EDITORIAL: Começam a aparecer artistas de quem já falámos e fizémos algum perfil em números anteriores como são os casos das Irmãs Muge (OP nº 3 e 37), Sérgio e Madi (OP nºs 27 e 55) e os Hot Legs - 10 CC (OP nº 97). Tentaremos não nos repetirmos e colocaremos sempre pelo menos alguma nova informação sempre que a tenhamos. Hoje falamos dos Brotherhood of Man. Para a nossa rubrica "Homenagem" escolhemos o viola de fado moçambicano Carlos Lopes que acabou de completar 96 primaveras e ainda dá cartas pelas casas de Fado e António Menano, um dos maiores do Fado de Coimbra agora que passam 50 anos da sua morte. Exerceu medicina em Moçambique. Também falamos de Roberto Leal que faleceu, assim como de Marie Lafôret (OP nº57) e Teresa Tarouca que também faleceram.
Não podíamos deixar de comemorar também os 50 anos de "Abbey Road" dos Beatles (um criterioso e fabuloso trabalho do Sgt. Couto).
Dos Rising Sons falaremos no próximo número. Os Balalaika, grupo francês que visitava a África do Sul, eram apenas o grupo musical de suporte a Ivan Rebroff mas como estavam a gravar sozinhos no estúdio demos-lhe mais importância a eles. Agora repomos a sua visita à África do Sul.
Começavamos aqui uma nova caminhada no sentido de levar um pouco mais de cultura à juventude com "A História da Música". Um lote de Novos Discos, o Concurso as Letras e a Parada. Esta página já esteve para ser publicada em Setembro depois em Outubro mas por razões maiores foi sendo atrasada. Resultado acabam de falecer Argentina Santos e o grande José Mário Branco. Esperemos que até fim de Novembro tudo fique por aqui. Esta é a última página do ano e aproveitamos para vos desejar um Feliz Natal e um Ano Novo 2020 muito Próspero. Após tudo isto estar escrito recebemos outra triste notícia. Agora foi Eduardo Nascimento quem faleceu.
Nota: Como optámos por assinar todos os artigos , para não ferir susceptibilidades de outros companheiros que faziam parte da Onda Pop todos os artigos sem assinatura são da minha responsabilidade.
Não podíamos deixar de comemorar também os 50 anos de "Abbey Road" dos Beatles (um criterioso e fabuloso trabalho do Sgt. Couto).
Dos Rising Sons falaremos no próximo número. Os Balalaika, grupo francês que visitava a África do Sul, eram apenas o grupo musical de suporte a Ivan Rebroff mas como estavam a gravar sozinhos no estúdio demos-lhe mais importância a eles. Agora repomos a sua visita à África do Sul.
Começavamos aqui uma nova caminhada no sentido de levar um pouco mais de cultura à juventude com "A História da Música". Um lote de Novos Discos, o Concurso as Letras e a Parada. Esta página já esteve para ser publicada em Setembro depois em Outubro mas por razões maiores foi sendo atrasada. Resultado acabam de falecer Argentina Santos e o grande José Mário Branco. Esperemos que até fim de Novembro tudo fique por aqui. Esta é a última página do ano e aproveitamos para vos desejar um Feliz Natal e um Ano Novo 2020 muito Próspero. Após tudo isto estar escrito recebemos outra triste notícia. Agora foi Eduardo Nascimento quem faleceu.
Nota: Como optámos por assinar todos os artigos , para não ferir susceptibilidades de outros companheiros que faziam parte da Onda Pop todos os artigos sem assinatura são da minha responsabilidade.
Muitas vezes, novas bandas pareciam que apareciam por acaso. Mas não, eram formadas por bons músicos de outras bandas que se separavam ou terminavam. Ainda hoje é assim.
É o caso dos Hot Legs. Eric Stewart fôra membros do excelente conjunto inglês The Mindbenders que tinha começado em 1963 com Wayne Fontana e que terminou em Novembro de 1968. Ele fôra o vocalista da linda canção "A Groovy Kind of Love" em 65 após a saída de Fontana. Gouldman tinha um contrato de 3 meses com os produtores americanos do Bubblegum para quem compunha e produzia canções. Mas Goldman não é um compositor qualquer. Como já dissemos na OP nº97 só é o autor dos seguintes temas. "Heart Full of Soul", "Evil Hearted You", "For Your Love" todas dos Yardbirds. "Look Through Your Window" e "Bus Stop" dos Hollies. "No Milk Today", "East West" e "Listen People" dos Hermans Hermits e muitas outras. Como a ideia é não nos repetirmos acreditem que vale a pena consultar a OP nº 97.
É o caso dos Hot Legs. Eric Stewart fôra membros do excelente conjunto inglês The Mindbenders que tinha começado em 1963 com Wayne Fontana e que terminou em Novembro de 1968. Ele fôra o vocalista da linda canção "A Groovy Kind of Love" em 65 após a saída de Fontana. Gouldman tinha um contrato de 3 meses com os produtores americanos do Bubblegum para quem compunha e produzia canções. Mas Goldman não é um compositor qualquer. Como já dissemos na OP nº97 só é o autor dos seguintes temas. "Heart Full of Soul", "Evil Hearted You", "For Your Love" todas dos Yardbirds. "Look Through Your Window" e "Bus Stop" dos Hollies. "No Milk Today", "East West" e "Listen People" dos Hermans Hermits e muitas outras. Como a ideia é não nos repetirmos acreditem que vale a pena consultar a OP nº 97.
Stewart e Gouldman foram buscar Lot Creme e Kevin Godley que já tinham feito carreira com o empresário Giorgio Gomelsky como o Duo Frabjoy. Eles tocavam as canções Bubblegum que Gouldman compunha sob vários nomes para os produtores Jerry Kasenetz e Jeffry Kats dos célebres Kasenetz Kats Singing Orquestral Circus.
Em 1970 após o contrato de 3 meses Gouldman foi para os Estados Unidos trabalhar com Kats e Kasenetz. Stewart, Godley e Creme criaram nos estúdios do Strawberry, ao experimentarem uma nova máquina de 4 pistas para gravação, uma boa batida de bateria e daí nasceu "Nearderthal Man". A batida era feita por Godley e os coros e violas acústicas por Stewart e Creme. No final acharam o tema muito interessante e diferente.
Decidiram editá-la através da Fontana Records. Com que nome? O da jovem de belas pernas e mini saia a quem normalmente chamavam hot legs. É assim que nascem os Hot Legs. Em Julho de 70 a canção atinge o 2º lugar no Top da BBC e o 22º nos Estados Unidos. Em Agosto já haviam vendido 2 milhões de discos.
Em 1970 após o contrato de 3 meses Gouldman foi para os Estados Unidos trabalhar com Kats e Kasenetz. Stewart, Godley e Creme criaram nos estúdios do Strawberry, ao experimentarem uma nova máquina de 4 pistas para gravação, uma boa batida de bateria e daí nasceu "Nearderthal Man". A batida era feita por Godley e os coros e violas acústicas por Stewart e Creme. No final acharam o tema muito interessante e diferente.
Decidiram editá-la através da Fontana Records. Com que nome? O da jovem de belas pernas e mini saia a quem normalmente chamavam hot legs. É assim que nascem os Hot Legs. Em Julho de 70 a canção atinge o 2º lugar no Top da BBC e o 22º nos Estados Unidos. Em Agosto já haviam vendido 2 milhões de discos.
Em Outubro de 70 são convidados para fazer a primeira parte dos Moody Blues, como podem ler na OP nº 90. Pedem a Goldman que regresse dos States. Porém ao fim de 4 espectáculos o Tour foi interrompido por doença de John Lodge dos Moody Blues. Voltaram para Manchester, Stockport, mas apesar do sucesso anterior ninguém mais os convidou para outros espectáculos. Em 1971 lançam "Lady Sadie", sem êxito. Nos Estados Unidos "Run Baby Run" e "Despera Dan" também não descolam. Na Alemanha e Espanha sucede o mesmo. Em 71 ainda gravam com o apoio de Derek "Lek" dos Hermans Hermits a canção de Paul Simon "Cecilia" sob o nome de The New Wave Band. Foi uma das únicas canções não escritas por eles que gravaram. Falhou os Tops.
Em 1972 estes bons músicos e multi instrumentais mudam o nome do grupo e estratégia e tornam-se os 10 CC que vão ter vários sucesso nos anos 70 e 80. E a história continua na OP nº 97.
Em 1972 estes bons músicos e multi instrumentais mudam o nome do grupo e estratégia e tornam-se os 10 CC que vão ter vários sucesso nos anos 70 e 80. E a história continua na OP nº 97.
Donna" será a primeira gravação com o nome 10 CC. Porquê 10 CC. Embora Jonathan tivesse dito que o nome lhe surgiu num sonho em que viu um cartaz dizendo 10 CC The Best Band In The World em 1988 Godley explicou em entrevista que o nome surge por ser o volume máximo de sémen que o homem expele numa ejaculação. Qual deles é o verdadeiro não se sabe.
Depois "Johnny Don't Do it" não teve grande sucesso, mas "Rubber Bullets" torna-se o primeiro nº 1 dos 10 CC em Junho de 73. Depois em Setembro "The Dean and I" vai à 10ª posição. Em 74 gravam o segundo álbum "Sheet Music" que ficou seis meses no Top britânico e os levou a uma digressão nos Estados Unidos. Em Fevereiro de 75 o grupo anunciou o fim de contrato com Jonathan King e um contrato milionárioi com a Mercury Records. A canção que gerou este contrato chamava-se "I'm Not In Love".
Depois "Johnny Don't Do it" não teve grande sucesso, mas "Rubber Bullets" torna-se o primeiro nº 1 dos 10 CC em Junho de 73. Depois em Setembro "The Dean and I" vai à 10ª posição. Em 74 gravam o segundo álbum "Sheet Music" que ficou seis meses no Top britânico e os levou a uma digressão nos Estados Unidos. Em Fevereiro de 75 o grupo anunciou o fim de contrato com Jonathan King e um contrato milionárioi com a Mercury Records. A canção que gerou este contrato chamava-se "I'm Not In Love".
Godley e Creme têm outros projectos e deixam o grupo. Vão desenvolver o triplo LP "Consequences" que sai em 77 com a colaboração de Peter Cook e da grande voz de Sarah Vaughan. O álbum apresenta o "Gizmotron" uma guitarra eléctrica especial com efeitos inventada e patenteada por Godley e Creme em 1975 (o sistema foi inventado por eles em 1969 e utilizado pela primeira vez no álbum "Sheet Music" na canção "Old Wild Man" e permite simular uma orquestra de cordas o que poupava muito dinheiro nas gravações).
Depois da saída de Godley e Creme, Eric Stewart e Graham Goldman decidiram continuar com o grupo. Chamaram o baterista Paul Brugess que várias vezes actuava com eles e como trio gravaram o álbum "Deceptive Bends" em 1977. O álbum gravado nos estúdios Strawberry chegou a 3º no Top britânico e a 31º na Billboard. Dele ainda saíram os singles "The Things We Do For Love" (6º UK e 5º US), "Good Morning Judge" (5º UK e 69º US) e "People In Love" (40º US). Ainda em 77 fazem uma digressão com o guitarrista Rick Fenn, o teclista Tony O'Malley e outro baterista, Stuart Tosh (ex Pilot). Gravaram o álbum ao vivo "Live and Let Live". Estes elementos passaram a fazer parte da banda e em 78 voltam a chegar ao Top com "Dreadlock Holiday". Em 79 tiveram um grande revés quando Stewart teve um grande acidente de automóvel (ele é um fã de carros desportivos). Saíu o álbum "Best of 1972- 1978". Durante algum tempo avançaram com projectos individuais e em 1981 saíu o álbum "Ten Out of 10". Em 82 fizeram o Tour do 10º aniversário. Em Julho de 83 lançam o "Feel The Love" mas com um video realizado pelos pioneiros dos videos, nem mais nem menos que Godley e Creme seus antigos colegas (OP nº 97). Em Outubro de 1983 lançam "Windows In The Jungle" (UK 70) com o baterista Steve Gadd e fazem um Tour com o baterista Jamie Lane. Paul Brugger estava a trabalhar com os Jethro Tull.
De 1984 a 1991 seguem projectos separados e lançam álbuns a solo. Goldman produziu para os Ramones e outros e lançou várias canções a duo. Em 85 produziu o single "You'll Never Walk Alone", obra de caridade pelos The Crowd como apoio às vítimas do incêndio do estádio Bradford City. Atingiu no 1º lugar do Top. Stewart esteve envolvido em projectos com o seu amigo Paul McCartney (OP nº97). Em 91 o Japão lançou uma caixa de 4 CDs "Greatest Songs And More". Em 1991 os 4 membros originais reuniram-se para lançar o álbum "Meanwhile" em 92 comemorando 20 anos. Stewart sai em 95. Ele e Creme são cunhados porque estão casados com duas irmãs (desde os tempos dos Mindbenders).
Em 1999 Goldman decidiu que a banda devia continuar e juntou novamente os músicos que já trabalhavam com ele. Ao longo deste século têm actuado regularmente e Godley por vezes aparece e toca e compôe com Goldman novas canções. Em 2008 lançaram o álbum ao vivo "Clever Clogs".
Em 10 de Maio de 2012 celebraram os 40 anos do grupo no Royal Albert Hall e Godley participou.
Em Dezembro de 2015 a BBC apresentou "I'm Not In Love - The Story of 10 CC".
Hoje os 10 CC são o original Goldman e Paul Burgess, Rick Fenn, Keith Haiman e Lain Hornal.
Concertos? Para além de Dezembro têm já mais de 20 agendados até Abril de 2020.
Em 1999 Goldman decidiu que a banda devia continuar e juntou novamente os músicos que já trabalhavam com ele. Ao longo deste século têm actuado regularmente e Godley por vezes aparece e toca e compôe com Goldman novas canções. Em 2008 lançaram o álbum ao vivo "Clever Clogs".
Em 10 de Maio de 2012 celebraram os 40 anos do grupo no Royal Albert Hall e Godley participou.
Em Dezembro de 2015 a BBC apresentou "I'm Not In Love - The Story of 10 CC".
Hoje os 10 CC são o original Goldman e Paul Burgess, Rick Fenn, Keith Haiman e Lain Hornal.
Concertos? Para além de Dezembro têm já mais de 20 agendados até Abril de 2020.
No dia 08 de Agosto de 1969, há 50 anos atrás, John Lennon, Ringo Starr, Paul McCartney e George Harrison (os famosos BEATLES) atravessavam uma rua de Londres, a "Abbey Road", numa faixa de pedestres que jamais seria a mesma. Nesse mesmo dia o Pop João Pedro completava 20 anos.
A banda estava a criar material de divulgação para o disco que acabou por ser baptizado como "ABBEY ROAD".
Esse fabuloso disco seria editado no dia 26 de Setembro de 1969 e lançado no mercado no dia seguinte, daí esta celebração pelo seu 50º Aniversário...e aquela manhã de Verão em Inglaterra entraria eternamente para a história da música, pela sua extrema qualidade musical e porque seria o último trabalho de estúdio da famosa banda de Liverpool.
Era o fim - THE END - de um grupo de 4 jovens que mudaria a história da música e da sociedade mundial, através do seu talento, da sua criatividade e da sua genialidade musical, que já os converteu em compositores clássicos, e que 50 anos depois continuam a ser considerados, pelos fans e pelas revistas especializadas, como a melhor banda musical de todos os tempos e vários dos seus álbuns estão classificados entre os 10 melhores álbuns de sempre (Sgt.Pepper's Lonely Hearts Club Band, White Álbum (The Beatles), Revolver, Rubber Soul e, claro, Abbey Road).
Contemos então como tudo aconteceu na última fantasia dos BEATLES:
A banda estava a criar material de divulgação para o disco que acabou por ser baptizado como "ABBEY ROAD".
Esse fabuloso disco seria editado no dia 26 de Setembro de 1969 e lançado no mercado no dia seguinte, daí esta celebração pelo seu 50º Aniversário...e aquela manhã de Verão em Inglaterra entraria eternamente para a história da música, pela sua extrema qualidade musical e porque seria o último trabalho de estúdio da famosa banda de Liverpool.
Era o fim - THE END - de um grupo de 4 jovens que mudaria a história da música e da sociedade mundial, através do seu talento, da sua criatividade e da sua genialidade musical, que já os converteu em compositores clássicos, e que 50 anos depois continuam a ser considerados, pelos fans e pelas revistas especializadas, como a melhor banda musical de todos os tempos e vários dos seus álbuns estão classificados entre os 10 melhores álbuns de sempre (Sgt.Pepper's Lonely Hearts Club Band, White Álbum (The Beatles), Revolver, Rubber Soul e, claro, Abbey Road).
Contemos então como tudo aconteceu na última fantasia dos BEATLES:
Paul McCartney havia surgido com a ideia de se gravar ràpidamente um novo álbum, para tentar recuperar o espírito do grupo, que vinha enfraquecendo desde a morte de Brian Epstein, que para além de ser o manager do grupo, era o aglutinador e gestor dos egos dos quatro membros da banda.
As peripécias que ocorreram durante as sessões de gravação do L.P. "Let It Be" vieram aumentar as fissuras já existentes no grupo:
- Ringo Starr já não se apresentava em várias sessões de gravação, porque se chateava de estar a assistir algumas das faixas não necessitavam de bateria ou percursão e a 28 de Fevereiro de 1969, inicia as gravações do filme "Magic Christian", em que contracena com o actor Peter Sellers.
- George Harrison já declarara pùblicamente, a 10 de Janeiro de 1969, que queria sair do grupo, pois as suas composições eram constantemente postas de lado pela dupla Lennon/McCartney, os quais algumas vezes nem lhe davam a oportunidade de as ouvirem;
- John Lennon andava numa fase abusiva de uso de heroína e de dependência da sua nova namorada, Yoko Ono, com quem se casaria a 20 de Março de 1969, sendo que dois dias depois John e Yoko iniciam os célebres 4 dias de "bed-in", no hotel Hilton, em Amesterdão, seguindo-se um novo "bed-in" em Montreal, no Canadá, e o lançamento do single "Give Peace A Chance" com John e Yoko a tocarem com o grupo "Plastic Ono Band" e entretanto já escolhera Allen Klein para ser o novo gestor de negócios dos Beatles e declarara para a imprensa que os Beatles já teriam acabado;
- Paul McCartney, devido às suas qualidades de compositor e, essencialmente, ao desinteresse criativo por parte de John Lennon, tomara a liderança da banda de Liverpool e, com alguma arrogância, impunha-se durante as gravações, como por exemplo na escolha da gravação final de "Maxweel's Silver Hammer", onde obrigou os outros membros a gravarem 16 takes, até achar que finalmente estava aceitável para aparecer no produto final, para além de tentar agradar a sua nova namorada, Linda Eastman, com quem veio a casar a 12 de Março de 1969, querendo impôr o seu futuro sogro (um reconhecido advogado de New York) como o novo gestor de negócios dos Beatles.
O novo álbum deveria chamar-se "Everest", devido ao facto do engenheiro de som, Geoff Emerick, fumar, durante as gravações, essa marca de cigarros e porque se pretendia que esse novo álbum fosse o pico e o expoente máximo dos trabalhos até então feito por eles.
Assim já se pensara que os 4 cavaleiros de Liverpool iriam fazer uma sessão de fotos no topo dessa montanha mais alta do mundo para ser a capa desse novo trabalho do grupo, mas devido à necessidade desse novo L.P. ser editado ràpidamente e tentar manter o grupo unido, Paul decidiu mudar o nome do novo disco para "Abbey Road" e a capa ficou dependente de uma sessão de fotos com os 4 a atravessarem a faixa de pedestres localizada logo à frente dos estúdios da EMI... em Abbey Road.
A ideia era que tudo fosse rápido, então os músicos encontraram-se no lugar pré-definido e fizeram todo o trabalho fotográfico em dez minutos.
Esse foi o tempo concedido, pela Câmara de Londres, ao fotógrafo Iain Macmillan, e um policia ficou por ali nesses dez minutos controlando o trânsito enquanto Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison atravessavam a passadeira de peões, para lá e para cá.
