DESTAQUE DA SEMANA
BEATNICKS
O conjunto "BEATNICKS" formou-se em 1965 em Lourenço Marques (hoje Maputo) em casa do Ricardo Fernandes e a primeira hipótese de nome foi sugerida pelo pai do Ricardo - "Cha Cha Cha and Melody Band", e claro está não teve êxito. Por fim lembraram-se de "Beatnicks" que fazia lembrar a rebeldia dos jovens que já em todo o mundo tentavam a mudança.
Ricardo Fernandes e Jorge Estrela eram amigos e jogavam futebol de salão nos Torneios do Iquebal, com o José Couto, o José Gonçalves, o Stélio, o Asdrúbal e o Candido representando a equipe do Clube dos Lisboetas, ficando o Carlos Duarte como chefe da "torcida" incentivando a equipe. O problema é que eles ganhavam muitas vezes e a equipa do Iquebal não achava piada nenhuma aquilo. Mas também foi aí que encontraram outros amigos para completar o grupo.
BEATNICKS
O conjunto "BEATNICKS" formou-se em 1965 em Lourenço Marques (hoje Maputo) em casa do Ricardo Fernandes e a primeira hipótese de nome foi sugerida pelo pai do Ricardo - "Cha Cha Cha and Melody Band", e claro está não teve êxito. Por fim lembraram-se de "Beatnicks" que fazia lembrar a rebeldia dos jovens que já em todo o mundo tentavam a mudança.
Ricardo Fernandes e Jorge Estrela eram amigos e jogavam futebol de salão nos Torneios do Iquebal, com o José Couto, o José Gonçalves, o Stélio, o Asdrúbal e o Candido representando a equipe do Clube dos Lisboetas, ficando o Carlos Duarte como chefe da "torcida" incentivando a equipe. O problema é que eles ganhavam muitas vezes e a equipa do Iquebal não achava piada nenhuma aquilo. Mas também foi aí que encontraram outros amigos para completar o grupo.
A primeira formação do grupo foi a seguinte:
Carlos Duarte - vocalista, Jorge Estrela - viola baixo, Ricardo Fernandes - Bateria, Zeca Vedor - viola ritmo e Faruk - viola solo. O grupo foi-se implantando, tocando em aniversários e festas de escola. Em 67 já eram considerados um dos bons conjuntos do meio laurentino. Faruk tornou-se um excelente viola solo e Carlos Duarte um cantor com um excelente domínio de voz. É assim que concorrem ao "II Concurso IÉ-IÉ", organizado pelo M.N.F. (Movimento Nacional Feminino) e acabam por ficar num excelente 5º lugar. Em 1966, no "1º Concurso Ié-Ié" tinha-se decidido quem iria à Metrópole (Portugal Continental) representando a Província de Moçambique na final que se realizaria em Lisboa no Cinema Monumental, tendo os vencedores sido os "Night Stars" que foram a Lisboa, tendo ficado em 3º lugar e ganho o prémio da melhor canção inédita em português com "Eu Sei" - não se tendo ninguém apercebido de que era uma versão de uma canção dos Beatles - "I'll Be Back". |
Na foto vemos a cantora Berta Laurentino entregando
as medalhas do 5º lugar, no Pavilhão do Sporting de Lourenço Marques. no dia 14 de Maio de 1967. |
Logo a seguir à actuação no concurso, Carlos Duarte foi abordado pelos "Corsários" que viram nele o grande vocalista que lhes estava faltando depois da saída do Joe Mendes. É assim que, quando chega a cerimónia de entrega das medalhas, já Carlos Duarte estava nos "Corsários" (o grande rival dos "Night Stars") e quem foi receber o prémio das mãos da nossa amiga Berta Laurentino (outra grande voz do R.C.M.) é o nosso "popista" Duarte Nuno que fora substituir o Carlos Duarte.
Pouco depois entra para o grupo o organista Ricardo Vaz Monteiro.
É nesta fase que o grupo arranja um empresário e consegue aparelhagem própria, comprada na melhor loja de instrumentos musicais de Lourenço Marques, a "SOMOREL", que por coincidência um ano mais tarde vem a ser o 1º patrocinador da "Onda Pop".
