EDITORIAL
Mais uma vez deixámos passar o tempo antes de nova publicação. A nº89 no início de Setembro e esta nº 90 no último dia de Outubro, o que nos tempos que correm e dada a idade de muitos artistas dos gloriosos anos da música dos 50 e 60 do século passado, alguns nos vão deixando com muita pena nossa, mas que representa a Lei da Vida. Assim neste período prestamos homenagem a dois portugueses, João Ferreira Rosa um dos grandes senhores do Fado e Daniel Bacelar o "pai" do Rock em Portugal. Dois americanos também nos deixaram, Tom Petty que conhecemos nos Wilburys e o também "pai" do Rock americano Fats Domino. Por coincidência falávamos dos Moody Blues, que agora comemoram os 50 anos da obra prima "Days of Future Passed" aqui apresentada num excelente trabalho do Pop José Couto. Salientamos ainda a entrevista que nos deu Adrien Ransy um grande nome do panorama musical português dos anos 60 e 70 tanto no Rock como no Jazz e que fazia falta homenagear. Do nosso "Triunvirato" como já contámos a história de Serge Gainsbourg e Jane Birkin (OP nºs 55 e 56) e dos Archies (OP nº 18) não os voltamos a incluir. Temos ainda o lançamento do livro "Lourenço Marques" de João Mendes de Almeida (nosso colega na ULM e que, como médico, exerce a sua profissão na Madeira) , um livro repleto de vivências dos belos anos 60 e 70 focando todas as artes e profundamente ilustrado. Completamos essa ilustração musical com uma composição pràticamente inédita de nome "Lourenço Marques à Noite" e o maior divulgador da cidade, João Maria Tudela (OP nº 70). O almoço/convívio dos músicos que nos anos 60 e 70 animavam as festas em Moçambique também aqui vem retratado. A nossa experiência em Liverpool, trouxemo-la igualmente ao vosso conhecimento.
Mais uma vez deixámos passar o tempo antes de nova publicação. A nº89 no início de Setembro e esta nº 90 no último dia de Outubro, o que nos tempos que correm e dada a idade de muitos artistas dos gloriosos anos da música dos 50 e 60 do século passado, alguns nos vão deixando com muita pena nossa, mas que representa a Lei da Vida. Assim neste período prestamos homenagem a dois portugueses, João Ferreira Rosa um dos grandes senhores do Fado e Daniel Bacelar o "pai" do Rock em Portugal. Dois americanos também nos deixaram, Tom Petty que conhecemos nos Wilburys e o também "pai" do Rock americano Fats Domino. Por coincidência falávamos dos Moody Blues, que agora comemoram os 50 anos da obra prima "Days of Future Passed" aqui apresentada num excelente trabalho do Pop José Couto. Salientamos ainda a entrevista que nos deu Adrien Ransy um grande nome do panorama musical português dos anos 60 e 70 tanto no Rock como no Jazz e que fazia falta homenagear. Do nosso "Triunvirato" como já contámos a história de Serge Gainsbourg e Jane Birkin (OP nºs 55 e 56) e dos Archies (OP nº 18) não os voltamos a incluir. Temos ainda o lançamento do livro "Lourenço Marques" de João Mendes de Almeida (nosso colega na ULM e que, como médico, exerce a sua profissão na Madeira) , um livro repleto de vivências dos belos anos 60 e 70 focando todas as artes e profundamente ilustrado. Completamos essa ilustração musical com uma composição pràticamente inédita de nome "Lourenço Marques à Noite" e o maior divulgador da cidade, João Maria Tudela (OP nº 70). O almoço/convívio dos músicos que nos anos 60 e 70 animavam as festas em Moçambique também aqui vem retratado. A nossa experiência em Liverpool, trouxemo-la igualmente ao vosso conhecimento.
"Os Moody Blues são a Capela Sistina da música popular" escreveu a conceituada revista internacional de música - "Rolling Stone".
Num mar infinito de formatos de rock e pop, The Moody Blues distinguiram-se durante mais de cinco décadas, como a jóia cintilante que reivindica a união da música rock com a música clássica e como uma substancial contribuição artística que eles deram para a cultura ocidental.
Desde os anos 60, como parte da histórica e original invasão britânica dos Supergrupos, The Moody Blues iluminaram os corações e as mentes de milhões de fãs de rock com hinos inspiradores como "Nights In White Satin", "Tuesday Afternoon", "Question" ou "I'M Just Singer (In a Rock And Roll Band)", que expressam temas universais de amor, humanidade e paz.
Esse estilo de música quase exclusivo da banda continua a encontrar consistentemente tempo de antena nas estações de rádio do mundo inteiro e continua a iluminar arenas de concertos em todo o mundo, como nos concertos que darão no início de 2018, como celebração do 50º aniversário do seu icónico L.P. - "Days Of Future Passed", lançado no mercado em Novembro de 1967, e que foi o álbum que lançou mundialmente o conceito de Rock Progressivo, o qual atingiu o seu auge entre o final dos anos 60 e meados dos anos 80, com grupos e artistas como os próprios "Moody Blues", os "Yes", "King Crimson", "Emerson, Lake & Palmer", "Genesis", "Marillion", "Camel", "Dream Theater", "Gentle Giant", "Renaissance", "Supertramp", "Kansas", "Magna Carta", "Porcupine Tree", "Radiohead", "Rush", "Jethro Tull", "Gong", "Tangerine Dream", Jon Anderson, "Asia", "Van Der Graaf Generator", "Electric Light Orchestra" e os "Pink Floyd" (após a sua fase psicadélica do final da década de 60), entre tantos e tantos outros artistas.
Num mar infinito de formatos de rock e pop, The Moody Blues distinguiram-se durante mais de cinco décadas, como a jóia cintilante que reivindica a união da música rock com a música clássica e como uma substancial contribuição artística que eles deram para a cultura ocidental.
Desde os anos 60, como parte da histórica e original invasão britânica dos Supergrupos, The Moody Blues iluminaram os corações e as mentes de milhões de fãs de rock com hinos inspiradores como "Nights In White Satin", "Tuesday Afternoon", "Question" ou "I'M Just Singer (In a Rock And Roll Band)", que expressam temas universais de amor, humanidade e paz.
Esse estilo de música quase exclusivo da banda continua a encontrar consistentemente tempo de antena nas estações de rádio do mundo inteiro e continua a iluminar arenas de concertos em todo o mundo, como nos concertos que darão no início de 2018, como celebração do 50º aniversário do seu icónico L.P. - "Days Of Future Passed", lançado no mercado em Novembro de 1967, e que foi o álbum que lançou mundialmente o conceito de Rock Progressivo, o qual atingiu o seu auge entre o final dos anos 60 e meados dos anos 80, com grupos e artistas como os próprios "Moody Blues", os "Yes", "King Crimson", "Emerson, Lake & Palmer", "Genesis", "Marillion", "Camel", "Dream Theater", "Gentle Giant", "Renaissance", "Supertramp", "Kansas", "Magna Carta", "Porcupine Tree", "Radiohead", "Rush", "Jethro Tull", "Gong", "Tangerine Dream", Jon Anderson, "Asia", "Van Der Graaf Generator", "Electric Light Orchestra" e os "Pink Floyd" (após a sua fase psicadélica do final da década de 60), entre tantos e tantos outros artistas.
Todas as estórias têm um princípio e a dos Moody Blues começa em 1963, quando Ray Thomas, John Lodge e Mike Pinder eram membros do conjunto "El Riot & The Rebels", de que vos apresentamos uma demo para uma gravação de um single, que nunca foi editado: "Down The Line/Blue Moon".
El Riot & The Rebels desfez-se quando John Lodge saíu para ir para a universidade e Mike Pinder foi para o exército. Finda a recruta, Mike Pinder rejuntou-se a Ray Thomas e formaram os "Krew Cats", para os quais recrutaram Denny Laine, Graeme Edge e baixista Clint Warwick, visto que John Lodge continuava o seu percurso universitário.
Arranjaram um patrocínio - a M&B Brewery, que nunca se chegou a efectivar, mas ficaram entretanto conhecidos com The M&Bs, pelo que, para aproveitarem as iniciais, mudaram o seu nome para Moody Blues ("Moody", em homenagem a uma música - "Moody Indigo" de Duke Ellington, de que eram fans e "Blues", porque na época o estilo de música que mais tocavam e gostavam era Rhythm & Blues).
Arranjaram um patrocínio - a M&B Brewery, que nunca se chegou a efectivar, mas ficaram entretanto conhecidos com The M&Bs, pelo que, para aproveitarem as iniciais, mudaram o seu nome para Moody Blues ("Moody", em homenagem a uma música - "Moody Indigo" de Duke Ellington, de que eram fans e "Blues", porque na época o estilo de música que mais tocavam e gostavam era Rhythm & Blues).
Assim nasceram os famosos "The Moody Blues" que se formaram em 1964 em Birmingham, na Inglaterra.
Da formação inicial faziam parte Ray Thomas (harmónica, flauta e voz), Denny Lane (guitarra e voz), Mike Pinder (teclas e voz), Clint Warwick (baixo) e Graeme Edge (bateria). O seu primeiro single foi gravado ainda nesse mesmo ano -"Steal Your Heart Away" - no qual se nota o seu estilo de música na época: o Rhythm & Blues. |
O seu 1º álbum foi "The Magnificent Moodies" donde se retirou o single "Go Now", um cover da cantora americana Bessie Banks, que se tornou num dos três maiores êxitos de sempre dos Moody Blues, como singles, e o seu único 1º lugar no hit-parade britânico.
Após este extraordinário sucesso com "Go Now!", o grupo gravou mais quatro singles que nunca entraram nos hit-parades. Em Junho de 1966, com a saída de Denny Laine (que nos anos 70 e 80 seria um dos membros da banda "Wings", que acompanhava Paul McCartney nas gravações e digressões) e Clint Warwick, que foi para os Rockin' Berries, parecia que o grupo se ía desintegrar, mesmo que a editora ainda tenha lançado sem sucesso mais 2 singles. Mas, em Novembro desse mesmo ano, a sorte mudou para sempre, assim o single "Boulevard De La Madeleine" atingiu os lugares cimeiros do hit-parade da Bélgica, John Lodge voltou a juntar-se ao grupo, após terminar o seu curso universitário, e entra para o conjunto, Justin Hayward (voz e guitarra), por recomendação de Eric Burdon (cantor dos Animals), que o ouvira no conjunto "Wilde Three", que era a banda do cantor inglês Marty Wilde. Justin Hayward era também compositor e mostrou para o teclista do grupo, Mike Pinder, o seu single com duas composições da sua autoria: "Day Must Come/London Is Behind Me", o qual ficou impressionado com a sua qualidade.