Ao todo foram seis fotos e Paul acabou por escolher a icónica imagem, onde os integrantes dos Beatles atravessam a faixa de pedestres da esquerda para a direita.
As peripécias que ocorreram durante as sessões de gravação do L.P. "Let It Be" vieram aumentar as fissuras já existentes no grupo:
- Ringo Starr já não se apresentava em várias sessões de gravação, porque se chateava de estar a assistir algumas das faixas não necessitavam de bateria ou percursão e a 28 de Fevereiro de 1969, inicia as gravações do filme "Magic Christian", em que contracena com o actor Peter Sellers.
- George Harrison já declarara pùblicamente, a 10 de Janeiro de 1969, que queria sair do grupo, pois as suas composições eram constantemente postas de lado pela dupla Lennon/McCartney, os quais algumas vezes nem lhe davam a oportunidade de as ouvirem;
- John Lennon andava numa fase abusiva de uso de heroína e de dependência da sua nova namorada, Yoko Ono, com quem se casaria a 20 de Março de 1969, sendo que dois dias depois John e Yoko iniciam os célebres 4 dias de "bed-in", no hotel Hilton, em Amesterdão, seguindo-se um novo "bed-in" em Montreal, no Canadá, e o lançamento do single "Give Peace A Chance" com John e Yoko a tocarem com o grupo "Plastic Ono Band" e entretanto já escolhera Allen Klein para ser o novo gestor de negócios dos Beatles e declarara para a imprensa que os Beatles já teriam acabado;
- Paul McCartney, devido às suas qualidades de compositor e, essencialmente, ao desinteresse criativo por parte de John Lennon, tomara a liderança da banda de Liverpool e, com alguma arrogância, impunha-se durante as gravações, como por exemplo na escolha da gravação final de "Maxweel's Silver Hammer", onde obrigou os outros membros a gravarem 16 takes, até achar que finalmente estava aceitável para aparecer no produto final, para além de tentar agradar a sua nova namorada, Linda Eastman, com quem veio a casar a 12 de Março de 1969, querendo impôr o seu futuro sogro (um reconhecido advogado de New York) como o novo gestor de negócios dos Beatles.
O novo álbum deveria chamar-se "Everest", devido ao facto do engenheiro de som, Geoff Emerick, fumar, durante as gravações, essa marca de cigarros e porque se pretendia que esse novo álbum fosse o pico e o expoente máximo dos trabalhos até então feito por eles.
Assim já se pensara que os 4 cavaleiros de Liverpool iriam fazer uma sessão de fotos no topo dessa montanha mais alta do mundo para ser a capa desse novo trabalho do grupo, mas devido à necessidade desse novo L.P. ser editado ràpidamente e tentar manter o grupo unido, Paul decidiu mudar o nome do novo disco para "Abbey Road" e a capa ficou dependente de uma sessão de fotos com os 4 a atravessarem a faixa de pedestres localizada logo à frente dos estúdios da EMI... em Abbey Road.
A ideia era que tudo fosse rápido, então os músicos encontraram-se no lugar pré-definido e fizeram todo o trabalho fotográfico em dez minutos.
Esse foi o tempo concedido, pela Câmara de Londres, ao fotógrafo Iain Macmillan, e um policia ficou por ali nesses dez minutos controlando o trânsito enquanto Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison atravessavam a passadeira de peões, para lá e para cá.
Ao todo foram seis fotos e Paul acabou por escolher a icónica imagem, onde os integrantes dos Beatles atravessam a faixa de pedestres da esquerda para a direita.
A foto seleccionada por Paul McCartney mostra-o fora de compasso com o resto da banda, descalço, de olhos fechados e segurando um cigarro com a mão direita (quando ele é canhoto), factos esses que levaram à teoria da conspiração de que ele falecera num acidente de carro que tivera em 1966, suposto motivo que justificaria a então frieza das relações entre John e Paul, quando antes eram como dois irmãos inseparáveis.
Outros elementos que alimentaram e ainda alimentam alguns conspiradores dessa teoria são o facto de o VW (em inglês, beetle) estacionado ter a matrícula "LMW", referindo-se às iniciais de Linda McCartney Widow ("Linda McCartney Viúva"), para além de um outro carro estacionado, de cor preta, ser de um modelo usado para funerais e os 4 Beatles andarem em direcção a um cemitério próximo a Abbey Road. com John representando o papel de padre (cabelos compridos e barba, vestido de branco), Ringo ser o representante da agência funerária (com um fato preto), Paul, o cadáver (vestindo um fato, mas descalço - como um corpo num caixão), e George seria o coveiro (vestido em fato de trabalho com calças e camisa em jeans). Todos estes factos transformaram essa passadeira, em Abbey Road, num ponto turístico onde milhares de pessoas vão até hoje, 50 anos depois, e que é considerada "Património da Cidade de Londres". Além disso, desde 2011 existe uma webcam instalada no local, que está disponível em directo no site: https://www.earthcam.com/world/england/london/abbeyroad/?cam=abbeyroad_uk , para que se possa passar alguns minutos a ver o movimento de turistas que tiram fotos ou fazem vídeos no local. Quanto ao VW que aparece na capa de "Abbey Road", e que pertencia a um morador da referida avenida, faz hoje parte do Museu da Volkswagen, em Wolfsburg, na Alemanha, depois da sua matrícula ter sido roubada dezenas de vezes por coleccionadores, quando este ainda estava estacionado em Inglaterra. Assim, não é à toa, que a capa do álbum "Abbey Road" tenha sido imitada ou servido de inspiração para milhares de situações, das quais reproduzimos as que achámos mais interessantes. |
Linda McCartney também esteve presente nessa famosa sessão de fotos e conseguiu alguns ângulos diferentes, mostrando outras situações desse momento único e que foram publicadas no "Instagram" do próprio Paul McCartney (https://www.instagram.com/paulmccartney/?utm_source=ig_embed).
Coincidência, ou talvez não, no passado dia 20 de Setembro, Paul MCartney e as suas filhas Stella e Mary, acompanhados por Ringo Starr e a sua mulher, Barbara Bach, bem como da viúva de George Harrison, Olívia, e de outras figuras do show business, como Chrissie Hynde (cantora de "The Pretenders") e a ex-modelo Twiggy, entre outros, reuniram-se em Londres no Centro de Fotografia do Victoria & Albert Museum, para apresentarem o lançamento de um novo livro de Linda McCartney (a falecida ex-mulher de Paul).
O novo livro sobre o trabalho fotográfico de Linda Eastman McCartney chama-se "Linda McCartney: The Polaroid Diaries" e apresenta centenas de fotografias inéditas feitas por Linda entre 1970 e os finais dos anos 90, especialmente feitas no meio artístico e musical, onde aparecem também fotos inéditas de "The Beatles" e de outros artistas e grupos famosos como "The Rolling Stones". |
Entretanto, também na mesma semana deste mês de Setembro, Ringo Starr anunciou o lançamento do seu novo álbum "What's My Name".
Este seu 20º álbum a solo, que sairá para o público no próximo dia 25 de Setembro, apresenta várias composições de Ringo Starr e tem a colaboração de gente de muita qualidade, como Joe Walsh, Edgar Winter, Dave Stewart e até de Paul McCartney (viola-baixo e coros), numa menos conhecida composição de John Lennon: "Grow Old With Me".
Para sentir um cheirinho deste novo trabalho de Ringo Starr, propomos a audição da faixa título do álbum, assim como a já referida composição de John Lennon, "Grow Old With Me", mas ainda na versão original do L.P. de 1984, "Milk and Honey", de John Lennon e Yoko Ono.
Este seu 20º álbum a solo, que sairá para o público no próximo dia 25 de Setembro, apresenta várias composições de Ringo Starr e tem a colaboração de gente de muita qualidade, como Joe Walsh, Edgar Winter, Dave Stewart e até de Paul McCartney (viola-baixo e coros), numa menos conhecida composição de John Lennon: "Grow Old With Me".
Para sentir um cheirinho deste novo trabalho de Ringo Starr, propomos a audição da faixa título do álbum, assim como a já referida composição de John Lennon, "Grow Old With Me", mas ainda na versão original do L.P. de 1984, "Milk and Honey", de John Lennon e Yoko Ono.
Voltando ao tema do aniversariante, aproveitamos para relembrar que, embora o álbum "Let It Be" tenha sido o último a ser lançado, na realidade o último álbum a ser gravado foi "Abbey Road".
Após as gravações de estúdio e ao vivo no célebre concerto no telhado do edifício da Apple Corps, os Beatles decidiram (sem a aprovação de Paul McCartney) não continuar com a direcção e produção musical do 5º Beatle (George Martin) e convidaram Phil Spector para essa missão, o que não resultou em pleno. |
Daí que foi com bastante surpresa que George Martin recebeu o convite, por parte de Paul McCartney, para voltar a ser o director musical e produtor do novo álbum dos Beatles, "Abbey Road".
George Martin reuniu imediatamente o seu time, com os engenheiros de som, Geoff Emerick (que já trabalhara nos álbuns "Revolver", "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e "The Beatles (White Album)", Phillip McDonald e John Kurlander (que depois foi o produtor e director de som da trilogia "O Senhor Dos Anéis" e com Glyn Johns (que trabalhou nas gravações de "Let It Be"), como assistente de som, conjuntamente com Alan Parsons, que foi o engenheiro de som no clássico "The Dark Side of The Moon" da banda inglesa "Pink Floyd" e fundador do grupo de rock progressivo "Alan Parsons Project". Esse reconhecido trabalho de engenharia de som mereceu o "Grammy" para os engenheiros de som atrás referidos, tendo os Beatles utilizado pela primeira vez o sintetizador "Moog", um recurso tecnológico altamente avançado para a época. |
George Martin aceitou, mas com a condição de que a banda se comportasse "como nos bons velhos tempos", e ele seria tratado como o "produtor dos velhos tempos" também. Queria o consentimento de Lennon, que aceitou numa boa pois estavam todos ansiosos para voltar a compor e gravar. Porém algumas faixas como "Something" e "Golden Slumbers/Carry That Weight/The End" seguiram o estilo do "Álbum Branco", e foram gravadas individualmente, mas o resultado final acabou por ser este grande álbum, considerado por muitos críticos como o melhor da banda.
Quando foi gravado na época do vinil, o álbum tinha dois lados bem distintos entre si, a fim de agradar tanto a Paul McCartney como a John Lennon individualmente. O lado "A", que vai de "Come Together" a "I Want You", foi feito para agradar a Lennon e é uma colecção de faixas individuais, enquanto que o lado "B" (para agradar a McCartney) contém uma longa colectânea de curtas composições que se seguem e completam sem interrupção. A sequência de juntar músicas inacabadas criadas por McCartney e Lennon num enorme pot-pourri foi ideia de Paul, constituindo-se numa espécie de concerto sinfónico dentro do disco. |
Abbey Road" foi o primeiro álbum a ser gravado em oito canais de audio e tornou-se o álbum mais vendido dos Beatles.
No próximo dia 27 de Setembro vai ser lançada no mercado a edição especial comemorativa do seu 50º aniversário, com todas as suas faixas remixadas por Giles Martin (filho de George Martin).
Esta edição especial vai ser editada em 7 formatos:
No próximo dia 27 de Setembro vai ser lançada no mercado a edição especial comemorativa do seu 50º aniversário, com todas as suas faixas remixadas por Giles Martin (filho de George Martin).
Esta edição especial vai ser editada em 7 formatos:
- A edição "Super Deluxe" contém 3 CDs e um Blu-ray, mais um livro de 100 páginas, com detalhes sobre as diversas gravações das faixas, esboços de letras das canções escritas à mão e uma colecção de fotografias nunca publicadas
- Um duplo CD, com o 2º disco contendo demos e outtakes
- Um CD simples´só com a nova mixagem em estéreo
- Uma caixa com 3 LPs sendo 2 deles com demos e outtakes
- Um LP normal contendo sómente a nova mixagem estéreo
- Um picture LP contendo sómente a nova mixagem estéreo
- Uma "Super Deluxe" edição digital audio - 40 faixas em stream ou download em alta-resolução 96kHz/24 bit audio
Entremos agora no estúdio de gravação e no espírito com que cada uma das faixas do disco foi composta, idealizada e gravada.
O álbum foi gravado na época do vinil, assim o disco tinha dois lados bem distintos entre si, a fim de agradar tanto a Paul McCartney como a John Lennon individualmente.
Propomos que ponha o seu álbum do "ABBEY ROAD" a tocar no gira-discos ou no seu leitor de CDs e acompanhe cada uma das faixas, conforme nós as descodificamos para vocês.
O lado"A", que vai de "Come Together" a "I Want You" foi concebido para agradar a Lennon e é uma colecção de faixas individuais.
O álbum foi gravado na época do vinil, assim o disco tinha dois lados bem distintos entre si, a fim de agradar tanto a Paul McCartney como a John Lennon individualmente.
Propomos que ponha o seu álbum do "ABBEY ROAD" a tocar no gira-discos ou no seu leitor de CDs e acompanhe cada uma das faixas, conforme nós as descodificamos para vocês.
O lado"A", que vai de "Come Together" a "I Want You" foi concebido para agradar a Lennon e é uma colecção de faixas individuais.
Esta faixa de abertura do álbum é uma composição de John Lennon, que começou por ser composta como o tema "Let's Get It Together" da campanha "Come Together...Let's Join The Party" de Timothy Leary (Timothy Francis Leary, professor na conceituada Universidade de Harvard, psicólogo, neurocientista, escritor, ícone maior dos anos 1960, que ficou famoso como o proponente dos benefícios terapêuticos e espirituais do LSD, como sendo a semente do progresso humano) para governador do Estado da Califórnia vs Ronald Reagan, em 1969.
John Lennon inicia esta canção com a frase 'Here Come Old Flat-top' de Chuck Berry na composição "You Can't Catch Me" e os editores de Berry (Big Seven Music Corp.) iniciaram um processo de plágio contra Lennon, selando um acordo em 1973, na condição de John Lennon gravar três composições do catálogo da "Big Seven Music" num disco futuro, o que aconteceu, em 1975, no seu álbum "Rock 'N' Roll", com duas canções de Berry ("You Can't Catch Me" e "Sweet Little Sixteen") e "Ya Ya" de Lee Dorsey .
A faixa foi gravada em 9 dias, com John na guitarra solo e duplos vocais, quando normalmente seria em duo com Paul, mas a presença em estúdio de Yoko Ono não proporcionava essa colaboração, porque era embaraçante para John pedir a ajuda de Paul em frente de Yoko, assim como era um entrave para Paul propôr essa ajuda na música, visto que Yoko se opunha a essa colaboração mútua, porque dizia a John que este tinha que ser livre e libertar-se de Paul. Era um ambiente vulcânico no estúdio, com a presença marcante em estúdio de Yoko deitada numa marquesa, convalescendo de um acidente de carro, incentivando e controlando John Lennon.
"Come Together" já foi gravada por dezenas ou centenas de artistas (Elton John, Joe Cocker, Aerosmith, Soundgarden, Paul McCartney, Eurythmics, Artic Monkeys, Marilyn Manson, etc) desde a versão de Ike & Tina Turner, ainda em 1969, até à gravação de Godsmack, em 2017, mas o cover mais marcante, até hoje, acabou por ser a gravação de Michael Jackson, em 1988, para o seu filme "Moonwalker".
John Lennon inicia esta canção com a frase 'Here Come Old Flat-top' de Chuck Berry na composição "You Can't Catch Me" e os editores de Berry (Big Seven Music Corp.) iniciaram um processo de plágio contra Lennon, selando um acordo em 1973, na condição de John Lennon gravar três composições do catálogo da "Big Seven Music" num disco futuro, o que aconteceu, em 1975, no seu álbum "Rock 'N' Roll", com duas canções de Berry ("You Can't Catch Me" e "Sweet Little Sixteen") e "Ya Ya" de Lee Dorsey .
A faixa foi gravada em 9 dias, com John na guitarra solo e duplos vocais, quando normalmente seria em duo com Paul, mas a presença em estúdio de Yoko Ono não proporcionava essa colaboração, porque era embaraçante para John pedir a ajuda de Paul em frente de Yoko, assim como era um entrave para Paul propôr essa ajuda na música, visto que Yoko se opunha a essa colaboração mútua, porque dizia a John que este tinha que ser livre e libertar-se de Paul. Era um ambiente vulcânico no estúdio, com a presença marcante em estúdio de Yoko deitada numa marquesa, convalescendo de um acidente de carro, incentivando e controlando John Lennon.
"Come Together" já foi gravada por dezenas ou centenas de artistas (Elton John, Joe Cocker, Aerosmith, Soundgarden, Paul McCartney, Eurythmics, Artic Monkeys, Marilyn Manson, etc) desde a versão de Ike & Tina Turner, ainda em 1969, até à gravação de Godsmack, em 2017, mas o cover mais marcante, até hoje, acabou por ser a gravação de Michael Jackson, em 1988, para o seu filme "Moonwalker".
Como compositor, George Harrison viveu no tempo dos Beatles sempre na penumbra da dupla de compositores Lennon/McCartney, até ter tido a oportunidade de mostrar pela 1ª vez e convenientemente a sua arte no Álbum Branco ("The Beatles").
Para o álbum "Abbey Road", Harrison compôs "Something", uma das suas mais belas composições e a segunda música dos Beatles, mais tocada nas Rádios e com maior número de "covers", logo a seguir a "Yesterday" de Paul McCartney, tendo Frank Sinatra (que também a gravou) declarado na época ser a canção de amor mais bonita dos últimos 50 anos.
Com "Something", George Harrison saíu definitivamente da sombra da dupla Lennon/McCartney e foi altamente respeitado durante a sua carreira a solo.
George compôs esta fantástica canção inspirado na sua mulher à época (Pattie Boyd), no jardim da casa de Eric Clapton (com quem Pattie Boyd viria a casar depois).
"Something" foi gravada com a colaboração de Billy Preston no órgão, por convite de George, e musicalmente George Harrison apropriou-se do título "Something In The Way She Moves", uma das faixas do 1º álbum de James Taylor, gravado e editado pela "Apple" (gravadora e editora pertencente aos Beatles) e que tinha sido descoberto e convidado a gravar na "Apple" pelo próprio George Harrison.
James Taylor em vez de pôr um processo contra George Harrison por essa apropriação, como o fez Chuck Berry e a sua editora contra John Lennon no caso de "Come Together", declarou que era uma honra para ele (James Taylor) saber que uma composição sua tinha servido de base de inspiração musical para uma canção dos Beatles.
Para o álbum "Abbey Road", Harrison compôs "Something", uma das suas mais belas composições e a segunda música dos Beatles, mais tocada nas Rádios e com maior número de "covers", logo a seguir a "Yesterday" de Paul McCartney, tendo Frank Sinatra (que também a gravou) declarado na época ser a canção de amor mais bonita dos últimos 50 anos.
Com "Something", George Harrison saíu definitivamente da sombra da dupla Lennon/McCartney e foi altamente respeitado durante a sua carreira a solo.
George compôs esta fantástica canção inspirado na sua mulher à época (Pattie Boyd), no jardim da casa de Eric Clapton (com quem Pattie Boyd viria a casar depois).
"Something" foi gravada com a colaboração de Billy Preston no órgão, por convite de George, e musicalmente George Harrison apropriou-se do título "Something In The Way She Moves", uma das faixas do 1º álbum de James Taylor, gravado e editado pela "Apple" (gravadora e editora pertencente aos Beatles) e que tinha sido descoberto e convidado a gravar na "Apple" pelo próprio George Harrison.
James Taylor em vez de pôr um processo contra George Harrison por essa apropriação, como o fez Chuck Berry e a sua editora contra John Lennon no caso de "Come Together", declarou que era uma honra para ele (James Taylor) saber que uma composição sua tinha servido de base de inspiração musical para uma canção dos Beatles.
