Na Onda Pop nº 2 e a propósito do programa "Bondiazinho" que fora o 1º a dar os parabéns pelo nascimento da Onda Pop falámos com João de Sousa. Neste nº 54 saía uma entrevista com ele. Uma vez que já publicámos o seu percurso até hoje e que João não parou colaborando com vários blogs e revistas, como o seu espaço Xipalapala no BigSlam aproveitamos para transcrever,com a devida vénia parte de um excelente artigo que escreveu e publicou também na revista moçambicana CHINGUIRIRA.
O RÁDIO A VÁLVULAS
No velhinho Rádio a Válvulas de marca "Bush" que os meus pais tinham lá em casa, ouvíamos em tempos bem recuados, verdadeiras maravilhas radiofónicas. As canções, as notícias e os programas que o Rádio Clube de Moçambique (a sucedânia do Grémio dos Radiófilos, fundada a 18 de Março de 1933) transmitia entravam em nossa casa sem pedir licença.
Quem desse tempo se lembra por exemplo do "Domingo Alegre" realizado pelos dois Tonecas o António Silva e o António Alves da Fonseca ? Ou do "Teatro em Sua Casa", dirigido pela Sarah Pinto Coelho e que depois da independência de Moçambique passou a chamar-se "Cena Aberta" (por inicativa, se a memória não me falha, do saudoso Leite de Vasconcelos), sendo que depois de 1975 a direcção do sector passou por nomes como os de Né Afonso, Maria Pinto Sá e Abdil Juma? Naquele tempo que passou era quase obrigatório, ouvirmos o "Programa de Variedades" com a Orquestra dirigida pelo maestro Artur Fonseca de onde ressaltavam para além do "naipe" de cançonetistas os nomes de José Bandeira, Milú dos Anjos, Lima Pereira e Álvaro de Lemos, responsáveis por escrever e interpretar os díálogos humorísticos.
O RÁDIO A VÁLVULAS
No velhinho Rádio a Válvulas de marca "Bush" que os meus pais tinham lá em casa, ouvíamos em tempos bem recuados, verdadeiras maravilhas radiofónicas. As canções, as notícias e os programas que o Rádio Clube de Moçambique (a sucedânia do Grémio dos Radiófilos, fundada a 18 de Março de 1933) transmitia entravam em nossa casa sem pedir licença.
Quem desse tempo se lembra por exemplo do "Domingo Alegre" realizado pelos dois Tonecas o António Silva e o António Alves da Fonseca ? Ou do "Teatro em Sua Casa", dirigido pela Sarah Pinto Coelho e que depois da independência de Moçambique passou a chamar-se "Cena Aberta" (por inicativa, se a memória não me falha, do saudoso Leite de Vasconcelos), sendo que depois de 1975 a direcção do sector passou por nomes como os de Né Afonso, Maria Pinto Sá e Abdil Juma? Naquele tempo que passou era quase obrigatório, ouvirmos o "Programa de Variedades" com a Orquestra dirigida pelo maestro Artur Fonseca de onde ressaltavam para além do "naipe" de cançonetistas os nomes de José Bandeira, Milú dos Anjos, Lima Pereira e Álvaro de Lemos, responsáveis por escrever e interpretar os díálogos humorísticos.
Quem se lembra ainda da Orquestra Típica dirigida pelo maestro António Gavino ou "A Palavra é de Prata" elaborada semanalmente pelo jornalista do "Notícias" de seu nome Manuel Luís Pombal.
Aos domingos á noite deliciávamo-nos com a música do conjunto de Renato Silva, grupo musical que gravou alguns discos de 45 rotações, sendo que um deles foi com o Romão Félix, o "Parafuso", marido na "ficção musical" da sua sempre querida e adorada Josefina.
Aos domingos á noite deliciávamo-nos com a música do conjunto de Renato Silva, grupo musical que gravou alguns discos de 45 rotações, sendo que um deles foi com o Romão Félix, o "Parafuso", marido na "ficção musical" da sua sempre querida e adorada Josefina.