Uma vez com aparelhagem própria e com empresário começam a surgir os contratos e convites. Realçam-se a actuação no Destacamento Sanitário com a participação de Anabela e Fernanda Figueiredo, artistas da revista de Vasco Morgado que se estreavam no Teatro Gil Vicente, tal como a actuação no convés de um navio de guerra americano que estava no cais Gorjão, com o público a assistir no cais da Estação Marítima. "Não sei se alguma vez outro conjunto português fez uma coisa assim, foi fantástico", diz Duarte Nuno.
Destacam-se igualmente a apresentação do grupo no programa "Um Conjunto" que ia todos os domingos para o ar na Estação A do R.C.M. às 21 horas e a gravação de várias canções nos estúdios da "Voz de Moçambique", também do R.C.M., as quais iam sendo divulgadas durante a semana e uma delas acabaria por entrar para a lista das mais pedidas pelos ouvintes: "Quero-te Amar", a versão em português feita pelo Duarte Nuno do tema dos Beatles "No Reply".
Era normal os grupos gravarem nos estúdios do R.C.M. que tinham excelentes equipamentos e técnicos com grande qualidade. Infelizmente essas gravações foram destruidas por "revolucionários" fundamentalistas. "Foi pena não termos pedido uma cópia para nós nessa altura" comenta Duarte Nuno.
Os "Beatnicks" também fizeram vários bailes no Clube dos Lisboetas, Estrela do Mar (Bairro Triunfo) e Ateneu Grego (hoje, Palácio de Casamentos).
Em Novembro de 1967 e por imposição familiar (estudos, está-se mesmo a ver) Duarte Nuno e Ricardo Vaz Monteiro são obrigados a deixar o grupo. Mais tarde o mesmo acontece a Jorge Estrela.
Aqui publicamos uma das últimas fotos desta formação tirada no Jardim Vasco da Gama, para uma publicação da época, e cujo título é "Os Beatnicks E As Belas". "As Belas" referem-se às actrizes Anabela e Fernanda Figueiredo que pertenciam à Revista "Teatro Alegre", que tinha como cabeça de cartaz o grande actor Costinha, e que se apresentava no Cine-Teatro Gil Vicente em 1967.
Pouco depois entra para o grupo o organista Ricardo Vaz Monteiro.
É nesta fase que o grupo arranja um empresário e consegue aparelhagem própria, comprada na melhor loja de instrumentos musicais de Lourenço Marques, a "SOMOREL", que por coincidência um ano mais tarde vem a ser o 1º patrocinador da "Onda Pop".
Uma vez com aparelhagem própria e com empresário começam a surgir os contratos e convites. Realçam-se a actuação no Destacamento Sanitário com a participação de Anabela e Fernanda Figueiredo, artistas da revista de Vasco Morgado que se estreavam no Teatro Gil Vicente, tal como a actuação no convés de um navio de guerra americano que estava no cais Gorjão, com o público a assistir no cais da Estação Marítima. "Não sei se alguma vez outro conjunto português fez uma coisa assim, foi fantástico", diz Duarte Nuno.
Destacam-se igualmente a apresentação do grupo no programa "Um Conjunto" que ia todos os domingos para o ar na Estação A do R.C.M. às 21 horas e a gravação de várias canções nos estúdios da "Voz de Moçambique", também do R.C.M., as quais iam sendo divulgadas durante a semana e uma delas acabaria por entrar para a lista das mais pedidas pelos ouvintes: "Quero-te Amar", a versão em português feita pelo Duarte Nuno do tema dos Beatles "No Reply".
Era normal os grupos gravarem nos estúdios do R.C.M. que tinham excelentes equipamentos e técnicos com grande qualidade. Infelizmente essas gravações foram destruidas por "revolucionários" fundamentalistas. "Foi pena não termos pedido uma cópia para nós nessa altura" comenta Duarte Nuno.
Os "Beatnicks" também fizeram vários bailes no Clube dos Lisboetas, Estrela do Mar (Bairro Triunfo) e Ateneu Grego (hoje, Palácio de Casamentos).
Em Novembro de 1967 e por imposição familiar (estudos, está-se mesmo a ver) Duarte Nuno e Ricardo Vaz Monteiro são obrigados a deixar o grupo. Mais tarde o mesmo acontece a Jorge Estrela.
Aqui publicamos uma das últimas fotos desta formação tirada no Jardim Vasco da Gama, para uma publicação da época, e cujo título é "Os Beatnicks E As Belas". "As Belas" referem-se às actrizes Anabela e Fernanda Figueiredo que pertenciam à Revista "Teatro Alegre", que tinha como cabeça de cartaz o grande actor Costinha, e que se apresentava no Cine-Teatro Gil Vicente em 1967.
