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Onda Pop

A primeira publicação periódica sobre música pop-rock em todo o Portugal (Continental, Insular e Ultramarino).

Semanalmente aos sábados no maior jornal de Moçambique - o "Notícias" de Lourenço Marques, desde 31 de Agosto de 1968.


Onda Pop
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   EFEMÉRIDE    -     25 ABRIL 2015   -   JOSÉ AFONSO
Por uma feliz coincidência esta página sai no dia em que se comemora o 41º aniversário da queda do Estado Novo e a implantação do que todos pensávamos vir a ser a libertação igualitária de todos os portugueses. Passaram poucos anos e já se ia verificando que uns eram mais iguais que outros. Depois veio a Europa e chegou um economista que nunca se enganava. Atirou o País às urtigas desmantelando a agricultura, as pescas, a indústria, a educação e permitindo o caos social com a entrada desenfreada do capitalismo selvagem, que enganava o povo pouco culto e sedento de consumismo. As importações dispararam, o fabrico local baixou e a sua trupe de Ministros aumentou e, com o que mais tarde se tem vindo a saber, mais faz parecer o Ali Bábá e os 40 ladrões. Só que com a entrada de tantos milhões a corrupção parecia passar despercebida. A ele foram-se seguindo outros, que parecia terem estudado pelas mesmas cartilhas e que apesar das suas ideias mais idealistas ràpidamente deixavam tudo para trás, porque na Europa é que se ganhava e roubava muito dinheiro de forma legal. Aquilo que se pensava ser uma Democracia cèleremente se converteu numa Partidocracia, e o pobre povo português, de baixa cultura e do tipo "Maria vai com as outras" não pensa, continua insistindo nos mesmos partidos sem se questionar e a idolatrar os dirigentes do seu partido, como quando se é do Benfica, do Sporting ou do Porto, em que se é de um mesmo clube e se apoia as direcções até ao fim da vida, desde que se ganhe, não importa até como. 
Pensar dá trabalho e as Escolas e as Televisões conseguem fazer umas boas lavagens cerebrais.
Mas nós mesmo assim, nestes tempos talvez mais difíceis que antes de 74 continuamos a acreditar e a lutar, daí que venhamos hoje dar o nosso contributo com uma das mais importantes canções de intervenção que, naturalmente, só poderia pertencer a José Afonso - "Os Vampiros", que comem tudo sem ressentimento. 
Em 1965, José Afonso dava aulas em Moçambique e na Rádio havia um programa aos Domingos, das produções Golo, de nome "Rodando os Sucessos". As canções venciam por votação semanal. Foi assim que os estudantes moçambicanos conseguiram colocar "Os Vampiros" em 1º lugar durante 3 semanas, até que a PIDE se apercebesse do que se estava a passar e proibisse a sua radiodifusão. Como uma canção com 52 anos consegue estar tão actualizada. Significa que não aprendemos nada e continuamos a deixar que façam de nós "gato-sapato" e até já não temos vozes activas contra o regime vigente, porque todos comem do mesmo bolo chamado CEE, e falam em nome da democracia, mas na realidade estão combatendo contra ela. 
É preciso que o povo fique atento, porque senão os novos e mais numerosos "Vampiros" não vão deixar nada.
É importante que recuperemos os valores humanos de solidariedade e respeito uns pelos outros independentemente das ideias de cada um para que não se entre em fundamentalismos baratos e que não continuemos a nos condenarmos e insultarmos uns aos outros, porque somos do partido A ou B ou C, esquecendo que entretanto as aves de rapina se instalam em todos eles e na verdade não são de nenhum.

Os espectáculos que se passam na Assembleia da República, são uma cópia barata dos espectáculos de luta livre americana (hoje WWE, vulgo Wrestling), em que os lutadores parecem matar-se e levam as multidões à loucura, incentivando uns e apupando os outros ou até mesmo se agredindo. 
Só que em ambos os casos terminado o espectáculo, tomam todos uns copos entre eles, porque o vencedor já está prèviamente combinado contratualmente, como chegámos a assistir algumas de vezes nos espectáculos de luta livre em Moçambique, com o Tarzan Taborda , o Little Brutus, o Yul Brainer ou The Beast Martin, entre outros, no Pavilhão do Malhangalene, onde até se quebravam cadeiras e jorrava "sangue". Depois do espectáculo estavam todos juntos a divertirem-se e a beberem, e sem mazelas, no bar do Hotel Girassol, onde geralmente se hospedavam todos, a custo da CEE (Ah! Desculpem! Queríamos dizer a custo da Organização do Espectáculo).
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Estejamos atentos para que não volte a censura, como agora querem fazer. No antigamente éramos obrigados a saber a Constituição (7º ano - OPAN ), que era letra morta. Agora que todos os jovens a deveriam aprender, como a sua arma de Direitos e Deveres, não se ensina. Porquê ? Quem tem medo de um povo esclarecido ?
Busquemos a nova sociedade, aprendendo com as diferenças de cada um. Por isso dizemos "Traz Outro Amigo Também". Isto é também uma homenagem a José Afonso, que tanta falta faz para lutar contra o sistema, a que integramente nunca aderiu, mesmo tendo sido convidado por vários partidos do PSD ao PCP, após o 25 de Abril de 1974. Sentimos a tua falta Zeca, para ver se ainda conseguirias acordar este povo adormecido.