Eram os relatos de futebol que as Produções GOLO nos proporcionavam animados por vozes marcantes da época como foram os casos de Paulo Terra (de seu nome verdadeiro Mário Sérgio dos Santos) ou Amadeu José de Freitas. E depois disso a crónica "voltinha dos tristes" pela Marginal ao som de "Guiando e Ouvindo Música".
Quem se lembra ainda do "África á Noite" transmitido ao vivo do auditório do RCM por onde desfilavam grupos moçambicanos tais como o Djambo, João Domingos ou Harmonia e ainda os exímios dançarinos da Associação Africana onde despontavam os nomes do saudoso Alfredo Caliano (Fedo) e a sua esposa Elarne? Mas havia mais. Havia vozes que conheci nos meus tempos de menino da Escola João Belo ou do Liceu Salazar com as quais, muitos anos depois, tive o privilégio e o prazer de trabalhar. Foram os casos de José Mendonça, Manuela Arraiano, António Luís Rafael, Álvaro de Lemos, Maria Helena, Fernando Rebelo, Maria Regina, Eugénio Corte Real, Lisete Lopes, Maria Adalgisa, Sampaio e Silva, Maria Ricardina, Eduardo Hélder ou Fernando Ferreira. Depois vieram outros Leite de Vasconcelos, Gulamo Khan, João Gomes Leitão, Fátima Mendonça, Maria de Lurdes, Eugénia Maria, Hélder Fernando, Maria da Graça, Gabriel Alves ou Alípio Correia.
Esta é a 1ª parte do texto a "Rádio de Válvulas" até à Independência de Moçambique ou seja até 1975. Um artigo que se adapta com perfeição no âmbito desta página. Um dia tencionamos publicar o restante artigo.
SERGE GAINSBOURG nasceu Lucien Gingburg a 2 de Abril de 1928, filho de emigrantes ucranianos que foram para Paris em 1919 após a revolução russa de 1917. O pai Joseph Gingburg era pianista clássico e passa a tocar em cabarets e casinos. É ele que nos anos 30 ensina os 3 filhos a tocar, Lucien e as duas gémeas. Durante a ocupação Nazi na II Grande Guerra fogem, com papéis falsos, para Limoges, considerada zona livre e sob administração do governo colaboracionista de Vichy, mas ainda assim um refúgio para os judeus. A sua infância foi muito afectada pela ocupação da França, eram obrigados a usar uma estrela amarela identificando-os como judeus. Depois da guerra consegue um lugar de professor perto de Paris lecionando música e pintura. Antes dos 30 percebe que a sua vida como pintor era um fracasso e ia ganhando a vida tocando piano em bares. Muda o seu primeiro nome para Serge por o achar mais russo. Lucien fazia-lhe lembrar nome de cabeleireiro e escolheu Gainbourg em homenagem ao seu pintor favorito, o inglês Thomas Gainborough. Casa em 1951 com Elisabeth (Lisa) e vem a divorciar-se em 57. As suas primeiras canções são influenciadas por Boris Van. Em 57 conhece a cantora Michele Arnaud que acha as suas canções modernas e provocantes e aceita gravá-las. Serge Gainbourg nunca deixou de seguir a corrente musical em voga. Entra no mundo do Jazz segue o ié ié e a pop rock nos 60. Segue o rock, o disco e o reggae nos 70 e ainda o funk e a electrónica nos 80.
Porém aos 32 anos ainda andava meio deprimido, não era bem aceite pelo público que o achava feio com grandes orelhas e nariz comprido. Privava muito com Jacques Brel e Juliette Greco. E é para ela que escreve a canção que vai ser o seu primeiro êxito, "La Javanaise" em 1962.
Porém aos 32 anos ainda andava meio deprimido, não era bem aceite pelo público que o achava feio com grandes orelhas e nariz comprido. Privava muito com Jacques Brel e Juliette Greco. E é para ela que escreve a canção que vai ser o seu primeiro êxito, "La Javanaise" em 1962.