Paul McCartney compôs esta música durante o tempo em que os Beatles estiveram no retiro espiritual em Rishikesh, na Índia, só que de espiritual pouco tem e mais parece uma inspiração no absurdo psicadélico de Lewis Carroll em "Alice No País Das Maravilhas" ou uma tentativa de réplica aos livros de contra-senso que John Lennon tinha escrito ("A Spaniard In The Works" e "In His Own Write") pelo absurdo macabro da letra da canção.
Paul não tinha a composição pronta para o "Álbum Branco", nem para a incluir no L.P. dos "Bonzo Dog Doo-Dah Band", que continha o sucesso "I'M The Urban Spaceman", co-produzido pelo próprio Paul McCartney e que atingiu o 5º lugar do hit-parade britânico.
Como nós já referimos, a gravação desta faixa criou imenso mal-estar entre o grupo e Paul, pois este fez com que se gravassem 16 "takes" até que ele considerasse satisfatório o trabalho do grupo, o que os outros três acharam um abuso para aquilo que consideravam ser a qualidade da composição.
Foi mais um "bang bang" (como cantam na canção) na relação dos Fab 4.
Paul não tinha a composição pronta para o "Álbum Branco", nem para a incluir no L.P. dos "Bonzo Dog Doo-Dah Band", que continha o sucesso "I'M The Urban Spaceman", co-produzido pelo próprio Paul McCartney e que atingiu o 5º lugar do hit-parade britânico.
Como nós já referimos, a gravação desta faixa criou imenso mal-estar entre o grupo e Paul, pois este fez com que se gravassem 16 "takes" até que ele considerasse satisfatório o trabalho do grupo, o que os outros três acharam um abuso para aquilo que consideravam ser a qualidade da composição.
Foi mais um "bang bang" (como cantam na canção) na relação dos Fab 4.
Paul McCartney compôs esta canção com a intenção de homenagear os rockers dos anos 50, especialmente um dos seus ídolos, Little Richard, que já homenageara ao cantar "Long Tall Sally" no E.P. dos Beatles com esse mesmo título.
"Oh! Darling" é uma composição que mistura o rock puro dos anos 50 com Rhythm & Blues, numa primeira mostra neste álbum do retorno dos Beatles às suas origens de Rock e R&B e à alegria de voltar a tocar sem grandes sofisticações técnicas.
Paul McCartney quis ser tão perfeccionista, como sempre, que durante quase uma semana foi para o estúdio gravar sózinho a sua voz nas partes mais fortes da canção às 3 da manhã, para que a sua voz não estivesse muito suave e soasse mais como uma voz forte, mas rouca e cansada após uma actuação ao vivo, para além de, conforme confessou, que estando sòzinho estaria mais à vontade para gritar essas partes da canção sem os comentários mordazes dos outros três, especialmente de John que achava que tinha melhor voz para esse tipo de música.
Paul McCartney nunca cantou esta canção ao vivo, para não arranhar a sua voz para o resto da sua actuação.
O "cover" mais conhecido desta música é de Robin Gibb (dos Bee Gees) que a gravou para o filme-tributo aos Beatles - "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
"Oh! Darling" é uma composição que mistura o rock puro dos anos 50 com Rhythm & Blues, numa primeira mostra neste álbum do retorno dos Beatles às suas origens de Rock e R&B e à alegria de voltar a tocar sem grandes sofisticações técnicas.
Paul McCartney quis ser tão perfeccionista, como sempre, que durante quase uma semana foi para o estúdio gravar sózinho a sua voz nas partes mais fortes da canção às 3 da manhã, para que a sua voz não estivesse muito suave e soasse mais como uma voz forte, mas rouca e cansada após uma actuação ao vivo, para além de, conforme confessou, que estando sòzinho estaria mais à vontade para gritar essas partes da canção sem os comentários mordazes dos outros três, especialmente de John que achava que tinha melhor voz para esse tipo de música.
Paul McCartney nunca cantou esta canção ao vivo, para não arranhar a sua voz para o resto da sua actuação.
O "cover" mais conhecido desta música é de Robin Gibb (dos Bee Gees) que a gravou para o filme-tributo aos Beatles - "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
Esta é segunda composição de Ringo Starr para os Beatles e foi escrita na Sardenha, para onde tinha ido passar quinze dias de férias com a família, após ter abandonado temporàriamente as sessões de gravação do "Álbum Branco", desencantado com as crescentes tensões dentro do grupo e porque passava a maior parte do tempo em estúdio sem tocar qualquer instrumento, porque as composições de Lennon e McCartney eram elaboradas musicalmente sem acompanhamento de bateria ou percursão ao longo de toda a música e tão sòmente em certos trechos de certas músicas.
Ringo e família passaram as férias a bordo do iate do grande actor e comediante Peter Sellers, com quem viria a contracenar no filme de 1969, "The Magic Christian", uma comédia de humor negro sobre a luxúria do dinheiro.
Assistam ao filme em https://www.youtube.com/watch?v=FE2zTnOJ94I
Ringo Starr e os outros Beatles eram amigos de Peter Sellers, desde que assinaram com a editora Parlophone e conheceram o produtor George Martin, tão importante para o seu sucesso que viria a ser cognominado o 5º Beatle. George Martin era produtor de discos de musicais e de comédia, sendo Peter Sellers a sua estrela principal e que, em 1965, gravou um E.P. (disco de 45rpm com 4 músicas) com "covers" cómicos de 4 êxitos dos Beatles.
Ringo e família passaram as férias a bordo do iate do grande actor e comediante Peter Sellers, com quem viria a contracenar no filme de 1969, "The Magic Christian", uma comédia de humor negro sobre a luxúria do dinheiro.
Assistam ao filme em https://www.youtube.com/watch?v=FE2zTnOJ94I
Ringo Starr e os outros Beatles eram amigos de Peter Sellers, desde que assinaram com a editora Parlophone e conheceram o produtor George Martin, tão importante para o seu sucesso que viria a ser cognominado o 5º Beatle. George Martin era produtor de discos de musicais e de comédia, sendo Peter Sellers a sua estrela principal e que, em 1965, gravou um E.P. (disco de 45rpm com 4 músicas) com "covers" cómicos de 4 êxitos dos Beatles.
Aproveitando estas férias no iate, Ringo Starr praticou mergulho nas águas do Mediterrâneo e num desses mergulhos encontrou uma gruta de um polvo e nessa noite foi jantar lulas grelhadas e comentou com o empregado do restaurante que tinha visto a gruta do rei do cefalópodes e este comentou com ele que os polvos fazem, à volta da sua gruta, um jardim para onde levam todas as coisas brilhantes que encontram no leito do mar. Numa mistura do excelente vinho, que estava a tomar, com alegria dos momentos que estava a passar, Ringo começou a compôr, numa visão alegre e psicadélica, a estória do "Jardim do Polvo" ("Octopus' Garden") que, tal como acontecera com "Yellow Submarine", tornou-se um tema para espectáculos infantis e foi lema também para a série dos "Marretas" ("Muppet Show"), onde até aparece a Miss Piggy a fazer de sereia.
Esta canção de John Lennon fecha o Lado "A" do disco "Abbey Road" e foi a primeira a ser gravada para este álbum, mas foi uma das últimas a ser terminada, sendo a 2ª canção mais longa dos Beatles (7'47") só ultrapassada por "Revolution Nº9" e em que Lennon volta a construir uma canção com tão poucas (14) palavras desde "Love Me Do", em 1963.
É um grito de amor, quando John estava completamente obcecado por Yoko Ono e canta insistentemente e desesperadamente que a quer tanto, que está a ficar louco ("I Want You, I Want You So Bad, It's Driving Mad") e resignadamente admite "She's So Heavy" (ela é muito intensa) e vai aumentando a intensidade da canção levando-a para um "heavy metal" que dura 3 minutos de disputa solo de guitarras do próprio John e de George Harrison, e que após 15 repetições da frase "I Want You..." termina a canção abruptamente como que conformado.
É um grito de amor, quando John estava completamente obcecado por Yoko Ono e canta insistentemente e desesperadamente que a quer tanto, que está a ficar louco ("I Want You, I Want You So Bad, It's Driving Mad") e resignadamente admite "She's So Heavy" (ela é muito intensa) e vai aumentando a intensidade da canção levando-a para um "heavy metal" que dura 3 minutos de disputa solo de guitarras do próprio John e de George Harrison, e que após 15 repetições da frase "I Want You..." termina a canção abruptamente como que conformado.
O lado "B" do álbum "Abbey Road" inicia-se com esta maravilhosa composição de George Harrison, comprovando o excelente compositor que era.
George compôs esta canção em Abril de 1969, no jardim da casa de Eric Clapton, aonde se refugiara para evitar mais uma das tensas reuniões de discussões legais e financeiras da "Apple Corps", de que os 4 Beatles eram proprietários e que mostrava evidentes sinais de descontrolo gerencial.
Foi nesse espírito de tranquilidade e no mês de mais Sol em Londres que em todos os outros meses dos anos 60 e com uma guitarra acústica emprestada por Eric Clapton, que George Harrison exprime o alívio das tensões entre os Beatles e mostra um forte optimismo em relação ao futuro.
"Here Comes The Sun" nunca atingiu os lugares cimeiros das grandes paradas de êxitos, mas o cientista e astrónomo Carl Sagan tentou que esta canção fosse incluída num disco musical que seria incluído na missão espacial "Voyager" como uma amostra representativa da raça humana. Só que quando recebeu autorização dos direitos autorais, já a missão tinha sido lançada para o espaço.
"Here Comes The Sun" tem sido apresentada por vários estudiosos como estando ao mesmo nível de "Imagine" de John Lennon e "Let It Be" de Paul McCartney, como um hino de esperança e atingiu os lugares cimeiros dos hit-parades em interpretações de Richie Havens (16º nos Estados Unidos, em 1971) e Steve Harley & The Cockney Rebel (10º lugar no Reino Unido, em 1976), para além de dezenas de outros grandes artistas que a gravaram, como Nina Simone, Peter Tosh, Booker T & The MGs, etc.
George Harrison cantou-a ao vivo em vários concertos e no programa televisivo "Saturday Night Live", num dueto com Paul Simon (outro grande compositor, que George Harrison interpreta também em dueto, nesse raro momento, que vos propomos).
George compôs esta canção em Abril de 1969, no jardim da casa de Eric Clapton, aonde se refugiara para evitar mais uma das tensas reuniões de discussões legais e financeiras da "Apple Corps", de que os 4 Beatles eram proprietários e que mostrava evidentes sinais de descontrolo gerencial.
Foi nesse espírito de tranquilidade e no mês de mais Sol em Londres que em todos os outros meses dos anos 60 e com uma guitarra acústica emprestada por Eric Clapton, que George Harrison exprime o alívio das tensões entre os Beatles e mostra um forte optimismo em relação ao futuro.
"Here Comes The Sun" nunca atingiu os lugares cimeiros das grandes paradas de êxitos, mas o cientista e astrónomo Carl Sagan tentou que esta canção fosse incluída num disco musical que seria incluído na missão espacial "Voyager" como uma amostra representativa da raça humana. Só que quando recebeu autorização dos direitos autorais, já a missão tinha sido lançada para o espaço.
"Here Comes The Sun" tem sido apresentada por vários estudiosos como estando ao mesmo nível de "Imagine" de John Lennon e "Let It Be" de Paul McCartney, como um hino de esperança e atingiu os lugares cimeiros dos hit-parades em interpretações de Richie Havens (16º nos Estados Unidos, em 1971) e Steve Harley & The Cockney Rebel (10º lugar no Reino Unido, em 1976), para além de dezenas de outros grandes artistas que a gravaram, como Nina Simone, Peter Tosh, Booker T & The MGs, etc.
George Harrison cantou-a ao vivo em vários concertos e no programa televisivo "Saturday Night Live", num dueto com Paul Simon (outro grande compositor, que George Harrison interpreta também em dueto, nesse raro momento, que vos propomos).
Yoko Ono que era uma pianista clássica, que depois enveredara pelo estilo "avant-garde", numa certa noite, em 1969, começou a tocar no piano "Moonlight Sonata" de Beethoven e John Lennon ouviu-a atentamente e pediu-lhe que a tocasse de novo, mas de trás para a frente.
John apercebeu-se logo que mesmo tocando ao inverso, a composição de Beethoven continuava a ser bastante melódica e inspirou-se nessa nova melodia para compôr "Because" e baseado no facto que quinze dias antes 2 astronautas (Neil Armstrong e Buzz Aldrin) terem pousado na Lua e na viagem de regresso terem tirado a famosa foto que mostrava a Terra como um planeta azul, começou a escrever a letra dessa canção "Because The World Is Round", ("Porque O Mundo É Redondo") com o coro a cantar "It Turns Me On" ("Isso Me Transforma"), fazendo igualmente alusão ao percurso dos Beatles, que com "Abbey Road" estavam a voltar às origens com canções menos elaboradas. Igualmente baseou-se no livro de poesia de Yoko Ono, "Earth Piece", de forte influência na admiração que ela tinha pelo vento e pelo céu, para escrever o resto desta composição cheia de amor, mencionando indirectamente o tempo maravilhoso vivido com os Beatles até então e o amor que vivia agora com a Yoko, "Love Is Old, Love Is New" (O Amor É Antigo, O Amor É Novo"), com o coro a cantar com dupla interpretação da letra "Love Is All, Love Is You" ("O Amor É Tudo, O Amor São Vocês...ou "O Amor És Tu").
Propomos a audição desta fantástica melodia, como foi interpretada no filme "Across The Universe".
John apercebeu-se logo que mesmo tocando ao inverso, a composição de Beethoven continuava a ser bastante melódica e inspirou-se nessa nova melodia para compôr "Because" e baseado no facto que quinze dias antes 2 astronautas (Neil Armstrong e Buzz Aldrin) terem pousado na Lua e na viagem de regresso terem tirado a famosa foto que mostrava a Terra como um planeta azul, começou a escrever a letra dessa canção "Because The World Is Round", ("Porque O Mundo É Redondo") com o coro a cantar "It Turns Me On" ("Isso Me Transforma"), fazendo igualmente alusão ao percurso dos Beatles, que com "Abbey Road" estavam a voltar às origens com canções menos elaboradas. Igualmente baseou-se no livro de poesia de Yoko Ono, "Earth Piece", de forte influência na admiração que ela tinha pelo vento e pelo céu, para escrever o resto desta composição cheia de amor, mencionando indirectamente o tempo maravilhoso vivido com os Beatles até então e o amor que vivia agora com a Yoko, "Love Is Old, Love Is New" (O Amor É Antigo, O Amor É Novo"), com o coro a cantar com dupla interpretação da letra "Love Is All, Love Is You" ("O Amor É Tudo, O Amor São Vocês...ou "O Amor És Tu").
Propomos a audição desta fantástica melodia, como foi interpretada no filme "Across The Universe".
Esta composição de Paul McCartney foi propositadamente escrita para reflectir o estado de espírito do grupo em termos de relações pessoais entre eles em 1969, mas essencialmente para documentar as dificuldades nas discussões financeiras entre eles, causadas pelo facto que a gestão dos seus negócios tinha causado uma profunda cratera no grupo.
John e George tinham escolhido Alan Klein para gestor dos Beatles. Alan Klein era um empresário, promotor e produtor de discos, que já andava a tentar fazer negócios com os Beatles desde 1964, quando ofereceu 2 milhões de dólares a Brian Espstein (o gestor dos Beatles, que os lançou para o estrelato) para que eles deixassem a editora "Parlophone" e assinassem pela editora americana "RCA".
Paul McCartney queria que o gestor dos Beatles fosse o então seu sogro (pai de Linda), Lee Eastman, um advogado americano ligado ao mundo do espectáculo e coleccionador de arte.
Ringo, que não se envolvia muito nessas discussões optou também por Alan Klein, por temer que as relações familiares com Lee Eastman influenciassem Paul.
O futuro mostrou-nos que a escolha de Alan Klein foi desastrosa, quer no plano financeiro, quer ao nível musical-profissional e Klein chegou a estar 2 anos na cadeia, por enriquecer através de diversas falcatruas com os seus clientes, inclusivé com os Rolling Stones, que o acusaram de usurpar 1,25 milhões de dólares, quando em 1965 este assinou um contrato de gravação com a "Decca Records" e ter depositado esse valor numa outra empresa sua, com um contrato em que o não obrigava a devolver esse dinheiro num prazo de 20 anos.
"You Never Give Me Your Money", foi a primeira composição deste célebre e longo "medley", que supostamente encerra o álbum "Abbey Road", e que é um lamento de Paul no que respeita às disputas de negócios entre os 4 Beatles, a que na canção chama de "funny paper" ("papel engraçado"), porque supostamente os 4 eram donos de várias empresas, grandes casas, bons carros, óptimos escritórios, mas quase não viam dinheiro vivo.
A segunda parte da canção, num ritmo tipo boogie-woogie, relembra tristemente os bons velhos tempos em que o grupo ansiava estar no topo das paradas, depois de terem saído do liceu sem dinheiro e com poucas perspectivas de emprego. Paul descreve com nostagia esse sentimento mágico de união em : "that magic feeling: nowhere to go" ("esse sentimento mágico: ir para lugar nenhum").
Vejamos e ouçamos Paul McCartney no seu lamento crítico, que anos mais tarde foi elogiado por John Lennon, quando se deu conta da realidade com Alan Klein.
John e George tinham escolhido Alan Klein para gestor dos Beatles. Alan Klein era um empresário, promotor e produtor de discos, que já andava a tentar fazer negócios com os Beatles desde 1964, quando ofereceu 2 milhões de dólares a Brian Espstein (o gestor dos Beatles, que os lançou para o estrelato) para que eles deixassem a editora "Parlophone" e assinassem pela editora americana "RCA".
Paul McCartney queria que o gestor dos Beatles fosse o então seu sogro (pai de Linda), Lee Eastman, um advogado americano ligado ao mundo do espectáculo e coleccionador de arte.
Ringo, que não se envolvia muito nessas discussões optou também por Alan Klein, por temer que as relações familiares com Lee Eastman influenciassem Paul.
O futuro mostrou-nos que a escolha de Alan Klein foi desastrosa, quer no plano financeiro, quer ao nível musical-profissional e Klein chegou a estar 2 anos na cadeia, por enriquecer através de diversas falcatruas com os seus clientes, inclusivé com os Rolling Stones, que o acusaram de usurpar 1,25 milhões de dólares, quando em 1965 este assinou um contrato de gravação com a "Decca Records" e ter depositado esse valor numa outra empresa sua, com um contrato em que o não obrigava a devolver esse dinheiro num prazo de 20 anos.
"You Never Give Me Your Money", foi a primeira composição deste célebre e longo "medley", que supostamente encerra o álbum "Abbey Road", e que é um lamento de Paul no que respeita às disputas de negócios entre os 4 Beatles, a que na canção chama de "funny paper" ("papel engraçado"), porque supostamente os 4 eram donos de várias empresas, grandes casas, bons carros, óptimos escritórios, mas quase não viam dinheiro vivo.
A segunda parte da canção, num ritmo tipo boogie-woogie, relembra tristemente os bons velhos tempos em que o grupo ansiava estar no topo das paradas, depois de terem saído do liceu sem dinheiro e com poucas perspectivas de emprego. Paul descreve com nostagia esse sentimento mágico de união em : "that magic feeling: nowhere to go" ("esse sentimento mágico: ir para lugar nenhum").
Vejamos e ouçamos Paul McCartney no seu lamento crítico, que anos mais tarde foi elogiado por John Lennon, quando se deu conta da realidade com Alan Klein.
Esta segunda canção do "medley" foi composta como uma elegia ao Sol e vinha do facto de John Lennon ter estado a filmar "How I Won The War" em Almeria, no sul de Espanha, durante lindos dias de Sol.
A composição nasceu de uma experiência musical, baseada nos solos de guitarra com "reverb" da música instrumental "Albatross" dos "Fleetwood Mac", que chegara aos top 10 de vários países e atingira o topo no Reino Unido, em Novembro de 1968.