Um óptimo 25 de Abril para todos, com muita Música, Paz, Amor e, se possível, DEMOCRACIA.
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             "WEST COAST"

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Falar dos conjuntos da "West Coast" e da "West Coast" é falar do movimento musical mais importante, depois do movimento Beat Inglês , liderado pelos Beatles, Rolling Stones, Searchers, Kinks, Dave Clark 5, etc, que fez renascer o Rock 'N' Roll.
O movimento musical da "West Coast" transformou o Rock, e não só, para sempre.
Mas falar da "West Coast" é falar de movimentos sociais e de comportamentos que mudaram o status quo da época e que foram origem de uma revolução social nos anos 60, que se reflete até aos dias de hoje na nossa vida. Como tal consideramos demasiado importante e merecedor de uma análise e desenvolvimento mais profundo, durante as próximas edições da Onda Pop.
A Onda Pop na sua edição impressa Nº28, define bem os parâmetros da "West Coast". 
Na realidade o movimento "West Coast" teve as suas origens no início dos anos 60, quando a juventude do sul da Califórnia já apaixonada pelo surf, se apaixonou pelo surf-rock, música essencialmente instrumental no início, inventada por Dick Dale em 1961, com duas guitarras (solo e ritmo), um baixo e uma bateria. Era uma música alegre, movimentada e que, essencialmente, já representava uma forma de vida alternativa de praias, garotas, cervejas, desporto (surf) e carros desportivos e descapotáveis o ano inteiro, ao invés do restante dos Estados Unidos e do universo em geral, em que se continuava (e continua) a fazer a apologia de uma vida de trabalho, para se tentar conseguir uns dias de férias por ano num paraíso como esse.
O surf-rock ganhou a popularidade internacional através de grupos como The Surfaris, Jan & Dean, The Chantays, etc, tendo o seu expoente máximo nos Beach Boys, que continuam a actuar e gravar há mais de 50 anos, impondo a sua extraordinária surf music, mesmo que esta tenha visto a sua popularidade quase desaparecer nos finais dos anos 60, quando apareceram a música psicadélica e as drogas alucinogénicas.
Vamos então começar as nossas crónicas na era Psicadélica (1966-1969), a que se chamou "Tempos Avançados e Grandes Ideias" ("H(a)igh Times and Big Ideas"), em alusão aos dois polos mais importantes da música e da sub-cultura psicadélica na época: "Haigh-Ashbury" (o famoso distrito da cidade de San Francisco) e o "Big Ben" (um dos ícones da cidade de Londres), embora existisse também um ramal importante em Los Angeles. 
Com as enormes influências dos Beatles, dos Beach Boys e de Bob Dylan, a música deixou de ser só diversão e passou a ser uma forma de expressão e criação artística importantíssima. Ao mesmo tempo a música deixava de ser uma viagem no imaginário por ela própria e passou a ser o acompanhamento de viagens do imaginário, causadas através do uso de drogas, por isso se associa sempre a música psicadélica com as drogas alucinógenas. O LSD era uma droga em franca circulação na época, para tratamento de dores de cabeça contínuas, normalmente chamadas de enxaquecas, só que na sua origem foi criada, por Albert Hoffman,  para passar nas têmporas e testa e fazer o seu efeito exógeno através da absorção pela pele, só que ele como cientista estudava quais seriam os efeitos tomando essa droga/medicamento via oral. Aí no final do dia ele tomou o LSD via oral e preparou-se para ir para casa de bicicleta como sempre fazia, mas antes de sair o seu assistente notou algumas atitudes um pouco estranhas e resolveu segui-lo, por razões de segurança. Ao seguir o mestre, o assistente  notou que Hoffman ia muito, muito devagar e parecendo perdido, mas chegou a casa a salvo. No dia seguinte, Albert Hoffman escreveu no seu caderno de apontamentos que, durante a viagem de bibicleta no dia anterior, ele via o horizonte subir até ao céu e depois descer até desaparecer e tudo muito colorido. Esta foi a primeira viagem alucinógena... na Suiça e em 1943. Entretanto o neurocientista americano Timothy Leary, apercebera-se de que o LSD criava efeitos secundários de viagens alucinógenas, mas abria novas percepções ao cérebro humano, como tal começou a defender o uso de LSD para benefício do progresso humano. Vários foram os seus seguidores na comunidade médica e científica e foi através de um dentista amigo, que John Lennon e George Harrison tiveram, em 1965, a sua primeira experiência com essa substância química, após um jantar em casa do tal dentista. Entretanto as experiências íam passando de boca em boca no meio musical e passou a ser visto como um caminho para a sabedoria e da contracultura, pois ficar-se-ia com uma profunda consciência do poder das nossas próprias mentes e do conhecimento, podendo-se assim confrontar as regras da sociedade. Como os professores mentiam, os governos mentiam e as religiões mentiam, com LSD encontrar-se-ía o caminho da verdade. Com este tipo de mensagem de contracultura e de uma mente mais poderosa e criativa, os músicos e compositores imediatamente se puseram na posição de vanguardistas e acreditavam que, enquanto toda a gente não entrasse nessas experiências mentais, a que chamaram trips, eles seriam os missionários dessas viagens, através da música que compusessem e tocassem, e assim toda a gente iria ficar mais experta e preparada, mesmo não tomando LSD ou qualquer outro ácido, só ouvindo a sua música psicadélica
A mensagem de Timothy Leary era "Ligue-se, Sintonize-se, Abandone-se" ("Turn On, Tune In, Drop Out"), que vos apresentamos numa trip.
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Essa foi a missão artística e ambiciosa, que a maioria dos conjuntos da "West Coast" assumiram sèriamente e, curiosamente, com o mesmo espírito de recriar uma atitude absoluta e inovadora através da música, que Beethoven concebera no século XIX com a sua art music. 
Esta ideia missionária de contracultura tornou-se muito consciente e consistente e o seu resultado mais conhecido e mais conseguido foram as diversas sociedades hippies, que se desenvolveram por quase todo o mundo do Japão à França ou da Holanda à África do Sul, com a ideia de que todos iriamos criar uma cultura que não fizesse socialmente os mesmos erros que as culturas dos nossos pais tinham feito... e durante dois anos meio, esse movimento desenvolveu-se de tal forma, que chegou a amedrontar o status quo político e social vigente, quer nos países do ocidente, quer nos países socialistas de leste, que se aliaram para combater este movimento revolucionário do "Flower Power", o qual analisaremos na sua estética na próxima semana.
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INSTANTÂNEO - RICHARD ANTHONY
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O combóio apitou pela última vez para Richard Anthony, na passada segunda-feira, dia 20 de Abril de 2015.
O cantor francês do enorme sucesso "J'Entends Siffler Le Train", gravou 600 músicas, das quais 21 chegaram ao primeiro lugar do hit-parade em França, vendeu mais de 60 milhões de discos e foi um dos nossos primeiros heróis musicais... ainda é!