Em 1964 casa-se com Françoise da qual teve dois filhos, Natacha e e Paul. Divorcia-se em 66. As suas canções sempre versaram temas bizarros, mórbidos ou sexuais. Um dos seus primeiros sucessos foi "Le Poisçonneur des Lilas", o pica do metro que leva a sua vida monótona fazendo furos nos bilhetes como que o fazendo na sua cabeça. Em 64 faz um dueto com Philippe Clay e toca com Elec Bacsik e Michel Gaudry. Sugere-lhes um disco com eles, com novas sonoridades no Jazz que ele desenvolveu. "Confidentiel" acaba por ser um fracasso ´so vendendo 1500 discos. O seu disco seguinte "Gainbough Percurssions" é inspirado em ritmos de Mirian Makeba e Barande sem nada de ié ié, não pega comercialmente, mas hoje é considerado um trabalho de muito valor. Só em 65 se vira mais poara o Pop e escreve "Poupée de Cire, Poupée de Son" para o Luxemburgo levar à Eurovisão pela voz da jovem France Gall. Ganha o certame e a sua vida muda. Em Inglaterra a canção vai chamar-se "A Lonely Singing Doll" e foi antada por Twinkle não tendo entrado sequer no Top 20. A canção seguinte para France Gall vai chamar-se "Les Sucettes" (os Chupa Chupas) e causou grande escândalo em França, pois a letra permitia tirar dois sentidos que levava a imaginações sexuais de sexo oral. A canção acabou sendo um grande sucesso para France Gall. Depois acabou escrevendo um álbum para ela.
Em 67 concorre à Eurovisão pelo Mónaco com "Boum Bada Boum" cantada por Minouche Barelli e fica em 5º .
Escreve outros hits para Françoise Hardy "Comment te dire Adieu" (ver OP nº48) e para Anna Karina eMichele Arnaud. É por esta época, 1967 que tem um relacionamento escaldante com Brigitte Bardot e faz duetos em "Ford Mustang" e "Bonnie And Clyde". É também aqui que vai gravar com BB aquela que virá a ser o seu cartão de visita Je Táime...Moi Non Plus". Entretanto terminam o relacionamento e Brigitte casa com Gunter Sachs. De repente recorda-se que agora é uma mulher casada e que o marido não iria gostar do disco. Pede a Serge para não o editar. Serge sempre foi um indivíduo extremamente educado e tímido e compreende a situação. Mas em 68 apaixona-se perdidamente por Jane Birkin na rodagem do filme Slogan e acaba por lhe propôr a gravação em Inglaterra de "Je Táime...Moi Non Plus". As líricas explícitas e gemidos até ao orgasmo femenino levam a que vários países censurem a passagem da música nas Rádios. Também "The Ultimate Love Song" do mesmo LP é tão quente que leva inclusivé o Vaticano a fazer uma crítica pública. À conta de tudo isto o disco atinge vendas recordes. Brigitte Bardot mais recentemente autorizou a publicação da sua gravação original.
Escreve outros hits para Françoise Hardy "Comment te dire Adieu" (ver OP nº48) e para Anna Karina eMichele Arnaud. É por esta época, 1967 que tem um relacionamento escaldante com Brigitte Bardot e faz duetos em "Ford Mustang" e "Bonnie And Clyde". É também aqui que vai gravar com BB aquela que virá a ser o seu cartão de visita Je Táime...Moi Non Plus". Entretanto terminam o relacionamento e Brigitte casa com Gunter Sachs. De repente recorda-se que agora é uma mulher casada e que o marido não iria gostar do disco. Pede a Serge para não o editar. Serge sempre foi um indivíduo extremamente educado e tímido e compreende a situação. Mas em 68 apaixona-se perdidamente por Jane Birkin na rodagem do filme Slogan e acaba por lhe propôr a gravação em Inglaterra de "Je Táime...Moi Non Plus". As líricas explícitas e gemidos até ao orgasmo femenino levam a que vários países censurem a passagem da música nas Rádios. Também "The Ultimate Love Song" do mesmo LP é tão quente que leva inclusivé o Vaticano a fazer uma crítica pública. À conta de tudo isto o disco atinge vendas recordes. Brigitte Bardot mais recentemente autorizou a publicação da sua gravação original.
