Os Inflexos foram um dos melhores conjuntos que existiram em Lourenço Marques (hoje Maputo) entre 1966 e 1972 (OP nºs 8, 9 e 46). Liderados por Carlos Melo que adoptava o nome de Carlos Nelson para não interferir com a sua actividade profissional. Na primeira fase até 69 ganharam vários prémios e gravaram dois discos um EP e um single com dois originais. "Your Much to Proud", com letra de Carlos Nelson e música do malogrado Jorge Montenegro (cuja história contámos após a sua morte OP nº 31 a 35). Aqui fazemos um parêntesis para informar que havíamos pedido através de Carlos Melo para que Montenegro nos contasse a sua história de vida uma vez que sabíamos que tinha trabalhado com grandes músicos a par com a sua vida de arquitecto. Poucas semanas antes de falecer inesperadamente havia-nos enviado esse trabalho. Como homenagem dividimo-lo em capítulos e publicámos com o apoio inestimável de Carlos Melo que produziu os videos e traduziu o trabalho, original em inglês.
Nas edições 8 e 9 falámos com quase todos os elementos do grupo. Agora avançamos com mais algumas informações. Encontrámos Francisco Pereira, um dos elementos fundadores do grupo no último encontro de músicos moçambicanos e Sérgio Preto da segunda formação em 69 enviou-nos por mail mais um pouco da sua história.
Nas edições 8 e 9 falámos com quase todos os elementos do grupo. Agora avançamos com mais algumas informações. Encontrámos Francisco Pereira, um dos elementos fundadores do grupo no último encontro de músicos moçambicanos e Sérgio Preto da segunda formação em 69 enviou-nos por mail mais um pouco da sua história.
CHICO PEREIRA
Francisco Pereira forma com Carlos Melo "Os Inflexos" e em 69 sai com outros elementos da banda, após o diferendo que opôs Carlos Melo e Jorge Montenegro. Para não desfazer o grupo Carlos Melo é o único elemento que se afasta. O grupo continua a tocar no Hotel Girassol e recruta Carlos Duarte para vocalista. Como a ideia do nome era de Carlos Melo este consegue que o novo grupo, do qual também sai Jorge Montenegro, sendo substituído por João Maurílio (OP nº 42) mude o nome para "Impacto". Chico Pereira depois de terminarem Os Impacto em 71, quando Carlos Duarte vai para a tropa, praticamente deixa de tocar, começa a gerir o negócio de cinema do pai. Depois vai para a África do Sul e após alguns anos vem para Lisboa, trabalhando na área de distribuição de Filmes. Depois mete-se no negócio de Café e acaba por rumar à Guiné onde ainda hoje faz a sua vida profissional.
Francisco Pereira forma com Carlos Melo "Os Inflexos" e em 69 sai com outros elementos da banda, após o diferendo que opôs Carlos Melo e Jorge Montenegro. Para não desfazer o grupo Carlos Melo é o único elemento que se afasta. O grupo continua a tocar no Hotel Girassol e recruta Carlos Duarte para vocalista. Como a ideia do nome era de Carlos Melo este consegue que o novo grupo, do qual também sai Jorge Montenegro, sendo substituído por João Maurílio (OP nº 42) mude o nome para "Impacto". Chico Pereira depois de terminarem Os Impacto em 71, quando Carlos Duarte vai para a tropa, praticamente deixa de tocar, começa a gerir o negócio de cinema do pai. Depois vai para a África do Sul e após alguns anos vem para Lisboa, trabalhando na área de distribuição de Filmes. Depois mete-se no negócio de Café e acaba por rumar à Guiné onde ainda hoje faz a sua vida profissional.
É interessante verificar que não conhecemos nenhuma foto dos Impacto e para os juntar todos o Carlos Alberto teve de recorrer a uma montagem de fotos de vários conjuntos onde actuaram. Assim temos os Corsários, os Night Stars (OP nº 24), os ABC (OP nº 42), os Inflexos e o Carlos Alberto (OP nº25) nos Sigma.