Com Justin Hayward, John Lodge, Mike Pinder e Ray Thomas, tinham 4 compositores, músicos e cantores, com Graeme Edge tinham um baterista e um poeta e com o "mellotron" (instrumento musical electro-mecânico de teclas, percursor dos futuros sintetizadores, que reproduzia o som de vários instrumentos musicais e imitava variados sons da natureza) a ser perfeitamente dominado por Mike Pinder, os Moody Blues apresentavam todas as características e condições para atingirem o enorme sucesso que conseguiram até aos dias de hoje, tornando-se em uma das bandas Rock de maior longevidade.
O contrato dos Moody Blues com a "Decca" estava a terminar e eles estavam a dever algum dinheiro por adiantamentos que a gravadora entretanto lhes fizera. Para compensar esse débito, o director artístico da "Decca", Hugh Mendl, propôs-lhes gravarem um projecto inovador para testar o novo sistema de som, "Deramic Stereo Sound", que iria ser lançado no novo selo da companhia - "Deram". O projecto consistia numa versão Rock da "Sinfonia do Novo Mundo" do compositor clássico Antonio Dvorak, acompanhados por uma orquestra sinfónica dirigida por Peter Knight.
O projecto não seguiu em frente, porque os Moody Blues contrapropuseram um projecto idêntico, mas com composições da sua autoria e tiveram o apoio do arranjador e maestro Peter Knight e da London Festival Orchestra.
Nasceu assim a sua primeira obra-prima de uma heptologia histórica - "Days Of Future Passed", na sua discografia e na história da música pop/rock, do rock progressivo e do art rock.
O contrato dos Moody Blues com a "Decca" estava a terminar e eles estavam a dever algum dinheiro por adiantamentos que a gravadora entretanto lhes fizera. Para compensar esse débito, o director artístico da "Decca", Hugh Mendl, propôs-lhes gravarem um projecto inovador para testar o novo sistema de som, "Deramic Stereo Sound", que iria ser lançado no novo selo da companhia - "Deram". O projecto consistia numa versão Rock da "Sinfonia do Novo Mundo" do compositor clássico Antonio Dvorak, acompanhados por uma orquestra sinfónica dirigida por Peter Knight.
O projecto não seguiu em frente, porque os Moody Blues contrapropuseram um projecto idêntico, mas com composições da sua autoria e tiveram o apoio do arranjador e maestro Peter Knight e da London Festival Orchestra.
Nasceu assim a sua primeira obra-prima de uma heptologia histórica - "Days Of Future Passed", na sua discografia e na história da música pop/rock, do rock progressivo e do art rock.
Aproveitando o sucesso que os Beatles tiveram, alguns meses antes, com o album "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", os Moody Blues criaram também o album conceptual "Days Of Future Passed", que nos conta o dia a dia do homem comum, passando pelas várias fases do dia desde o amanhecer até à noite cerrada.
"Days Of Future Passed" é um album de rock progressivo, com a fusão musical de orquestração e composição clássica com o Rock, que se inicia com o tema "The Day Begins", creditado a Redwave/Knight, que na realidade Redwave é um avatar que os membros dos Moody Blues usaram para identificar a composição em que todos contribuíram e Knight, por ter sido o maestro Peter Knight que orquestrou este puzzle musical, juntando extractos de várias composições que constituem este album, em cima do poema "Morning Glory" de Graeme Edge.
"Days Of Future Passed" é um album de rock progressivo, com a fusão musical de orquestração e composição clássica com o Rock, que se inicia com o tema "The Day Begins", creditado a Redwave/Knight, que na realidade Redwave é um avatar que os membros dos Moody Blues usaram para identificar a composição em que todos contribuíram e Knight, por ter sido o maestro Peter Knight que orquestrou este puzzle musical, juntando extractos de várias composições que constituem este album, em cima do poema "Morning Glory" de Graeme Edge.
GLÓRIA MATINAL
O Universo de coração frio, que governa a noite,
Remove as cores da nossa vista.
O vermelho é cinza e o amarelo é branco,
Mas nós decidimos o que é o real
E o que é uma ilusão.
Buracos estreitos num céu incolor
Deixam cintilações insípidas de passagem de luz por eles.
A poderosa luz de dez mil sóis
Desafia o infinito e logo desaparece.
A noite, para alguns um breve interlúdio,
Para os outros o medo da solidão.
Bravo Helios, acorda os teus corcéis
E traz o calor que o campo precisa.
O Universo de coração frio, que governa a noite,
Remove as cores da nossa vista.
O vermelho é cinza e o amarelo é branco,
Mas nós decidimos o que é o real
E o que é uma ilusão.
Buracos estreitos num céu incolor
Deixam cintilações insípidas de passagem de luz por eles.
A poderosa luz de dez mil sóis
Desafia o infinito e logo desaparece.
A noite, para alguns um breve interlúdio,
Para os outros o medo da solidão.
Bravo Helios, acorda os teus corcéis
E traz o calor que o campo precisa.
Depois de "The Day Begins", segue-se o amanhecer com "Dawn: Dawn Is A Feeling", uma composição de Mike Pinder. Ao amanhecer segue-se naturalmente a manhã: "The Morning: Another Morning" de Ray Thomas. A passagem da manhã para a tarde, vem com o meio-dia e o intervalo de almoço, "Lunch Break: Peak Hour" composta por John Lodge.
O lado B do album começa como o lado B de qualquer dia - a tarde, "The Afternoon: Forever Afternoon (Tuesday?)", uma linda composição de Justin Hayward.
Seguidamente chega o entardecer numa mescla do pôr do sol com o crepúsculo, "Evening: The Sunset (composta por Mike Pinder) / Twilight (de John Lodge)".
Finalmente chega a noite, "The Night: Nights In White Satin", a extraordinária composição de Justin Hayward, que termina com mais uma orquestração musical de Peter Knight em cima de outro poema de Graeme Edge: "Late Lament" e que se esvai com um prolongado som de um gongo gigante, que representa a longa noite de espera até que o dia recomece e como sempre se repita diàriamente, desde o longínquo passado até ao eterno futuro.
O album "Days Of Future Passed" ajuda a reconhecermo-nos no dia a dia da nossa vida, de uma forma musicalmente perfeita e que será eternamente um clássico, não só do Rock, mas de toda a música de grande qualidade.
O lado B do album começa como o lado B de qualquer dia - a tarde, "The Afternoon: Forever Afternoon (Tuesday?)", uma linda composição de Justin Hayward.
Seguidamente chega o entardecer numa mescla do pôr do sol com o crepúsculo, "Evening: The Sunset (composta por Mike Pinder) / Twilight (de John Lodge)".
Finalmente chega a noite, "The Night: Nights In White Satin", a extraordinária composição de Justin Hayward, que termina com mais uma orquestração musical de Peter Knight em cima de outro poema de Graeme Edge: "Late Lament" e que se esvai com um prolongado som de um gongo gigante, que representa a longa noite de espera até que o dia recomece e como sempre se repita diàriamente, desde o longínquo passado até ao eterno futuro.
O album "Days Of Future Passed" ajuda a reconhecermo-nos no dia a dia da nossa vida, de uma forma musicalmente perfeita e que será eternamente um clássico, não só do Rock, mas de toda a música de grande qualidade.
LAMENTO TARDIO
Respirem profundamente a melancolia
Até verem as luzes desaparecerem em todos os quartos.
As pessoas que dormem, olham para trás e lamentam-se
Da energia que gastaram inùtilmente durante mais um dia.
Amantes apaixonados agarram-se entre si.
O homem solitário chora por amor e não tem nenhum.
A recente mãe pega ao colo e amamenta o seu filho.
Os idosos desejam que ainda fossem jovens.
O Universo de coração frio, que governa a noite,
Remove as cores da nossa vista.
O vermelho é cinza e o amarelo é branco,
Mas nós decidimos o que é o real
E o que é uma ilusão.
Respirem profundamente a melancolia
Até verem as luzes desaparecerem em todos os quartos.
As pessoas que dormem, olham para trás e lamentam-se
Da energia que gastaram inùtilmente durante mais um dia.
Amantes apaixonados agarram-se entre si.
O homem solitário chora por amor e não tem nenhum.
A recente mãe pega ao colo e amamenta o seu filho.
Os idosos desejam que ainda fossem jovens.
O Universo de coração frio, que governa a noite,
Remove as cores da nossa vista.
O vermelho é cinza e o amarelo é branco,
Mas nós decidimos o que é o real
E o que é uma ilusão.
O álbum "Days Of Future Passed" foi o primeiro album de um conjunto de sete álbuns conceituais seguidos, compostos e interpretados pelos Moody Blues e que são todos e cada um deles uma obra-prima do Rock, do Rock Progressivo, da música neo-clássica e do recentemente chamado Art-Rock, não só pelas suas composições, mas pela arte de cada uma das capas desta inesquecível e única heptafonia, que se iniciou em 1967 com "Days Of Future Passed", continuou no ano seguinte com "In The Search Of The Lost Chord", um álbum conceitual à cerca de pesquisas e descobertas do mundo, da música, da exploração espacial, do desenvolvimento espiritual e do amor perdido.
Em Abril de 1969, os Moody Blues lançam o 3º álbum da sua famosa heptologia - "On The Threshold Of A Dream", um álbum cujo tema eram os sonhos e a sua interpretação.
Ainda em 1969 (Novembro) os Moody Blues lançam mais uma obra-prima do Rock - "To Our Children's Children's Children", cujas canções são sobre as viagens inter-espaciais e como os nossos descendentes vão conviver com esses novos mundos. O álbum foi baseado na chegada do homem à lua, nesse mesmo ano.
O 5º álbum deste hepteto de preciosidades musicais - "A Question Of Balance" foi editado em 1970 e é dele que tratava esta edição Nº90 da "Onda Pop", bem como do grande êxito comercial do single "Question", retirado deste mesmo álbum.
O álbum "A Question Of Balance" parece ser o primeiro álbum Rock cujo tema central é a ecologia e chegou ao topo da parada de L.P.s no Reino Unido e ao 2º lugar nos Estados Unidos, enquanto o single "Question", que questiona a Guerra do Vietname - Why do we never get an answer, when we’re knocking at the door/ With a thousand million questions about hate and death and war? - alcançou a 2ª posição no hit-parade inglês.