O relacionamento com Jane Birkin dá-lhe uma filha em 1971, Charlotte (hoje uma boa actriz e cantora). Jane já tinha uma filha, Kate, do seu casamento anterior com o compositor inglês John Barry, o criador do tema de James Bond e da música dos seus filmes. Este relacionamento vai durar até 1980 quando Jane aparece grávida do realizador Jacques Doillon com quem trabalhava na altura. A sua terceira filha Lou Doillon é também actriz.
A separação foi amigável e até ao final da sua vida Jane foi sempre muito presente.
A década de 70 começa com o álbum "Histoire de Melody Nelson" em 71. Era um "concept album" contando a estória de uma Lolita em que ele fazia de narrador. Os arranjos de cordas e os coros fortes no clima mais trágico fizeram do trabalho uma obra de arte. Serge inspirou-se em Air, David Holmes e Jarvis Cocker. Em 75 lança "Rock Around the Bunker" tendo como tema o Nacional Socialismo e a sua vida durante a II Guerra Mundial. Seguiu-se "L'Homme à Tête de Chou" o seu último álbum de Rock. Virou-se depois para o Reggae e gravou na Jamaica em 79 e 81. Mais tarde em Nova York vai gravar Funk e Electronic em 84 e 87.
Na Jamaica grava "Aux Armes et Caetera" (A Marselhesa, o hino nacional Francês, em reggae) com apoio de músicos como Sly & Robbie e Rita Marley. Gera-se um grande escândalo em França e boicotam-lhe espectáculos. Ele contesta que a partitura do Hino está mais de acordo com o ritmo do reggae do que a versão oficial. O baterista reggae Sly Dunbar diz depois que este tinha sido o disco em que lhe deu maior prazer tocar. Fez uma versão do clássico de Jazz "You Rascal You" intitulada "Vieille Canaille". Em 81 faz um álbum de Reggae com Rita Marley "Mauvaises Nouvelles Des Etoiles". Bob Marley fica furioso quando descobriu que ele tinha posto a sua mulher a cantar poesia erótica.
Em 82 escreve um álbum para o Rocker Francês Alain Bashung, "Play Besures", hoje considerado uma obra prima. Também nos anos 80 se torna uma figura muito popular na TV e ao mesmo tempo muito controversa e com um sentido de humor muito provocatório. Em Março de 84 queima uma nota de 500 francos em protesto aos impostos de 75% que lhe são cobrados, uma atitude ilegal. Em 86 num programa de Michel Drucker aparece bêbado e depois de Whitney Houstan cantar, quando esta se senta a seu lado diz-lhe em inglês que a quer f.... Também com uma actriz de filmes pornográficos Catherine Ringer é bastante inconveniente.
Depois faz um dueto com sua filha Charlotte, então com 12 anos "Lemon Incest".
Em 88 no Festival Val d'Isére, vai completamente bêbado para o palco e onta uma estória obscena com Brigitte Bardot e uma garrafa de Champanhe, mal saíu do palco caíu redondo numa cadeira e "apagou". Serge sempre fumou e bebeu sem qualquer moderação e a sua saúde ia-se deteriorando. Não aceitava ter cancro ou cirrose e não se queria tratar. Ainda realizou "Love on the Beat", um álbum electrónico algo controverso à base de temas sexuais nos textos. O seu último álbum de estúdio foi "You're under arrest".
Faleceu a 2 de Março de 1991, aos 62 de ataque cardíaco enquanto dormia. Serge Gainbough entrou em mais de 50 filmes, compôs música para mais de 60 filmes. Escreveu a novela "Evguênie Sokolov". Dirigiu 5 filmes entre os quais "Je táime...moi non plus" e "Charlotte for Ever",
Em 1996 recebeu a estatueta César a título póstumo pela melhor música escrita para o filme "Élisa".
A sua música ganhou estatuto de lenda em França. Os seus arranjos influenciaram até muitos músicos ingleses. Petula Clark para quem ele escreveu algumas canções lança em 2003 "La Chanson The Gainsbourg" como tributo ao compositor de muitos dos seus êxitos. A maioria dos seus poemas estão editados no livro "Derniére Novelle des étoiles". A casa parisiense onde viveu entre 1969 e 1991 na rua de Verneuil nº5 à Saint Germain tem sido preservada com todos os seus objetos intocados, as paredes exteriores estão grafitadas por grandes artistas em sua homenagem e com figuras de sua vida incluindo Brigitt Bardot e Jane Birkin.