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Carlos Nelson e OS INFLEXOS. Foi este o nome até os ex-companheiros mudarem para Os IMPACTO.
SERGINHO
Sérgio António de Matos Preto nasceu em Lourenço Marques a 6 de Janeiro de 1952. Pelos seus 16/17 anos tinha um conjunto com os seus amigos Tito e Betencas. Ensaiavam no Clube dos Lisboetas (OP nº 70), perto do Hotel Girassol. É lá que Carlos Melo os vai ouvir e lhes propôe trabalharem com ele para construir os novos Inflexos. A história dos Inflexos podem depois segui-la nas OP nºs 8 e 9. Em Agosto de 1972 entra para o serviço militar juntamente com o malogrado Carlos Bettencourt (2007), o Betencas como carinhosamente era tratado, isto leva ao final dos Inflexos.
Em 73 em Nampula, onde estavam também em serviço militar o Pop João Pedro e o nosso Pop poeta José Manuel Santos (OP 16), Serginho e Betencas juntavam -se na casa dos primeiros para grandes sessões de música e poesia (na foto da OP nº16 Serginho é o 1º do lado esq. e Betencas o 1º do lado dir. atrás das "girls") com mais figuras importantes, hoje no novo País, e que as raparigas da cidade não queriam perder nem por nada.
Serginho depois em 75 vai para a Rodésia do Sul porque a sua futura esposa era rodesiana. Começou a trabalhar numa Fundição de laminagem de ferro e aço. Vendo o seu grande profissionalismo e conhecimentos o Director da Fábrica, um alemão, propôe enviá-lo para a Europa para estudar Engenharia especializando-se no fabrico de ferro e aço. Duante 3 anos esteve na Shefield Steel em Scunthorp. Quando terminou os estudos fez um estágio na Áustria (que para quem não sabe é dos melhores produtores de aço a nível mundial, juntamente com Japão e Suécia) em Linz e Donowitz durante um ano. Depois ainda vai para o Japão fazer um estágio de 6 meses na Nagasaky Steel Works. Voltou à Rodésia e é obrigado a fazer novamente o serviço militar. É ferido a tiro num braço e numa perna. Esteve 16 anos na Rodésia. Depois vai para a África do Sul, nesta altura já estava divorciado. O Eng. António Matos, Serginho para os amigos, nunca mais tocou numa banda e a viola que tinha em casa pouco tempo tinha para a dedilhar.
Sérgio António de Matos Preto nasceu em Lourenço Marques a 6 de Janeiro de 1952. Pelos seus 16/17 anos tinha um conjunto com os seus amigos Tito e Betencas. Ensaiavam no Clube dos Lisboetas (OP nº 70), perto do Hotel Girassol. É lá que Carlos Melo os vai ouvir e lhes propôe trabalharem com ele para construir os novos Inflexos. A história dos Inflexos podem depois segui-la nas OP nºs 8 e 9. Em Agosto de 1972 entra para o serviço militar juntamente com o malogrado Carlos Bettencourt (2007), o Betencas como carinhosamente era tratado, isto leva ao final dos Inflexos.
Em 73 em Nampula, onde estavam também em serviço militar o Pop João Pedro e o nosso Pop poeta José Manuel Santos (OP 16), Serginho e Betencas juntavam -se na casa dos primeiros para grandes sessões de música e poesia (na foto da OP nº16 Serginho é o 1º do lado esq. e Betencas o 1º do lado dir. atrás das "girls") com mais figuras importantes, hoje no novo País, e que as raparigas da cidade não queriam perder nem por nada.
Serginho depois em 75 vai para a Rodésia do Sul porque a sua futura esposa era rodesiana. Começou a trabalhar numa Fundição de laminagem de ferro e aço. Vendo o seu grande profissionalismo e conhecimentos o Director da Fábrica, um alemão, propôe enviá-lo para a Europa para estudar Engenharia especializando-se no fabrico de ferro e aço. Duante 3 anos esteve na Shefield Steel em Scunthorp. Quando terminou os estudos fez um estágio na Áustria (que para quem não sabe é dos melhores produtores de aço a nível mundial, juntamente com Japão e Suécia) em Linz e Donowitz durante um ano. Depois ainda vai para o Japão fazer um estágio de 6 meses na Nagasaky Steel Works. Voltou à Rodésia e é obrigado a fazer novamente o serviço militar. É ferido a tiro num braço e numa perna. Esteve 16 anos na Rodésia. Depois vai para a África do Sul, nesta altura já estava divorciado. O Eng. António Matos, Serginho para os amigos, nunca mais tocou numa banda e a viola que tinha em casa pouco tempo tinha para a dedilhar.