O álbum "A Question Of Balance" parece ser o primeiro álbum Rock cujo tema central é a ecologia e chegou ao topo da parada de L.P.s no Reino Unido e ao 2º lugar nos Estados Unidos, enquanto o single "Question", que questiona a Guerra do Vietname - Why do we never get an answer, when we’re knocking at the door/ With a thousand million questions about hate and death and war? - alcançou a 2ª posição no hit-parade inglês.
A obra-prima seguinte - "Every Good Boy Deserves A Favour", editado no início de 1971, tem como tema central a infância e inicia-se com o único tema composto pelos 5 membros dos Moody Blues "Procession!", que nos conta musicalmente a criação e evolução da música (Sons da natureza, comunicação através de tambores (Comunication!) , cânticos de escravos nas galeras, trovadores, música sacra, compositores clássicos, etc) e isso tudo desde a formação do Universo em que nada existia (Desolation!) até chegarmos ao Rock (Solution!), passando pelas várias eras do Mundo (Idade da Pedra, Idade Média, Renascecença, etc, após a criação da Terra (Creation!).
Uma composição épica, como épico é este fabuloso álbum, que foi talvez a sua última obra-prima musical.
Uma composição épica, como épico é este fabuloso álbum, que foi talvez a sua última obra-prima musical.
O último álbum desta fantástica heptologia musical dos Moody Blues foi lançado em 1972 - "Seventh Sojourn" e neste álbum Mike Pinder já não utilizou o "Mellotron" e sim um instrumento de teclas mais evoluído chamado "Chamberlin". O album "Seventh Sojourn" (Sétimo Estágio) é um álbum que tenta desmistificar o conceito que alguns críticos e fans criaram àcerca dos Moody Blues e das suas letras das canções, fazendo crer que eles eram gurus da sabedoria, o que eles tentam desmenti-los com um dos êxitos maiores deste L.P. - "I'M Just A Singer (In A Rock 'N' Roll Band)" que atingiu a 12ª posição na Billboard (Hit-Parade de USA).
Outro grande êxito deste álbum foi a espectacular composição de John Lodge - "Isn't Life Strange?", que também entrou no top americano e no Reino Unido subiu até ao 12º lugar.
"Seventh Sojourn" atingiu o topo dos álbuns nas paradas americanas e o 2º lugar no Reino Unido.
Outro grande êxito deste álbum foi a espectacular composição de John Lodge - "Isn't Life Strange?", que também entrou no top americano e no Reino Unido subiu até ao 12º lugar.
"Seventh Sojourn" atingiu o topo dos álbuns nas paradas americanas e o 2º lugar no Reino Unido.
Depois do sucesso do álbum "On Threshold Of A Dream", os Moody Blues seguiram o exemplo dos Beatles e criaram o seu próprio selo editorial: "Threshold". Isso ajudou a que entre 1972, após o lançamento de "Seventh Sojourn" e 1977, todos os membros dos Moody Blues lançassem álbuns a solo ou em duo, que de certa forma seguiam o padrão artístico dos últimos sete álbuns do grupo, embora com cunhos pessoais de composição.
Assim, em 1975, Justin Hayward e John Lodge lançaram o L.P. - "Blue Jays", donde saíu um single de sucesso: "Blue Guitar", que atingiu a 8ª posição no Reino Unido e no qual eram acompanhados pelo conjunto inglês 10CC.
John Lodge ainda lança em 1977, um outro L.P. - "Natural Avenue" e Justin Hayward, que já lançou 8 álbuns de estúdio a solo, edita o álbum "Songwriter", também em 1977.
Assim, em 1975, Justin Hayward e John Lodge lançaram o L.P. - "Blue Jays", donde saíu um single de sucesso: "Blue Guitar", que atingiu a 8ª posição no Reino Unido e no qual eram acompanhados pelo conjunto inglês 10CC.
John Lodge ainda lança em 1977, um outro L.P. - "Natural Avenue" e Justin Hayward, que já lançou 8 álbuns de estúdio a solo, edita o álbum "Songwriter", também em 1977.
Ainda em 1975, Ray Thomas lança também o seu álbum "From Mighty Oaks" e em 1976 edita o seu 2º álbum "Hopes, Wishes and Dreams".
Também nesse hiato temporal, Graeme Edge produziu dois álbuns com o guitarrista Adrian Gurvitz, "Kick Off Your Muddy Boots" (1975) e "Paradise Ballroom"(1976).
Seguindo o exemplo dos seus companheiros dos Moody Blues, Michael Pinder também lança, em 1976, o seu álbum a solo - "The Promise".
Em 1977, os membros dos Moody Blues voltam a reunir-se em lançam em 1978, o álbum "Octave". A partir daí e até 1999 lançam mais 6 álbuns, mas no lugar de Michael Pinder aparece outro grande teclista - Patrick Moraz, que tinha deixado outro super-grupo - os "Yes".
Esta sequência de álbuns no século XX, termina com o L.P. - "Strange Times" (sem Michael Pinder e sem Patrick Moraz), que nos apresenta uma análise social de como foi a evolução do mundo desde "Days Of Future Passed" (1967) em pleno "Verão do Amor" (o qual criava a esperança num futuro melhor em um mundo justo, de equilíbrio social, de paz e de amor), até ao final do século em que essa revolução social foi quase que anulada - "Strange Times" (1999).
Esta sequência de álbuns no século XX, termina com o L.P. - "Strange Times" (sem Michael Pinder e sem Patrick Moraz), que nos apresenta uma análise social de como foi a evolução do mundo desde "Days Of Future Passed" (1967) em pleno "Verão do Amor" (o qual criava a esperança num futuro melhor em um mundo justo, de equilíbrio social, de paz e de amor), até ao final do século em que essa revolução social foi quase que anulada - "Strange Times" (1999).
A desilusão do que se passou no Mundo (então às portas do século XXI, mas que infelizmente pode ser transferido até aos dias de hoje) é refletida por mais um excelente poema de Graeme Edge: "Nothing Changes", com que termina o referido álbum.
NADA MUDA
O manto escuro da "Guerra Fria"
Deixou-nos um futuro ainda inseguro.
Lembrando-nos da lição
Do futuro passado,
Vemos uma lista de datas
E nós sabíamos que haveríamos
De vivê-las todas.
1984 foi um ano para temer
A esperança estava morta, e o estado policial ficava.
O cometa Halley iria-nos sobrevoar
E veríamos um brilho no céu nocturno.
Agora o 2001 está quase a chegar
E tão logo tenha vindo, logo terá ido.
Nada muda!
De pé na encruzilhada
Do que é, será, e foi,
O óbvio escapa-nos.
Não é porque os zeros se alinham,
Devemos é mudar nosso modo de pensar.
Mas se não o fizermos, o caminho a seguir
Estará repleto de perigos.
E se fizéssemos as coisas que todos sabemos estar certas
Ficariam só os medos infantis
Do perigo na noite ...
Nós, cada um de nós está bem,
Pois todos conhecemos a palavra.
Mas agrupados,
só a "figura" do triunfo de Babel
dominará o rebanho irreflectido.
Nada muda!
Nada muda,
mas nada permanece o mesmo.
E a vida continua a ser
Um simples jogo.
O manto escuro da "Guerra Fria"
Deixou-nos um futuro ainda inseguro.
Lembrando-nos da lição
Do futuro passado,
Vemos uma lista de datas
E nós sabíamos que haveríamos
De vivê-las todas.
1984 foi um ano para temer
A esperança estava morta, e o estado policial ficava.
O cometa Halley iria-nos sobrevoar
E veríamos um brilho no céu nocturno.
Agora o 2001 está quase a chegar
E tão logo tenha vindo, logo terá ido.
Nada muda!
De pé na encruzilhada
Do que é, será, e foi,
O óbvio escapa-nos.
Não é porque os zeros se alinham,
Devemos é mudar nosso modo de pensar.
Mas se não o fizermos, o caminho a seguir
Estará repleto de perigos.
E se fizéssemos as coisas que todos sabemos estar certas
Ficariam só os medos infantis
Do perigo na noite ...
Nós, cada um de nós está bem,
Pois todos conhecemos a palavra.
Mas agrupados,
só a "figura" do triunfo de Babel
dominará o rebanho irreflectido.
Nada muda!
Nada muda,
mas nada permanece o mesmo.
E a vida continua a ser
Um simples jogo.
Depois de "Strange Times", os Moody Blues só voltaram a gravar um álbum de estúdio em 2003, "December", tendo como tema central o Natal.
Desde então os Moody Blues continuaram com uma série de tournées, quase que anualmente, e em 2018 iniciarão uma nova digressão para celebrar o 50º aniversário do esplêndido álbum "Days Of Future Passed".
No passado dia 5 de Outubro deste ano receberam finalmente a honra de serem nomeados para o Rock & Roll Hall Of Fame, depois de terem sofrido o ostracismo dos extremistas fanáticos do Rock, que os achavam e acham um grupo de música clássico/pop.
Certamente são e serão clássicos, no sentido eterno da palavra de grandes compositores como Beethoven, Paul McCartney, Bach, Paul Simon, Mozart, Brian Wilson, Wagner, Keith Richards, Strauss, George Gershwin, Liszt, John Lennon, Erik Satie, Jacques Brel, Tchaikovsky ou Barry Gibb, entre outros clássicos da música universal.
Desde então os Moody Blues continuaram com uma série de tournées, quase que anualmente, e em 2018 iniciarão uma nova digressão para celebrar o 50º aniversário do esplêndido álbum "Days Of Future Passed".
No passado dia 5 de Outubro deste ano receberam finalmente a honra de serem nomeados para o Rock & Roll Hall Of Fame, depois de terem sofrido o ostracismo dos extremistas fanáticos do Rock, que os achavam e acham um grupo de música clássico/pop.
Certamente são e serão clássicos, no sentido eterno da palavra de grandes compositores como Beethoven, Paul McCartney, Bach, Paul Simon, Mozart, Brian Wilson, Wagner, Keith Richards, Strauss, George Gershwin, Liszt, John Lennon, Erik Satie, Jacques Brel, Tchaikovsky ou Barry Gibb, entre outros clássicos da música universal.
Os Moody Blues e os seus álbuns conquistaram o respeito e a aclamação do público, e coloca-os naquela distinta categoria de pioneiros do Rock Progressivo e Conceitual... e sempre com uma mensagem de Paz.