Em 2010 Joann Star escreveu e dirigiu o filme "Gainsbourg (vie héroique)" protagonizado por Eric Elmosnino e Kacey Mottel Klein. O filme ganhou 3 César e foi nomeado para 8. Gainbourg está para França com Elvis para os Estados Unidos ou Lennon para a Grã-Bretanha. Quando da sua morte a sua rua foi invadida por fãs a cantar durante vários dias e esteve fechada.
Faleceu a 2 de Março de 1991, aos 62 de ataque cardíaco enquanto dormia. Serge Gainbough entrou em mais de 50 filmes, compôs música para mais de 60 filmes. Escreveu a novela "Evguênie Sokolov". Dirigiu 5 filmes entre os quais "Je táime...moi non plus" e "Charlotte for Ever",
Em 1996 recebeu a estatueta César a título póstumo pela melhor música escrita para o filme "Élisa".
A sua música ganhou estatuto de lenda em França. Os seus arranjos influenciaram até muitos músicos ingleses. Petula Clark para quem ele escreveu algumas canções lança em 2003 "La Chanson The Gainsbourg" como tributo ao compositor de muitos dos seus êxitos. A maioria dos seus poemas estão editados no livro "Derniére Novelle des étoiles". A casa parisiense onde viveu entre 1969 e 1991 na rua de Verneuil nº5 à Saint Germain tem sido preservada com todos os seus objetos intocados, as paredes exteriores estão grafitadas por grandes artistas em sua homenagem e com figuras de sua vida incluindo Brigitt Bardot e Jane Birkin.
Em 2010 Joann Star escreveu e dirigiu o filme "Gainsbourg (vie héroique)" protagonizado por Eric Elmosnino e Kacey Mottel Klein. O filme ganhou 3 César e foi nomeado para 8. Gainbourg está para França com Elvis para os Estados Unidos ou Lennon para a Grã-Bretanha. Quando da sua morte a sua rua foi invadida por fãs a cantar durante vários dias e esteve fechada.
KARINA
Maria Isabel Barbara Llaudés Santiago nasceu em Jaen (andaluzia) em 4 de Dezembro de 1943. Fez o seu Bacharelato Elementar do ensino espanhol e aprendeu piano e guitarra enquanto adolescente. Cantava em festas e nas rádios locais. Em 1961 ainda grava um disco como Maria Llaudés. Em 63 inicia-se no programa da TV espanhola, "Escala Hi-Fi",um programa da TVE para descobrir novos valores, onde também entram Juan Pardo, Mochi e outros. Em Portugal também haviam desses programas como sejam "Os Caloiros Da Canção" ou em Moçambique "Gente Nova ao Microfone". O pai de Massiel, Emílio Santamaria torna-se o seu primeiro "manager" e acorda com a Hispavox a gravação dos primeiros discos. É aí que se cruza com o artista Torrebruno que a trata carinhosamente por karina palavra que em italiano quer dizer cara bonita. Os responsáveis da editora que estudavam um nome para ela que fosse mais comercial, não tiveram mais dúvidas, Karina era o nome ideal. Os primeiros discos vem já com o nome Karina e são lançados também em Portugal e França. "Puff" e "Dile" são os temas.
Maria Isabel Barbara Llaudés Santiago nasceu em Jaen (andaluzia) em 4 de Dezembro de 1943. Fez o seu Bacharelato Elementar do ensino espanhol e aprendeu piano e guitarra enquanto adolescente. Cantava em festas e nas rádios locais. Em 1961 ainda grava um disco como Maria Llaudés. Em 63 inicia-se no programa da TV espanhola, "Escala Hi-Fi",um programa da TVE para descobrir novos valores, onde também entram Juan Pardo, Mochi e outros. Em Portugal também haviam desses programas como sejam "Os Caloiros Da Canção" ou em Moçambique "Gente Nova ao Microfone". O pai de Massiel, Emílio Santamaria torna-se o seu primeiro "manager" e acorda com a Hispavox a gravação dos primeiros discos. É aí que se cruza com o artista Torrebruno que a trata carinhosamente por karina palavra que em italiano quer dizer cara bonita. Os responsáveis da editora que estudavam um nome para ela que fosse mais comercial, não tiveram mais dúvidas, Karina era o nome ideal. Os primeiros discos vem já com o nome Karina e são lançados também em Portugal e França. "Puff" e "Dile" são os temas.