A "Nouvelle Vague" nasceu com ele, não só através da canção que lhe deu o primeiro grande sucesso, mas porque ele foi um dos pioneiros do movimento artístico francês, onde se incluía o Yé-Yé, a nova vaga pop de cantores franceses, que despontou no início dos anos 60.
Com os nossos 12,13 ou 14 anos, não havia nenhuma festa em que não se tocasse "Tchin Tchin" e "C'Est Ma Fête", mas agora não é o momento para brindes ou festas, pois nós da Onda Pop estamos tristes, porque perdemos um amigo e companheiro de muitos e bons momentos, mesmo não o tendo conhecido pessoalmente.
"Toi, L'Ami", dizias que era sempre preciso partir bem cedo ("Il Faut Toujours Partir Trop Tôt") e fizeste-o, só com 77 anos. "Et Après?", perguntavas tu. Bem, agora resta-nos a alegria que nos deixaste para sempre lindas canções que iremos ouvir nos pingos da chuva "En Écoutant La Pluie" ou como tu nos aconselhavas "Écoute Dans Le Vent" e cantaremos sempre contigo os refrões de todas elas, como o faremos agora para te agradecer e celebrar a tua obra. 
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No dia 23 de Novembro de 2011, Richard Anthony foi condecorado com a ordem de "Officier des Arts et des Lettres", pelo Ministro da Cultura francês. 

Nessa altura agradeceu dizendo: "Eu sonhei com uma vida cheia de êxitos caminhando em direcção ao sucesso. E na minha estação do imaginário, eu ouço um combóio que apita sempre graças às muitas pessoas que me cantarolam no seu caminho. Obrigado!"... e continuarão cantarolando, dizemos nós. 

"Au Revoir", Richard!
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            OS CARTOLAS
ImagemFilipe Vedor
"Os Cartolas" deveriam ter sido DESTAQUE na semana passada, pois a notícia da sua actuação no RCM, no programa "Um Conjunto" saíu como primeira notícia das "Notícias Pop" na pág. 27, mas parece que nos está a acontecer o que acontecia há 46 anos atrás, excesso de material, o que sendo uma boa notícia, também nos faz correr demais. Enquanto que antes queríamos mais, e não nos davam espaço no jornal, agora temos de ser comedidos para não vos aborrecer com páginas tão longas. Mas o nosso entusiasmo em vos dar a conhecer o antigo e o novo, é grande. Por isso fomos falar com um dos sobreviventes de "Os Cartolas", Filipe Vedor.
Em 1966, nasce mais um grupo musical em Moçambique, "Os Cartolas". É Mário Cordeiro pai o dinamizador do grupo. O filho Mário Cordeiro é o organista, José Eduardo Couto vai ser o viola solo e o seu amigo sul africano, Benny Walter, que tocava guitarra havaiana vai ter de dedicar-se à viola baixo. Abel Ferreira que tocava no conjunto Djambo é convidado por Mário Cordeiro para viola ritmo, e aceita. Mas faltava o baterista. Cordeiro vai ouvir o conjunto de Renato Silva e convida Vedor (pai). Este diz-lhe que não mas informa-o que o filho está a começar e já toca muito bem. È assim que Filipe Vedor vai ter com Mário Cordeiro. Combinam um teste e é aceite. Estavam formados "Os Cartolas". Vedor não tinha bateria. É Eduardo Pereira lider do Conjunto Eduardo Pereira que lhe vende a sua e a 1ª apresentação vai ser na Casa do Algarve, na Av. Afonso de Albuquerque. Têem um tema para abertura dos shows, que à falta de gravações suas, foi muito divulgada pelos Ventures, mas vamos ouvir na sua versão original pelos The Chantays, "Pipeline".