Só em 2012 após o regresso de Tito e Carlos Melo d aSuíça, onde trabalhavam, a vinda de Aquino de Espanha e a sua vinda de férias a Portugal,houve oportunidade de reunir os últimos INFLEXOS em Cambra, local onde vive Carlos Melo. Um dos grandes motivos para a reuníão era a homenagem que todos queriam prstar ao seu saudoso amigo e colega Carlos Bettencourt, falecido em 2007. Foi importante e uma grande oportunidade para os filhos e familiares( incluindo os de "Betencas") verem e terem uma ideia do que só conheciam por estórias.
Hoje "Serginho" tem uma Fender Stratocaster de 69 com afinadores banhados a ouro que a mulher lhe ofereceu e uma Gibson acústica igual à de David Crosby. Na memória ficaram os deliciosos e excelentes momentos que viveu no conjunto. Agora, depois dos dramas, da vida profissional, dos filhos, hoje delicia-se com os netos.
Hoje "Serginho" tem uma Fender Stratocaster de 69 com afinadores banhados a ouro que a mulher lhe ofereceu e uma Gibson acústica igual à de David Crosby. Na memória ficaram os deliciosos e excelentes momentos que viveu no conjunto. Agora, depois dos dramas, da vida profissional, dos filhos, hoje delicia-se com os netos.
O AEC 68 foi um excelente conjunto que existiu em Lourenço Marques (hoje Maputo) entre 1968 e 1974. Fomos falar com um dos seus membros fundadores, Rui. Mário Rui Santos Carvalho nasceu no Porto em 1945 e aos 4 anos foi com os pais para Moçambique. Em Lourenço Marques cresceu e estudou. No início dos anos 60 forma Os Dragões com Carlos Barata, Zé Carlos, Vasco Sequeira e Hernani. Começam por tocar música tipo Shadows, mas acabam tocando música de dança em festas e casamentos. Em 65 vai cumprir o serviço militar(3 anos em zona 100%). Saíu da tropa em 68 e no convívio com os amigos, Franklin manifesta interesse em formar um Conjunto, mas ninguem tem dinheiro para os instrumentos. Franklin consegue negociar com a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra (AEC). Eles compram os instrumentos e grupo ensaia na sua sala onde tocarão em alguns bailes, mas eles acordão os próximos 4 fins de ano a tocar lá. Negócio fechado. Mas comoRui já tinha bateria (tinha-a comprado ao saudoso Goveris, uma Ludwick, diz-nos Rui todo orgulhoso) foi-lhe devolvido o valor da compra. Então Rui na baeria, Pedro na viola solo, Filú (já falecido) na viola baixo, Manuel (já falecido) nas teclas e Franklin na voz começam a impôr-se no panorama musical moçambicano. Conseguem logo um contrato para o restaurante Zambi, um dos lugares mais "in" da juventude, onde estarão até 70. Depois s-ao contratados para o Hotel Polana, que após a saída do Quinteto Académico + 2, tinha recebido por poucos meses um trio italo/espanho. É em 71 que gravam no RCM uma fita que seguirá para a editora discografica que irá produzir o seu 1º single. Dois "covers", "Pour Un Flirt" de Michel Delpeche e "Stay" dos Wallace Collection.