Nas últimas estrofes da canção John começa a usar uma mescla de palavras em espanhol, italiano e português, porque o sul da Europa era e ainda é significado de Sol, praia e férias. John tinha passado várias semanas no sul de Espanha, em Almeria, onde se fizeram as filmagens do filme de humor negro britânico "How I Won The War" em que era um dos actores principais e Paul que passava com alguma frequência férias no Algarve e aprendeu algumas palavras em português, tendo até composto uma música chamada "Penina".
Essa mescla de palavras tem dado origem a imensas discussões e interpretações e serviu de tese de doutoramento em "The Music Of The Beatles" na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, deste vosso colaborador da "Onda Pop", que defendeu o significado das frases que a maioria dos estudiosos diz ser uma mescla de palavras sem sentido ditas por John:
Se a canção é dedicada ao "Sun King" ("Rei Sol"), se na estrofe anterior afirmam que "toda a gente está a rir, toda a gente está feliz, aí vem o Rei Sol" ("everybody is laughing, everybody is happy, here comes the Sun King") e se utilizam palavras de línguas do sul da Europa mais privilegiada pelo Sol, faz sentido que tentasse John cantar algumas frases mal construídas, mas com significado e com a ajuda de Paul, tentaram dizer:
"Quando para muitos, meu amor, faz corações felizes,
um mundo de "paparazzi" e de miúdas jovens à volta do guarda-sol
aquele obrigado para os muitos canitos em carrossel",
referindo-se, em jeito de lamento rebelde, que para muitos o Sol era felicidade, mas para ele (John), que agradece, era um mundo de jovens fãs e de fotógrafos à volta dele como se fossem cachorrinhos em carrossel" .
A composição nasceu de uma experiência musical, baseada nos solos de guitarra com "reverb" da música instrumental "Albatross" dos "Fleetwood Mac", que chegara aos top 10 de vários países e atingira o topo no Reino Unido, em Novembro de 1968.
Nas últimas estrofes da canção John começa a usar uma mescla de palavras em espanhol, italiano e português, porque o sul da Europa era e ainda é significado de Sol, praia e férias. John tinha passado várias semanas no sul de Espanha, em Almeria, onde se fizeram as filmagens do filme de humor negro britânico "How I Won The War" em que era um dos actores principais e Paul que passava com alguma frequência férias no Algarve e aprendeu algumas palavras em português, tendo até composto uma música chamada "Penina".
Essa mescla de palavras tem dado origem a imensas discussões e interpretações e serviu de tese de doutoramento em "The Music Of The Beatles" na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, deste vosso colaborador da "Onda Pop", que defendeu o significado das frases que a maioria dos estudiosos diz ser uma mescla de palavras sem sentido ditas por John:
Se a canção é dedicada ao "Sun King" ("Rei Sol"), se na estrofe anterior afirmam que "toda a gente está a rir, toda a gente está feliz, aí vem o Rei Sol" ("everybody is laughing, everybody is happy, here comes the Sun King") e se utilizam palavras de línguas do sul da Europa mais privilegiada pelo Sol, faz sentido que tentasse John cantar algumas frases mal construídas, mas com significado e com a ajuda de Paul, tentaram dizer:
"Quando para muitos, meu amor, faz corações felizes,
um mundo de "paparazzi" e de miúdas jovens à volta do guarda-sol
aquele obrigado para os muitos canitos em carrossel",
referindo-se, em jeito de lamento rebelde, que para muitos o Sol era felicidade, mas para ele (John), que agradece, era um mundo de jovens fãs e de fotógrafos à volta dele como se fossem cachorrinhos em carrossel" .
"Mean Mr. Mustard" é uma canção que John Lennon compôs na Índia, em Rishikesh, numa noite onde leu no jornal "Daily Mirror" uma notícia sobre um tal John Alexander Mustard, um avarento escocês de 65 anos, cuja mulher pedira o divórcio, porque o tal Mustard escondia o seu dinheiro, sempre que podia, para impedir que a família o "obrigasse" a gastá-lo.
Na letra original John Lennon nomeou a irmã de Mr.Mustard de Shirley, mas quando a foi gravar para o álbum "Abbey Road" e dentro do conceito de "medley", renomeou-a de Pam, para fazer alguma ligação com a composição seguinte: "Polythene Pam".
Vejam um extrato do filme "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", com o tema "Mean Mr. Mustard" como fundo.
Na letra original John Lennon nomeou a irmã de Mr.Mustard de Shirley, mas quando a foi gravar para o álbum "Abbey Road" e dentro do conceito de "medley", renomeou-a de Pam, para fazer alguma ligação com a composição seguinte: "Polythene Pam".
Vejam um extrato do filme "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", com o tema "Mean Mr. Mustard" como fundo.
Esta composição de John Lennon foi inspirada por dois eventos que presenciou.
Um certo dia foi convidado por um escritor/poeta inglês da "Beat Generation", na mesma linha de Allen Ginsberg, para ir a casa dele. John foi acompanhado por uma amiga e quando chegou a casa do poeta, este estava acompanhado com outra rapariga, a qual ele tentava que John se interessasse sexualmente por ela. Assim ela apareceu a dançar vestida ùnicamente com um saco transparente de polythene (polietileno, um dos plásticos mais usados no fabrico de sacos), para inspirar o tal poeta a fazer poemas eróticos.
Quando John se lembrou deste evento, recordou-se de outra situação também com polythene durante os primórdios dos Beatles, quando estes actuavam na Cavern.
Entre as seguidoras e espectadoras assíduas havia uma moça chamada Pat Dawson, que comia qualquer coisa feita do tal polietileno, o que ela ainda hoje confirma, reforçando que quando era Inverno, ela assava-o e depois comia-o frio. Maluquices ou esquisitices à parte, John eternizou-a intitulando a sua composição de "Polythene Pam", a qual podemos ouvir numa interpretação de Roy Wood (compositor e músico co-fundador dos grupos "The Move", "The Electric Light Orchestra" e "Wizard", nos anos 60 e 70), durante o filme documentário "All This And The World War II".
Um certo dia foi convidado por um escritor/poeta inglês da "Beat Generation", na mesma linha de Allen Ginsberg, para ir a casa dele. John foi acompanhado por uma amiga e quando chegou a casa do poeta, este estava acompanhado com outra rapariga, a qual ele tentava que John se interessasse sexualmente por ela. Assim ela apareceu a dançar vestida ùnicamente com um saco transparente de polythene (polietileno, um dos plásticos mais usados no fabrico de sacos), para inspirar o tal poeta a fazer poemas eróticos.
Quando John se lembrou deste evento, recordou-se de outra situação também com polythene durante os primórdios dos Beatles, quando estes actuavam na Cavern.
Entre as seguidoras e espectadoras assíduas havia uma moça chamada Pat Dawson, que comia qualquer coisa feita do tal polietileno, o que ela ainda hoje confirma, reforçando que quando era Inverno, ela assava-o e depois comia-o frio. Maluquices ou esquisitices à parte, John eternizou-a intitulando a sua composição de "Polythene Pam", a qual podemos ouvir numa interpretação de Roy Wood (compositor e músico co-fundador dos grupos "The Move", "The Electric Light Orchestra" e "Wizard", nos anos 60 e 70), durante o filme documentário "All This And The World War II".
"She Came In Through The Bathroom Window" é mais uma composição dos Beatles, que nos relata um evento.
Desta vez é Paul McCartney que nos canta o feito praticado pelos "Apple Scruffs" ("Os Desalinhados da Apple"), que eram um grupo relativamente unido de fãs radicais dos Beatles, conhecidos por se reunir do lado de fora do prédio da "Apple Corps" e nos portões dos Abbey Road Studios, em Londres, durante os últimos dias da Beatlemania, na esperança de ver ou interagir com qualquer um dos membros da banda.
O nome foi alcunhado por George Harrison, que também gravou uma música como uma homenagem aos "Scruffs" no seu álbum triplo de 1970, "All Things Must Pass", intitulada precisamente "Apple Scruffs".
A música dos Beatles "She Came In Through The Bathroom Window" refere-se ao dia em que alguns desses fãs radicais dos Beatles entraram na casa de Paul McCartney (na Cavendish Avenue, em Londres) através de uma janela do banheiro no andar de cima, depois de pegarem numa escada, que ele tinha na propriedade. Aí a "desalinhada" Diane Ashley entrou pela janela e abriu a porta aos outros, que abriram o guarda-roupa do Paul e tiraram calças e camisas, que levaram vestidas. Eles também roubaram uma fotografia de família, emoldurada, que Diane depois devolveu após apelos de Paul McCartney.
Em 1970, esta canção alcançou o 30º lugar da "Billboard", nos Estados Unidos, interpretada por Joe Cocker.
Desta vez é Paul McCartney que nos canta o feito praticado pelos "Apple Scruffs" ("Os Desalinhados da Apple"), que eram um grupo relativamente unido de fãs radicais dos Beatles, conhecidos por se reunir do lado de fora do prédio da "Apple Corps" e nos portões dos Abbey Road Studios, em Londres, durante os últimos dias da Beatlemania, na esperança de ver ou interagir com qualquer um dos membros da banda.
O nome foi alcunhado por George Harrison, que também gravou uma música como uma homenagem aos "Scruffs" no seu álbum triplo de 1970, "All Things Must Pass", intitulada precisamente "Apple Scruffs".
A música dos Beatles "She Came In Through The Bathroom Window" refere-se ao dia em que alguns desses fãs radicais dos Beatles entraram na casa de Paul McCartney (na Cavendish Avenue, em Londres) através de uma janela do banheiro no andar de cima, depois de pegarem numa escada, que ele tinha na propriedade. Aí a "desalinhada" Diane Ashley entrou pela janela e abriu a porta aos outros, que abriram o guarda-roupa do Paul e tiraram calças e camisas, que levaram vestidas. Eles também roubaram uma fotografia de família, emoldurada, que Diane depois devolveu após apelos de Paul McCartney.
Em 1970, esta canção alcançou o 30º lugar da "Billboard", nos Estados Unidos, interpretada por Joe Cocker.
Paul McCartney foi visitar o pai em Liverpool e pôs-se a tocar piano, e a sua meia-irmã Ruth tinha deixado um livro de partituras no suporte de pautas do piano. Paul começou a folhear e reparou numa canção para adormecer do poeta e dramaturgo Elizabetiano, Thomas Dekker (1570-1632), intitulada "Cradle Song", da comédia "Patient Grissel".
A música que ilustrava o referido poema era da autoria de WJ Henderson, composta em 1885.
Paul gostou do poema, mas como não sabia ler pautas musicais, criou a sua própria composição ao piano, para ilustrar musicalmente o poema de Thomas Dekker, do qual aproveitou a primeira estrofe do poema original e, com pequenas alterações de palavras, criou a canção "Golden Slumbers", como podem ver em itálico as ligeiras diferenças poéticas, já que musicalmente é totalmente diferente da composição de 1885.
A música que ilustrava o referido poema era da autoria de WJ Henderson, composta em 1885.
Paul gostou do poema, mas como não sabia ler pautas musicais, criou a sua própria composição ao piano, para ilustrar musicalmente o poema de Thomas Dekker, do qual aproveitou a primeira estrofe do poema original e, com pequenas alterações de palavras, criou a canção "Golden Slumbers", como podem ver em itálico as ligeiras diferenças poéticas, já que musicalmente é totalmente diferente da composição de 1885.
Golden slumbers kiss your eyes,
Smiles awake you when you rise; Sleep, pretty wantons, do not cry, And I will sing a lullaby, Rock them, rock them, lullaby. Care is heavy, therefore sleep you, You are care, and care must keep you; Sleep, pretty wantons, do not cry, And I will sing a lullaby, Rock them, rock them, lullaby. |
Once there was a way
To get back homeward Once there was a way To get back home Sleep, pretty darling Do not cry And I will sing a lullaby Golden slumbers Fill your eyes Smiles await you when you rise Sleep pretty darling Do not cry And I will sing a lullaby |
"Golden Slumbers" nunca atingiu os lugares cimeiros das paradas de êxitos mais importantes, mas foi interpretada por grandes artistas, como a diva da música brasileira, Elis Regina.
"Carry That Weight" ("Carreguem Esse Fardo") é uma composição de Paul McCartney, em que também ele critica os problemas que os Beatles estavam a ter, tanto na atmosfera de relacionamento dentro do grupo, como quanto às dificuldades nos seus negócios na "Apple".
É precisamente Paul que confirma esta razão de inspiração na letra desta sua canção quando, na entrevista com Barry Miles, para o livro deste sobre a vida deste Beatle, ele afirma:
"Eu geralmente sou bastante optimista, mas em certos momentos as coisas atingem-me tanto, que simplesmente não consigo mais ser optimista e essa foi uma das vezes. Estávamos usando tanto ácido e tomando tantas drogas e toda essa merda do Alan Klein que estava a acontecer, com a situação a ficar cada vez mais louca e mais louca. "Carry that weight a long time" ("Carregue esse fardo por um longo tempo"): como se fosse para sempre! Foi isso que eu quis dizer nesta canção."
No filme "Imagine: John Lennon", Lennon confirma que "McCartney estava cantando sobre todos nós na música "Carry That Weight"".
Invulgarmente, a música apresentava vocais de todos os quatro Beatles - apropriadamente, já que o refrão antecipava a sombra que o grupo lançaria nos seus subsequentes trabalhos a solo..
Era como se Paul McCartney soubesse, se não também todos os outros, que nada do que fizessem a seguir como artistas individuais corresponderia à inventividade e ao significado inovador do seu trabalho como grupo e assim eles carregariam para sempre o fardo do seu passado de Beatles.
"Carry That Weight" também não teve uma carreira de sucesso em hit-parades, mas foi interpretada por artistas de renome, além de recentemente fazer parte da banda sonora do filme de comédia romântica de 2019, "Yesterday", estreado por Himesh Patel, que interpreta o papel de um músico e compositor falhado, mas que devido a um acidente se torna um cantor/compositor de sucesso mundial, porque o mundo, de um dia para o outro, esqueceu-se totalmente da existência dos Beatles e ele passou a ser a única pessoa que se lembra do catálogo musical dos 4 de Liverpool. Assim começa a cantá-las, assumindo a composição das mesmas. Mas a que custo? Vejam o filme e aproveitem para ouvir a interpretação de "Carry That Weight" no filme, por Himesh Patel.
É precisamente Paul que confirma esta razão de inspiração na letra desta sua canção quando, na entrevista com Barry Miles, para o livro deste sobre a vida deste Beatle, ele afirma:
"Eu geralmente sou bastante optimista, mas em certos momentos as coisas atingem-me tanto, que simplesmente não consigo mais ser optimista e essa foi uma das vezes. Estávamos usando tanto ácido e tomando tantas drogas e toda essa merda do Alan Klein que estava a acontecer, com a situação a ficar cada vez mais louca e mais louca. "Carry that weight a long time" ("Carregue esse fardo por um longo tempo"): como se fosse para sempre! Foi isso que eu quis dizer nesta canção."
No filme "Imagine: John Lennon", Lennon confirma que "McCartney estava cantando sobre todos nós na música "Carry That Weight"".
Invulgarmente, a música apresentava vocais de todos os quatro Beatles - apropriadamente, já que o refrão antecipava a sombra que o grupo lançaria nos seus subsequentes trabalhos a solo..
Era como se Paul McCartney soubesse, se não também todos os outros, que nada do que fizessem a seguir como artistas individuais corresponderia à inventividade e ao significado inovador do seu trabalho como grupo e assim eles carregariam para sempre o fardo do seu passado de Beatles.
"Carry That Weight" também não teve uma carreira de sucesso em hit-parades, mas foi interpretada por artistas de renome, além de recentemente fazer parte da banda sonora do filme de comédia romântica de 2019, "Yesterday", estreado por Himesh Patel, que interpreta o papel de um músico e compositor falhado, mas que devido a um acidente se torna um cantor/compositor de sucesso mundial, porque o mundo, de um dia para o outro, esqueceu-se totalmente da existência dos Beatles e ele passou a ser a única pessoa que se lembra do catálogo musical dos 4 de Liverpool. Assim começa a cantá-las, assumindo a composição das mesmas. Mas a que custo? Vejam o filme e aproveitem para ouvir a interpretação de "Carry That Weight" no filme, por Himesh Patel.
Esta é a faixa que fecha a sequência do longo "medley" e também, supostamente, o álbum "Abbey Road"... e é um fecho com chave de ouro.
É uma composição de Paul McCartney num estilo positivista de Rock 'N' Roll, em que se nota que os maus relacionamentos e ressentimentos, desta vez, ficaram fora do estúdio e ninguém como Paul para escrever este grande final do álbum e a última música em que gravaram os 4, actuando em conjunto.
Quando dizemos ninguém melhor que Paul McCartney para compôr o epílogo, baseia-se no facto, que à época ele era o único que ainda acreditava nos Beatles, como grupo.
Nesta faixa final, acontece que os 4 Beatles fazem o seu solo, sendo que Ringo Starr (que detestava fazer solos) faz, na última gravação dos Beatles, o seu único solo de bateria, enquanto membro deste conjunto.
Paul McCartney, George Harrison e John Lennon executam nesta ordem uma sequência rotativa de 3 solos de guitarra, num ambiente de festa, quase de celebração revivalista.
A ideia do solo de guitarra partiu de Lennon, mas como dos três ele era o menos habilidoso nessa arte, Paul e George sorriram e John desafiou-os então para um duelo de solos de guitarra, que os outros dois aceitaram.
Geoff Emerick, o engenheiro de gravação dos Beatles, disse mais tarde: "John, Paul e George pareciam ter regressado ao tempo em que, quando adolescentes, tocavam juntos pelo puro prazer e pareciam pistoleiros com as suas guitarras, decididos a superarem-se uns aos outros, mas sem animosidade, nem tensões - era possível perceber que eles estavam simplesmente a divertir-se".
Quando estavam nesse duelo apareceu Yoko Ono, que nos últimos tempos assistia e dava palpites nas gravações, mas John deve ter pressentido que este era um momento especial para os 4 Beatles e impediu-a de entrar dizendo:
- "Espere aí, amor! Eu não vou demorar.
Geoff Emerick relembra que "era como se John sentisse que aquele momento mágico iria terminar mal ela estivesse no estúdio com eles".
O duelo de guitarras terminou abruptamente para Paul deixar a sua última mensagem como Beatle: "AND IN THE END, THE LOVE YOU TAKE IS EQUAL TO THE LOVE YOU MAKE" ("E NO FINAL, O AMOR QUE TU RECEBES É IGUAL AO AMOR QUE TU DÁS")...na realidade um verdadeiro lema para a eternidade, que é musicalmente embelezado como uma orquestra em crescendo e com George Harrison simbòlicamente a pôr a sua guitarra a chorar suavemente, não deixando nenhum de nós sem uma lágrima no canto do olho, pela beleza da frase e da composição e pelo fim do melhor e mais famoso conjunto da história da música Pop/Rock:
"THE BEATLES"
É uma composição de Paul McCartney num estilo positivista de Rock 'N' Roll, em que se nota que os maus relacionamentos e ressentimentos, desta vez, ficaram fora do estúdio e ninguém como Paul para escrever este grande final do álbum e a última música em que gravaram os 4, actuando em conjunto.
Quando dizemos ninguém melhor que Paul McCartney para compôr o epílogo, baseia-se no facto, que à época ele era o único que ainda acreditava nos Beatles, como grupo.
Nesta faixa final, acontece que os 4 Beatles fazem o seu solo, sendo que Ringo Starr (que detestava fazer solos) faz, na última gravação dos Beatles, o seu único solo de bateria, enquanto membro deste conjunto.
Paul McCartney, George Harrison e John Lennon executam nesta ordem uma sequência rotativa de 3 solos de guitarra, num ambiente de festa, quase de celebração revivalista.
A ideia do solo de guitarra partiu de Lennon, mas como dos três ele era o menos habilidoso nessa arte, Paul e George sorriram e John desafiou-os então para um duelo de solos de guitarra, que os outros dois aceitaram.