Conseguem alcançar bastante êxito tocando um misto de pop rock e estando actualizados com os sucessos que vão saindo nos "hits" e tocando em tudo que são clubes e festas como a Associação dos Velhos Colonos, o Clube dos Lisboetas, o Zambi, as festas das Casas Regionais e os Bailes de Finalistas. Desses tempos apenas ficou uma canção, um inédito da autoria de Abel Ferreira que conseguimos tirar do You Tube graças ao esforço de Olímpio Almeida, mais um carola dos anos 60.
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Em 1967 concorrem ao Festival Yé Yé organizado pelo Movimento Nacional Feminino no pavilhão desportivo do Malhangalene que foi ganho pelo conjunto de Mário Ferreira "Os Boys" (op 24) ficando "Os Rebeldes" (op 6) em 2º e "Os Cartolas" em 3º.
Filipe Vedor foi considerado o melhor baterista pelo solo que deu na música "Take Five", e teve destaque no jornal Notícias, conforme apresentamos no recorte. Ainda em 1967, são considerados pela Imprensa Moçambicana como o Conjunto Revelação do Ano. Nesse ano mais uma vez Simone de Oliveira volta a receber o grande galardâo pelo 2º ano consecutivo (op 8). Nos finais de ano eram sempre convidados para tocar na festa da CIM (a companhia de cimentos de Moçambique). "O público delirava com as nossas canções", lembra Filipe Vedor, "e então quando cantávamos o "Balla Balla" com aquele ritmo todo era o delírio". 
Como não temos o tema pelos Cartolas e a maioria dos leitores internautas não sabe do que estamos a falar, incluindo muitos ditos especialistas, vamos ouvi-la na versão que fez mais sucesso internacionalmente, pelo grupo alemão The Rainbows.

Em 68, Vedor e Couto são incorporados no exército e acabam por ser colocados em Mocímboa da Praia, aí passam também a incorporar o grupo musical da Região Militar que tocava nos diversos quartéis do Norte de Moçambique. Chegam a tocar também com Jorge Cortez de "Os Rebeldes" da Beira.
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Nesta época "Os Cartolas" colocam dois músicos que os substituem provisòriamente. Assim aconteceu nesta 1ª apresentação no R.C.M. em 
Março de 69. Em Agosto de 69 regressam a LM e voltam a incorporar o grupo. Filipe Vedor vai acabar por deixar o grupo em 1972 por não concordar com a nova estratégia que o manager Mário Cordeiro vai incentivar no grupo. Logo de seguida aceita o convite que Bonnie lhe faz para tocar no Hotel Girassol com um novo grupo, Bonnie no piano/órgão, Roque Diniz no baixo, ele na bateria e Bob Woodcock como vocalista.
Ainda em 72 antes de sair tinham gravado um disco para a Cináfrica, um EP, que nem sabe se chegou a vender ou seja, a ser comercializado. O Abel é que lhe mostrou mais tarde o disco, mas como nunca mais soube nada dele... Descobrimos para o Filipe que o disco tem uma das músicas na net colocada por um jovem teimoso em limpar o pó a raridades, o Eduardo Morais. Assim poderemos escutar Os Cartolas em "Claude", uma composição de Abel Ferreira com um solo de bateria de Filipe Vedor  e que Abel fez em 1965 depois da Tempestade Claude que assolou LM inundando a baixa e provocando grandes estragos. 

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Em Agosto de 75 vai para a África do Sul. Como era tipógrafo no Notícias de Lourenço Marques (deve ter martelado muita Onda Pop nos filetes de chumbo) foi-lhe fácil arranjar trabalho. Começou no Rand Daily Mail onde esteve até 77, depois mudou para o Pretoria News. Pouco tempo depois de chegar também começa a tocar no restaurante Pinoquio, pertença de um português. Tocava com o maestro Hélder Martins, que havia sido um dos divulgadores do Jazz em Moçambique, ao piano e Roque Diniz na viola solo. Na voz estava o Bob Woodcock que todos conheciam dos Night Stars. Entretanto conheceu uma garota por quem se apaixonou e casou pouco tempo depois. Acaba por deixar a noite para se dedicar à família. Tocou até 1978. No Pretoria News ficou 17 anos vindo depois para Lisboa. Até à reforma esteve no grupo Impresa. Hoje ainda toca quando se reune com os amigos ou nos encontros de músicos moçambicanos recordando os bons velhos tempos.
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              LAS HERMANAS BENITEZ 
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Las Hermanas Benítez, era un quinteto vocal feminino cubano, que era composto por cinco irmãs, filhas do ex-ministro cubano do trabalho, que ficou famoso pela sua lei 8x5, que protegia os trabalhadores cubanos de trabalharem mais de 40 horas semanais. Las Hermanas Benitez tiveram o seu auge nos anos 50 e começaram a sua carreira de uma maneira atrevida e criativa pois, embora cantassem em casa incentivadas pela mãe às escondidas do pai, nunca tinham cantado em público e um belo dia ao passearem por Havana, passaram em frente da Rádio Cubana e Beba (uma das irmãs) desafiou as outras a entrarem nessa Rádio e se apresentarem como um conjunto vocal já experiente profissionalmente num outra região de Cuba (Matanzas). E se bem pensaram, melhor o fizeram e agradaram tanto na sua primeira audição para o pessoal da Rádio, que imediatamente lhes foi proposto actuarem ao vivo na Rádio, como um conjunto revelação. Após essa actuação, assinaram logo um contrato profissional e passado pouco tempo já estrelavam na Televisão Cubana. Pouco depois, em 1957, viajam para os Estados Unidos onde fazem uma tourné por 20 cidades e recebem um contrato de um ano para trabalhar no México e foi tal o sucesso que a TV mexicana as convida para terem o seu próprio programa televisivo, que as fez serem convidadas por Mário Moreno (o conhecidíssimo Cantiflas) para entrarem e cantarem num filme dele. Desse filme saíu o primeiro garnde sucesso internacional de Las Hermanas Benitez - "Corazón de Melón". Logo a seguir Beba, que tinha sido a grande impulsionadora do grupo, anuncia o seu casamento e é substituída pela irmã mais nova Haydee. Com esta nova formação partem para o Médio Oriente e para a Europa, onde resolvem residir em Espanha, já no  início dos anos 60. Pouco tempo depois ficam reduzidas a um trio, porque a Carmen e a Beatriz resolvem casar-se e deixar de cantar profissionalmente. É dessa fase com Petry, Juanita e Haydee, que vos propomos a audição daquele que foi o seu último grande êxito e do qual a Onda Pop vos dá conta nesta sua edição 29. Trata-se de um cover do grande êxito "Pata Pata", da diva sul-africana Miriam Makeba.