Foto do jornal, gentilmente cedida pelo Ricardo Vaz Monteiro
Da esquerda para a direita podemos ver Zeca Vedor (hoje em Moçambique), Ricardo Fernandes (a viver no Canadá), Jorge Estrela (que ficou a viver na África do Sul), Ricardo Vaz Monteiro (reside na Parede), Aly Faruk (no Algarve) e Duarte Nuno (em Évora).
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A partir de 1968, o novo vocalista passa a ser o Jerry, substituíndo o Duarte Nuno que seguiu os seus estudos de Medicina e formou com o João Pedro Gouveia, o Luís Filipe Arriaga, o Chico Furtado e o Pedro Neto os "H2O", os quais aparecem na foto abaixo e da esquerda para a direita: Duarte Nuno, João Pedro Gouveia, Luís Arriaga, Chico Furtado e Costa, que substituíu ocasionalmente o Pedro Neto.
Propomos a audição de uma versão portuguesa do êxito "Lazy Life" de Quentin E. Klopjaeger, com letra do próprio Duarte Nuno com o título "Volta Pra Mim". Esta gravação foi feita só com três elementos (Duarte Nuno, João Pedro e Luís Arriaga) e é uma verdadeira gravação "garage", pois feita na garagem da casa do João Pedro Gouveia, gravada em fita de bobine e a bateria foi composta por duas caixas de sapatos e um globo (esfera geográfica da Terra) o Luís com viola acústica e o João Pedro com o acordeão.
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Entretanto entrou também nos "Beatnicks" o Sebastião ("Sebas") para substituir o Ricardo Vaz Monteiro como organista, ao mesmo tempo que Zeca Vedor passa para o baixo, por saída do Jorge Estrela para cumprir o serviço militar. Também Ricardo Fernandes sai no fim de 68 e entra para o seu lugar Artur Garrido jr. (filho do famoso cantor moçambicano Artur Garrido). Com estas alterações o estilo do conjunto muda para a Soul Music.
Faruk continua a merecer o reconhecimento como um excelente viola solo. Nesta altura os "Beatnicks" já se estão a tornar um dos melhores conjuntos de Moçambique, assinam um contrato em 1969 para tocarem em Angola por três meses e para no início de 1970 irem para Lisboa, onde vão substituir "Os Rocks" no "Porão da Nau". Poucos meses depois estarão no Casino do Estoril onde ficarão até ao final de 1971
Muita coisa ainda vai correr sobre os "Beatnicks", nas próximas "Onda Pop"s pois tem sido difícil localizá-los.
Faruk continua a merecer o reconhecimento como um excelente viola solo. Nesta altura os "Beatnicks" já se estão a tornar um dos melhores conjuntos de Moçambique, assinam um contrato em 1969 para tocarem em Angola por três meses e para no início de 1970 irem para Lisboa, onde vão substituir "Os Rocks" no "Porão da Nau". Poucos meses depois estarão no Casino do Estoril onde ficarão até ao final de 1971
Muita coisa ainda vai correr sobre os "Beatnicks", nas próximas "Onda Pop"s pois tem sido difícil localizá-los.
Ricardo Vaz Monteiro compondo no seu ambiente de trabalho, foto tirada esta semana.
Nota-se ao fundo o quadro dos "Beatnicks e as Belas" |
RICARDO VAZ MONTEIRO.Vamos falar da carreira musical do Ricardo Vaz Monteiro que, após deixar o conjunto "Beatnicks", regressa a Portugal onde forma o grupo "Máquina" em 1969.