Geoff Emerick, o engenheiro de gravação dos Beatles, disse mais tarde: "John, Paul e George pareciam ter regressado ao tempo em que, quando adolescentes, tocavam juntos pelo puro prazer e pareciam pistoleiros com as suas guitarras, decididos a superarem-se uns aos outros, mas sem animosidade, nem tensões - era possível perceber que eles estavam simplesmente a divertir-se".
Quando estavam nesse duelo apareceu Yoko Ono, que nos últimos tempos assistia e dava palpites nas gravações, mas John deve ter pressentido que este era um momento especial para os 4 Beatles e impediu-a de entrar dizendo:
- "Espere aí, amor! Eu não vou demorar.
Geoff Emerick relembra que "era como se John sentisse que aquele momento mágico iria terminar mal ela estivesse no estúdio com eles".
O duelo de guitarras terminou abruptamente para Paul deixar a sua última mensagem como Beatle: "AND IN THE END, THE LOVE YOU TAKE IS EQUAL TO THE LOVE YOU MAKE" ("E NO FINAL, O AMOR QUE TU RECEBES É IGUAL AO AMOR QUE TU DÁS")...na realidade um verdadeiro lema para a eternidade, que é musicalmente embelezado como uma orquestra em crescendo e com George Harrison simbòlicamente a pôr a sua guitarra a chorar suavemente, não deixando nenhum de nós sem uma lágrima no canto do olho, pela beleza da frase e da composição e pelo fim do melhor e mais famoso conjunto da história da música Pop/Rock:
"THE BEATLES"
Pois é, quando todos pensávamos que tinha terminado o disco "Abbey Road" com a faixa "The End" (bem como este artigo), eis que alguns inadvertidos que deixaram o disco ainda a rodar no prato do gira-discos após terminar a última faixa creditada, são apanhados de surpresa 20 segundos após, ao ouvirem Paul a cantar uma canção irreverente e sarcástica, dedicada à Raínha:
"Her Majesty's a pretty nice girl, But she doesn't have a lot to say Her Majesty's a pretty nice girl But she changes from day to day I want to tell her that I love her a lot But I gotta get a bellyful of wine Her Majesty's a pretty nice girl Someday I'm going to make her mine, oh yeah, Someday I'm going to make her mine." ("Sua Majestade é uma linda rapariga, mas ela não tem muito para dizer Sua Majestade é uma linda rapariga mas ela muda todos os dias Eu quero dizer-lhe que a amo muito, mas eu tenho que estar completamente bêbado Sua Majestade é uma linda rapariga um dia destes vou fazê-la minha") |
Esta faixa surpresa não aparecia listada nas primeiras edições do álbum "Abbey Road", mas passou a ser um motivo de conversa e de curiosidade, pois se não foi a primeira, foi certamente das primeiras faixas surpresas a serem incluídas num disco, mas isso aconteceu quase por acaso, visto que ela ía ser incluída no "medley" entre "Mean Mr.Mustard" e "Polythene Pam", mas o Paul McCartney não gostou da sequência e pediu ao operador de gravações, John Kurlander, para cortar a fita e retirá-la da sequência e atirar esse pedaço de fita para o lixo.
Kurlander assim fez, mas não a atirou para o lixo, pois tinha sido ensinado por George Martin para não atirar nada fora, porque podia ser aproveitado mais tarde para qualquer trabalho, assim voltou a colá-la após 20 segundos de fita vermelha, que representa o final de cada edição.
No dia seguinte, Paul McCartney pediu a outro técnico para fazer um vinil experimental na Apple, para se aperceber do resultado das gravações e edições já feitas. O técnico em questão não levou em linha de conta a fita vermelha e editou também "Her Majesty" e Paul quando ouviu o resultado acidental, achou piada e aprovou esse acidente, permanecendo assim na versão final do disco, a faixa mais curta dos Beatles (23 segundos).
Poucos artistas tiveram a coragem de fazer um "cover" de "Her Majesty", mas a brasileira Silvia Machete (que ilustra esta canção na imagem acima) fez uma versão de grande qualidade, que vos propomos ouvir para encerramento deste artigo sobre o 50º aniversário do álbum "Abbey Road".
Kurlander assim fez, mas não a atirou para o lixo, pois tinha sido ensinado por George Martin para não atirar nada fora, porque podia ser aproveitado mais tarde para qualquer trabalho, assim voltou a colá-la após 20 segundos de fita vermelha, que representa o final de cada edição.
No dia seguinte, Paul McCartney pediu a outro técnico para fazer um vinil experimental na Apple, para se aperceber do resultado das gravações e edições já feitas. O técnico em questão não levou em linha de conta a fita vermelha e editou também "Her Majesty" e Paul quando ouviu o resultado acidental, achou piada e aprovou esse acidente, permanecendo assim na versão final do disco, a faixa mais curta dos Beatles (23 segundos).
Poucos artistas tiveram a coragem de fazer um "cover" de "Her Majesty", mas a brasileira Silvia Machete (que ilustra esta canção na imagem acima) fez uma versão de grande qualidade, que vos propomos ouvir para encerramento deste artigo sobre o 50º aniversário do álbum "Abbey Road".
"Abbey Road" vendeu 4 milhões de exemplares em menos de 2 meses e atingiu o 1º lugar do Hit-Parade Britânico durante 17 semanas e continuou durante mais 64 semanas no top 20.
Nos Estados Unidos ficou 83 semanas na parada da "Billboard", ficando 11 semanas no topo desse hit-parade para álbuns.
Até aos dias de hoje, o álbum "Abbey Road" já superou os 31 milhões de vendas no mundo inteiro.
Nos Estados Unidos ficou 83 semanas na parada da "Billboard", ficando 11 semanas no topo desse hit-parade para álbuns.
Até aos dias de hoje, o álbum "Abbey Road" já superou os 31 milhões de vendas no mundo inteiro.
Carlos Alfredo Lopes nasceu a 20 de Setembro de 1923 em Lourenço Marques. O pai Vicente Lopes tocava violino e tinha uma viola que Carlos aos 10 anos começou a dedilhar. Comprou livros de aprendizagem e ia seguindo os passos, um verdadeiro autodidacta. Fez os seus estudos na Escola Paiva Manso e o Liceu na Escola Especial D. Maria José de Andrade. Tirou Contabilidade. Esteve a trabalhar um ano em Inhambane depois veio para a Prodag Agrícola como guarda-livros.
Aos 15 anos já tinha tocado num programa da Hora dos Miúdos que passava no RCM. Foi tocar "La Cumparcita". Aos 17 anos quando abriu uma casa de Fados foi convidado para lá ir tocar. Ganhava 75$00 (37 cêntimos). tocava com a Orquestra Ritmo, mas aí era guitarra eléctrica. Tocavam o Joca Vedor o António Costa o Edgar e outros. "Eu acompanhei o Odir Odilon, o Carlos Ramos , a Fernanda Maria, o Max, a Lucília do Carmo, o Manuel Fernandes, a Beatriz da Conceição, a Fernanda Batista e muitos outros". |
"Em 1955 acompanhei também a Amália Rodrigues junto com o guitarrista Vitorino Ribeiro em casa dele. A Amália estava em Lourenço Marques com os seus músicos e por cortesia foram a casa do Vitorino. Depois de um lanche o Vitorino perguntou-lhe se não se importava de cantar acompanhada por eles. Ela muito simpática disse que era um prazer e assim tocámos uma canção que ela cantou e que gravámos em fita, claro está. No final tanto ela como os seus músicos me deram os parabéns pela forma como eu tocava".
Eis a gravação inédita que é apresentada em público pela primeira vez. |
Também em 1955 casa com Telma de quem teve uma filha, Marisa. Hoje tem dois netos e dois bisnetos e sente-se muito feliz. Nos anos 50 também passou a fazer parte das orquestras do RCM, tanto da de Variedades como da Típica. Acompanhou cantores como João Maria Tudela (OP nº 70), quando este cantava Fado, Marinela, Eulália Duarte (OP nº 70), António Lira, que diz tinha uma grande voz, e muitos outros. Chegou a tocar em outros programas nos Cinemas da cidade, como o Foguetão e claro nas Casas de Fado.
Em 1975 sai de Moçambique e vai para a Rodésia do Sul (hoje Zimbabué). Fica a trabalhar na Companhia das Águas e a mulher consegue lugar num Banco. Como tinha tempo fala com um português dono de um restaurante e pergunta-lhe se lá tinham Fado. O senhor diz-lhe que não, que tem quem cante mas não tem quem toque. Encontrou a pessoa certa, diz-lhe. Passa a tocar alguns dias por semana.
Esteve na Rodésia até 1977, depois tirou o passaporte e foi para a África do Sul. Em Joanesburgo vai trabalhar para a Imperial Motors (os agentes da Toyota) enquanto a mulher consegue lugar num Banco. Em Joanesburgo tocou também em restaurantes sempre com muito êxito acompanhando muitos artistas com o guitarrista Neto. É também na África do Sul que grava vários discos acompanhando artistas como Maria Dulce, Carlos Macedo ou Ferreira Neto entre outros. Na África do Sul também acompanhou Tony de Matos, Lenita Gentil, Manuel Fernandes, Pracana (OP nº 86) e Manuel Acúrcio.
Fica na África do Sul até 1990 ano em que pela primeira vez vem a Portugal. No dia anterior à sua vinda voou até Durban a convite do tenor Manuel Escórcio para tocar com Fernando Baptista à guitarra Fados de Coimbra e canções espanholas, pois Escórcio fazia questão da sua presença. A meio do espectáculo agradeceu-lhe muito pois sabia que mal dali saísse ia apanhar o avião para Joanesburgo e já nem saía do aeroporto pois seguia de imediato para Lisboa. De Coimbra cantou "Ao Cair da Tarde", "Maria Se fores ao Baile", "Coimbra Menina e Moça" e depois uma guitarrada. Na segunda parte mudou o estilo, "Santa Luzia", "Granada", "Moçambique" e mais uma guitarrada. É esta a sequência que podem ouvir deliciados no MP3 que segue e tem 30 minutos.
Esteve na Rodésia até 1977, depois tirou o passaporte e foi para a África do Sul. Em Joanesburgo vai trabalhar para a Imperial Motors (os agentes da Toyota) enquanto a mulher consegue lugar num Banco. Em Joanesburgo tocou também em restaurantes sempre com muito êxito acompanhando muitos artistas com o guitarrista Neto. É também na África do Sul que grava vários discos acompanhando artistas como Maria Dulce, Carlos Macedo ou Ferreira Neto entre outros. Na África do Sul também acompanhou Tony de Matos, Lenita Gentil, Manuel Fernandes, Pracana (OP nº 86) e Manuel Acúrcio.
Fica na África do Sul até 1990 ano em que pela primeira vez vem a Portugal. No dia anterior à sua vinda voou até Durban a convite do tenor Manuel Escórcio para tocar com Fernando Baptista à guitarra Fados de Coimbra e canções espanholas, pois Escórcio fazia questão da sua presença. A meio do espectáculo agradeceu-lhe muito pois sabia que mal dali saísse ia apanhar o avião para Joanesburgo e já nem saía do aeroporto pois seguia de imediato para Lisboa. De Coimbra cantou "Ao Cair da Tarde", "Maria Se fores ao Baile", "Coimbra Menina e Moça" e depois uma guitarrada. Na segunda parte mudou o estilo, "Santa Luzia", "Granada", "Moçambique" e mais uma guitarrada. É esta a sequência que podem ouvir deliciados no MP3 que segue e tem 30 minutos.
Mas logo que chega a Lisboa encontra um velho amigo, o guitarrista Zé Braga, que lhe propôe ir tocar para o Bairro da Ajuda para a casa de Fados de Filipe Duarte. Em pouco tempo já tocava em dois lados, até que Filipe Duarte lhe diz, "ou aqui ou ali". E ali pagavam bem melhor. Na Lapa tocou com António Chaínho e Fernando Alvim. Em 92/93 esteve no Adicenso até 1995. Chegou a tocar com Fontes Rocha e conta-nos este episódio. "Um dia fui tocar com Fontes Rocha para acompanhar vários artistas. Veio a Sofia Varela e perguntou-lhe o que é que podia cantar com este senhor. Rocha respondeu-lhe. Minha querida com este senhor pode cantar o que quizer. Eh pá! Fiquei todo inchado". Certo dia tocava numa casa de Fados e aparece uma senhora espanhola, dizendo que estava encantada com a sua forma de tocar e queria fazer uma reportagem com ele para a edição espanhola da revista Marie Claire.
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Nunca mais pensou no assunto. Um belo dia estava tocando e vem uma outra espanhola ter com ele, e diz-lhe. Já o vi numa reportagem em Espanha da revista Marie Claire. "Não sei de nada" respondeu Carlos Lopes, "não vi nada". Quando voltar a Espanha envio-lhe a revista, disse a espanhola. Cumpriu a promessa e assim Carlos Lopes pôde disfrutar da sua performance.
Manuel Escórcio é filho de pais madeirenses e nasceu em Lourenço Marques, Moçambique. A sua carreira tem 42 anos e fê-la toda na África do Sul. Canta em Português, Inglês e Afrikaans. Gravou mais de 55 álbuns e deu mais de 5500 espectáculos. Foi ele que gravou a versão portuguesa de "Save Your Life", "Quando o Coração Chora" do Pop Luís Arriaga (dizem que vendeu mais de 1 milhão de discos, mas quanto a direitos de autor Luís ficou a arder e a SPA mais uma vez não lutou pelos direitos dos sócios.
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A experiência e conhecimentos de Carlos Lopes são tão grandes que ele toca samba, bossa nova, rumba, jazz, blues, etc. Nos últimos tempos tocou no Faz Figura, no Retiro do Fado e no Arcal Velho. No último mês fui vê-lo no Arcal Velho com Zé Braga acompanhando uma jovem fadista. Esta semana tocou na Ajuda com o guitarrista Luís Ribeiro que dele tece as melhores referências.
Em baixo algumas contracapas de discos onde o seu nome aparece como viola de Fado.
Em baixo algumas contracapas de discos onde o seu nome aparece como viola de Fado.
Outro episódio que gosta de contar aconteceu em Lourenço Marques tinha ele 23 anos. Foi lá a Maria Pereira que ficou encantada com a forma como a acompanhou e que lhe propôs logo que ele viesse com eles para Lisboa, pois arranjava-lhe emprego como guarda-livros na Robbialac, empresa do marido, e ficaria seu acompanhante nas suas actuações e digressões. Não teve coragem de deixar a família e ir para uma terra desconhecida.
Não descobríamos Les Balalaikas porque eles nunca foram um grupo autónomo. Embora na África do Sul tenhamos falado com Olga Potemkne que gravava nos estúdios da Gallo Records, quando lá chegámos com Peter Lotis para tratar de outras matérias, ficámos com a ideia que eram autónomos dos artistas que estavam a acompanhar. As gravações que faziam cada instrumento em cada pista davam a ideia de estar a gravar um disco próprio e não um disco de Ivan Rebroff. No estúdio também acabámos por falar com um dos maiores músicos e produtores sul africanos, Billy Forest.
Ivan Rebroff ( na verdade nascido Hans-Rolf Rippert, nasceu em Berlim a 31 de Julho de 1931 e faleceu em Frankfurt em 27 de Fevereiro de 2008 após uma doença prolongada). Ivan, um tenor, cantava música russa tão bem que os russos se encantavam com ele. Passou a cantar a grande maioria dos clássicos russos. Formou o grupo Balalaikas que o acompanharam num Tour.
A partir daí passaram sempre a acompanhá-lo e ele não parava quieto. O mesmo se passava na África do Sul, tinha sido convidado para dar vários concertos e Les Balalaikas estavam com ele.
Ivan Rebroff ( na verdade nascido Hans-Rolf Rippert, nasceu em Berlim a 31 de Julho de 1931 e faleceu em Frankfurt em 27 de Fevereiro de 2008 após uma doença prolongada). Ivan, um tenor, cantava música russa tão bem que os russos se encantavam com ele. Passou a cantar a grande maioria dos clássicos russos. Formou o grupo Balalaikas que o acompanharam num Tour.
A partir daí passaram sempre a acompanhá-lo e ele não parava quieto. O mesmo se passava na África do Sul, tinha sido convidado para dar vários concertos e Les Balalaikas estavam com ele.
A gravação do disco a que assistimos saíu em 1971 como o álbum "Vir Jou Suid-Afrika".
Ivan também actuou dois anos na Ópera francesa cantando todos os dias. Na sua carreira contou com mais de seis mil espectáculos. Mesmo aos 70 anos ainda apresentava uma excelente voz. Na Austrália chegou a apresentar 12 espectáculos em 14 dias. Gravou mais de 40 álbuns e teve sempre uma boa opinião dos críticos.
Nunca se casou e tornou-se cidadão grego vivendo na ilha de Escópelos,( Skopelos em inglês) e foi sempre muito elogiado pelos críticos.
Ivan também actuou dois anos na Ópera francesa cantando todos os dias. Na sua carreira contou com mais de seis mil espectáculos. Mesmo aos 70 anos ainda apresentava uma excelente voz. Na Austrália chegou a apresentar 12 espectáculos em 14 dias. Gravou mais de 40 álbuns e teve sempre uma boa opinião dos críticos.
Nunca se casou e tornou-se cidadão grego vivendo na ilha de Escópelos,( Skopelos em inglês) e foi sempre muito elogiado pelos críticos.
Nestes dois últimos videos, uma versão de "The Carnival Is Over" dos Seekers acompanhado pelos Les Balalaikas e uma canção do LP sul africano, "Vir Jou Suid-Africa", "Demarais".
Os Brotherwood Of Man foram um grupo britânico criado pelo produtor e compositor Tony Hiller para apresentarem uma canção que tinha feito com JohnGoodison, "Love One Another". Assim foi buscar Tony Burrows (de quem já falámos na OP nº 84) o único vocalista a estar em simultâneo no Top 10 britânico com 3 canções cantadas por três grupos diferentes. "Love Grows" pelos Edison Lighthouse foi o seu maior sucesso. Roger Greenway (OP nº 84), um grande compositor que também cantava (e autor de "Love Grows"). E mais duas raparigas que actuavam com o nome de Sue & Sunny. Sue Clover e Sunny Leslie. A canção "Love One Another" não entrou no Hit Parade mas a Deram (subsideária da Decca) decidiu manter o grupo. O novo disco "United We Stand" saíu em Janeiro de 1970 e foi um sucesso a nível mundial. Tony Burrows entretanto deixou o grupo. No seu lugar ficou o compositor John Goodison. Gravaram "Where Are You Going To My Love" que teve algum êxito também no Canadá e Estados Unidos. Olivia Newton John e os irmãos Osmond também a gravaram com sucesso. Em finais de 70 sai o primeiro álbum "United We Stand". Em 1971 Goodison deixa o grupo e o mesmo faz também Greenway. Foram substituídos pelo americano Hal Atkinson e por Russel Stone. Lançam "Reach Out Your Hand" que é um desastre de vendas e a editora decide terminar com o grupo. Hiller guarda o nome e em 1972 vai buscar os cantores Martin Lee, Nicky Stevens e Lee Sheriden. Sheriden também compunha e actuava a solo. Martin Lee tinha formação clássica mas actuava num cabaret. Iam lançar "Rock Me Baby" mas David Cassidy antecipou-se e o disco foi abortado. Os primeiro singles saem em 73 e foram "Happy Ever After" e "Our World of Love". Não entraram nos Tops. Foram buscar um quarto elemento, Sandra Stevens. Sandra cantava em grandes conjuntos e já tinha cantado com Eve Graham dos New Seekers. Assinam com a Dawn ( subsideária da PYE).