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            SANDIE SHAW
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A rapariga alta e esguia, de belos e grandes olhos azuis, que gostava de usar mini-saias, começou a gravar em 1964, editou 38 singles (3 em #1 e 9 no top 10), 10 EPs e 8 LPs e que ficou conhecida como a "Princesa dos Pés Descalços", explica-nos porque ganhou essa alcunha: 
- "Com 17 anos pedi dinheiro emprestado do meu pai para ir até a Londres para a sessão de gravação. Quando entrei no estúdio e comecei a gravar, eu tinha que usar aqueles enormes fones de ouvido na minha cabeça, que achatava o meu penteado. Senti-me muito boba, mas comecei a cantar. Quando olhei para cima eu vi todos os técnicos, o produtor e o meu manager no andar de cima na sala de controle através do painel de vidro a discutir a minha performance. O meu manager não parecia nada feliz, mas de repente, o seu rosto mudou e tornou-se animado. Ela fez uma observação a todos, apontando para mim e começaram a pular com entusiasmo.
Eu ouvi todos eles rindo e gritando pelo o talkback,: 'Os teus pés! Os teus pés!'. Então olhei para os meus pés de grandes dimensões.
"Qual é o problema com eles?", perguntei defensivamente.
'Você não tem sapatos!'
Desculpei-me e começei a a procurá-los ao redor do estúdio. 
"No. Não. Deixe-os onde estão. Você fica giríssima assim, não podia ficar melhor e, se calhar, você até canta melhor assim!" disse-me feliz o manager.

Gravou então o seu primeiro grande êxito e primeiro topo do hit-parade britânico - "(There's) Always Something There To Remind Me", em Setembro de 1964.

E Sandie Shaw continua a sua explicação: 
- "A partir de então, sempre que eu cantava eu ​​estava descalça. Et voila! "La chanteuse aux pieds nus"; "La cantante scalza"; "A princesa descalça"; "The barefoot princess";...
Combinava comigo, era mais confortável e eu tinha imensa dificuldade em encontrar sapatos para o tamanho do meu pé, em Dagenham, a pequena vila onde nasci. Além disso tornou-se simbólico e senti-me sexy.
Ao longo dos anos, andar descalça tornou-se a minha marca registrada. Eu agora sinto que é mais de uma questão de mentalidade, e como uma declaração sobre a minha abordagem à vida, uma expressão de liberdade interior e exterior." 

E de pé, ante pé... descalço, Sandie Shaw foi coleccionando sucessos, gravando, em 1967, o seu êxito mais conhecido - "Puppet On A String", com que venceu o Festival da Eurovisão nesse mesmo ano, criando polémica porque se apresentou... descalça, pois claro.
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Em Abril de 2013, anunciou o abandono da sua carreira de cantora, sem que antes, em Abril de 2012, não tivesse liderado a campanha da Amnestia Internacional contra os abusos dos direitos humanos no Arzebeijão (país anfitrião do Festival da Eurovisão desse mesmo ano), depois de a jornalista Khadija Ismayilova ter sido chantageada por causa de uma gravação fazendo sexo.
Sandie Shaw está retirada dessas azáfamas musicais, mas continua bonita, elegante, de mini-saia e... descalça, portanto merecendo com toda a propriedade o apodo de "Raínha dos Pés Descalços".

"Nada Menos Que Brilhante" é o que podemos chamar à sua carreira e que é o título do seu último êxito a entrar nos hit-parades.