Em 1973 vai para a tropa em Angola, onde em Luanda forma um conjunto que tocava essencialmente na boite "Copacabana". Desse conjunto fazia parte também João Melo (que viria mais tarde a substituir o Paulo Gonzo nos "Go Graal Blues Band"). Regressado do Ultramar, Ricardo forma um novo conjunto - o "Só Notas", que tocou em centenas de festas e eventos comerciais, sendo formado por ele, a sua mulher Yolanda, com a sua excelente voz, e por diversos músicos profissionais, alguns deles músicos do Casino Estoril. Em 1979, Ricardo Vaz Monteiro e a Yolanda concorrem como "Ricardo e Yolanda" ao 1º Festival da Nova Canção de Lisboa com o tema "Um Tempo Novo Para Sorrir" com letra de Pedro Barroso, música de Ricardo Vaz Monteiro e orquestração de Eduardo Pais Mamede. O Festival decorreu na esplanada do Castelo de S.Jorge em Lisboa e foi ganho pelos "Bric-à-Brac", com Simone de Oliveira a ganhar o prémio de melhor intérprete. Nesse Festival ainda concorreram nomes como Pedro Barroso, Carlos Alberto Vidal, Alexandra, Francisco Naia ou o duo "Trigo Limpo". Ricardo e Yolanda gravaram "Um Tempo Novo Para Sorrir" num E.P. dedicado ao referido Festival, com o título "Nova Canção de Lisboa". |
Após essa presença como duo num Festival, que segundo Ricardo Vaz Monteiro foi um desastre devido à falta de condições que a organização proporcionou aos concorrentes, tendo até sido anulado o ensaio geral, pois estava a chover e não havia condições para tocar ou ensaiar à chuva, Ricardo Vaz Monteiro e Yolanda voltam à fórmula original, o conjunto "Só Notas" e continuaram a sua carreira até aos dias de hoje, como grupo de baile ou de música ambiente tocando clássicos americanos, música portuguesa, pop britânico, música latina ou brasileira. Para que sintam a qualidade do conjunto "Só Notas" propomos que ouçam as músicas abaixo.
Dos outros elementos sabemos que Faruk está a tocar teclas e a cantar nos hotéis do Algarve e Artur Garrido deixou a bateria e tornou-se um excelente cantor, como seu pai, apresentando-se em Moçambique na companhia do teclista Renato Quaresma. Quando os conseguirmos entrevistar faremos um "Encore" com eles (OP nº 95).
FALANDO DE NOVOS DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar as notícias de "Falando de Novos Discos" com as capas dos discos que mencionámos e que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar as notícias de "Falando de Novos Discos" com as capas dos discos que mencionámos e que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Na rubrica desta semana "Falando De Novos Discos" apresentamos o novo disco dos Shadows, que curiosamente se chama "Alentejo" e que foi primeiro lançado com uma das faixas do L.P. "From Hank, Bruce, Brian and John", em 1967.
Realmente não é de estranhar esta homenagem dos Shadows a Portugal e ao Alentejo, pois desde o início dos anos 60 o Bruce Welsh (viola ritmo e compositor dos Shadows) comprou uma casa no Algarve onde desde então costuma passar as suas férias. Por várias vezes passou férias no Algarve com outros membros dos Shadows, com Cliff Richard (que também decidiu comprar uma propriedade nessa zona de Portugal) e até Paul McCartney esteve em casa de Bruce Welsh e terminou a sua famosa composição "Yesterday", que compôs dedilhando a sua guitarra enquanto atravessava precisamente a planície alentejana, ao viajar no banco de trás do carro que o levou de Lisboa ao Algarve, em 1965.
Consideramos esta música como sendo uma bonita composição à Shadows, na qual se identifica um certa construção e sonoridade musical de origem portuguesa e como tal aqui vos deixamos esta preciosidade para vossa apreciação.
Realmente não é de estranhar esta homenagem dos Shadows a Portugal e ao Alentejo, pois desde o início dos anos 60 o Bruce Welsh (viola ritmo e compositor dos Shadows) comprou uma casa no Algarve onde desde então costuma passar as suas férias. Por várias vezes passou férias no Algarve com outros membros dos Shadows, com Cliff Richard (que também decidiu comprar uma propriedade nessa zona de Portugal) e até Paul McCartney esteve em casa de Bruce Welsh e terminou a sua famosa composição "Yesterday", que compôs dedilhando a sua guitarra enquanto atravessava precisamente a planície alentejana, ao viajar no banco de trás do carro que o levou de Lisboa ao Algarve, em 1965.
Consideramos esta música como sendo uma bonita composição à Shadows, na qual se identifica um certa construção e sonoridade musical de origem portuguesa e como tal aqui vos deixamos esta preciosidade para vossa apreciação.
NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
"Cuatro Días De Mayo" - este é o nome do novo disco que Patxi Andión lançou mundialmente esta semana em Portugal, e o seu primeiro álbum gravado ao vivo.