Apesar da desaprovação de uma certa crítica musical, o melhor da música dos Moody Blues entre 1967 e 1972 possui uma qualidade e beleza indiscutíveis.
Tal como os Beatles, eles também entenderam como as canções pop/rock funcionavam e, não sendo nenhum deles particularmente virtuoso como músico, como compositores a sua música é de alta qualidade e é Rock, é Pop e é Clássica... por isso será intemporal.
Apesar da desaprovação de uma certa crítica musical, o melhor da música dos Moody Blues entre 1967 e 1972 possui uma qualidade e beleza indiscutíveis.
Tal como os Beatles, eles também entenderam como as canções pop/rock funcionavam e, não sendo nenhum deles particularmente virtuoso como músico, como compositores a sua música é de alta qualidade e é Rock, é Pop e é Clássica... por isso será intemporal.
Se alguém ou alguma entidade, por qualquer motivo, se sentir ofendida com as opiniões expressas, ou considerar que uma música, vídeo ou ilustração que apareça neste artigo viola os direitos autorais, por favor informe-nos imediatamente antes de enviar qualquer reclamação e saiba que a responsabilidade não é do site "Onda Pop.pt", nem dos seus proprietários, mas ùnicamente deste amigo e colaborador,
José Couto (Sgt. Couto)
Doutorado em "The Music Of The Beatles" e em "The History Of Rock 'N' Roll" ,
pela Universidade de Rochester (USA)
Doutorado em "The Music Of The Beatles" e em "The History Of Rock 'N' Roll" ,
pela Universidade de Rochester (USA)
E hoje o que temos por aqui ?
Um senhor com um vozeirão de pasmar. Nesta altura (1970) andava pelos Estados Unidos, mas por lá ficou muitos anos entrando ainda no século XXI cantando em Las Vegas todos os anos sempre com casas cheias. A Onda Pop já contou a sua história no nº 27. É amigo de Engelbert Humperdink seu colega e concorrente. |
Após este triste acontecimento e nesta singela homenagem, que lhe prestamos, aproveitamos para vos apresentar as insofismáveis razões porque é que o Daniel Bacelar é o verdadeiro Pai do Rock Português.
Embora alguns círculos e tertúlias musicais tentem provar o contrário, os presumíveis candidatos a esse título e importância musical falham pelas seguintes razões:
- Joaquim Costa, o cantor português que viu lançado, em 2008, um single editado pela Groovie Records, retirado de gravações que tinha feito na Rádio Graça no final dos anos 50, com "Rip It Up" e "Tutti Frutti", duas canções de Little Richard, não foi o único a fazer gravações em algumas Rádios e o seu legado só chegou ao meio musical 50 anos depois, o que nos deixa bastantes dúvidas àcerca da sua influência no lançamento e desenvolvimento do Rock Português;
- Os Babies, o conjunto de Coimbra que em 1957 abrilhantava bailes, nunca gravou qualquer disco, nem existem gravações conhecidas. Embora pese o facto que os Babies eram liderados pelo nosso querido amigo José Cid, (incontestàvelmente o melhor músico e compositor português até aos dias de hoje, com centenas de composições, gravações e discos lançados quer a solo, quer com o fabuloso Quarteto 1111, quer ainda com os Green Windows, sendo sem dúvida o músico e compositor português que mais influenciou o Rock Português nas suas diversas vertentes - Pop/Rock, Rock Psicadélico, Rock Progressivo e Rock 'N' Roll), na época já existiam alguns conjuntos que abrilhantavam os bailes deste país, cobrindo os vários êxitos internacionais;
- Portuguese Joe, um imigrante português nos Estados Unidos, gravou nesse país 2 singles - "Teen Age Riot /Star Light Star Bright" e "Miss Ping Pong/Portuguese Boogie", mas por motivos óbvios não tiveram influência no Rock Português, até porque eram dois discos obscuros no conhecimento generalizado do ambiente musical português, até há uns 10 anos atrás;
- Os Conchas, o duo formado por José Manuel Concha e Fernando Gaspar, mereceu o 1º lugar na categoria de conjuntos no concurso "Caloiros da Canção", organizado pela Rádio Renascença e como prémio a gravação de um disco E.P., editado em Setembro de 1960, em conjunto com o vencedor na categoria revelação/cantor a solo, o nosso homenageado - Daniel Bacelar. Cada um dos premiados gravou duas canções, acompanhados pelo Conjunto de Jorge Machado.
Os Conchas, que viriam a ser um conjunto importantíssimo no panorama musical dos anos 60, gravaram para este disco versões em português de "Oh! Carol" de Neil Sedaka e "Quero O Teu Amor" dos Everly Brothers.
Embora alguns círculos e tertúlias musicais tentem provar o contrário, os presumíveis candidatos a esse título e importância musical falham pelas seguintes razões:
- Joaquim Costa, o cantor português que viu lançado, em 2008, um single editado pela Groovie Records, retirado de gravações que tinha feito na Rádio Graça no final dos anos 50, com "Rip It Up" e "Tutti Frutti", duas canções de Little Richard, não foi o único a fazer gravações em algumas Rádios e o seu legado só chegou ao meio musical 50 anos depois, o que nos deixa bastantes dúvidas àcerca da sua influência no lançamento e desenvolvimento do Rock Português;
- Os Babies, o conjunto de Coimbra que em 1957 abrilhantava bailes, nunca gravou qualquer disco, nem existem gravações conhecidas. Embora pese o facto que os Babies eram liderados pelo nosso querido amigo José Cid, (incontestàvelmente o melhor músico e compositor português até aos dias de hoje, com centenas de composições, gravações e discos lançados quer a solo, quer com o fabuloso Quarteto 1111, quer ainda com os Green Windows, sendo sem dúvida o músico e compositor português que mais influenciou o Rock Português nas suas diversas vertentes - Pop/Rock, Rock Psicadélico, Rock Progressivo e Rock 'N' Roll), na época já existiam alguns conjuntos que abrilhantavam os bailes deste país, cobrindo os vários êxitos internacionais;
- Portuguese Joe, um imigrante português nos Estados Unidos, gravou nesse país 2 singles - "Teen Age Riot /Star Light Star Bright" e "Miss Ping Pong/Portuguese Boogie", mas por motivos óbvios não tiveram influência no Rock Português, até porque eram dois discos obscuros no conhecimento generalizado do ambiente musical português, até há uns 10 anos atrás;
- Os Conchas, o duo formado por José Manuel Concha e Fernando Gaspar, mereceu o 1º lugar na categoria de conjuntos no concurso "Caloiros da Canção", organizado pela Rádio Renascença e como prémio a gravação de um disco E.P., editado em Setembro de 1960, em conjunto com o vencedor na categoria revelação/cantor a solo, o nosso homenageado - Daniel Bacelar. Cada um dos premiados gravou duas canções, acompanhados pelo Conjunto de Jorge Machado.
Os Conchas, que viriam a ser um conjunto importantíssimo no panorama musical dos anos 60, gravaram para este disco versões em português de "Oh! Carol" de Neil Sedaka e "Quero O Teu Amor" dos Everly Brothers.
Então porque é que o Daniel Bacelar é o Pai do Rock Português?
Porque nesse mesmo E.P. "Caloiros da Canção" de 1960, Daniel Bacelar gravou duas canções em português, mas da sua autoria - "Fui Louco Por Ti" e "Nunca", as duas primeiras canções Rock originais, compostas, cantadas e gravadas por um português e que influenciaram e animaram mais artistas portugueses a compôr e cantar em português... e assim nasceu o Rock Português. |
Tal como vimos e ouvimos na entrevista acima, o Daniel Bacelar era um homem simples e humilde e, por vezes, até um pouco embaraçado, quando nos contava as suas experiências musicais ou lhe pedíamos que nos falasse dos seus discos ou das suas canções, nos almoços, quer organizados pelo Luís Pinheiro de Almeida (autor dos livros "Biografia do Ié-Ié" e "Beatles em Portugal"), quer pelo Abel Rosa (autor dos livros "Beatles Discografia Portuguesa", "Beatles Ilustrados" - Vol 1 e 2, "Beatles Populares" e "Rolling Stones Discografia Portuguesa"), ou ainda nas nossas reuniões do Clube do Sargento Pimenta, onde muitas vezes nos dava o prazer de cantar as suas canções ou as do Ricky Nelson... mas onde sempre se recusou a cantar a "Marcianita".
Há 7 meses (em Fevereiro de 2017...isso mesmo, há tão pouco tempo atrás!) a sua esposa, companheira e cúmplice Fernanda, fez-nos chegar às mãos uma gravação que o Daniel Bacelar acabara de fazer com a produção e musicalização do seu grande amigo (e enorme guitarrista) Zé Pino, com quem passava muitas tardes fazendo experiências musicais no estúdio, em casa deste em Sintra.
Essa gravação que agora publicamos é a nova versão de "Marcianita", com a voz inacreditàvelmente suave e límpida do Daniel Bacelar, nos seus jovens 73 anos de idade. FENOMENAL !!!
Há 7 meses (em Fevereiro de 2017...isso mesmo, há tão pouco tempo atrás!) a sua esposa, companheira e cúmplice Fernanda, fez-nos chegar às mãos uma gravação que o Daniel Bacelar acabara de fazer com a produção e musicalização do seu grande amigo (e enorme guitarrista) Zé Pino, com quem passava muitas tardes fazendo experiências musicais no estúdio, em casa deste em Sintra.
Essa gravação que agora publicamos é a nova versão de "Marcianita", com a voz inacreditàvelmente suave e límpida do Daniel Bacelar, nos seus jovens 73 anos de idade. FENOMENAL !!!