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NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
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The Larry's Rebels foi um dos mais populares e conceituados conjuntos nos anos 60, na Nova Zelândia (sua terra natal) e na Austrália, sendo por vezes comparados ao conjunto britânico The Animals, pela forma agressiva e sentida com que tocavam numa forte influência de blues e porque mabos os conjuntos iam buscar composições conhecidas e davam-lhes sempre um cunho pessoal forte.
O vocalista Larry Morris tem uma voz forte e versátil, pelo que canta desde pop music até emocionantes blues com a mesma habilidade e facilidades vocais. O guitarrista John Williams usa muitos fuzz e feedbacks, fazendo lembrar os The Who ou The Creation. 
Embora os Larry's Rebels tivessem sido estrelas de primeira grandeza na Nova Zelândia e na Austrália, nunca tiveram sucesso no Reino Unido, nem nos Estados Unidos e também nunca gravaram um álbum, como tal incluimos na nossa rubrica "Novos Discos de Velhos Conhecidos" esta compilação dos seus 24 êxitos - "I Feel Good: The Essential Purple Flashes Of Larry's Rebels 1965-1969", que acaba de ser editada em 2015. 
"I Feel Good: The Essential Purple Flashes Of Larry's Rebels 1965-1969" mostra-nos como a sua música era eclética ao ponto de podermos ouvir desde pop melodioso, até R&B, garage punk ou até rock-psicadélico, com o mesmo prazer e qualidade. 
E se necessitassem de mais adjectivos para serem reconhecidos, basta saber que a "Coca-Cola" lhes encomendou um jingle de promoção comercial, que também vem incluído nesta compilação de sabor R&B ou freakbeat britânico nos Antípodas.
Alô Luizão! A Onda Pop nos Antípodas.
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    DESTAQUE 
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Chamar revelações a artistas que logo no seu primeiro disco mostraram qualidades invejáveis, só prova que o talento musical nos finais dos anos 60, nunca mais voltou a ser igualada não só na sua excelência, mas essencialmente na quantidade de excelentes artistas, compositores e instrumentistas. Que felicidade termos vivido esses fabulosos tempos musicais.
Quaisquer dos artistas mencionados mereciam artigos de fundo ou "DESTAQUE", mas tornar-nos-íamos maçantes. 
Para vossa avaliação da qualidade de todos eles e de cada um, em particular, propomo-vos a audição do primeiros êxito de cada um deles, onde já estava tudo justificado. Quem eram, até onde chegaram e para onde foram, esperamos em próximas edições falar de cada um deles com mais detalhes e curiosidades, como sempre tentamos fazer. DIVIRTAM-SE!

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A sul-africana germânica Cornelia
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A família americana The Cowsills (pais e filhos)
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Os americanos reis da bubblegum music - The 1910 Fruitgum Company
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Os londrinos The Love Affair
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Os americanos de Memphis - The Box Tops
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1955-1975 - A ÉPOCA DE OURO DO ROCK 

Os melhores, mais criativos e mais importantes 21 anos da música tiveram início, gatinhando, em 1955 e terminaram em 1975, quando a música pop/rock/soul/jazz/country e folk atingiu a sua maioridade.
A base desta selecção dos 100 melhores álbuns de 1955 a 1975 comprova toda a importância desses anos, pois embora estando em análise álbuns dos últimos 60 anos (1955 a 2015), só esses 21 anos representam na "Rolling Stone" (64 álbuns em 100 escolhidos), na "Mojo" (59 de 100), na "Q" (54 de 100), na "Billboard" (42 em 100) e na "NME" (33 em 100) e na escolha dos rockeiros do mundo inteiro através do site "Rate Your Music" (62 em 100).

Diferentes critérios de avaliação, diferentes opiniões, diferentes fontes de pesquisa, mas o resultado é sempre o mesmo: 21 anos que mudaram a música para sempre - 1955 a 1975.
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OS 100 MELHORES ÁLBUNS DE 1955 A 1975

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HELP - THE BEATLES 
Parlophone (1965)
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"Help!" é considerado como sendo um álbum dentro do padrão convencional e por isso menos reverenciado pela maioria da crítica, porque The Beatles não introduziram quaisquer grandes inovações ou idéias inovadoras e porque a maioria das preocupações líricas são ainda sobre o amor, embora muitas das letras já estivessem as tornar-se cada vez mais complexas. 
As canções que os Beatles nos apresentam em "Help!" são de uma grande harmonia e construção musical, que os Beatles já dominavam no estúdio. A força de canções como "Help" e "Ticket To Ride" transformou-se em lenda, mas temos outras pérolas musicais como "The Night Before", onde Paul com alguma influência de Chuck Berry, nos canta sobre o comportamento agradável de uma moça que ele conhecera na noite anterior. Canções como "You've Got To Hide Your Love Away", "It's Only Love" e "Your Going To Lose That Girl" são clássicos de John Lennon, neste seu período de transição para letras mais introspectivas ou sérias.
George Harrison teve pela primeira vez direito a ter duas das sua composições num álbum dos Beatles - "If I Need You" e "You Like Me Too Much". Paul apresenta duas composições subestimadas - a rocky "Another Girl" e a folky  "I'Ve Just Seen A Face". "Tell Me What You See", "Act Naturally" e "Dizzy Miss Lizzy", completam o rosário de faixas de "Help!", que tem a sua pérola mágica na canção que tem mais covers e versões de todas as compostas até hoje por qualquer compositor ou género musical - a linda balada "Yesterday", que tem a curiosidade de ter sido composta por Paul McCartney no banco de trás de um carro, quando viajava de Lisboa para o Algarve na estrada nacional da época, na qual normalmente se levava umas 5 horas para completar esse percurso. Para não se esquecer da composição e porque ainda não tinha imaginado uma letra, Paul decorou um refrão "Scrambled Eggs/Oh, my baby how I love your legs", mas a letra final ficou inesquecível: "Ontem, todos os meus problemas pareciam tão distantes, agora parece que eles estão aqui e para ficar. Oh!, eu acredito no ontem". Nós também... principalmente porque o hoje ficou uma mentira e uma desilusão. "HELP!".