Em 65 participou no Festival de Maiorca com uma canção de Alberto Cortez, "Mi Lo Digo Perez" tendo obtido o 2º lugar. è o seu ano forte poque grava "Muñeca de Cera", a versão espanhola da vencedora da Eurovisão "Poupée de Cire Poupée de Son" de France Gall escrita por Serge Gainbourg. Também em 65 esteve em Portugal e actuou na RTP com o apoio do conjunto de Jorge Machado.
É entre 65 e 74 que vai ter o seu apogeu. Ganha o prémio de Rainha Yé Yé em 66. Depois grava alguns dos seus maiores sucessos como "Sietas del Amor" (Litlle Arrows), "El Baút de los Recuerdos", "Concierto para Enamorados" (Lovers Concerto), "La Fiesta", "Colores", e outras mais. Em 1970 a TVE organiza diversos concursos para apurar uma canção para ir a Dublin à Eurovisão. Entraram Los Mismos, Nino Bravo, Rocio Jurado, Jaime Morey. etc. Karina acaba por vencer com a canção " En un Mundo Nuevo" uma composição de Rafael Trabucchelli e letra do seu noivo Tony Luz. Vai à Eurovisão em 71 em Dublin na Irlanda e acaba ficando em 2º lugar. Karina publicou um livro de nome "En el Baút de Mis Recuerdos" e onde conta muitas das peripécias que se passaram nesse festival onde no final a cantora Dana (vencedora do ano anterior com "All Kinds of Everything") fez questão de chamar ao palco os três primeiros. Assim Severine, Mónaco, a vencedora, Karina e Katja Ebstein a alemâ do terceiro lugar, o que acontecia pela primeira vez. A canção "En un Mundo Nuevo" foi editada em Inglês, Francês, Italiano e Alemão. Ela diz que também gravou em Português mas provavelmente essa versão nunca foi editada. Conta ainda que queria ir de mimisaia mas a TVE disse não e o vestido que o estilista lhe arranjou tinha um grande botão negro em baixo de modo que ficou conhecido como Só em 1973 outra canção espanhola terá tantas versões, "Eres Tu" dos Mocedades. Na Eurovisão fo acompanhada pelo trio "La La La", assim chamado por ser o mesmo que acompanhara Massiel quando ela venceu com "La La La". Este trio apresentar-se-à na Eurovisao entre 68 e 78 por quatro vezes.
Em finais dos anos 70 Karina vai para o México onde fica uma série de anos gravando e fazendo "tournées" pelos países da América do Sul. Em 82 nasce-lhe uma filha e em 89 outra. Ela vai ficar com muito pouca actividade, para poder cuidar delas. Depois volta a Madrid e em 90 é operada à tiróide ficando vários anos inactiva. Regressa depois com uma peça de teatro musical mas o êxito é de tal ordem que o espaço é pequeno. Os produtores decidem então transformá-lo num macro-espectáculo que vai percorrer toda a Espanha e chamam-lhe "Mágicos 60". Em 2003 ganha o concurso da Tele 5 "Vivo Cantando" por votação popular. Tratava-se de um programa feito ao vivo por toda a Espanha e onde estavam nomes como Jeannette, Tony Ronald, Micky , Elsa Baeza e outros. Também nos anos 2000 a sua filha mais velha, hoje sua empresária, Azahara, a surpreendeu num programa de TV ao aparecer vestida com o seu vestido da Eurovisão cantando "En un Mundo Nuevo".
Karina casou quatro vezes e tem duas filhas, luta e tem superado um cancro que a atormenta. Tem mais de duas dúzias de discos e continua a fazer espectáculos. No entanto os últimos CD depois do ano 2000 são só compilações. O seu CD de 2003 chama-se "Gracias", uma forma de agradecer ao público todo o carinho que sempre lhe dispensou. Em 2013 a empresa Ad Libitum Produciones Musical lançou um CD para comemorar os 50 anos de sua actividade artística. Recentemente anunciou que está perparando o seu espectáculo de despedida.