Essa sua simplicidade a falar de si e da sua obra musical, poderia ser considerada falsa modéstia, mas não era e, se necessário fosse provar, contamos esta sua estória de vida:
Nos finais dos anos 70 (portanto já distante no tempo do auge da sua carreira discográfica, quando gravou 6 E.P.s, para além dos "Caloiros da Canção", entre 1961 e 1967), Daniel Bacelar entrou na discoteca da Valentim de Carvalho, na Avenida de Roma, em Lisboa e, dirigindo-se ao balcão da loja para solicitar um determinado disco que procurava, ficou perplexo quando a atendente Fernanda lhe dirigiu a pergunta:
- "Sr. Daniel Bacelar, em que posso ajudá-lo?" Ainda incrédulo questionou-a: - "Como é que sabe o meu nome?" E a Fernanda com toda a naturalidade respondeu-lhe: - "Nós somos uma loja de discos e o Sr. Daniel é um dos nossos artistas de renome, portanto..." Portanto...no dia 3 de Agosto de 1981, casaram-se e viveram juntos com alegria e cumplicidade até ao passado e fatídico dia 29 de Setembro de 2017. |
Daniel Bacelar nunca fez parte formalmente de algum conjunto, mas gravou os seus discos com vários conjuntos portugueses, como o Conjunto de Jorge Machado (no "Caloiros da Canção"), depois com o conjunto "Abril em Portugal", 3 discos com os "Gentlemen", depois outro com os "Siderais" e finalmente um com os "Fliers", mas ao vivo cantou com muitos mais, como neste video que vos apresentamos, em que é superiormente acompanhado pelos famosos "Sheiks":
Muitas das suas experiências, que compartilhava conosco, diziam respeito às condições de gravação de discos em Portugal, no início dos anos 60, com gravadores de 2 ou 4 pistas, os técnicos de som e produtores que não tinham qualquer experiência para gravações em que deveriam muitas vezes realçar o som da guitarra eléctrica, ou da bateria ou até da viola-baixo, pois só estavam habituados a gravações de música ligeira portuguesa ou de fado.
E que dizer de alguns estúdios de gravação que ficavam em prédios, sem janelas de vidro duplo (que ainda não eram comercializadas), junto de linhas do eléctrico, que obrigavam variadas vezes à interrupção, anulação e repetição das gravações, cada vez que o eléctrico passava, um passageiro tocava a campaínha para avisar que saía na próxima paragem, ou quando o guarda-freios tocava fortemente a sineta para chamar a atenção de alguma pessoa ou viatura que estivesse a impedir os carris do carro-eléctrico... isto tudo para além do sino da igreja que tocava de 30 em 30 minutos.
O Daniel Bacelar e os seus contemporâneos foram os verdadeiros pioneiros do Rock em Portugal. Foram eles que desbravaram os caminhos dos óptimos artistas e conjuntos que hoje povoam o nosso universo musical e até o do já longínquo "Chico Fininho", sem computadores, sem sintetizadores, sem mesas de mistura sofisticadas e com 128 pistas, etc, por isso não devem ser esquecidos ou ignorados e merecem o nosso respeito, aplauso e agradecimento pela sua coragem, estoicismo e resilência com que encararam e venceram todas as dificuldades sociais, técnicas e de falta de formação musical da época.
Para mais informações e curiosidades sobre a carreira, as experiências e a personalidade do Daniel Bacelar, aconselhamos a leitura dos diversos posts no blog "Guedelhudos", através do link abaixo:
http://guedelhudos.blogspot.pt/search/label/Daniel%20Bacelar
E que dizer de alguns estúdios de gravação que ficavam em prédios, sem janelas de vidro duplo (que ainda não eram comercializadas), junto de linhas do eléctrico, que obrigavam variadas vezes à interrupção, anulação e repetição das gravações, cada vez que o eléctrico passava, um passageiro tocava a campaínha para avisar que saía na próxima paragem, ou quando o guarda-freios tocava fortemente a sineta para chamar a atenção de alguma pessoa ou viatura que estivesse a impedir os carris do carro-eléctrico... isto tudo para além do sino da igreja que tocava de 30 em 30 minutos.
O Daniel Bacelar e os seus contemporâneos foram os verdadeiros pioneiros do Rock em Portugal. Foram eles que desbravaram os caminhos dos óptimos artistas e conjuntos que hoje povoam o nosso universo musical e até o do já longínquo "Chico Fininho", sem computadores, sem sintetizadores, sem mesas de mistura sofisticadas e com 128 pistas, etc, por isso não devem ser esquecidos ou ignorados e merecem o nosso respeito, aplauso e agradecimento pela sua coragem, estoicismo e resilência com que encararam e venceram todas as dificuldades sociais, técnicas e de falta de formação musical da época.
Para mais informações e curiosidades sobre a carreira, as experiências e a personalidade do Daniel Bacelar, aconselhamos a leitura dos diversos posts no blog "Guedelhudos", através do link abaixo:
http://guedelhudos.blogspot.pt/search/label/Daniel%20Bacelar
Um beijo para a Fernanda e um abraço eterno do Zé Couto e da "Onda Pop" (João Pedro Gouveia, Luís Arriaga, Duarte Nuno e Zé Manuel Santos)
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"Olhando Para O Céu
Vi Uma Estrela Brilhar No Teu Olhar Uma Esperança Despontar Não Posso Olvidar O Teu Meigo Olhar Nem O Teu Sorriso De Encantar..." Este é um extrato do poema de mais uma composição de Daniel Bacelar - "Olhando Para O Céu", que acaba por, irònicamente, definir o sentimento que a sua perda deixa em todos os seus amigos. |
POR FALAR DE PIONEIRISMO EM PORTUGAL...
Não é só no Rock Português que Portugal parece ter vergonha do seu passado e ignora os seus pioneiros.
Também tem vergonha de ser o grande pioneiro da agora tão famosa Globalização e pretende ignorar esses grandes heróis portugueses que no Século XVI foram os verdadeiros obreiros e criadores da Globalização: África, Arábia, Índia, China, Ceilão (Sri Lanka), Malásia, Japão, Timor, Brasil (e até o restante continente americano ao Norte do Brasil descoberto por Américo Vespúcio em 1502, por ordem de D. Manuel I) foram algumas das regiões do globo que os navegadores portugueses descobriram e criaram as ligações marítimas, comerciais e culturais com a Europa, conforme é reconhecido internacionalmente:
Também tem vergonha de ser o grande pioneiro da agora tão famosa Globalização e pretende ignorar esses grandes heróis portugueses que no Século XVI foram os verdadeiros obreiros e criadores da Globalização: África, Arábia, Índia, China, Ceilão (Sri Lanka), Malásia, Japão, Timor, Brasil (e até o restante continente americano ao Norte do Brasil descoberto por Américo Vespúcio em 1502, por ordem de D. Manuel I) foram algumas das regiões do globo que os navegadores portugueses descobriram e criaram as ligações marítimas, comerciais e culturais com a Europa, conforme é reconhecido internacionalmente:
"... Qualquer pessoa com alguma consciência histórica sabe o que os Holandeses têm a agradecer aos Portugueses. Foram os seus antepassados que revelaram o mundo a outros países europeus, e, portanto, também a nós. Foram os seus destemidos compatriotas que exploraram novos caminhos marítimos e aportaram a margens longínquas. Nós vimos como os Portugueses faziam, mas só anos mais tarde, lhes seguimos o exemplo.
... Esta impressionante história faz de Portugal um país muito especial. Portugal sempre foi ‘testa de ponte’ da Europa; um posto avançado, com vista para o mar. ..."
... Esta impressionante história faz de Portugal um país muito especial. Portugal sempre foi ‘testa de ponte’ da Europa; um posto avançado, com vista para o mar. ..."
Foi preciso que o chefe de estado de um país estrangeiro (o Rei Willem-Alexander, da Holanda) fizesse esta empolgante homenagem aos navegadores e descobridores portugueses, para que finalmente talvez deixemos cair o fardo dos últimos 40 anos em que esses heróis se tornaram ùnicamente nos vis colonizadores, segundo os olhares viciados de críticos e analistas socialmente ou polìticamente correctos, que para agradarem aos seus mentores misturam 500 anos de história, como se as sociedades e os seus princípios sociais modernos pudessem ter sido aplicados nos séculos XV e XVI.
Provàvelmente os princípios sociais que nos regem hoje, e de que tanto nos orgulhamos, serão considerados desumanos ou ridículos nos vindouros séculos XXV ou XXVI, ou até mesmo muito antes disso.
Provàvelmente os princípios sociais que nos regem hoje, e de que tanto nos orgulhamos, serão considerados desumanos ou ridículos nos vindouros séculos XXV ou XXVI, ou até mesmo muito antes disso.
Porque é que os nossos historiadores continuam a ignorar o que muitos historiadores estrangeiros afirmam com várias evidências (relíquias portuguesas encontradas em vários pontos da costa australiana, mais de 15 palavras da linguagem arborígene Pilbara são portuguesas, além de mais umas 50 de origem latina, ou até os escritos do nosso grande historiador João de Barros, os mapas do século XVI desenhados pelo cartógrafo do Luso-Malaio, Manuel Godinho de Erédia e os "ridículos" 650 Kms que só separam a Austrália de Timor)?
Porque os portugueses, para além de África, Índia, Brasil, etc, seriam também considerados os malandros culpados da colonização da Austrália descoberta por Cristóvão de Mendonça entre 1521 e 1524, e por isso querem-nos poupar de mais essa enorme "vergonha social"?
Pois é precisamente dessa terra longínqua descoberta por Cristovão de Mendonça, que recebemos:
Porque os portugueses, para além de África, Índia, Brasil, etc, seriam também considerados os malandros culpados da colonização da Austrália descoberta por Cristóvão de Mendonça entre 1521 e 1524, e por isso querem-nos poupar de mais essa enorme "vergonha social"?
Pois é precisamente dessa terra longínqua descoberta por Cristovão de Mendonça, que recebemos:
UM PISCAR DE OLHO DA AUSTRÁLIA
O nosso escriba e "descobridor" dos antípodas, o "popista" Luís Arriaga apresenta-nos uma preciosidade musical da República da África do Sul, cantada pela cantora sul-africana Carike Keuzenkamp, seguindo o mesmo respeito por Portugal com que o chefe de estado de um dos países mais antigos da democracia e liberdade, o Rei da Holanda, nos homenageou no seu discurso oficial de visita a Portugal.
Carike Keuzenkamp enaltece Bartolomeu Dias e a chegada dos portugueses à Africa do Sul, dobrando até o Cabo da Boa Esperança ou Cabo das Tormentas (hoje Cape Town ou Cidade do Cabo). |
Adrien Ransy não aparece aqui por acaso. Já tivemos muitas oportunidades de o apresentar e não poderíamos deixar de o fazer. O baterista que tocou na canção vencedora "Onde Vais Rio Que Eu Canto" de Sérgio Borges, era à época o baterista do Conjunto de João Paulo 70 de que Sérgio Borges era o vocalista (OP nº 60). Mas já ganhara outro Festival da Canção RTP quando em 1968 acompanhou Carlos Mendes (OP nº 23) com a canção "Verão".