THE WHO SELL OUT - THE WHO
Decca (1967)          
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"The Who Sell Out" é um álbum fantástico, com um requintado sentido de humor e com canções baseadas em anúncios comercias, de uma musicalidade perfeita. A capa e contracapa são incrivelmente engraçadas: anúncios de desodorizante , creme para o acne , feijão enlatado e do Charles Atlas (um livro que ensinava exercícios para se ficar musculoso). Cada um desses anúncios é um gozo à personalidade de cada um dos integrantes dos The Who.
Peter Townshend planeou "The Who Sell Out" como um álbum conceitual, que iria simultâneamente zombar dos anúncios radiofónicos e prestar homenagem às estações de rádio piratas, com jingles e anúncios (alguns falsos, outros verdadeiros, como os da rádio pirata - Radio London), que interligam cada uma das faixas, como se fosse uma emissão de rádio dos anos 60. 
Sobre o mérito estritamente musical, "The Who Sell Out" é um conjunto fantástico de canções, donde se destaca um dos maiores êxitos do grupo - " I Can See For Miles ", mas existem reflexos de psicadelismo em" Armenia City In The Sky" e em "Relax". 
Em "I Can't Reach You" encontramos Townshend a esticar-se para um território quase espiritual e em "Tattoo" e na acústica "Sunrise" ele já entra num terreno introspectivo, sendo estes os dois lados vulneráveis ​​para este cantor/compositor. "Rael" é uma mini-ópera, com motivos musicais que reaparecem em "Tommy". 
O álbum é tão perfeito num equilíbrio entre a pop mod melódica e a instrumentação poderosa dos The Who, que difìcilmente outro conjunto conseguiria tal resultado. Nunca o pop psicadélico foi tão eufórico, para não dizer engraçado.
"The Who Sell Out" é uma ideia fantástica de um artista genial como Pete Townshend, a não perder se quiserem reviver, durante todo o álbum, o ambiente e a excitação que todos nós sentíamos quando ouvíamos as Rádios da época, como a L.M. Radio.
Para quem não conhece este álbum vamos deixar, para vossa recordação dos bons e velhos tempos, esse perfume radiofónico e musical com o super êxito "I Can See For Miles", mas na versão do álbum, com jingles e anúncios antes e depois da canção.

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 83 - ex Aequo
THE BIRDS, THE BEES & THE MONKEES - THE MONKEES
Colgems (1968)
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Na época em que realizaram "The Birds, The Bees & The Monkees", em Abril de 1968, The Monkees  tinham percorrido uma montanha-russa de 15 meses de filmagens para a série televisiva com o seu nome, actuações ao vivo e até gravações de músicas que fariam parte da banda sonora do filme e do álbum "Head", que seria editado no final desse mesmo ano.
"The Birds, The Bees & The Monkees" seria o último álbum a ser gravado pelos membros originais do grupo (os americanos Micky Dolenz, Michael Nesmith e Peter Tork, bem como o inglês Davy Jones) e era o segundo álbum onde gravavam canções da sua autoria, pois nos primeiros álbuns e êxitos quem compôs a totalidade das canções foram conhecidos compositores de sucesso como Neil Diamond ou Tommy Boyce & Bobby Hart. 
Se no início da sua carreira The Monkees na prática só representavam, pois as canções eram quase totalmente gravadas por músicos de estúdio, provaram que também tinham excelente qualidade como cantores, instrumentistas e compositores através das suas composições neste álbum, que começa com uma das melhores composições de Davy Jones - "Dream World", depois segue-se uma composição country-psycadelic de Michael Nesmith -"Auntie's Municipal Court" e "Tapioca Tundra" também de Nesmith, bem como "Writing Wrongs", uma composição demasiadamente elaborada para um grupo considerado de pop comercial. Tommy Boyce e Bobby Hart contribuem com 2 canções, sendo uma delas o sucesso "Valleri" (#3 USA e #12 UK), Carole Bayer com uma. Bill e John Chadwick criaram "Zor And Zam", uma canção de marcha anti-guerra. 
"The Birds, The Bees & The Monkees" é um álbum de grande criatividade entre surtos de jazz, riffs de ragtime e pop-psicadélico, mas foi o primeiro dos Monkees que não chegou ao topo (só #3) e nem mesmo o soberbo sucesso de "Daydream Believer" (#1 USA, #5 UK) de John Stewart dos "Kingstom Trio" conseguiu evitar esse amargo de boca. 

IN THE COURT OF CRIMSON KING - KING CRIMSON          
Island (1969)                   
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"In The Court Of The Crimson King" é um dos trabalhos pioneiros do art-rock e do rock progressivo, num estilo clássico de modernismo surreal.
Mesmo sendo o primeiro trabalho dos King Crimson, este álbum apresenta uma espantosa musicalidade, que lhe proporcionou esta longevidade e franco reconhecimento até aos dias de hoje.
Ao longo do álbum a musicalidade é perfeita, com os vocais de sonho de Greg Lake servindo muitas vezes como a peça central do álbum e com o Mellotron de Ian McDonald sendo o instrumento dominante, acompanhado pelo requintado e original som dos saxes e pela elegãncia clássica da guitarra de Robert Fripp. Tudo isto permite que os King Crimson possam competir em termos de qualidade e credibilidade com supergrupos como Pink Floyd, Genesis, Yes, Nice, Moody Blues ou Jethro Tull.