Ainda em 71 Manuel sai e entra para o seu lugar João Maurílio (OP nº 42) acabado de sair do serviço militar. Rui também vai sair no início de 72 sendo substituído por Carlos Alberto (OP nº 25). Rui começa então um novo pojecto. Vai integrar os TV 72 com Tony Viana (v.solo), Teixeira (teclas) e Joca Espírito Santo na voz. Tocam no Hotel Cardoso até 73 quando se mudam para o Mini-golfe, na praia. Em 75 deixa esse projecto e juntamente com o Fu na voz, Mario Cordeiro (já falecido) nas teclas e o Nónó no solo tocam no restaurante Sheik.. |
Salientamos ainda que Rui foi o baterista convidado para animar a festa que houve no Hotel Polana para comemorar a noite da Independência de Moçambique e também para a festa da tomada de posse de Samora Machel.
Em finais de 76 vai tocar para os Scracrows do Ralph & Rosy juntamente com o Maurílio, o Pedro e o Amaro. Tocam no Dancing "Aquário" que em 77 muda o nome para "Alta Roda".
Em todos estes anos, desde os tempo dos Dragões (foto acima) que fazia "uma perninha" tocando nos estúdios do RCM, no início dos 60 para gravações do João Maria Tudella e mais tarde para gravações do Parafuso (Romão Félix). De resto sempre pelos Dancings como o "Luso", o "Tamila", o "Pinguim" e sempre que podia prestar colaboração. O 2º single dos AEC 68 "Você Está Boa" já foi gravado pelo Carlos Alberto (OP nº 25)
Em finais de 76 vai tocar para os Scracrows do Ralph & Rosy juntamente com o Maurílio, o Pedro e o Amaro. Tocam no Dancing "Aquário" que em 77 muda o nome para "Alta Roda".
Em todos estes anos, desde os tempo dos Dragões (foto acima) que fazia "uma perninha" tocando nos estúdios do RCM, no início dos 60 para gravações do João Maria Tudella e mais tarde para gravações do Parafuso (Romão Félix). De resto sempre pelos Dancings como o "Luso", o "Tamila", o "Pinguim" e sempre que podia prestar colaboração. O 2º single dos AEC 68 "Você Está Boa" já foi gravado pelo Carlos Alberto (OP nº 25)
Em 1978 vem para Portugal e começa a tocar no Casino do Estoril. Em 1979 começa a trabalhar nas Organizações S. José em Cascais como Director, sendo inclusivé Diector do Cinema. Depois em 80 passa a ser Director do Hotel Londres, até que a administração do Hotel o chama e o "encosta à parede". Que parece mal receber os clientes no Hotel e depois os mesmos irem divertir-se no Casino e verem-no a tocar. Ou uma coisa ou outra. Decide-se pelo Hotel. Hoje não sabe se foi melhor ou pior. Fica aí até 94 quando tem que ser operado ao coração no Hospital de Santa Cruz. Quando regressa em 95 o Hotel havia sido vendido. Recebe uma indemenização. Ainda vai dirigir o Hotel Pica Pau até 2004, mas começa a ter problema por já estar reformado por invalidez e é obrigado a abandonar pela Segurança Social. Ainda lhe passam uma multa apesar da pequena reforma obtida que mal lhe dá para viver. Entretanto os problemas de saúde vão-se agravando. Hoje continua a sobreviver com dificuldades. Nem a pensão a que tem direito pelo tempo de serviço militar lhe pagam porque o Estado perdeu os seus papéis e é como se não tivesse servido no exército. E termina "Sabes gostei muito de viver em Moçambique, sempre tentei fazer o melhor pela família, não me preocupa o facto de agora ser uma pessoa doente, mas custa-me saber que um destes dias morrerei sòzinho".
WALLACE COLLECTION - A História Atribulada
Embora só existissem praticamente dois anos, a história deste grupo mostra bem os sacrifícios e dificuldades que um grupo de sucesso tem. Pesquizámos e encontramos num site belga de Rock dos anos 60/70 a biografia oficial do grupo da autoria de Jean Jiême.
Sylvain era o motor do grupo. Foi ele que pôs anúncio para recrutar um violino e um violoncelo para o novo som que queria conseguir nos "16th Century".