Em Janeiro de 1974 sai o primeiro single, "When Love Catch Up On You" que é um fiasco. "Lady" o segundo single faz sucesso na Europa. Lançam então o álbum "Good Things Happening". Deste saem dois singles que são um desastre. Antes de terminarem o contrato com a Dawn, sai no verão de 75 o single "Kiss Me Kiss Your Baby" que falha no Reino Unido mas é sucesso na Europa tendo chegado a 1º na Bélgica e a 2º na Holanda. Fazem um Tour pela Europa. Hiller, Lee e Sheridan preparam canções para um novo álbum, mas o concurso para a Eurovisão muda de estilo e são convidados 12 compositores a apresentarem canções. Hiller leva a concurso a canção de Sheridam "Save Your Kisses For Me" que estava preparada para o álbum e vence o concurso interno da BBC. Apresentam-se na Eurovisão 76 e ganham o concurso. A Dawn volta a fazer contrato com eles. Hiller disse depois que para ele "Kiss Me Kissy your Baby" que os tinha feito serem conhecidos na Europa poderia ter sido muito importante para a vitória. A canção foi êxito em todo o mundo e vendeu mais de 6 milhões de cópias e conquistou discos de Platina. A Dawn lança o álbum "Love And Kisses" que tem algum êxito. Depois sai o single "My Sweet Rosalie" na mesma linha da canção anterior mas é um fracasso embora tenha tido alguma venda na Europa. Em 77 lançam o single "Oh Boy (The Mood I'm In)" quew atinge a 10ª posição no TOP.
O grupo começa a ser conhecido como os imitadores dos ABBA que faziam grande sucesso e haviam vencido a Eurovisão em 1974 (embora fossem mais antigos). Lançam a canção "Angelo" que é criticada por ser muito semelhante a "Fernando" dos ABBA, mas no entanto chega a 1º no TOP da BBC. Depois sai "Highway Man" que falha oi TOP 40. Em 78 aparece "Figaro" que volta a atingir o 1º lugar no TOP. Em Maio de 78 sai "Beautiful Lover" que atinge o TOP 20. É lançado o álbum "B For Brotherwood" e após uma campanha de TV o álbum sobe ao 18º lugar. Finalmente é lançado o álbum "Twenty Greatest" com regravações dos primeiros êxitos como "United We Stand" e "Where Do You Going To My Love" e que acaba sendo o maior êxito em álbuns ao atingir a 6ª posição mantendo-se 15 semanas no Top 75. Em 79 lançam mais 3 singles que são 3 fracassos. O contrato com a Dawn termina.
Em 1980 Hiller cria sua própria editora a Dazzle Records. Os primeiros singles foram um fiasco e o álbum que estava a preparar acaba por só ser editado na Austrália. A Warwick Records pede-lhes que gravem "covers" dos primeiros lugares do Top. Sai o álbum "Sing 20 Number One Hits". O disco atinge o 14º lugar no Top e fica durante 2 meses no Top 50 atingindo Disco de Ouro por vendas superiores a 100 mil. Em 81 a Warwick pede-lhes um álbum duplo "20 Disco Greats 20 Love Songs" com a promoção compra 1 levas outro grátis. O disco não entrou no TOP. Em 82 Sheriden deixa o grupo e Hiller vai buscar Barry Utton. Em 82 Hiller concorre novamente á Eurovisão, mas decide formar um trio de nome Rubic para manter os Brotherwood sempre como vencedores. Fica em 5º lugar. Os Brotherwood depois gravama canção. Foi o último single. O álbum anterior "Lighting Flash" também tinha corrido mal. Em 1983 o grupo desfez-se.
Em 1985 o grupo volta a reunir-se para um programa de TV e aí discutem as possibilidades de continuarem. Sheriden volta para o grupo substituindo Uptton. Já não trabalham com Hiller. Fazem a sua própria gestão e entram nos circuito da "Live Music". Em 1990 Martin Lee junto com Paul Curtis e David Kang cpmpõem uma peça musical, "The Butterfly Children" baseada no livro de Angela e Pat Mills. A peça é apresentada no teatro em Glasgow na Glasgow City of Culture. Fica durante um mês, depois vai para um teatro maior durante duas semanas e em 92 é apresentada em Londres no West End. Só foi gravada em cassette que era vendida no teatro. Em 1991 fizeram uma gravação de estúdio com o produtor holandês Eddy Ouwens. O álbum nunca foi editado no Reino Unido, mas foi em Espanha como "Grandes Êxitos" e noutros países europeus como "The Golden Hits of Brotherwood of Man". Continuam a actuar nos circuitos de Cabarets, Férias, Gays e Live Music of 70. Voltaram a estúdio e gravaram um novo CD com alguns êxito também de outros be o original "Greenhouse". Mas o disco apenas está à venda nos seus shows. Outro show que têm é o "The Seventies Story" que tem tido muito sucesso. Por vezes fazem um programa de TV ou vão às galas da Eurovisão, como foi em 2006 na Dinamarca quando a Eurovisão comemorou 50 anos.
Os membros actuais dos Brotherwood of Man são, Martin Lee, Lee Sheriden, Nicky Stevens e Sandra Stevens. Neste momento ainda têm concertos este ano e uma série deles programados até Setembro de 2020.
Os membros actuais dos Brotherwood of Man são, Martin Lee, Lee Sheriden, Nicky Stevens e Sandra Stevens. Neste momento ainda têm concertos este ano e uma série deles programados até Setembro de 2020.
IRMÃS MUGE
Elas tínham acabado de chegar a Lisboa para gravar um disco. Primeiro apresentaram-se num espectáculo na Peninha onde actuaram também o grupo vocal Intróito, o Conjunto João Paulo, Duo Orpheu, N'Gola Ritmo, Paulo de Carvalho, Vicente da Câmara e Tonicha. Apresentaram-se num programa de Televisão no dia 31 de Agosto de 1970 de nome TV Clube. Cantaram "Pastorela" e "GoodBye Jimmy. TV Clube era um programa produzido por Melo Pereira e com realização de Pedro Martins e Oliveira e Costa. Por vezes tinha locução de Artur Agostinho. Do disco que vieram gravar podemos ouvir "Contrastre", uma balada ainda hoje muito actual. Do álbum de Amélia Muge de 2007, "Não Sou Daqui" uma homenagem a Caetano Veloso, "Escutando Caetano". |
Teresa de Jesus Pinto-Coelho Teles da Silva nasceu a 4 de Janeiro de 1942 em Lisboa e morreu inesperadamente a 11 de Novembro de 2019 vítima de uma pneumonia dupla.
Começou como adolescente em pequenos espectáculos, o mais importante aos 13 anos nos Bombeiros Voluntários de Oeiras. Teresa era de famílias já ligadas à música. Prima de Frei Hermano da Câmara e prima afastada de Teresa Noronha, tendo ascendestes nos Condes de Tarouca. Daí a sua opção para usar o nome artístico de Tarouca. Começa a usá-lo quando assina o seu primeiro contrato com uma editora. Em 1964 recebe o Prémio Imprensa na categoria Fado. Sempre se rodeou de bons compositores e poetas como, João Ferreira Rosa, Alfredo Marceneiro, Pedro Homem de Melo, Maria Manuel Cid, João de Noronha ou Alda Maria .
Começou como adolescente em pequenos espectáculos, o mais importante aos 13 anos nos Bombeiros Voluntários de Oeiras. Teresa era de famílias já ligadas à música. Prima de Frei Hermano da Câmara e prima afastada de Teresa Noronha, tendo ascendestes nos Condes de Tarouca. Daí a sua opção para usar o nome artístico de Tarouca. Começa a usá-lo quando assina o seu primeiro contrato com uma editora. Em 1964 recebe o Prémio Imprensa na categoria Fado. Sempre se rodeou de bons compositores e poetas como, João Ferreira Rosa, Alfredo Marceneiro, Pedro Homem de Melo, Maria Manuel Cid, João de Noronha ou Alda Maria .
Teresa Foi a primeira a cantar Fernando Pessoa, fê-lo quando participou no Festival RTP da Canção em 1973 com o poema "Chuva do Céu Cinzento". Era muito apreciada em Espanha e esteve em vários Países da Europa, Estados Unidos, Brasil e Macau. Alguns dos seus Fados mais cantados foram "Deixa Que Te Cante Um Fado", "Ai Mouraria", "Ciganos", "Meu Bergantim", "Ora Bate Bate", "Companheira" entre outros.
Em 1989 lança um grande álbum, "Teresa Tarouca Canta Pedro Homem de Melo". Em 1994 dá um grande espectáculo no Tivoli para comemorar 33 anos de carreira. Em 96 actua no Coliseu de Lisboa. Em 1997 entra como atração do Fado na Revista "Preço Único" no Teatro ABC do Parque Mayer. Em 98 entra na peça, "Fado Esse Malandro Vadio". Em 2003 actua bastante tempo no restaurante e casa de Fados "Velho Páteo de S'antana". Em 2013 foi condecorada pelo Presidente Cavaco Silva como Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. A sua última aparição em público foi em 2013 na Gala Amália no S. Luís em Lisboa onde recebeu o Prémio Carreira.
Morreu a 11 de Novembro de 2019 vítima cde uma pneumonia dupla.
Em 1989 lança um grande álbum, "Teresa Tarouca Canta Pedro Homem de Melo". Em 1994 dá um grande espectáculo no Tivoli para comemorar 33 anos de carreira. Em 96 actua no Coliseu de Lisboa. Em 1997 entra como atração do Fado na Revista "Preço Único" no Teatro ABC do Parque Mayer. Em 98 entra na peça, "Fado Esse Malandro Vadio". Em 2003 actua bastante tempo no restaurante e casa de Fados "Velho Páteo de S'antana". Em 2013 foi condecorada pelo Presidente Cavaco Silva como Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. A sua última aparição em público foi em 2013 na Gala Amália no S. Luís em Lisboa onde recebeu o Prémio Carreira.
Morreu a 11 de Novembro de 2019 vítima cde uma pneumonia dupla.
SALOMÉ
Maria Rosa Marco Poquet nasceu em Barcelona a 21 de Junho de 1939 e tomou o nome artítico Salomé quando começou a cantar em 1962. Gravou logo vários discos e fez várias digressões por Espanha e alguns Países europeus. Quando em 1969 é convidada para representar a RTE na Eurovisão aceitou. Decidiu-se que a canção seria "Vivo Cantando" de Maria José Cerato e letra de Amiano Alcaide, mas Salomé preferia mais "Palabras" de Juan Pardo que fazia mais o seu estilo. A RTE não poupou meios nem verbas. No ano anterior tinha ganho Massiel com "La La La" e segundo revelou Salomé agora numa entrevista, Franco tinha dado ordem para fazerem todos os possíveis não olhando a custos para ganharem a Eurovisão para limpar a cara de Espanha. A Espanha ganhou 2 anos seguidos gastando milhões em promoções, divulgação e marketing. Depois disso nunca mais ganhou. Aliás 69 ficou famoso por terem chegado ao fim 4 canções com os mesmo 18 pontos, Frida Boccarra, Lulu e Lenny Kuhr. Vários Países injurgiram-se com a forma como tudo se passou e no ano seguinte recusaram-se a participar como protesto. Entre elas estava Portugal.
Maria Rosa Marco Poquet nasceu em Barcelona a 21 de Junho de 1939 e tomou o nome artítico Salomé quando começou a cantar em 1962. Gravou logo vários discos e fez várias digressões por Espanha e alguns Países europeus. Quando em 1969 é convidada para representar a RTE na Eurovisão aceitou. Decidiu-se que a canção seria "Vivo Cantando" de Maria José Cerato e letra de Amiano Alcaide, mas Salomé preferia mais "Palabras" de Juan Pardo que fazia mais o seu estilo. A RTE não poupou meios nem verbas. No ano anterior tinha ganho Massiel com "La La La" e segundo revelou Salomé agora numa entrevista, Franco tinha dado ordem para fazerem todos os possíveis não olhando a custos para ganharem a Eurovisão para limpar a cara de Espanha. A Espanha ganhou 2 anos seguidos gastando milhões em promoções, divulgação e marketing. Depois disso nunca mais ganhou. Aliás 69 ficou famoso por terem chegado ao fim 4 canções com os mesmo 18 pontos, Frida Boccarra, Lulu e Lenny Kuhr. Vários Países injurgiram-se com a forma como tudo se passou e no ano seguinte recusaram-se a participar como protesto. Entre elas estava Portugal.
Salomé quando começou a cantar gravou logo vários discos. Quando em 1969 é convidada a ir à Eurovisão representar a Espanha já é muito conhecida no País e também em alguns países Europeus. A canção escolhida não fazia muito o seu género. "Vivo Cantando" de Maria Jose Cerato e letra de Amiano Alcaide. Ela preferia "Palabras" de Juan Pardo. No ano anterior tinha ganho a Espanha com "La La La" por Massiel. Em 69 deu-se um fenómeno anormal. 4 canções atingem o 1º lugar com 18 pontos. "Vivo Cantando" da Espanha é uma delas. O seu vestido pesava 14 quilos (tinha canículas de porcelana em azul turqueza) e levava 3 colares de um quilo cada. Salomé diz que se já tinha muitas solicitações, a partir desse ano foi complicado. A canção foi gravada em 8 línguas (catalão, basco, inglês, italiano, alemão, françes, servo croata e espanhol). Fez digressões por toda a Europa e América do Sul. Em Agosto de 70 estava na Venezuela e por isso veio à nossa Onda.
Depois nos anos 70 casa e pára um pouco. Depois faz Rádio e vai aparecendo na Televisão para falar da Eurovisão. A sua carreira faz-se depois por convites esporádicos. agora nos 50 anos da sua vitória na Eurovisão deu uma entrevista ao jornal El Mundo em que afirma que a Espanha investiu imenso tanto em 68 como em 69 para conseguir ganhar a Eurovisão. Era uma ordem de Franco que queria lavar a cara de Espanha. "A RTE nunca mais quiz ganhar a Eurovisão. Para isso tem de voltar a investir a sério". Tem visto sempre o certame e fica espantada como é que é possível que canções como a da Netta de Israel consigam vencer.
Em primeiro lugar quero agradecer à nora de António Menano, D. Isabel Menano e ao sr. Coronel José Anjos de Carvalho pelo apoio entusiástico que me deram na elaboração deste trabalho.
António Paulo Menano nasceu a 5 de Maio de 1895 em Fornos de Algordres nos bordos da Serra da Estrela. Um dos 12 filhos do casal António da Costa Menano e Januária Augusta Paulo. Aos 12 anos já mostrava dotes de cantor, mas sendo seus familiares e irmãos executantes de guitarra coimbrã e cantores, já no início do século XX em noites de boa memória, não admira que essa paixão não o fosse moldando.
Quando em Fevereiro de 1915 em Coimbra, como caloiro, participa numa homenagem a António Nobre cantando "Fado D'Anto" de seu irmão Francisco Menano (1888 - 1970) que já era formado em Direito e era jurista na Figueira da Foz, o acompanhou à guitarra, deixa toda a gente com "a pulga atrás da orelha", como quem diz, alto lá! Quem é este?
Logo de seguida, em Março, em Aveiro num sarau organizado pela AAC, cantando canções das serenatas acompanhado por Horácio Menano (1890 - 1972) seu irmão que era já finalista do curso de Medicina, espantou todos quantos o ouviram. A Tuna e o Orfeão também participaram. Aqui já todos entenderam que estavam perante um cantor, tenor, de voz extensa e segura, afinada melodiosa e ritmada.
Quando em Fevereiro de 1915 em Coimbra, como caloiro, participa numa homenagem a António Nobre cantando "Fado D'Anto" de seu irmão Francisco Menano (1888 - 1970) que já era formado em Direito e era jurista na Figueira da Foz, o acompanhou à guitarra, deixa toda a gente com "a pulga atrás da orelha", como quem diz, alto lá! Quem é este?
Logo de seguida, em Março, em Aveiro num sarau organizado pela AAC, cantando canções das serenatas acompanhado por Horácio Menano (1890 - 1972) seu irmão que era já finalista do curso de Medicina, espantou todos quantos o ouviram. A Tuna e o Orfeão também participaram. Aqui já todos entenderam que estavam perante um cantor, tenor, de voz extensa e segura, afinada melodiosa e ritmada.
Agora Augusto Hilário que já havia falecido há 20 anos é novamente recordado e começa-se a acreditar que já vai ter sucessor. No ano seguinte e após remodelação do Orfeão e da Tuna torna-se solista e ensaiador. Em 10 de Junho de 1915 é convidado pelo Liceu José Falcão para uma homenagem a Camões e em vez do Fado canta uma canção com estorfes dos Lusíadas que havia sido musicada pelo Dr. Elias de Aguiar, responsável do Orfeão. Ainda em 1915 a Livraria Neves publica três composições suas, "Fado das Morenas", "D'Um Olhar" e "Fado da Noite". Em 1916 já está considerado como a grande voz do Fado. Mas é também neste período que a actividade quase termina e até 1919 com a Iª Guerra Mundial.
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Em 1916 a Alemanha declara Guerra a Portugal e daí a diminuição de actividade. Fazem visitas a Braga e Vila do Conde e agora canta mais canções populares acompanhado ao piano.
Em Dezembro de 1919 organiza a apresentação do espectáculo anual da AAC, no Teatro Avenida em Coimbra que não contém nenhum Fado. Também a Tuna e o Orfeão actuam, no teatro também sem Fado. Os Fados de Menano como "Do Choupal", "Patriótico", "Dos Passarinhos, "Da Granja" e "Das Romeiras" são um sucesso assim como é o "Fado Hilário", o "Fado da Velha Sé", "O Fado Serenata" ou o "Fado das Trincheiras".
Em 1919 também são proibidas as Serenatas. O Povo revolta-se e as Serenatas reaparecem com mais vigor. Em 1922 ainda antes de terminar o curso casa com Maria Henriqueta da Câmara Viterbo. Desse casamento vem a ter 3 filhos, António Nuno, Maria da Graça e Francisco Paulo. Fica a viver em Coimbra e a sua casa é sempre o encontro de poetas músicos e aristocratas o que desagrada bastante a sua esposa. Em 1923 termina o seu curso de Medicina. Mas em 23 já haviam 4 edições de seus Fados gravados em rolos para autopiano. Também em 23 vão actuar em Espanha, Salamanca, Valladolid e Madrid. Em Madrid actuam na Praça de Touros Monumental, com a presença dos Reis e esgotada. O êxito é tal que o monarca lhe pede para bisar várias canções. Apesar de não haver amplificação de voz os seus famosos pianíssimos podem ser escutados tal é o silêncio com que todos o escutam. Ainda em 23 termina o curso de Medicina e vai abrir consultório na sua terra natal, Fornos de Algordres, onde vivem os pais. Sempre que pode salta a Coimbra para cantar. Em 1924 vai a Paris com a Tuna e o Orfeão e canta em Paris no Trocadero. Depois em Toulose, Bordéus e Bayone. Com ele também canta Agostinho Fontes com acompanhamento de Manuel Paredes tio de Artur Paredes (pai de Carlos Paredes). Em 1925 a Tuna e o Orfeão de Coimbra deslocaram-se ao Brasil. Menano também os acompanhou, e o seu sucesso foi tal que no Brasil os seus discos venderam muito. Daí que posteriormente tivessem sido feitas novas edições tecnologicamente mais evoluídas.
Em Dezembro de 1919 organiza a apresentação do espectáculo anual da AAC, no Teatro Avenida em Coimbra que não contém nenhum Fado. Também a Tuna e o Orfeão actuam, no teatro também sem Fado. Os Fados de Menano como "Do Choupal", "Patriótico", "Dos Passarinhos, "Da Granja" e "Das Romeiras" são um sucesso assim como é o "Fado Hilário", o "Fado da Velha Sé", "O Fado Serenata" ou o "Fado das Trincheiras".