"Epitaph" e "I Talk To The Wind" são lindas composições tristes, que com os seus instrumentos de sopro, contrabalançam a loucura em 
"21st Century Schizoid Man" com os sons de hard-rock da guitarra rude de Robert Fripp. "Moonchild" é uma composição com forte instrumentação de sopro, mas com muitos efeitos experimentais de guitarra, mas a obra-prima do álbum é a faixa do mesmo nome, "In The Court Of The Crimson King", um tema brilhante, com uma tal grandiosidade musical, que será sempre considerado um clássico rock, do art-rock ou do rock progressivo.
De realçar igualmente a arte da capa deste álbum, concebida e feita por Barry Godber, a qual é, sem sombra de dúvidas, uma das mais belas capas do Rock & Roll.
"In the Court Of The Crimson King" é uma peça musical brilhante, tão influente e importante para a música rock que, independente de qualquer opinião que se tenha sobre o Rock Progressivo, deverá fazer parte obrigatòriamente de todas as colecções de vinil ou de CDs de todo e qualquer apreciador de boa música Rock.

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FALANDO DE NOVOS DISCOS

Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
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CANTEM com a ONDA POP !!!
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DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS

A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK.
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Nascido no Reino Unido, Duncan McKay ganhou o prémio do melhor jovem violinista na Grã-Bretanha e em 1963 foi para a escola de Shrewsbury, com uma bolsa de estudos de música. No final dos anos 60 a sua família emigrou para a África do Sul e aí obteve diplomas para ensinar violino na Universidade de Port Elizabeth. 
Enquanto estudava, Duncan ia ganhando dinheiro tocando piano e órgão em bares e locais de música, onde fica conhecido, e em 1970 é convidado para uma turnê ao Brasil com os membros da banda de Sérgio Mendes.

Em 1971 muda-se para Johannesburg e com o baterista Mike Gray passa a tocar no circuito de hóteis e cabarés da cidade e quis o destino que fossem abordados num desses locais, The Criterion, por Tom Buchanan que os tinha ouvido durante toda a noite, após ter ganho o direito de exploração de um restaurante, num jogo de póker na noite anterior. Quis ainda o destino que esse sortudo tivesse o sonho de converter esse restaurante num bar de música progressiva, que era a grande novidade e a direcção musical do rock na época, como tal perguntou a Duncan, se este quereria participar nesse seu sonho. Duncan agarrou a oportunidade e ajudou a construir o palco e assim nasceu o novo espaço musical - "The Branch Office".
Duncan e Mike praticavam o dia inteiro, aprimorando as suas habilidades em cima de composições dos Nice, de Emerson, Lake & Palmer, dos Peddlers, etc, assim como as próprias composições de Duncan. 
Toda a gente do meio musical, gravadoras, executivos e os media passaram a ir regularmente ao novo local para ouvir a música fantástica desse talentoso conjunto, que lá tocava todas as noites, até mesmo The Peddlers foram ouvi-los e conhecê-los, quando da sua tourné pela África do Sul.
Foi numa dessas noites, que apareceu Peter Knight, director da Phonogram International, e começaram a ser discutidos os detalhes para a gravação do álbum "Chimera".
"Chimera" foi práticamente gravado ao vivo, nos estúdios da Gallo, em Johannesburg, em Abril de 1974, com Duncan e Mike transportando, todos os dias do clube para o estúdio e deste de volta para o clube, todo o equipamento a que estavam habituados (os 14 teclados de Duncan e a bateria sofisticadíssima de Mike). 
Foi assim que foi gravado aquele que é considerado um marco histórico no rock progressivo sul-africano e que foi totalmente produzido por Duncan McKay e re-mixado nos estúdios da Pye, em Londres.
Este álbum apresenta um épico concerto de teclas com cerca de 20 minutos, "Song For Witches" e outras duas faixas, que eram das favoritas do público no pub "The Branch Office". Essas duas composições são "12 Tone Nostalgia" e "Morpheus", que vos apresentamos aqui, como amostra de mais um soberbo trabalho discográfico, que ficou esquecido no tempo.

A boa notícia é que pelo menos não perdemos o talento de Duncan McKay, que a convite de Peter Knight, foi juntar-se ao famoso Ginger Baker e a Adrian e Paul Gurvitz no supergrupo "Baker Gurvitz Army". Depois passou a integrar outro supergrupo, "Colosseum", até se juntar a Steve Harley nos Cockney Rebel e em conjunto atingirem o topo do hit-parade britânico com "Make Me Smile (Come Up And See Me)", para além de terem conseguido 4 discos de ouro e de platina.
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A Parada da Onda Pop desta semana apresenta no 9º lugar uma fabulosa canção dos Bee Gees - "I Started A Joke", que chegou ao 1º lugar na Austrália, Brasil, Canadá, Dinamarca e Nova Zelândia e entrou no top 10 dos Estados Unidos, África do Sul, França, Holanda, Noruega e Suiça, mas nunca foi editada na Grã-Bretanha no formato single, pelo que nunca ficou classificada no hit-parade desse país, porque, curiosamente, a editora dos Bee Gees (Polydor) resolveu lançar essa canção em single interpretada por Heath Hampstead. Sabe-se lá porquê, talvez como uma brincadeira.
Já que estamos a falar de brincadeiras e porque o título e a letra da canção falam de uma brincadeira, a Onda Pop também vai também fazer uma brincadeira e coloca uma foto recentíssima do nosso pop Luís Arriaga com os Bee Gees (em estátua), em Brisbane, na Austrália (cidade que os viu nascer e crescer, ainda muito jovens, como músicos, visto que os irmãos Gibb nasceram em Inglaterra) e que o pop Luizão tirou e enviou como lembrança, em Março último, no dia de aniversário do nosso pop Zé Couto (fan, como ele, dos Bee Gees). 
Obrigado Luizão e... Thanks Barry, Maurice e Robin! Saudade, meu Irmão!
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