Depois do grupo formado pede a Jean Martin elemento da editora EMI belga para ser o Manager e conseguir uma audição com o patrão em Inglaterra. Martin nunca tinha sido "manager" mas aceitou. Vai a Londres e consegue que o "boss" envie um jovem produtor, David Mackay a Bruxelas para os escutar. Preparam a Discoteca Gémeaux (que era de um amigo) para a apresentação. Fizeram uma primeira parte só com canções dos Beatles com uma roupagem Wallace e deixaram David boquiaberto. Depois tocam as suas composições. Uma semana depois recebem a carta da EMI convidando-os a irem a Londres gravar um álbum, estávamos em Outubro de 68. Em Londres o nome que tinham para o grupo era "16th Century" que a editora não aprovava. David sugeriu-lhe fazerem uma visita ao museu de Sir Wallace para ver se tinham ideias. Foi quase imediato. Alguém sugeriu Walllace Collection e todos aprovaram. Visitaram o museu e gostaram do quatro de Laughing Cavalier que optaram para nome do álbum. A editora concordou. Tinham o estúdio reservado por um mês. Depois de muito trabalho e aperfeiçoamentos tudo ficou concluído. Durante as gravações muitos foram os técnicos e outros artistas que iam assistir. Um grupo Rock com um violino e um violoncelo, era algo inédito (em Portugal tínhamos o Plexus, OP nº 64).
Sylvain era o motor do grupo. Foi ele que pôs anúncio para recrutar um violino e um violoncelo para o novo som que queria conseguir nos "16th Century".
Depois do grupo formado pede a Jean Martin elemento da editora EMI belga para ser o Manager e conseguir uma audição com o patrão em Inglaterra. Martin nunca tinha sido "manager" mas aceitou. Vai a Londres e consegue que o "boss" envie um jovem produtor, David Mackay a Bruxelas para os escutar. Preparam a Discoteca Gémeaux (que era de um amigo) para a apresentação. Fizeram uma primeira parte só com canções dos Beatles com uma roupagem Wallace e deixaram David boquiaberto. Depois tocam as suas composições. Uma semana depois recebem a carta da EMI convidando-os a irem a Londres gravar um álbum, estávamos em Outubro de 68. Em Londres o nome que tinham para o grupo era "16th Century" que a editora não aprovava. David sugeriu-lhe fazerem uma visita ao museu de Sir Wallace para ver se tinham ideias. Foi quase imediato. Alguém sugeriu Walllace Collection e todos aprovaram. Visitaram o museu e gostaram do quatro de Laughing Cavalier que optaram para nome do álbum. A editora concordou. Tinham o estúdio reservado por um mês. Depois de muito trabalho e aperfeiçoamentos tudo ficou concluído. Durante as gravações muitos foram os técnicos e outros artistas que iam assistir. Um grupo Rock com um violino e um violoncelo, era algo inédito (em Portugal tínhamos o Plexus, OP nº 64).
Em 20 de Fevereiro 1969 David, o produtor leva-lhe o álbum. Orgulhosamente passam-no de mão em mão cientes do grande trabalho que tiveram. Uma honra ser editado pela mesma editora dos Beatles e com a mesma etiqueta, a Parlophone. A 28 saíu o 1º single "Daydream" e "Baby I Don't Mind" no lado B para o mercado Inglês. Semanas depois é lançado em França, Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Turquia, Grecia, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Brasil, Uruguay Argentina, Austrália e Nova Zelândia. Nos Estados Unidos e Canadá só uns mases mais tarde. O álbum "Laughing Cavalier" saíu em Abril. Os músicos foram obrigados a deixar os seus empregos e tornarem-se profissionais.
Sylvain estava eufórico. Tinha convivido várias vezes com o seu grande ídolo de adolescência, aquele que o tinha levado a tocar viola, Hank Marvin. Hank gostou tanto da sua viola que a pediu emprestada para tirar fotos para um anúncio comercial. Agora a vida do grupo era uma correria com entrevistas, shows de TV, viagens de País em País. Depois sai o single "Fly me to the Earth" que tem um sucesso inusitado em Itália. A apresentação do grupo à Imprensa inglesa foi feita no Wigmore Hall, uma antiga capela transformada em teatro. Os elogios choveram de todos os lados mas as Rádios desprezaram os discos. Falava-se de um grupo que ao vivo era igual à gravação. O álbum "Laughing Cavalier" vendeu mais de um milhão de exemplares.