Mas contemos primeiro a sua história:
Adrien Ransy nasceu em Bruxelas, Bélgica a 23 de Abril de 1938. Fez a escola primária e o liceu em Bruxelas. Aos 18 anos oferece-se como voluntário para o Serviço Militar. Vai parar à Alemanha fazendo parte das Forças de Ocupação pós guerra. Começa em Colónia, mas, nos quase 3 anos que por lá anda, passou por muitas cidades e lugares. "O país estava arrasado, era uma tristeza", diz. Com dois colegas, um que tocava trompete e outro viola, decidem fazer um grupo. Nunca tinha ligado à música, nunca tinha pegado numa bateria. Aprendeu com facilidade. Propuseram ao Comandante tocarem para os soldados e as chefias aceitaram. Acabou o trabalho duro e de armas na mão e as prioridades agora eram os ensaios. Em finais de 59, início de 60, deixa o Serviço Militar e acaba por tocar numa grande sala de Jazz, a Dixieland. O seu jeito para a bateria e a sua queda para o Jazz fazem dele um músico com uma forma de tocar muito particular.
Depois é convidado para o conjunto Pop "Les Cousins" com Andre Shore (viola solo e voz), Guido Dovan (viola ritmo), Gus, depois Jacky e ainda Jean Huysmans (viola baixo). Gravam vários EPs (disco vinil de 45 RPM com 4 canções) e tocam por toda a Bélgica e França. Fazem digressões à Alemanha, vão à China (Xangai) e à República Soviética (Moscovo).
Mas contemos primeiro a sua história:
Adrien Ransy nasceu em Bruxelas, Bélgica a 23 de Abril de 1938. Fez a escola primária e o liceu em Bruxelas. Aos 18 anos oferece-se como voluntário para o Serviço Militar. Vai parar à Alemanha fazendo parte das Forças de Ocupação pós guerra. Começa em Colónia, mas, nos quase 3 anos que por lá anda, passou por muitas cidades e lugares. "O país estava arrasado, era uma tristeza", diz. Com dois colegas, um que tocava trompete e outro viola, decidem fazer um grupo. Nunca tinha ligado à música, nunca tinha pegado numa bateria. Aprendeu com facilidade. Propuseram ao Comandante tocarem para os soldados e as chefias aceitaram. Acabou o trabalho duro e de armas na mão e as prioridades agora eram os ensaios. Em finais de 59, início de 60, deixa o Serviço Militar e acaba por tocar numa grande sala de Jazz, a Dixieland. O seu jeito para a bateria e a sua queda para o Jazz fazem dele um músico com uma forma de tocar muito particular.
Depois é convidado para o conjunto Pop "Les Cousins" com Andre Shore (viola solo e voz), Guido Dovan (viola ritmo), Gus, depois Jacky e ainda Jean Huysmans (viola baixo). Gravam vários EPs (disco vinil de 45 RPM com 4 canções) e tocam por toda a Bélgica e França. Fazem digressões à Alemanha, vão à China (Xangai) e à República Soviética (Moscovo).
Em 1964 sai porque a música que queria fazer era mais o Jazz e não o Rock ligeiro. Forma um trio e começam a tocar no Rose Noir. É aí que Luís Vilasboas o vai encontrar e fica encantado com o seu "swing". Convida-os para virem tocar a Portugal no seu "Luisiana" em Cascais por quinze dias.
Quando chegam vai buscá-los ao aeroporto e enquanto passam na marginal rumo a Cascais, Adrien fica encantado com a marginal, o mar e a calma existente. Após os 15 dias do contrato os seus colegas regressam à Bélgica mas Adrien não consegue largar a beleza e paz encontradas. Decide ficar a viver em Portugal. Foi assim que um contrato de 15 dias se transformou numa estadia em Portugal por mais de 50 anos. Depois disso tocou com outros múscos no Luisiana, no Hot Club e por muitos outros lugares.
Em Novembro de 1965 o Quinteto Académico fez uma digressão a Angola e Moçambique e no regresso, Fernando Mendes, o baterista decide sair. É aí que Mário Assis Ferreira (OP nºs 18 e 39) convida Adrien a integrar o Quinteto Académico (OP nºs 18, 39 e 41) que está a sofrer a sua primeira remodelação. Nessa altura Mário sai, passando a Manager e entra também Carlos Carvalho (viola), estavam a tocar na boîte Ronda no Monte do Estoril. Alexandre Barreto (OP nº 41) acaba também por sair pois trabalha todo o dia num atelier de Desenho e todas as noites rumava ao Ronda saindo às duas da manhã, um dia chegou a adormecer enquanto tocava. A música acabou e ele continuava a tocar. Entra então Jean Sarbid para o baixo. Em 66 e 67 gravam 2 discos. Depois também sai Daniel Gouveia e entra Pedro Osório. Actuam no 1º Festival que se realiza em Campo de Casal (Vilar de Mouros) nos dias 3 e 4 de Agosto de 1968.
Quando chegam vai buscá-los ao aeroporto e enquanto passam na marginal rumo a Cascais, Adrien fica encantado com a marginal, o mar e a calma existente. Após os 15 dias do contrato os seus colegas regressam à Bélgica mas Adrien não consegue largar a beleza e paz encontradas. Decide ficar a viver em Portugal. Foi assim que um contrato de 15 dias se transformou numa estadia em Portugal por mais de 50 anos. Depois disso tocou com outros múscos no Luisiana, no Hot Club e por muitos outros lugares.
Em Novembro de 1965 o Quinteto Académico fez uma digressão a Angola e Moçambique e no regresso, Fernando Mendes, o baterista decide sair. É aí que Mário Assis Ferreira (OP nºs 18 e 39) convida Adrien a integrar o Quinteto Académico (OP nºs 18, 39 e 41) que está a sofrer a sua primeira remodelação. Nessa altura Mário sai, passando a Manager e entra também Carlos Carvalho (viola), estavam a tocar na boîte Ronda no Monte do Estoril. Alexandre Barreto (OP nº 41) acaba também por sair pois trabalha todo o dia num atelier de Desenho e todas as noites rumava ao Ronda saindo às duas da manhã, um dia chegou a adormecer enquanto tocava. A música acabou e ele continuava a tocar. Entra então Jean Sarbid para o baixo. Em 66 e 67 gravam 2 discos. Depois também sai Daniel Gouveia e entra Pedro Osório. Actuam no 1º Festival que se realiza em Campo de Casal (Vilar de Mouros) nos dias 3 e 4 de Agosto de 1968.
Em 1969 saem Osório e Sarbid. Entram Mike Carr (teclas), Earl Jordan (voz), Alan Brown (trumpete) e Carlos Carvalho (baixo). Ficaram sete elementos no grupo e o conjunto passa a chamar-se Quinteto Académico + 2 (OP nº 41). Tocam na "boîte" O Relógio um dos mais importantes lugares de diversão na época em lisboa e onde o nosso "enviado" Rui Carvalho (OP nº 39) vai falar com Mário Assis para os entrevistar. Em Junho de 69 vão para Lourenço Marques (hoje Maputo), Moçambique com um contrato de 6 meses para o Hotel Polana (um dos melhores hotéis de África, ainda hoje) mas aí o viola baixo já é Daniel Silva (hoje Dany Silva OP nº 18).
Interessante como as coincidências existem. Margarida Galvão, Pitucha (na época sua namorada), hoje sua mulher, é natural de Moçambique e o seu avô, João Alexandre Lopes Galvão foi um dos obreiros do Hotel Polana inaugurado em 1922. Em Dezembro regressam a Lisboa e o conjunto termina porque alguns dos seus elementos queriam avançar com novos projectos.
Interessante como as coincidências existem. Margarida Galvão, Pitucha (na época sua namorada), hoje sua mulher, é natural de Moçambique e o seu avô, João Alexandre Lopes Galvão foi um dos obreiros do Hotel Polana inaugurado em 1922. Em Dezembro regressam a Lisboa e o conjunto termina porque alguns dos seus elementos queriam avançar com novos projectos.
Adrien e Zé Manel (OP nº 41) vão integrar o nova estrutura do Conjunto João Paulo 70 (OP nº 60) que também tinham regressado de Moçambique (onde tinham terminado a sua participação militar) trazendo consigo a cantora Vicky (sul africana que integrava o espectacular grupo African Folies). Em final de 70 sai e volta à sua velha paixão, o Jazz. É assim que vai fazer parte de um dos maiores acontecimentos musicais até hoje em Portugal. O 1º Festival de Jazz de Cascais em 1971 organizado por Luís Vilasboas e onde actuaram dos maiores nomes do Jazz a nível mundial, como Miles Davis, Ornette Coleman, Dexter Gordon, Phil Woods, Os Giants Of Jazz onde estavam Dizzy Gillespie, Theolonious Monk, Sonny Stitt, Kay Windial, Al McKibbon e Art Blakey (deve ter sido um dos melhores festivais a nível mundial). Adrien Ransy, junto com Kevin Huidale (teclas), Jean Sarbid (baixo) e João Ramos Jorge (saxofone), que mais tarde adoptará o nome de Rao Kiao, actuam também formando o grupo The Bridge. Na década de 70 vai tocando com vários músicos e fazendo muito trabalho de estúdio. É assim que é convidado a ser o baterista na gravação do álbum do Duo Ouro Negro (OP nº 89) "Blackgroud". Adrien disse-nos que este excelente álbum ia ser reeditado por Miguel Silva. Contactámos Miguel Silva que está a reeditar preciosidades raras da música portuguesa com o selo Armoniz (já lançou o 1º álbum de José Cid, "José Cid" de 1971). Miguel confirmou-nos que tinha contactado Adrien exactamente para saber pormenores dessa gravação, pois junto com o disco vem um pequeno libreto com toda a informação das gravações como fez com o do José Cid. E confirmou-nos que o disco deve sair até ao fim do ano. Estejam atentos porque vale a pena.
Em 71 também foi convidado pelo arquitecto Herlânder Peiroteu para integrar a peça de Teatro Pânico de Arrabal na Casa da Comédia. A peça tinha duas partes, "Os 4 Cubos" onde entrava Victor Norte depois "Uma Tartaruga Chamada Dostoieveski" com Leonor Poeira, Pedro Pinheiro Jorge Vale e Adrien Ransy. Peiroteu foi o realizador e cenógrafo. A peça esteve sempre esgotada e a crítica foi muito boa com Adrien. Na década de 80 deixa a sua actividade musical, apenas colaborando numa ou noutra festa a pedido de amigos ou em casa onde tem a bateria e onde o seu papagaio Chica colabora tocando pratos (como podem ver na foto) e passa a dedicar-se a uma arte de que também muito gostava, a decoração de interiores, colaborando com sua mulher que é de Belas Artes. Aliás Pitucha diz-nos que muitas vezes concretiza em desenho as ideias que o marido quer materializar. Entretando os anos vão passando e as forças e paciência vão diminuindo. Mas foi cheio de força de viver ainda muita música que terminámos este agradável bate-papo.
