialmente com "covers" como "Sognando la Califórnia" (California Dreamin' dos Mamas and Papas), "Senza Luce" (A Whiter Shade Of Pale dos Procol Harum), "Inno" (Let's Go To San Francisco dos Flowerpot Men) ou "L'Isola di Wight" (Wight Is Wight de Michel Delpech).
A sua única experiência progressiva apareceu em 1972, com o álbum "Suíte Per Una Donna Assolutamente Relativa", um álbum de onze faixas baseadas principalmente nos teclados de Mario Totaro (que compôs as melodias) e nas óptimas letras de Herbert Pagani. Sim, esse mesmo... o Herbert Pagani que concebeu, escreveu e interpretou a obra-prima "Megalopolis".
Como em outros casos semelhantes, este L.P. não mereceu a atenção esperada, pois o público jovem considerava-os como um "grupo de idade", enquanto os fãs antigos não apreciaram a mudança no estilo musical.
Este álbum raro foi editado com uma capa desdobrável, desenhada por César Monti (irmão do baixista do grupo Pietruccio Montalbetti), mas o disco não refere a composição do grupo, que era a seguinte:
Erminio "Pepe" Salvaderi (guitarra e voz)
Pietruccio Montalbetti (guitarra, baixo e voz)
Giancarlo "Lallo" Sbriziolo (guitarra e voz)
Mario Totaro (teclas)
Sergio Panno (bateria)
"I Dik Dik" já tocavam juntos desde 1965 e atingiram uma carreira de sucesso com muitos singles que saíram, em 1966 e 1967, especialmente com "covers" como "Sognando la Califórnia" (California Dreamin' dos Mamas and Papas), "Senza Luce" (A Whiter Shade Of Pale dos Procol Harum), "Inno" (Let's Go To San Francisco dos Flowerpot Men) ou "L'Isola di Wight" (Wight Is Wight de Michel Delpech).
A sua única experiência progressiva apareceu em 1972, com o álbum "Suíte Per Una Donna Assolutamente Relativa", um álbum de onze faixas baseadas principalmente nos teclados de Mario Totaro (que compôs as melodias) e nas óptimas letras de Herbert Pagani. Sim, esse mesmo... o Herbert Pagani que concebeu, escreveu e interpretou a obra-prima "Megalopolis".
Como em outros casos semelhantes, este L.P. não mereceu a atenção esperada, pois o público jovem considerava-os como um "grupo de idade", enquanto os fãs antigos não apreciaram a mudança no estilo musical.
Este álbum raro foi editado com uma capa desdobrável, desenhada por César Monti (irmão do baixista do grupo Pietruccio Montalbetti), mas o disco não refere a composição do grupo, que era a seguinte:
Erminio "Pepe" Salvaderi (guitarra e voz)
Pietruccio Montalbetti (guitarra, baixo e voz)
Giancarlo "Lallo" Sbriziolo (guitarra e voz)
Mario Totaro (teclas)
Sergio Panno (bateria)
No 1º lugar da Parada de Onda Pop desta semana continua insistentemente "Hey Jude" pelos Fab Four, mas porque na próxima semana o destacaremos na "Onda Pop", hoje oferecemos o video do 3º classificado nesta parada.
"Ice In The Sun" é o terceiro single dos Status Quo, mas o é o segundo a entrar dos tops 10 mundiais. Este single é extraído do 1º álbum deste grupo - "Picturesque Matchstickable Messages From The Status Quo", donde já tinham saído os singles anteriores "Black Veils of Melancholy" e o grande êxito "Pictures Of Matchstick Men".
Os Status Quo são uma banda de rock inglesa que se iniciou como sendo "The Spectres" em 1962 e passou a utilizar o nome com que ficou famosa em 1967. Esta banda de rock ainda continua activa nos dias de hoje e tem no seu palmarés 60 singles que entraram no "hit parade" inglês, para além de terem gravado 31 álbuns de estúdio e 7 álbuns ao vivo... É obra!
"Ice In The Sun" é o terceiro single dos Status Quo, mas o é o segundo a entrar dos tops 10 mundiais. Este single é extraído do 1º álbum deste grupo - "Picturesque Matchstickable Messages From The Status Quo", donde já tinham saído os singles anteriores "Black Veils of Melancholy" e o grande êxito "Pictures Of Matchstick Men".
Os Status Quo são uma banda de rock inglesa que se iniciou como sendo "The Spectres" em 1962 e passou a utilizar o nome com que ficou famosa em 1967. Esta banda de rock ainda continua activa nos dias de hoje e tem no seu palmarés 60 singles que entraram no "hit parade" inglês, para além de terem gravado 31 álbuns de estúdio e 7 álbuns ao vivo... É obra!