Este novo disco foi gravado em Portugal durante quatro concertos que o levaram a recolher entusiásticos aplausos em Lisboa, Figueira da Foz, Guarda e Porto, em 2011. Patxi Andión celebra assim a sua ligação especial a Portugal, conforme ele assim o expressa: "Fueron conciertos inolvidables en un país que considero proprio y entre cuya gente me considero un más. Me costó lo mio, porque las dos primeras veces que fui a cantar allí, em 1969, fui detenido por la siniestra PIDE y depositado en la frontera com lo puesto. Pero desde la tercera vez, cuando consegui cantar, me siento un orgulloso portugués más." |
Para celebrar o lançamento deste novo disco, Patxi Andión e o Misty Fest (Festival de Música de Canta-Autores, que se iniciou em 2010 e com este género musical, que outros festivais geralmente esquecem) em boa hora decidiram organizar seis concertos (Setúbal, Coimbra, Portimão, Lisboa, Vila do Conde e Aveiro).
Foi um concerto intimista com Patxi Andión únicamente acompanhado pela sua guitarra cantando e explicando sempre em português as razões e inspirações de cada uma das suas canções.
Apresentou o seu repertório de sucessos e ofereceu uma prendinha musical, cantando pela primeira vez uma canção - "No Basta Un Corazón" - do seu próximo álbum "Atiempo", que sairá em 2015.
Foi um excelente concerto em que Patxi Andión não cantou para o público, mas para cada um de nós.
Foi um concerto intimista com Patxi Andión únicamente acompanhado pela sua guitarra cantando e explicando sempre em português as razões e inspirações de cada uma das suas canções.
Apresentou o seu repertório de sucessos e ofereceu uma prendinha musical, cantando pela primeira vez uma canção - "No Basta Un Corazón" - do seu próximo álbum "Atiempo", que sairá em 2015.
Foi um excelente concerto em que Patxi Andión não cantou para o público, mas para cada um de nós.
O álbum "Cuatro Días de Mayo" é composto por 16 canções do seu longo repertório, cuja descrição vos apresentamos ao lado com a cópia da contracapa da edição em CD.
Durante os concertos de Mayo, Patxi cantou estes êxitos e algumas músicas do seu novo CD de então - "Porvenir", as quais não aparecem neste novo CD ao vivo, por isso vos deixamos para apreciação o video de uma dessas músicas, em que Patxi retrata a desilusão que todos nós estamos sentindo com o que se está passando socialmente, após termos tido a esperança de um mundo melhor - "Siempre Es Nunca". |
OS BEATLES E A PARLOPHONE
Com o passar dos anos ficámos a conhecer as bases do acordo entre os Beatles e a "Parlophone" para que a "Apple Corps" pudesse editar discos dos Beatles.
A "Apple Corps" foi criada pela banda em 1967, após a morte de seu empresário Brian Epstein e o primeiro projeto dos Beatles lançado após a formação da "Apple Corps" foi seu filme "Magical Mystery Tour", que foi produzido na repartição da "Apple Films".
A "Apple Records" foi fundada oficialmente pelo grupo após o seu regresso da Índia, em 1968, como uma outra sub-divisão da "Apple Corps", que foi criada como uma holding de um pequeno grupo de empresas (Apple Retail, a Apple Publishing, a Apple Eletrônica e assim por diante), como parte do plano do empresário Brian Epstein para criar uma estrutura de negócios eficaz aos impostos e tirar dividendos de todo um marketing de mercadorias, que estavam a ser exploradas por diversas empresas mundiais sem qualquer retorno para os Fab Four.
Em 1967, os Beatles tinham ainda contrato com a "Parlophone" no Reino Unido e a "Capitol Records" nos Estados Unidos. Após longas negociações foi assinado um novo acordo de colaboração entre os Beatles, a "Apple" e a "Parlophone".
Com o passar dos anos ficámos a conhecer as bases do acordo entre os Beatles e a "Parlophone" para que a "Apple Corps" pudesse editar discos dos Beatles.
A "Apple Corps" foi criada pela banda em 1967, após a morte de seu empresário Brian Epstein e o primeiro projeto dos Beatles lançado após a formação da "Apple Corps" foi seu filme "Magical Mystery Tour", que foi produzido na repartição da "Apple Films".