Hoje ouvindo outra vez o álbum, Onda Pop não está nada arrependida de o ter classificado como o melhor de 69 (falamos de putos de 20 anos e de séniores já na Route 66). Daydream foi depois gravada por Claude François com o título "Ev'lyn" uma letra feita pelo manager Jean Martin. Os Wallace vão depois gravá-la em Françês com letra do grupo "Reverie". Em Outubro sai o 3º single, "Dear Beloved Secretary", na altura em que se apresentam no Olympia fazendo a 1ªparte de Joe Dassin. Até final do ano não param e o cansaço, a falta de dinheiro, pois com tantos concertos e discos vendidos não enriqueciam. "Daydream" já vendera mais de dois milhões e Sylvain e Vincent ainda tinham uns extras.
Hoje ouvindo outra vez o álbum, Onda Pop não está nada arrependida de o ter classificado como o melhor de 69 (falamos de putos de 20 anos e de séniores já na Route 66). Daydream foi depois gravada por Claude François com o título "Ev'lyn" uma letra feita pelo manager Jean Martin. Os Wallace vão depois gravá-la em Françês com letra do grupo "Reverie". Em Outubro sai o 3º single, "Dear Beloved Secretary", na altura em que se apresentam no Olympia fazendo a 1ªparte de Joe Dassin. Até final do ano não param e o cansaço, a falta de dinheiro, pois com tantos concertos e discos vendidos não enriqueciam. "Daydream" já vendera mais de dois milhões e Sylvain e Vincent ainda tinham uns extras.
Marc Hérouet (teclas) tomava notas diárias de tudo. Foram esses blocos que passou a a Jean Jiéme assim como Sylvain lhe entregou todos os seus documentos. Em 1970 começam a fazer a 1ª parte de concertos de Johnny Hallyday, são vedetas no Festival do Midem em Cannes e os problemas com o manager crescem e Cristian acaba por sair sendo substituido por John Valcke. Jacques Namotte acaba também por sair e é substituido pelo jovem Denis Van Helke. Jacques era o mais velho e não ia muito bem com tanta loucura a correr de um lado para o outro. Voltou ao seu lugar de violoncelista na Orquestra Nacional da Bélgica. A 17 de Março de 1970 voam de Orly para Lisboa. São recebidos como verdadeiras estrelas de Rock por muitos fãs e seguem directamente para os estúdios da Televisão (RTP). No dia seguinte enrevistas nas Rádios. Tudo está bem orquestrado. O público português recebia os criadores de "Daydream". Um dos primeiros grupos que a ditadura de Marcelo permite. No Monumental dia 19 a sala esgotada e a multidão em histeria. Tanto a chegada ao Teatro como a saída foram difíceis porque a multidão queria autógrafos e mesmo a polícia teve dificuldade para controlar os fãs. No final do espectáculos e perante os aplausos que não terminavam, o jovem Denis chegou-se ao microfone e solou um "Blue" na harmónica que fez as delícias de todos. Só depois de duas horas nos camarins a polícia garantiu segurança para saírem do Teatro. Acabaram a noite num "party" de gente muito "chique". O concerto do dia seguinte foi semelhante.
Wallace Collection consideraram a recepção em Portugal como das melhores do mundo.
Onda Pop considerou "Laughing Cavalier" dos Wallace como o melhor Álbum de 1969.
Dia 21, Sábado actuaram no Coliseu do Porto. Mais de 3 mil jovens em delírio.