Morreu MADI o cantor sul africano que na década de 80 teve bastante êxito em Portugal com o duo Sérgio & Madi. Fernando Manuel ( Sérgio Wonder, o seu nome artístico, já tinha falecido à alguns anos). Madi fizera muito sucesso em 68/69 na boîte "A Cave" em Lourenço Marques (hoje Maputo) Moçambique onde cantava e muito bem música Soul. Posteriormente fruto dos espectáculos que faziam juntos mas cada um por si, decidiram formar-se em duo. Nasceu assim o duo Sérgio & Madi. Estiveram vários meses em Luanda (Angola) até virem para Lisboa no início dos anos 70. Em 1980 Madi concorreu ao Festival RTP da Canção com "Lição de Português com letra de António Sala e música de Luís Pedro Fonseca tendo obtido o 3º lugar. Do coro fizeram parte Lena D'Água e Lara Li. Em 1993 voltaria a concorrer ao Festival com "Fantasia", mas ficou nas eliminatórias. O Maior sucesso do duo foi "Cry to Me" mas gravaram mais de uma dúzia de discos sempre com assinalável êxito. Depois da morte do parceiro ainda ficou em Portugal fazendo espectáculos mas acabou por regressar à África do Sul. Morreu de leucemia. Podem ver mais informação sobre eles nas Onda Pop nºs 27 e 46.
PARA UMA HISTÓRIA DA MÚSICA MODERNA EM TORRES NOVAS ( 1945 - 1982 )
Fomos surpreendidos muito positivamente com o lançamento feito a semana passada, de um livro que conta a história dos muitos grupos musicais que foram aparecendo no Concelho de Torres Novas nos últimos 70 anos. Foi Jorge Horta (ex G Men um dos grupos do Concelho, Entroncamento, donde sairíam depois alguns elementos que dariam origem a um dos mais importantes grupos da música portuguesa,a Filarmónica Fraude, no Concelho vizinho de Tomar) que nos trouxe a notícia. "Fui convidado para o lançamento e confesso que fiquei muito bem impressionado pelo trabalho e qualidade apresentadas, bem como pela festa que se seguiu onde se apresentaram alguns desses músicos e quero destacar o vocalista do conjunto Niger, João Espanhol que hoje aos 86 anos ainda mostrou um grande vigor".
Fomos surpreendidos muito positivamente com o lançamento feito a semana passada, de um livro que conta a história dos muitos grupos musicais que foram aparecendo no Concelho de Torres Novas nos últimos 70 anos. Foi Jorge Horta (ex G Men um dos grupos do Concelho, Entroncamento, donde sairíam depois alguns elementos que dariam origem a um dos mais importantes grupos da música portuguesa,a Filarmónica Fraude, no Concelho vizinho de Tomar) que nos trouxe a notícia. "Fui convidado para o lançamento e confesso que fiquei muito bem impressionado pelo trabalho e qualidade apresentadas, bem como pela festa que se seguiu onde se apresentaram alguns desses músicos e quero destacar o vocalista do conjunto Niger, João Espanhol que hoje aos 86 anos ainda mostrou um grande vigor".
João Carlos Lopes teve seguramente um trabalho hercúleo para compilar todo este espólio etnográfico que está muito bem documentado, apresentado, maquetizado e com grande qualidade gráfica.
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GIRA-DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Os Marmalade nasceram em 1961 como The Gailords, mudando de nome só em 66. São uma banda escocesa que alcançaram a fama quando levaram a composição dos Beatles "Obladi Oblada" ao 1º lugar do Top inglês em Dezembro de 1968. "Baby Make it Soon" foi o single seguinte que atinge apenas a 9ª posição na BBC em Junho de 69. Lançam depois em Dezembro de 69 o seu maior êxito, "Reflexions of my mind" (3º na BBC). Ainda teêm várias canções nos tops até 76. Hoje ainda percorrem os circuitos da nostalgia mas já nenhum é dos originais.