Em 1919 também são proibidas as Serenatas. O Povo revolta-se e as Serenatas reaparecem com mais vigor. Em 1922 ainda antes de terminar o curso casa com Maria Henriqueta da Câmara Viterbo. Desse casamento vem a ter 3 filhos, António Nuno, Maria da Graça e Francisco Paulo. Fica a viver em Coimbra e a sua casa é sempre o encontro de poetas músicos e aristocratas o que desagrada bastante a sua esposa. Em 1923 termina o seu curso de Medicina. Mas em 23 já haviam 4 edições de seus Fados gravados em rolos para autopiano. Também em 23 vão actuar em Espanha, Salamanca, Valladolid e Madrid. Em Madrid actuam na Praça de Touros Monumental, com a presença dos Reis e esgotada. O êxito é tal que o monarca lhe pede para bisar várias canções. Apesar de não haver amplificação de voz os seus famosos pianíssimos podem ser escutados tal é o silêncio com que todos o escutam. Ainda em 23 termina o curso de Medicina e vai abrir consultório na sua terra natal, Fornos de Algordres, onde vivem os pais. Sempre que pode salta a Coimbra para cantar. Em 1924 vai a Paris com a Tuna e o Orfeão e canta em Paris no Trocadero. Depois em Toulose, Bordéus e Bayone. Com ele também canta Agostinho Fontes com acompanhamento de Manuel Paredes tio de Artur Paredes (pai de Carlos Paredes). Em 1925 a Tuna e o Orfeão de Coimbra deslocaram-se ao Brasil. Menano também os acompanhou, e o seu sucesso foi tal que no Brasil os seus discos venderam muito. Daí que posteriormente tivessem sido feitas novas edições tecnologicamente mais evoluídas.
A meio dos anos 20 vai em termos profissionais a África no navio Quanza como médico de bordo. Em 16 de Novembro de 1926 assina um contrato com a firma C. A. Cardoso & Cª. para a gravação de 2 series de 10 discos cada e uma de 20. Segundo Anjos de Carvalho ( que possui a cópia do contrato) ele receberia 1500 escudos por cada gravação de face dupla e 2 escudos pela venda de cada disco. Em Maio de 1927 gravou uma serie em Paris, na primavera de 1928 gravou outra serie em Lisboa e a última em Berlim em dezembro de 1928, duas series incompletas , já que foram 18. Essa possível falha de 2 discos foi depois completada em 1930 em Madrid com participações que fez com Alfredo Marceneiro, Ercília Costa e Joaquim Campos. No total gravou 41 discos, foi até hoje o cantor de Fados de Coimbra que mais discos gravou. A maioria dos discos vem com a etiqueta Odeon. O seu filho António Nuno nasce em 1927 e dedica-lhe a canção "Meu Menino". A sua popularidade é tal que para qualquer sítio onde vá actuar tem sempre enchentes e as pessoas deslocam-se tanto quanto podem para o ver. Em Lisboa conhece Alfredo Marceneiro, Ercília Costa, Armandinho e muitos outros músicos e fadistas. O seu êxito é já internacional e mesmo depois da 2ª Grande Guerra os seus discos de 78 rpm ainda se vendem.
No Rio de Janeiro depois da guerra a Trans-Oceanic Trading Company faz para a casa Edison a reprodução por métodos eléctricos dos suas gravações por métodos mecânicos. A venda foi grande e os seus discos chegam mesmo a ser vendidos nos Estados Unidos.
Em 1929 apesar de já não estar na Universidade é o escolhido para representar a Academia de Coimbra e Portugal na Exposição Ibero Americana de Sevilha. No Festival oferecido aos Reis de Espanha acompanhavam-no Artur Paredes e Afonso de Sousa nas guitarras e Guilherme Barbosa na viola. Apesar da sua brilhante carreira estar no auge aceita um contrato para ir trabalhar em Moçambique para a Trans Zambezia Railways em 1933 que começava a construir o caminho de ferrio entre a Rodésia e a cidade da Beira. Vai para a floresta de Chiringoma perto de Inhaminga na região da Beira. A primeira paragem depois de Ihaminga é um apeadeiro sem nome mas que ele vai chamar de Bencanta de Chiringoma, para lhe lembrar Bencanta de Coimbra. Só que em Chiringoma só havia uma casa que era a de Menano. A Trans Zambezia estava aí a construir a sua sede operacional. Construíu várias casas, um clube com uma piscina e um hospital para os trabalhadores. Menano chegou a convidar vários familiares para África e uns quantos foram e quando ele voltou ainda por lá ficaram. Claro que em África praticamente não cantou, apenas uma ou outra vez em casa com os amigos mais íntimos ou na Beira, sempre com amigos, segundo nos confidenciou a sua nora Isabel Menano que com eles viveu em Inhaminga. Isabel que diz ter tido uns sogros fantásticos, também teve pena de não o ter ouvido mais vezes. Conta-me inclusive que seus pais o foram ouvir uma vez ao Jardim Zoológico de Lisboa (ainda nem sonhavam que um dia seriam compadres) e que o recinto, embora muito menor do que é hoje, estava cheio, e do lado de fora havia praticamente um mar de gente igual ao que estava dentro só para o ouvir. Em Moçambique, António Menano alem de médico da TZR dava também assistência a uma série de serrações que com os anos se foram instalando em Inhaminga. Em casa montou um consultório nas traseiras e atendia todos os que lá apareciam.
No Rio de Janeiro depois da guerra a Trans-Oceanic Trading Company faz para a casa Edison a reprodução por métodos eléctricos dos suas gravações por métodos mecânicos. A venda foi grande e os seus discos chegam mesmo a ser vendidos nos Estados Unidos.
Em 1929 apesar de já não estar na Universidade é o escolhido para representar a Academia de Coimbra e Portugal na Exposição Ibero Americana de Sevilha. No Festival oferecido aos Reis de Espanha acompanhavam-no Artur Paredes e Afonso de Sousa nas guitarras e Guilherme Barbosa na viola. Apesar da sua brilhante carreira estar no auge aceita um contrato para ir trabalhar em Moçambique para a Trans Zambezia Railways em 1933 que começava a construir o caminho de ferrio entre a Rodésia e a cidade da Beira. Vai para a floresta de Chiringoma perto de Inhaminga na região da Beira. A primeira paragem depois de Ihaminga é um apeadeiro sem nome mas que ele vai chamar de Bencanta de Chiringoma, para lhe lembrar Bencanta de Coimbra. Só que em Chiringoma só havia uma casa que era a de Menano. A Trans Zambezia estava aí a construir a sua sede operacional. Construíu várias casas, um clube com uma piscina e um hospital para os trabalhadores. Menano chegou a convidar vários familiares para África e uns quantos foram e quando ele voltou ainda por lá ficaram. Claro que em África praticamente não cantou, apenas uma ou outra vez em casa com os amigos mais íntimos ou na Beira, sempre com amigos, segundo nos confidenciou a sua nora Isabel Menano que com eles viveu em Inhaminga. Isabel que diz ter tido uns sogros fantásticos, também teve pena de não o ter ouvido mais vezes. Conta-me inclusive que seus pais o foram ouvir uma vez ao Jardim Zoológico de Lisboa (ainda nem sonhavam que um dia seriam compadres) e que o recinto, embora muito menor do que é hoje, estava cheio, e do lado de fora havia praticamente um mar de gente igual ao que estava dentro só para o ouvir. Em Moçambique, António Menano alem de médico da TZR dava também assistência a uma série de serrações que com os anos se foram instalando em Inhaminga. Em casa montou um consultório nas traseiras e atendia todos os que lá apareciam.
Em Outubro de 1956 vem a Lisboa e no Instituto de Agronomia na Tapada da Ajuda dá um tremendo espectáculo que mesmo começando com duas horas de atraso (iniciou-se às duas da manhã) não fez ninguém recuar.
Volta não volta ia a Coimbra e por lá ficava. Uma vez acabou a cantar nas escadas da famosa Igreja de Santa Cruz, "feita de pedra morena" tão badalada em tantos versos. A multidão que se foi juntando acabou por fazer parar o trânsito.
Em 1961 vem em definitivo para Portugal e fica a residir em Lisboa.
Em 1967 tem outra memorável actuação nas escadarias da Sé Velha pela reunião do curso jurídico de 1907 - 1912 de que fazia parte seu irmão Francisco Menano. Aí actuou também a nova geração coimbrã, José Manuel dos Santos, António Bernardino e Luís Góes. Aos 72 anos a sua voz continuava fresca e bela. É também a 25 de Junho de 1967 que recebe a condecoração da ordem de Santiago. A 16 de Dezembro de 1967 faz a sua última actuação em público na inauguração da Galeria Rodin do pintor Mário Silva que reuniu músicos, escritores, pintores, muita gente das artes como, Luís Góes, Jorge Tuna, João Bagão, Aurélio Reis, Tossan e Vitorino Nemésio. Cantou os Fados "Passarinho" e "Ansiedade".
António Menano morreu a 11 de Setembro de 1969 e não é demais esta homenagem que lhe fazemos 50 anos após a sua morte levando às novas gerações o conhecimento de um homem que é uma verdadeira figura nacional e de todos deveria ser conhecida.
Em 1973 quando da comemoração das bodas de Ouro do seu curso de medicina, os seus colegas fizeram descerraram uma lápide com os dizeres "Ao António Menano dos seus condiscípulos do V ano médico 1922 - 1923.
Em 1995 e 96 saíu uma coleção de 3 CD pela editora Valentim de Carvalho com apoio de José Anjos de Carvalho com todo o seu reportório de Fados e Canções. Também em 95 a Tradisom lançou o CD "Volume V - António Menano (1927-1928)" dos Arquivos do Fado. Isabel Menano gostaria que as novas gerações relançassem algumas das lindas canções de Menano. Até agora só dois espanhóis se interessaram e um deles para que uma das canções fosse o tema de um filme.
Em 8 de Março de1996 recebeu o Grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique.
Volta não volta ia a Coimbra e por lá ficava. Uma vez acabou a cantar nas escadas da famosa Igreja de Santa Cruz, "feita de pedra morena" tão badalada em tantos versos. A multidão que se foi juntando acabou por fazer parar o trânsito.
Em 1961 vem em definitivo para Portugal e fica a residir em Lisboa.
Em 1967 tem outra memorável actuação nas escadarias da Sé Velha pela reunião do curso jurídico de 1907 - 1912 de que fazia parte seu irmão Francisco Menano. Aí actuou também a nova geração coimbrã, José Manuel dos Santos, António Bernardino e Luís Góes. Aos 72 anos a sua voz continuava fresca e bela. É também a 25 de Junho de 1967 que recebe a condecoração da ordem de Santiago. A 16 de Dezembro de 1967 faz a sua última actuação em público na inauguração da Galeria Rodin do pintor Mário Silva que reuniu músicos, escritores, pintores, muita gente das artes como, Luís Góes, Jorge Tuna, João Bagão, Aurélio Reis, Tossan e Vitorino Nemésio. Cantou os Fados "Passarinho" e "Ansiedade".
António Menano morreu a 11 de Setembro de 1969 e não é demais esta homenagem que lhe fazemos 50 anos após a sua morte levando às novas gerações o conhecimento de um homem que é uma verdadeira figura nacional e de todos deveria ser conhecida.
Em 1973 quando da comemoração das bodas de Ouro do seu curso de medicina, os seus colegas fizeram descerraram uma lápide com os dizeres "Ao António Menano dos seus condiscípulos do V ano médico 1922 - 1923.
Em 1995 e 96 saíu uma coleção de 3 CD pela editora Valentim de Carvalho com apoio de José Anjos de Carvalho com todo o seu reportório de Fados e Canções. Também em 95 a Tradisom lançou o CD "Volume V - António Menano (1927-1928)" dos Arquivos do Fado. Isabel Menano gostaria que as novas gerações relançassem algumas das lindas canções de Menano. Até agora só dois espanhóis se interessaram e um deles para que uma das canções fosse o tema de um filme.
Em 8 de Março de1996 recebeu o Grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique.
Nota particular e final: O nosso Pop José Manuel Santos (ver OP nº 16) conheceu António Menano nos anos 50. Vivia ele em Coimbra, no mesmo prédio em que vivia D. Estefânia uma irmã de António Menano. Em 1956 (tinha ele 7 anos) encontrava Menano na escada e pedia-lhe que cantasse e ele muito simpático lá trauteava umas coisas. Zé Manel gostava muito de Fado de Coimbra porque o seu primo Lafayete Correia, muito mais velho, era o Bay Mor da República Boa-Bay-Ela. Crê que em 61 (era já aluno do Liceu), ele que assistia muitas vezes a Serenatas e cantares lá pela República como "bicho" participou num cortejo entre a República Pinguim e Boa-Bay-Ela para o Doutoramento Fictício daquele a quem chamavam o pintor Jorge "Linkopo". Ao Zé vestiram-lhe um sobretudo do avesso e numa bandeja levava a Borla e Capelo para o Fictício Doutoramento do Dr. Jorge "linkopo". Tenho ideia que Menano presenciou esse desfile. Mais tarde em final de Novembro de 1965 Zé Manel já com os seus 16 anos, embarcou no navio Moçambique da CNN, para Moçambique e surpressa ou coincidência, António Menano também ia de visita a Moçambique onde havia vivido quase 30 anos. Zé assim que soube que ele ia a bordo aproximou-se dele e disse-lhe "Eu conheço-o". Menano ficou espantado e disse-lhe que não estava a conhecê-lo. Eu vivia no prédio da sua irmã e pedia-lhe que cantasse quando subíamos as escadas. "És o Zé Manel", disse Menano. Então a viagem para o Zé foi muito interessante porque durante mais de 15 dias encontravam-se e ele falava de variadíssimas coisas e ele ia escutando e aprendendo. Como Menano também era amigo do médico de bordo chegou a levá-lo a ver as instalações médicas do navio. Quando chegaram a Lourenço Marques, Zé Manel e a mãe tinham à sua espera o seu pai e o primo Lafayete que entretanto estava a cumprir o serviço militar.O Dr. Menano seguiu para a Beira para ir seguramente a Inhaminga visitar família e amigos enquanto o barco ia até Porto Amélia e voltava. Embarcou novamente de regresso e Zé Manel quando ele atracou novamente em Lourenço Marques fez questão de o ir cumprimentar e despedir-se. Em Coimbra Zé Manel recorda-se bem de ter ouvido Menano cantar em Serenatas.
Maria Argentina Pinto dos Santos nasceu a 6 de Fevereiro na Mouraria em Lisboa e faleceu a 18 de Novembro de 2019 em Lisboa. Em pequena iniciou-se na escola primária mas por necessidade de ajudar os pais que tinham quatro filhos cedo teve que a abandonar para os ajudar com o seu trabalho. fazia recados para as senhoras do bairro, depois trabalhou numa peixaria até 1950. Nos anos 50 abre com o seu companheiro um restaurante, na época chamava-se Casa de Pasto. É assim que nasce "A Parreirinha da Alfama" que logo de seguida é invadida por gente do Fado que ali vai petiscar, pôr a conversa em dia, discutir temas e até cantá-los e tocá-los. O êxito é tal que o espaço se torna numa casa de fados com D. Argentina a cozinhar os petiscos. A ideia dela não era cantar, até porque o companheiro não gostava nada. Um dia entram em quadras ao desafio e pedem-lhe que cante também, vai dizendo que não mas lá acaba por alinhar. A partir daqui todos os dias de Fado a solicitam. Ao fim de três anos começa a cantar mas só na sua casa. A gestão é feita pelo seu companheiro. Após a sua morte, esta mulher de armas não desiste, ela é que trata de tudo até porque foi já adulta que acabou por ir aprender a ler e a escrever. por fim já cantava todos os dias. Só em 1994 começa a ser conhecida por todo o País, quando o seu amigo Carlos do Carmo a convida para cantar no seu concerto no Coliseu de Lisboa. A partir daí passa a ser convidada para espectáculos de Televisão por Júlio Isidro, Júlia Pinheiro ou João Baião ou como convidada dos seus colegas Jorge Fernando, Carlos Zel ou Carlos do Carmo.
Em 1995 é convidada a ir ao Brasil. Seguem-se outros convites também ao Brasil em 99 e ainda à Grécia, à França, à Escócia, à Holanda, ao País de Gales, à Itália e a Londres. Poucas vezes saiu da sua "Parreirinha da Alfama" onde sempre cantou na maioria fados próprios escritos para si por poetas e músicos amigos. As suas principais canções eram "A Minha Pronúncia", "O Chafariz Del Rei", "As Duas Santas" e "Juras". Os seus primeiros discos no entanto foram gravados em 1953 pela editora Estoril em 78 rpm. Em 1998 a Movieplay lança o CD "Argentina Santos". A 28 de Abril de 2000 foi homenageada no Coliseu de Lisboa onde participaram fadistas de todas as gerações. Para além de continuar cantando na sua casa, participou no projecto "Cabelo Branco É Saudade" de Ricardo Pais que foi estreado no S. João do Porto. Neste projecto participaram também Celeste Rodrigues, Alcindo de Carvalho e Ricardo Ribeiro. Andaram por todo o País e estrangeiro. Em 2004 também a CNM a coloca em CD na colecção Antologia. Em 2005 a Fundação Amália Rodrigues distingue-a com o Prémio Carreira. A sua Parreirinha no mesmo ano venceu o Troféu Melhor Casa de Fado. Foi entregue na Gala da Grande Noite do Fado. Pela sua Casa passaram nomes como Celeste Rodrigues, Berta Cardoso, Lucília do Carmo, Alfredo Marceneiro, Maria da Fé, Fernanda Maria e outros.
Em 1999 o Museu do Fado prestou-lhe uma homenagem na qual colaboraram Rodrigo, Jorge Fernando, Maria da Nazaré, Teresa Tapadas e Carlos do Carmo. Recebeu da CML uma medalha de Louvor. Em 2015 apresentou-se pela última vez fazendo a sua despedida dos palcos. Tinha 92 anos. A 18 de Novembro de 2019 partiu para outra vida.
Em 1999 o Museu do Fado prestou-lhe uma homenagem na qual colaboraram Rodrigo, Jorge Fernando, Maria da Nazaré, Teresa Tapadas e Carlos do Carmo. Recebeu da CML uma medalha de Louvor. Em 2015 apresentou-se pela última vez fazendo a sua despedida dos palcos. Tinha 92 anos. A 18 de Novembro de 2019 partiu para outra vida.
António Joaquim Fernandes nasceu na aldeia de Vale da Porca em Macedo de Cavaleiros, Distrito de Bragança em Portugal, a 27 de Novembro de 1951. Antes de emigrar ainda criança ele já cantava canções populares para os seus amigos, chamavam-lhe o russo por ser loiro mas ele não gostava. Aos 11 anos emigrou para o Brasil junto com seus pais e nove irmãos. Em São Paulo, onde ficaram ele trabalhou como sapateiro e comerciante de doces. Mas na sua adolescência ficava a cantar e a ter grande interesse pela música popular portuguesa. Em 1971 a sua versão da canção popular portuguesa "Arrebita" granjeia-lhe uma fama relativa. Foi o locutor Barros de Alencar que num programa de Rádio lhe sugere a gravação do disco. Consegue contacto com Chacrinha que lhe diz para deixar o disco e ele começa logo a cantar a canção. Chacrinha diz, tudo bem você entra no próximo programa. Apareceu num dos programas de grande popularidade da TV brasileira, o programa "Discoteca do Chacrinha" no Rio de Janeiro que em 73 faz disparar a sua popularidade. A partir daqui nunca mais parou. Foi um grande divulgador da cultura popular portuguesa no Brasil. Chacrinha não é um qualquer, é um homem muito respeitado de grandes conhecimentos. Foi ele quem lançou Roberto Carlos, Clara Nunes e outros grandes nome da música brasileira. Não é por acaso que Chacrinha lhe chamava o Rei de Portugal. António adoptou o nome artístico de Roberto Leal porque o seu professor de canto lhe disse que ele era Leal porque chegava sempre antes da hora e cumpria tudo e Roberto porque ele seria o Roberto Carlos dos portugueses. Ele gostou do nome e aceitou e deu muita bofetada de luva branca tanto a brasileiros como a portugueses. Ele fez disparar o respeito dos brasileiros por Portugal e com a sua modéstia, franqueza e simpatia deu a entender aos portugueses que os portugueses de baixas condições de vida que eram obrigados a emigrar eram gente muito forte, honesta e trabalhadora que tinham trepado a pulso e mantinham o seu amor pela Pátria distante. E que o Brasil também era um País de gente boa, gente irmã. Mas mesmo em Portugal Roberto Leal soube dar a entender a grande parte dos portugueses que a sua música folclórica era excelente e importante e que não deviam olhar para ela como um parceiro menor. No Brasil divulgou a música popular portuguesa como quase ninguém o soube fazer e falou-lhes da excelente música que se fazia em Portugal. Foi sem dúvida e a custo zero um verdadeiro embaixador.