Domingo à tarde Sylvain foi convidado para um iate com a namorada Els. O dono deixou-os sós para passarem a noite. Levantou-se uma tempestade tal que os dois pensavam que apessar de amarrado o barco ainda acabava no oceano, tais eram os solavancos. De lisboa foram para Madrid, houve problemas e regressaram a Lisboa. Chegados a Paris, Denis sai e é substituído por Guido Everaert. Raymond acha que o som das bandas concorrentes está a mudar e precisam de mais um violoncelista alto, mais grave. Contratam o arménio Serge Ghazarian (passam a ser 7). Sai de seguida o álbum "Serenade". A 13 de Abril recebem o Grande Prémio Anual da Associação Belga de Críticos. Em Maio vão para Londres actuam no famoso Speakeasy e no 2º dia têm na plateia os Who a assistir. Em Junho vão a Abbey Road gravar mais canções para o álbum "La Maison", depois actuam em Bratislava com Cliff Richard. A 3 de Agosto estão no Festival Aix-En- Provence (festival tipo ilha de Wight) onde actuam Mungo Jerry, Leonard Cohen e Johnny Winter. Marc já andava psicologicamente e fisicamente afectado e desde Maio anunciava que iria sair. Acabará por fazê-lo em Setembro. Com esta saída todos dizem que será o fim do grupo. È substituído por Guido Delo, antigo organista dos portugueses Jesse and James (OP nº 67). Logo de seguida sai o single "Parlez Moi D'Amour", já gravado para o álbum "La Maison".
Domingo à tarde Sylvain foi convidado para um iate com a namorada Els. O dono deixou-os sós para passarem a noite. Levantou-se uma tempestade tal que os dois pensavam que apessar de amarrado o barco ainda acabava no oceano, tais eram os solavancos. De lisboa foram para Madrid, houve problemas e regressaram a Lisboa. Chegados a Paris, Denis sai e é substituído por Guido Everaert. Raymond acha que o som das bandas concorrentes está a mudar e precisam de mais um violoncelista alto, mais grave. Contratam o arménio Serge Ghazarian (passam a ser 7). Sai de seguida o álbum "Serenade". A 13 de Abril recebem o Grande Prémio Anual da Associação Belga de Críticos. Em Maio vão para Londres actuam no famoso Speakeasy e no 2º dia têm na plateia os Who a assistir. Em Junho vão a Abbey Road gravar mais canções para o álbum "La Maison", depois actuam em Bratislava com Cliff Richard. A 3 de Agosto estão no Festival Aix-En- Provence (festival tipo ilha de Wight) onde actuam Mungo Jerry, Leonard Cohen e Johnny Winter. Marc já andava psicologicamente e fisicamente afectado e desde Maio anunciava que iria sair. Acabará por fazê-lo em Setembro. Com esta saída todos dizem que será o fim do grupo. È substituído por Guido Delo, antigo organista dos portugueses Jesse and James (OP nº 67). Logo de seguida sai o single "Parlez Moi D'Amour", já gravado para o álbum "La Maison".
"Parlez Moi D'Amour foi escrita em 1930 por Jean Lenoir e cantado por Lucienne Boyer. A versão dos Wallace é radicalmente diferente e quem a canta em Inglês é Sylvain. Jean Lenoir ainda assiste a uma apresentação. No lado B tem "Stop Teasing Me" a primeira composição escrita por Freddy. Vincent sempre desejou escrever para filmes e começou com a banda sonora para uma curta metragem "DemoKratia" de Jean Coignon. Esta música tocada pelos Wallace nunca apareceu gravada em disco. Escreve também música para o filme "Un Beau Monster" onde entram Charles Aznavour e Virna Lisa incluindo "My way of Loving You" e "Stay" que virá a sair em single e será um grande êxito. |
A 14 de Outubro partem para o Rio de Janeiro para o grande Festival International do Rio de Janeiro 1970. No Brasil é lançado o tema "Who Tell Me My Name" e "Hey Bird" ( que é uma adaptação da música brasileira do músico brasileiro Rui Maurity (A Casa da Santa Branca), isto porque era obrigatória a apresentação de uma música de autor brasileiro. Sylvain ja conhecia e trabalhara com Maurity. Mais tarde vem a apaixonar-se pela música brasileira. Phil (o técnico e homem dos 7 ofícios da banda) não aceitou seguir para o Rio e foi substituido por Jean-Marc Destrebecq que foi companheiro de Sylvain no Sylvester' Team de 65 a 68 e que já trabalhava com o grupo como técnico. No Festival do Rio está Richie Valens (Estados Unidos), Michelle Torr (França) e no júri está Paul Simon. Ficam em 5º lugar.