Também estivemos em Liverpool para comemorarmos os 50 anos de "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band". Liverpool está uma cidade plena de vida sempre com muitos bares cheios de música e cerveja a rolar. O turismo é grande e mesmo para os ingleses um dos principais locais para uma escapadinha. A parte antiga portuária do Rio Mersey desapareceu e deu lugar a uma arte moderna e bem conseguida estilo o que aconteceu em Lisboa com a Expo 98 que limpou a zona Este da cidade. Está carregada de Museus e restaurantes e muita animação. Os Beatles são visíveis a cada canto.
O Museu dos Beatles fica nesta zona. É daqui também que parte o circuito dos Beatles pela cidade, terminando frente ao Museu. Claro que reservámos uma noite para visitar a "Cavern" e aí fomos encontrar uma Beatles Band, vestidos e penteados a rigor como eles cantando os seus velhos temas com instrumentos semelhantes, se bem que o som está muito mais evoluído, com mais 50 anos de tecnologia em cima. Só que este "Paul" não é canhoto.
O Museu dos Beatles fica nesta zona. É daqui também que parte o circuito dos Beatles pela cidade, terminando frente ao Museu. Claro que reservámos uma noite para visitar a "Cavern" e aí fomos encontrar uma Beatles Band, vestidos e penteados a rigor como eles cantando os seus velhos temas com instrumentos semelhantes, se bem que o som está muito mais evoluído, com mais 50 anos de tecnologia em cima. Só que este "Paul" não é canhoto.
Também no Albert Dock perto do moderno embarcadouro do Rio Mersey, onde hoje os Ferries são mais para passeios de turistas, o escultor Tom Murphy fez uma estátua de Billy Fury um dos primeiros Rocker´s ingleses, que começou no final dos anos 50 e ainda teve sucesso durante os anos 60. No entanto era muito solicitado para fazer Cinema, acabando por entrar em vários filmes. Billy Fury nasceu a 17 de Abril de 1940 em Liverpool e faleceu a 28 de Janeiro de 1983. Ele também teve 24 Hits nos anos 60, como os Beatles ( mas nunca um 1º ) e manteve-se nos Hits por mais de 330 semanas. O seu verdadeiro nome era Ronald Wycherley e em criança teve lições de piano e problemas de coração que acabaram contribuindo para a sua morte. O seu 1º Hit foi "Maybe Tomorrow" em 1959. O 2º foi "OH Boy" em 60 e alcançou o 9º lugar no Hit. Fury era acompanhado por Georgie Fame and The Blue Fames e ainda em 60 fizeram uma audição para procurar novos grupos. Um dos que apareceu foram os Silver Beatles (ainda não eram só Beatles) mas não gostaram do baterista Stuart Sutclife. John Lennon recusou retirá-lo mas antes de ir embora pediu um autógrafo a Billy Fury. Depois Georgie Fame saíu para uma carreira a solo e o grupo que o passou a acompanhar foram Os Tornados. Os seus maiores sucessos foram"Halfway To Paradise" e "Jealousy"ambos de 1961. Depois começou a entrar em filmes. O 1º foi em 62 "Play it Cool" ao estilo dos filmes de Elvis. Os anos 60 foram muito positivos para Fury. Depois nos anos 70 trabalhou com Marty Wilde, teve uma paragem depois voltou e foi gravando. No dia 28 de Janeiro de 83 tinha saído de uma gravação e ao chegar a sua casa em Londres foi vítima de um ataque cardíaco que o matou.
Depois fomos também fazer o circuito dos Beatles. A maioria dos locais e ruas por onde eles andavam onde estudavam, onde eram as suas casas, a rua Penny Lane, a propriedade de apoio a crianças desfavorecidas e órfãs Strawberry Fields (OP nº 89) e as canções que o guia ia cantando com a sua viola nos troços que ligavam zonas onde a informação não era necessária. Das que cantou escolhemos "Norwegian Wood" por ser a melhor canção dos anos 60 para o Pop Luís Filipe.
Mais um almoço patrocionado pelos músicos que tocavam em Moçambique (especialmente toda a carolice do Carlos Pereira (OP nº 15) da Banda Diplomática) até ao ano de 1975. Desta vez foi no Restaurante Africano Clase no passado dia 16 de Setembro de 2017.
Muita gente, muita animação. Destacamos a presença de músicos que ou vivem em Itália ou ainda em Moçambique. Assim tivemos as presenças de Ralph Pretorius e de Artur Garrido dos Beatnicks e Renato Quaresma. Também o vocalista dos AEC 68, Franklin esteve presente. Também nos congratulamos pela presença de músicos cabo verdianos e angolanos que muito animaram a tarde. Perdemos um pouco da festa porque não quizemos deixar fugir a chance de entrevistar Artur Garrido, pois até hoje ainda não tínhamos conseguido ir à fala com um dos poucos elementos do grupo que veio substituir os Rocks no Porão da Nau em 1969, Os Beatnicks (OP nº 4). Nas fotos temos o repórter fotografando os músicos Maurílio e Dino e um momento caboverdiano. Os videos que apresentamos mostram Franklin o vocalista do AEC 68 (OP nº 72) em "Fly Me To The Moon" acompanhado por João Maurílio (OP nº 42) que tocou nos Impacto, na Banda Diplomática, nos AEC 68, para além de outros, Dino o baterista dos Night Stars (OP nº 24) e Luís Ramos. O 2º video apresenta os mesmos músicos com a voz de Álvaro Correia Mendes que chama depois também para cantar Amélia Pronto. A música cantada "Lourenço Marques" de Artur Fonseca embora agora esteja desactualizada politicamente pode sofrer umas correcções. |
Por exemplo onde se diz "Hoje cidade portuguesa", pode dizer-se, "Foste cidade portuguesa". No video aparece de passagem, não querendo saltar para o baixo, Chico Pereira (OP nº 72) dos Inflexos (OP nºs 8 e 9). Mais uma vez quem organizou foi o incansável Carlos Pereira (OP nº 15).
João Ferreira Rosa nasceu em Lisboa a 16 de Fevereiro de 1937 e faleceu em Loures a 24 de Setembro de 2017. Ferreira Rosa foi casado com a pianista Maria João Pires e depois com a pintora Ana Maria Botelho (1936 - 2016).
Foi considerado um dos maiores fadistas do Fado tradicional. Escreveu fados como "Triste Sorte", "Fado das Mágoas", "Mansarda" ou "Pedi a Deus" entre muitos outros. Mas o tema que o trouxe para a ribalta foi "O Embuçado" no seu 1º EP em 1961. Monárquico convicto foi buscar este fado à fadista Alcídia Rodrigues. A letra é de Gabriel de Oliveira e a música é do fado tradição.
Embora tivesse cantado pela primeira vez em público aos 14 anos na Escola de Regentes Agrícola de Santarém, só em 1961 é que se apresenta no programa Nova Onda, onde também começaram Teresa Tarouca e Hermano da Câmara.
Em 1966 inaugura a sua " Taverna do Embuçado" no bairro da Alfama. Durante cerca de 20 anos gere a casa mas nos anos 80 entrega-os a Teresa Silveira. Hoje a Taverna ainda existe.
Foi considerado um dos maiores fadistas do Fado tradicional. Escreveu fados como "Triste Sorte", "Fado das Mágoas", "Mansarda" ou "Pedi a Deus" entre muitos outros. Mas o tema que o trouxe para a ribalta foi "O Embuçado" no seu 1º EP em 1961. Monárquico convicto foi buscar este fado à fadista Alcídia Rodrigues. A letra é de Gabriel de Oliveira e a música é do fado tradição.
Embora tivesse cantado pela primeira vez em público aos 14 anos na Escola de Regentes Agrícola de Santarém, só em 1961 é que se apresenta no programa Nova Onda, onde também começaram Teresa Tarouca e Hermano da Câmara.
Em 1966 inaugura a sua " Taverna do Embuçado" no bairro da Alfama. Durante cerca de 20 anos gere a casa mas nos anos 80 entrega-os a Teresa Silveira. Hoje a Taverna ainda existe.
Ainda nos anos 60 comprou o Palácio Pintéus (que havia pertencido à poetisa Maria Amália Vaz de Carvalho), no Concelho de Loures, que estava em ruínas e em risco de ser deitado abaixo. Daí se transmitiram depois programas da RTP com Alfredo Marceneiro, João Braga, Teresa Silva de Carvalho, os músicos Fontes Rocha, Paquito e José Pracana (OP nº 86) e outros. Avesso a gravações de disco, ou tornar-se fadista profissional e desenvolver uma carreira, perfere cantar entre amigos e gente do Fado. Em 1986 acedeu a gravar dentro do palácio o álbum "Ontem e Hoje", que é considerado um excelente trabalho.
Escreveu o "Fado Alcochete" por gostar muito dessa terra e cantava-o com música do "Fado da Balada" de Alfredo Marceneiro. Entre os seus maiores Fados, para além do "Embuçado" contam-se "Pedi a Deus", "Triste Sorte", "Acabou o Arraia", Fragata" e "Fado do Saltimbanco"
Apesar de ser avesso a atuações em público, entre 2001 e 2003 atuou no Wonder Bar do Casino do Estoril e fez alguns espectáculos acompanhado por José Cid (OP nºs 32 e 64). Em Novembro de 2012, a cidade de Lisboa atribuíu-lhe a Medalha de Mérito Municipal, grau ouro. O palácio que já pertencera a uma herdeira do Chanceler Mor do Rei D. João V, foi depois de recuperado, aberto ao público em 2007. João Ferreira Rosa faleceu no Hospital Beatriz Ângelo em Loures.