Mesmo para conseguir um lugar ao sol na música portuguesa teve que vencer muitas barreiras e insistir muito sem desistir. Ele já era um grande artista no Brasil. Em 73 ganhou o prémio de Rei da Juventude Brasileira, ganhou o troféu Globo de Ouro. Acredito que ainda hoje seja mal visto por muitos dos pseudo intelectuais que nunca compreenderam o que pertendia fazer passar com a sua mensagem. O nosso mal sempre foi pensar pequenino e essa característica ainda não se alterou. Só que a maioria dos portugueses que viveram lá fora já abriram as suas mentes e pensam de outra forma. Como é possível que um cidadão como ele se sentisse emigrante no Brasil e emigrante em Portugal. Este era o seu grande desgosto. Começou com "Arrebita" e acabou com "Arrebenta a Festa". As suas canções foram gozadas tanto cá dentro como no Brasil. Fazer o quê! Também a única canção portuguesa que chegou a 1º num hit europeu se chamava, "Hey Mal Yo" (ou seja Malhão Mallhão ) e foi o cabo verdiano Johnny Rodrigues (OP. nº 45 - artigo de Amália) que a levou a 1º na Holanda em 1975. Sempre fomos o País que somos e nem vamos mudar. Em resumo. Cantou mais de 400 canções teve mais de 30 discos de ouro, 5 de platina e dois de diamante. Vendeu mais de 17 milhões. Se isto não calou muitas bocas! O meu respeito a Roberto Leal e um brinde pelo futuro da nossa música. Roberto Leal faleceu aos 67 anos no Hospital Samaritano de São Paulo no Brasil no dia 15 de Setembro de 2019.
Voltando à sua história. Em 1978 participou num filme que contava a seu percurso de vida, "Milagre - O Poder da Fé" onde participou também Chacrinha e a actriz Lolita Rodrigues. Misturou os sons brasileiros com os portugueses nas suas composições, a maioria de sua autoria e também com letras da mulher Márcia Lúcia com quem era casado há 45 anos e da qual tem 3 filhos. A sua vida distribuiu-se pelos dois Países, umas vezes em Portugal outras no Brasil. Entrou e apresentou vários espectáculos na TV tantio em Portugal como no Brasil. Teve a coragem de gravar em Mirandêz só para poder ajudar na perservação da língua. Só Né Ladeiras o fez também. Essas canções estão no seu álbum de 2007 "Cantos da Terra e Raízes". Em 2011 publicou a autobiografia "Minhas Montanhas". Em 2014 lança o CD "Obrigado Brasil" onde tem duetos com Jair Rodrigues, Alcione, Jairzinho e Luciana Melo. Actuou em diversos Países na Europa e na América do Sul. Nos últimos anos a doença não o deixou em paz e quase cegou. Apesar de doente continuou a trabalhar. A doença só foi revelada no início do ano pelo seu filho, músico e produtor, Rodrigo Leal o que segundo ele permitiu que o pai trabalhasse mais em sossego.
Na Onda Pop nº 57 já tínhamos apresentado a história de Marie Lafôret, uma das nossas artistas perferidas. A linda menina de voz doce e olhos de oiro que nos esmagava. Pois essa linda menina deixou-nos agora nas suas lindas e elegantes 80 primaveras.
Maitena Marie Brigitte Domenach nasceu a 5 de Outubro de 1939 no sul de França em Soulac-Sur-Mer. O seu nome é de origem basca e arménia de seus pais. Era o tempo da Guerra e seu pai foi feito prisioneiro pelo exército alemão. Fugiram Para Cahore ( onde Dali teve a sua casa). Aos 3 anos foi violada por um vizinho trauma que transportou por mais de 30 anos quando resolveu falar do que lhe acontecera. O seu pai foi libertado no final da guerra e a família foi viver para Paris. Aí fez os seus estudos no Liceu Jean de la Fontaine. Iniciou também estudos de artes dramáticas o que a ajudava a resolver problemas de infância. Embora gostasse de cantar a sua carreira começou a cantar quase por acidente. Sua irmâ Alexandra tinha concorrido ao concurso Naissance de une Etóile da antena Europe 1 que procurava novos valores da canção e adoeceu no dia da final. Pediu a Marie que a fosse substituir. Ela foi, aceitaram a substituição e ela venceu. Estávamos em 1959. Nos seus 20 anos o realizador Louis Malle viu-lhe tantas qualidades que a convenceu logo a entrar no filme "La Liberté". Porém o filme não avançou, ela foi tendo aulas de teatro e acaba entrando no seu primeiro filme contracenando com Alain Delon e Maurice Ronet, "Plein Soleil", um filme de René Clement.
Em 1961 e depois de já ter rodado dois filmes com o realizador Jean Gabriel Albicocco acaba casando-se com ele. Em 1963 grava o seu primeiro disco, "Vendages D' Amour " uma canção escrita por Danyel Gérard ( o senhor de "Alouette"). Em 65 rompe com Albicocco e vai viver com Judas Azuelos um homem de negócios de origem marroquina. Leva os seus 2 filhos. Vive com ele até 1967. Depois só em 71 se volta a juntar a Alain Kahn-Sriber um homem de negócio e colecionador e de quem tem um terceiro filho.
Maitena Marie Brigitte Domenach nasceu a 5 de Outubro de 1939 no sul de França em Soulac-Sur-Mer. O seu nome é de origem basca e arménia de seus pais. Era o tempo da Guerra e seu pai foi feito prisioneiro pelo exército alemão. Fugiram Para Cahore ( onde Dali teve a sua casa). Aos 3 anos foi violada por um vizinho trauma que transportou por mais de 30 anos quando resolveu falar do que lhe acontecera. O seu pai foi libertado no final da guerra e a família foi viver para Paris. Aí fez os seus estudos no Liceu Jean de la Fontaine. Iniciou também estudos de artes dramáticas o que a ajudava a resolver problemas de infância. Embora gostasse de cantar a sua carreira começou a cantar quase por acidente. Sua irmâ Alexandra tinha concorrido ao concurso Naissance de une Etóile da antena Europe 1 que procurava novos valores da canção e adoeceu no dia da final. Pediu a Marie que a fosse substituir. Ela foi, aceitaram a substituição e ela venceu. Estávamos em 1959. Nos seus 20 anos o realizador Louis Malle viu-lhe tantas qualidades que a convenceu logo a entrar no filme "La Liberté". Porém o filme não avançou, ela foi tendo aulas de teatro e acaba entrando no seu primeiro filme contracenando com Alain Delon e Maurice Ronet, "Plein Soleil", um filme de René Clement.
Em 1961 e depois de já ter rodado dois filmes com o realizador Jean Gabriel Albicocco acaba casando-se com ele. Em 1963 grava o seu primeiro disco, "Vendages D' Amour " uma canção escrita por Danyel Gérard ( o senhor de "Alouette"). Em 65 rompe com Albicocco e vai viver com Judas Azuelos um homem de negócios de origem marroquina. Leva os seus 2 filhos. Vive com ele até 1967. Depois só em 71 se volta a juntar a Alain Kahn-Sriber um homem de negócio e colecionador e de quem tem um terceiro filho.
Nas canções o seu melhor periodo foi entre 1965 e 1972. Muitos títulos nos vêm à memória, "Ivan Boris Et Moi", "Viens Sur La Montagne", "La Tendresse", "La Plage", "Manchester Et Liverpool", "La Voix du Silence" (versão de "Sound of Silence" de Simon And Garfunkel), "Marie Douceur, Marie Colére" (versão de "Paint It Black" dos Rolling Stones), "Mon Amour, Mon Ami", "Que Calor La VIda", "Blowing In The Wind". Depois foi a dedicada aos Beatles "Il A Neigé Sur Yesterday" esta já de 77 escrita por Jean Claude Petit com versos de Michel Jourdan e que teve o maior êxito. Depois dedicou-se mais ao cinema e em 78 muda-se para a Suiça e pede nacionalidade suiça. Na Suiça vai acabar por abrir uma galeria de arte com grande sucesso e à qual ultimamente se dedicava. No entanto a sua principal ocupação acabou por ser o cinema.. Mas agora colocamos o sua primeira canção em 1960 "La Petenera" e a sua interpretação de "Blowing In The Wind" de Bob Dylan.
Em 1980 começa a rodar uma série de filmes franco italianos, "Les Diplômet du Dernier Rang", "Le Pactole" e "Fucking Fernando" onde é indicada para a atribuição de um Cesar e "Happy Easter". Em 1993 grava o seu último álbum "Reconnaissances" onde escreve alguns poemas em colaboração com Jean-Marie Leau. Continua a fazer filmes com "Dis Moi Oui", "Héroine" e "Thyko Moon". No início dos anos 2000 faz umas digressões por França divulgando os seus trabalhos. Dos seus filhos Lisa Azuelos dedicou-se ao cinema e é hoje uma excelente realizadora. Ultimamente geria a sua loja de arte que já ganhara muito prestígio. Faleceu dia 2 de Novembro em Genolier na Suiça.
Morreu um dos construtores da Nova Canção Portuguesa. Nos anos 60 do século XX teve início a construção de uma nova linha que nos levava a uma construção diferente da música ligeira em Portugal. Muitos a iniciaram mas as linhas que a conduziam partiram do Dr. José Afonso e os seus álbuns "Cantares do Andarilhos", "Contos Velhos Rumos Novos" e "Traz Outro Amigo Também" do Quarteto 1111 e seu álbum "Quarteto 1111", de Adriano Correia de Oliveira e os seus álbuns "O Canto e as Armas" e "Cantaremos"e de Luís Cília. Todos eles começaram a musicar os grandes poetas e no final dos anos 60 ainda com a poesia de Ary dos Santos e as canções de Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Carlos Mendes e Carlos do Carmo. Depois não podemos esquecer a Filarmónica Fraude com "Epopeia". Em 71 o álbum "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" de José Mário Branco faz "explodir o País". Saem também "Sobreviventes" de Sérgio Godinho e "Cantigas do Maio" de José Afonso. Estes três álbum tinham ainda a particularidade de serem produzidos por José Mário Branco. Finalmente outro disco importante foi "Fala do Homem Nascido" em 72.
José Mário Monteiro Guedes Branco nasceu a 25 de Maio de 1942 no Porto. Filho de pais professores primários passou a sua infância entre o Porto e Leça da Palmeira. Começou o curso de História na Universidade de Coimbra e depois na Universidade do Porto mas não o chegou a terminar. Fazia parte da acção católica mas o início da guerra em África fê-lo acordar para outra realidade. Como poderia a Igreja Católica colaborar com o regime se defendia princípios diferentes (exactamente o que aconteceu comigo). Daí muda radicalmente e adere ao Partido Comunista. Porém os princípios deste também não eram os mais correctos no que diziam respeitio à guerra em África. Perseguido pela PIDE esteve preso no Aljube em Lisboa em 1962. Em 1963 foge para Paris pois recusava-se a ir para a guerra matar ou ser morto pelos seus irmãos. Sim, porque aí não poderia dialogar, quem disparasse primeiro, mesmo sem saber porquê, vencia. E ele achava que esses Povos tinham todo o direito à independência. Com a sua formação e vivência no Porto na área das artes, música, pintura, teatro, poesia, etc. consegue em Paris um emprego na Rádio. Com grande empatia pelas canções de Zeca Afonso e Adriano vai desenvolvendo a sua criatividade e melhorando o seu conhecimento musical. Conhece Sérgio Godinho e os dois tornam-se grandes companheiros. Não tendo dinheiro para editar um disco e conhecendo toda a técnica por via da sua actividade radiofónica, propõe em 1969 ás colectividades culturais portuguesas que conhecia a compra antecipada e confiança no seu trabalho. Conseguiu editar o disco e colocar 3 mil exemplares em Portugal enganando a polícia política. Um belo dia recebe uma carta de uma editora propondo-lhe que grave um disco em França da forma que melhor entenda, sem restrições. A única cláusula era que Sérgio Godinho também gravasse um disco. Grande aposta da Sassetti. O conhecimento deste artista tinha chegado via José Afonso que já tinha sido produzido por Zé Mário em "Cantigas do Maio" e aceitou fazer o que Arnaldo Trindade declinou.
"Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades" foi uma verdadeira bomba e veio incentivar mais todo o trabalho e consciência política de uma geração. Após o 25 de Abril de 1974, José Mário Branco regressa a Portugal. Chega a 30 de Abril e assiste emocionado ao 1º de Maio (quase 2 milhões de pessoas, sem divisões na Alameda em Lisboa). todos os canta autores em uníssono.
Depois começam a aparecer as divisões partidárias e cada um segue o seu caminho cantando em reuniões ou comícios dos respectivos Partidos. Zé Mário mantém-se independente e forma o GAC (Grupo de Acção Cultural). Tocam e cantam por todo o País. As solicitações são tantas que Zé Mário acaba por se afastar e convidar Luís Pedro Faro (OP nº 91 - Intróito) a ficar não só como Director do Coro mas também como Director Musical. O GAC acabou depois em 1978 já com uma ligação à UDP. José Mário Branco começa a colaborar com outros artistas, fazendo música para filmes e TV, lança o álbum "Margem de Certa Maneira" e mais tarde "Ser Solidário" mais uma vez por desinteresse ou raivinha das editoras que lhe negam qualquer chance de edição. Volta a fazer o mesmo. Produz um espectáculo com o alinhamento do álbum e no final vende-o por antecipação aos seus espectadores. Consegue fazer uma excelente edição e envia o álbum a todos os que o compraram. Acaba também por fazer teatro integrado na Comuna - Teatro de Pesquiza a convite de João Mota integrando o elenco da peça "A Mãe" de Brecht e para a qual fez a música.
Depois começam a aparecer as divisões partidárias e cada um segue o seu caminho cantando em reuniões ou comícios dos respectivos Partidos. Zé Mário mantém-se independente e forma o GAC (Grupo de Acção Cultural). Tocam e cantam por todo o País. As solicitações são tantas que Zé Mário acaba por se afastar e convidar Luís Pedro Faro (OP nº 91 - Intróito) a ficar não só como Director do Coro mas também como Director Musical. O GAC acabou depois em 1978 já com uma ligação à UDP. José Mário Branco começa a colaborar com outros artistas, fazendo música para filmes e TV, lança o álbum "Margem de Certa Maneira" e mais tarde "Ser Solidário" mais uma vez por desinteresse ou raivinha das editoras que lhe negam qualquer chance de edição. Volta a fazer o mesmo. Produz um espectáculo com o alinhamento do álbum e no final vende-o por antecipação aos seus espectadores. Consegue fazer uma excelente edição e envia o álbum a todos os que o compraram. Acaba também por fazer teatro integrado na Comuna - Teatro de Pesquiza a convite de João Mota integrando o elenco da peça "A Mãe" de Brecht e para a qual fez a música.
A sua actividade como produtor multiplica-se e entra mesmo na área do Fado produzindo Camané.
Trabalhou e colaborou com muitos músicos e compositores como José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Luís Represas, João Afonso, Janita Salomé, Amélia Muge e os Gaiteiros de Lisboa.
"Resistir É Vencer" foi o seu último álbum em 2004 foi uma homenagem ao povo Timorense. Um dos espectáculos que lhe deu mais gozo foi o "Três Cantos" junto com Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias (OP nº 74) em 2009. As colaborações produções e orquestrações foram tantas que mal tinha tempo para desenvolver mais trabalho. Avesso a condecorações negou sempre que algum Presidente propôs atribuir-lhe, mas teve dois prémios da Associação José Afonso. Em 2018 saíu o CD "Inéditos (1967-1999)". Continuava a sua vida cheia de trabalho com a sua verdadeira amante, a Música, mas morreu de um AVC fulminante a 19 de Novembro de 2019, deixando a música portuguesa mais pobre.
Trabalhou e colaborou com muitos músicos e compositores como José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Luís Represas, João Afonso, Janita Salomé, Amélia Muge e os Gaiteiros de Lisboa.
"Resistir É Vencer" foi o seu último álbum em 2004 foi uma homenagem ao povo Timorense. Um dos espectáculos que lhe deu mais gozo foi o "Três Cantos" junto com Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias (OP nº 74) em 2009. As colaborações produções e orquestrações foram tantas que mal tinha tempo para desenvolver mais trabalho. Avesso a condecorações negou sempre que algum Presidente propôs atribuir-lhe, mas teve dois prémios da Associação José Afonso. Em 2018 saíu o CD "Inéditos (1967-1999)". Continuava a sua vida cheia de trabalho com a sua verdadeira amante, a Música, mas morreu de um AVC fulminante a 19 de Novembro de 2019, deixando a música portuguesa mais pobre.
Eduardo Nascimento nasceu em 1943 tinha 76.
Nas páginas OP nºs 29 e 30 fizemos a história dele e dos Rocks e do seu grande amigo (irmão como ele diz) Luis N´Gamby um dos violas dos Rocks casado com Paula Ribas. Aí podem ver dois excelentes videos. Miguel ângelo e Eduardo cantando "O Vento Mudou" com nova roupagem no Museu da RTP onde se pode notar a evolução tecnológica em escassos 50 anos. Depois um outro video no restaurante Nini com Luis e Eduardo a cantarem a caboverdiana "Saudade".
Eduardo ficou famoso apenas por ter ido à Eurovisão e isso sempre o incomodou. Os Rocks tocaram no Porão da Nau e acabaram em 70 a tocar no Casino do Estoril. Eduardo regressou a Angola e foi trabalhar para a TAP. Depois da independência de Angola ainda esteve envolvido com a criação da TAAG companhia angolana de aviação e posteriormente também ajudou na formação da TACV. Veio viver para Portugal e no último Festival da Canção RTP 2019 actuou com os Cais Sodré Funk Conection embora já estivesse debilitado da doença que recentemente o atacara. estava internado no Hospital da Luz há já algum tempo e faleceu a 22 de Novembro de 2019 ( dia do 71º aniversário do Pop Duarte Nuno).
Nas páginas OP nºs 29 e 30 fizemos a história dele e dos Rocks e do seu grande amigo (irmão como ele diz) Luis N´Gamby um dos violas dos Rocks casado com Paula Ribas. Aí podem ver dois excelentes videos. Miguel ângelo e Eduardo cantando "O Vento Mudou" com nova roupagem no Museu da RTP onde se pode notar a evolução tecnológica em escassos 50 anos. Depois um outro video no restaurante Nini com Luis e Eduardo a cantarem a caboverdiana "Saudade".
Eduardo ficou famoso apenas por ter ido à Eurovisão e isso sempre o incomodou. Os Rocks tocaram no Porão da Nau e acabaram em 70 a tocar no Casino do Estoril. Eduardo regressou a Angola e foi trabalhar para a TAP. Depois da independência de Angola ainda esteve envolvido com a criação da TAAG companhia angolana de aviação e posteriormente também ajudou na formação da TACV. Veio viver para Portugal e no último Festival da Canção RTP 2019 actuou com os Cais Sodré Funk Conection embora já estivesse debilitado da doença que recentemente o atacara. estava internado no Hospital da Luz há já algum tempo e faleceu a 22 de Novembro de 2019 ( dia do 71º aniversário do Pop Duarte Nuno).
Os Assembled Multitud eram um grupo de músicos de estúdio que o produtor Tom Sellers organizou em Filadélfia na Pensilvânea, Estados Unidos da América. Em 1970 gravaram um álbum para a Atlantic Records. Do álbum faziam parte canções como "Woodstock", "MacArthur Park", While My Guitar Gentle Weeps" e "Overture From Tommy". Esta última acabou por sair em single tendo atingido o 16º lugar no Top da Billboard. Tom Sellers morreu em 1988 num incêndio em sua casa. Ainda saiu um single com "Woodstock" que apenas atingiu o 79º lugar no Top. Depois em 71 um "Medley From Superstar" que só atingiu o 95º lugar.