Enquanto estão no Brasil entre programas de TV e escândalos inventados e preparados por Paparazis, sai na Europa o 3º álbum, "La Maison". Quando regressam do Brasil a 30 de Novembro John que se enfeitiçara pelas brasileiras não regressa. Guido fica a tratar dos negócios financeiros do grupo. De 15 a 20 de Dezembro o grupo tem de actuar na L' Ancienne Belgique mas John Valcke não regressa e Jean Martin consegue substituí-lo por Nick Roland. O grupo está na sua última fase.
Sylvain e Raymond não querem deixar o grupo morrer extingindo-se. Em Janeiro 71 ainda vão a Itália ao Festival de San Remo defender a canção de Sergio Menegace e D' Errico,"Il Sorriso, Il Paradiso". Ficam em 14º lugar. No lado B do disco gravaram "Just a Little Matter" de Scott Bradford que costumava tocar com os portugueses Jesse & James (OPnº 67). O disco só saíu em Itália. Por último ainda gravam o single "You´re Gone / "Hitting the Road" que só sairá em Julho e não tem sucesso. O grupo termina no primeiro trimestre de 1971.
Sylvain e Raymond não querem deixar o grupo morrer extingindo-se. Em Janeiro 71 ainda vão a Itália ao Festival de San Remo defender a canção de Sergio Menegace e D' Errico,"Il Sorriso, Il Paradiso". Ficam em 14º lugar. No lado B do disco gravaram "Just a Little Matter" de Scott Bradford que costumava tocar com os portugueses Jesse & James (OPnº 67). O disco só saíu em Itália. Por último ainda gravam o single "You´re Gone / "Hitting the Road" que só sairá em Julho e não tem sucesso. O grupo termina no primeiro trimestre de 1971.
Em 1981 ainda voltam a juntar-se e gravam o álbum "Tax Vobiscum". Depois só em 1990 os Wallace Collection tentam nova reonstituição sem Jacques Namotte. Gravam o álbum "Candlelight To Satellite" com novas canções como "Velvet Moon", "Eva", Monsieur Hulot","Promise Land", "Love Divine" ou "The Ghost on Sunset Strip" e algumas canções ao vivo gravadas no Palais Des Beaux-Arts em Bruxelas a 13 de Fevereiro de 91. A linda composição "Velvet Moon" sai em single em Janeiro de 91. Aparecem na TV sem Raymond Vincent que é substituído por um jovem músico. O álbum ficou pronto em 92 mas nunca chegou a ser prensado. Esperemos que mudem de opinião. Depois ao longo dos anos foram-se reunindo por diversas vezes sendo em 2005 a última. Em 2008 morre o vocalista e baterista Freddy . Em Novembro de 2009 a TV holandesa desloca-se a Bruxelas para fazer um programa comemorando os 40 anos de "Daydream". Numa listagem de 1000 canções em inglês dos anos 60 a Onda Pop classificou-a como a sétima melhor da década.
NATÉRCIA BARRETO
CONSIDERADA POR ONDA POP A 2ª MELHOR
INTÉRPRETE PORTUGUESA DE 1969
CONSIDERADA POR ONDA POP A 2ª MELHOR
INTÉRPRETE PORTUGUESA DE 1969
Natércia Barreto estava de partida para a sua viagem aos Estados Unidos e ao Canadá por isso a tínhamos desafiado a responder à nossa Sonda. A primeira preocupação dela era o frio que lá iria encontrar. A viagem foi um êxito, venderam-se mais de 25 mil discos e depois foi editado um LP com uma compilação das canções dos seus EPs.
Nesta altura também estava para sair o seu 4º EP com canções de Luís Miguel de Oliveira e duas versões, uma delas "Zum Zum Zum" de compositores italianos, Cantora e Arrumi com versão em português de José António. |