Escreveu o "Fado Alcochete" por gostar muito dessa terra e cantava-o com música do "Fado da Balada" de Alfredo Marceneiro. Entre os seus maiores Fados, para além do "Embuçado" contam-se "Pedi a Deus", "Triste Sorte", "Acabou o Arraia", Fragata" e "Fado do Saltimbanco"
Apesar de ser avesso a atuações em público, entre 2001 e 2003 atuou no Wonder Bar do Casino do Estoril e fez alguns espectáculos acompanhado por José Cid (OP nºs 32 e 64). Em Novembro de 2012, a cidade de Lisboa atribuíu-lhe a Medalha de Mérito Municipal, grau ouro. O palácio que já pertencera a uma herdeira do Chanceler Mor do Rei D. João V, foi depois de recuperado, aberto ao público em 2007. João Ferreira Rosa faleceu no Hospital Beatriz Ângelo em Loures.
Sonhadores e desiludidos? Onde é que já ouvimos isto? Será que foi e é em Portugal, com o sonho de liberdade e de uma sociedade portuguesa mais justa e igualitária e desiludidos porque mais de 40 anos depois as diferenças sociais e económicas da nossa população continuam abissais e mais longe da realidade média europeia, excepto para os familiares e amigos dos governantes, dos líderes partidários e dos banqueiros?
Pois é Tom Petty contáva-nos e cantáva-nos esses sonhos e desilusões sociais e amorosas, tendo conseguido, a solo ou com os seus "Heartbreakers", que 35 singles entrassem no Top 20 americano, dos quais 10 chegaram ao 1º lugar.
Pois é Tom Petty contáva-nos e cantáva-nos esses sonhos e desilusões sociais e amorosas, tendo conseguido, a solo ou com os seus "Heartbreakers", que 35 singles entrassem no Top 20 americano, dos quais 10 chegaram ao 1º lugar.
Apesar de todos esses êxitos nos Estados Unidos, de ter editado 13 álbuns e de ter vendido mais de 80 milhões de discos, Tom Petty & The Heartbreakers não tiveram grande sucesso fora da terra do Tio Sam (excepto no Canadá) e Tom Petty só foi reconhecido internacionalmente quando, em 1988, fez parte do supergrupo "The Traveling Wilburys" conjuntamente com 4 monstros do Rock - George Harrison, Roy Orbison, Bob Dylan e Jeff Lynne.
Esta forte ligação de amizade entre Tom Petty e George Harrison originou um dos momentos mais altos da carreira de Tom Petty & The Heartbreakers, a 29 de Novembro de 2002, quando eles apareceram no excepcional e emocionante "Concert For George", um memorial a George Harrison no primeiro aniversário da sua morte, que foi organizado pela viúva de Harrison, Olivia, e pelo filho, Dhani Harrison, sob a direção musical de Eric Clapton e Jeff Lynne, que só convidaram artistas que eram amigos íntimos de George, para tocarem composições de Harrison.
Tom Petty & The Heartbreakers interpretaram três canções de George Harrison: "Taxman", "Handle With Care" e "I Need You".
Tom Petty & The Heartbreakers interpretaram três canções de George Harrison: "Taxman", "Handle With Care" e "I Need You".
Tom Petty faleceu de ataque cardíaco com 67 anos, a 29 de Setembro deste ano.
Em 1999, Tom Petty & The Heartbreakers receberam uma estrela no "Walk Hall Of Fame", pelo seu alto contributo para a indústria fonográfica e, em Dezembro de 2001, foram induzidos para o "Rock & Roll Hall Of Fame", ficando eternizados nesses dois importantes arquivos da história do Rock 'N' Roll. |
LOURENÇO MARQUES
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O desafio era lançar um livro que retratasse as vivências da juventude dos anos 60 naquela linda cidade. Com a colaboração de muitos amigos coordenou um livro que fala por si e obteve a unanimidade de todos que viveram aquela época. Focando todas as áreas desde a história da cidade, das escolas ao desporto, a Rádio, a música (onde incluí a Onda Pop), a arte, a arquitetura, as festas, os locais de diversão, os cinemas, os restaurantes, os caminhos de ferro e outros lugares por onde passámos, para que as memórias se eternizem no tempo. Isto merece ilustração musical.
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Decidimo-nos então por vos oferecer 3 lindas canções sobre Lourenço Marques (já publicadas em nºs anteriores da OP) e que podereis juntar à do artigo "Almoço dos Músicos Moçambicanos" cantada por Álvaro Correia Mendes. O denominador é comum. As músicas são todas da autoria do Maestro Artur Fonseca. A interpretação de duas delas são de João Maria Tudela (OP nº 70) o maior divulgador das composições de Artur Fonseca. Uma, "Lourenço Marques" tem letra de Matos Sequeira e Reinaldo Ferreira. Outra "Holiday in Lourenço Marques" tem letra de Campos Vieira. A maior surpresa é podermos oferecer-vos um quase inédito, porque não existe em disco e apenas foi cantada duas vezes em directo no auditório do Rádio Clube de Moçambique com a Orquestra de Variedades dirigida pelo Maestro Artur Fonseca que a musicou para um poema de João dos Santos Gouveia, o grande impulsionador do Ténis de Mesa em Lourenço Marques e interpretada por sua mulher Maria de Lourdes Marques Gouveia, cujo nome artístico no RCM era Maria Marques (OP nº 49). "Lourenço Marques à Noite" foi gravada pelo filho João Pedro, que teria então uns 13/14 anos.
É com muito orgulho que o Pop João Pedro vos apresenta este inédito de seus pais e Artur Fonseca.
É com muito orgulho que o Pop João Pedro vos apresenta este inédito de seus pais e Artur Fonseca.
FATS DOMINO
Assim como Daniel Bacelar foi o pai do Rock Português Fats Domino foi o verdadeiro pai do Rock, realmente o seu 1º Rei. De seu nome Antoine Dominique Domino nasceu a 26 de Fevereiro de 1928 em Nova Orleans, Estados Unidos da América, sendo filho de pais vindos de territórios franceses. Foi o último de nove filhos. Seu pai tocava violino e ainda criança um seu cunhado ensinou-o a tocar piano. Ainda adolescente ia tocando em bares. Foi aí que conheceu Dave Bartholomeu, trompetista, que viria a tornar-se o seu produtor. É com ele que escreve "The Fat Man", o seu 1º disco em 1949 e que virá a vender mais de um milhão de discos, atingindo a 2ª posição no Top do Rhythm & Blues da Billboard.
Assim como Daniel Bacelar foi o pai do Rock Português Fats Domino foi o verdadeiro pai do Rock, realmente o seu 1º Rei. De seu nome Antoine Dominique Domino nasceu a 26 de Fevereiro de 1928 em Nova Orleans, Estados Unidos da América, sendo filho de pais vindos de territórios franceses. Foi o último de nove filhos. Seu pai tocava violino e ainda criança um seu cunhado ensinou-o a tocar piano. Ainda adolescente ia tocando em bares. Foi aí que conheceu Dave Bartholomeu, trompetista, que viria a tornar-se o seu produtor. É com ele que escreve "The Fat Man", o seu 1º disco em 1949 e que virá a vender mais de um milhão de discos, atingindo a 2ª posição no Top do Rhythm & Blues da Billboard.
Foi grande influência para Elvis Presley, os Beatles e os Rolling Stones. Em 31 de Julho de 1969 foi assistir ao 1º concerto de Elvis Presley em Las Vegas. No final um jornalista que entrevistava Elvis chamou-lhe Rei do Rock e Elvis que tinha Fats Domino a seu lado apontou para ele dizendo, "este é que é o verdadeiro Rei do Rock". 25 dos seus êxitos atingiram Discos de Ouro. Canções como "Blueberry Hill", "Ain't That A Shame", "Hello Josephine", "I'm Walking" ainda hoje são cantadas e gravadas por muitos artistas. Vendeu mais de 65 milhões de discos. Conseguiu atravessar sete décadas sempre no topo e influenciou as novas gerações quer do Punk ou do Reggae. John Lennon no seu álbum Rock & Roll em 1975 gravou "Ain't That A Shame". Paul McCartney quando escreveu "Lady Madnna" diz tê-la escrito ao estilo de Fats Domino. Fats gravou a canção em 1968. O seu estilo sempre foi o Rhythm & Blues. Em 1986 foi um dos primeiros artistas a entrar no Rock & Roll Hall of Fame e nesse mesmo ano recebeu um Grammy de carreira. O seu último Tour na Europa foi em 1995.
Em 1998 o Presidente Americano Bill Clinton condecorou-o com a Medalha Nacional das Artes.
Em 1998 o Presidente Americano Bill Clinton condecorou-o com a Medalha Nacional das Artes.
Fats Domino sempre foi muito modesto e manteve-se a viver na sua casa na zona baixa de Nova Orleans. Casou com Rosemary que acabou por falecer em 2008. Quando em Agosto de 2005 o furacão Katrina se aproximava de Nova Orleans e lhe pediram para sair pois estava em zona perigosa, recusou-se a sair porque sua esposa estava doente. Durante o furacão tiveram de ser retirados de casa num helicóptero da guarda costeira. A sua casa foi totalmente destruída e perdeu tudo. No entanto em 2006 veio a público apoiar o festival a favor das vítimas do Katrina, mas como estava fraco apenas subiu ao palco para dizer algumas palavras. Também a revista Rolling Stone o classificou como o 25 melhor músico dos 100 melhores. Ainda em 2006 lança o álbum "Alive & Kickin's" que foi bem considerado e aclamado pela crítica. Em 2006 o Presidente dos Estados Unidos George Bush deslocou-se a Nova Orleans para entregar a Fats Domino uma segunda Medalha para substuir aquela que foi perdida com o Katrina.
A 25 de Outubro de 2017 Fats Domino faleceu, de morte natural, conforme anunciou a filha.
A 25 de Outubro de 2017 Fats Domino faleceu, de morte natural, conforme anunciou a filha.
Os Poppy Family eram um grupo canadiano nascido em Vancouver. Susan Pesklevits tinha 17 anos em 1965 quando encontrou Terry Jacks no programa de talentos para a TV, Music Wop, onde ele era júri. Susan costumava apresentar-se a solo com o seu amigo Craig McCaw à viola. Um dia telefonou a Terry Jacks pedindo para a acompanhar. Mais tarde já era a senhora Susan Jacks e formam os Poppy Family juntando ainda o baterista Satwant Singhs. Gravam o 1º álbum "Which Way You Going Billy" ( uma composição de Terry Jacks) que obtem grande êxito. O single chega a 1º no Canadá e 2º nos EUA. Vende mais de 1 milhão de cópias. O 2º álbum já não obtêm o mesmo êxito. Os Poppy acabam em 73 com a separação do casal.