A "Apple Records" foi fundada oficialmente pelo grupo após o seu regresso da Índia, em 1968, como uma outra sub-divisão da "Apple Corps", que foi criada como uma holding de um pequeno grupo de empresas (Apple Retail, a Apple Publishing, a Apple Eletrônica e assim por diante), como parte do plano do empresário Brian Epstein para criar uma estrutura de negócios eficaz aos impostos e tirar dividendos de todo um marketing de mercadorias, que estavam a ser exploradas por diversas empresas mundiais sem qualquer retorno para os Fab Four.
Em 1967, os Beatles tinham ainda contrato com a "Parlophone" no Reino Unido e a "Capitol Records" nos Estados Unidos. Após longas negociações foi assinado um novo acordo de colaboração entre os Beatles, a "Apple" e a "Parlophone".
Assim, a EMI (proprietária da marca "Parlophone") e a "Capitol" concordaram em distribuir os discos da "Apple Records" até 1975, no entanto a EMI manteria a posse de todas as gravações dos Beatles editados pela etiqueta "Apple". A "Apple Records" deteria os direitos de todos os vídeos e clips dos Beatles, bem como os direitos sobre as gravações de outros artistas que assinassem com a "Apple", que começou por assinar contratos com James Taylor, Mary Hopkin, Billy Preston, o Modern Jazz Quartet, Jackie Lomax, The Iveys (que mais tarde se tornariam nos "Badfinger"), entre outros.
A primeira gravação dos "Iveys" na Apple foi o single "Maybe Tomorrow" : |
Afinal...O QUE É O ROCK ?
O ROCK tem as suas raízes profundamente ligadas às tradições musicais das comunidades rurais, como uma das suas únicas formas de expressão, quer fossem comunidades negras ou brancas.
Semanalmente a "ONDA POP" - vai apresentar, dismistificar, e documentar através do audio e do video, a evolução do ROCK até aos dias de hoje. |
Nas primeiras semanas analisámos uma das raízes do ROCK - o "Boogie Woogie", que derivou para o "Swing" através das grandes orquestras e dos virtuosos solistas. Esta semana vamos falar de outra das importantes raízes do ROCK - o "Blues", totalmente enraízado no delta do Mississippi, e que era como que o refúgio da alma dos trabalhadores negros das plantações de algodão do sul da América, que assim expressavam o seus lamentos. Os "bluesmen" cantavam na primeira pessoa, colocando as suas emoções e os seus sentimentos no centro das suas canções. O termo "Blues" vem da expressão "blue devils", que significa "pensamentos tristes". O "Blues" era tocado com uma viola clássica, ou com um piano ou com uma harmónica. Durante a década de 1920, o "Blues" teve uma propagação inacreditável nas serrarias, campos de lenhadores, nas prisões e nas plantações de algodão, por essa razão e devido à sua localização geográfica, Memphis tornou--se a primeira capital do "Blues" e foi então levado pelos diversos trabalhadores negros para o Harlem em New York, o Southside em Chicago ou a Central Avenue em Los Angeles. Após essa massiva explosão pelos Estados Unidos, os descobridores de talentos começaram a busca para selos como a "Columbia", a "Paramount", a "Bluebird" ou a "Vocalion" e dirigiram-se principalmente para a Beale Street em Memphis, onde os "bluesmen" tocavam em clubes, gravavam, se embriagavam ou gozavam a vida na esperança de virem a merecer a atenção.
Por razões comerciais e aproveitando o facto do centro deste movimento cultural se localizar no Delta do Mississippi, este tipo de "Blues" passou a chamar-se "Delta Blues", criando novos ídolos como Blind Lemon, Son House, Lead Belly ou Charlie Patton.
Por razões comerciais e aproveitando o facto do centro deste movimento cultural se localizar no Delta do Mississippi, este tipo de "Blues" passou a chamar-se "Delta Blues", criando novos ídolos como Blind Lemon, Son House, Lead Belly ou Charlie Patton.
O "Blues Rural" teve o seu apogeu de 1920 a 1929, até ao momento em que se deu o "crash" da bolsa e começaram os anos da Depressão. O estilo mais sincopado do "Blues" de Charley Patton, ajudado pelo seu vozeirão, levou-o a ser considerado o primeiro astro dos "Blues".
Durante a Depressão várias gravadoras faliram, mas nos finais dos anos 30 as cidades do norte da América precisavam de mão de obra para as suas indústrias, assim os "bluesmen" emigraram para Chicago, Detroit ou Cleveland. Nessa fase destaca-se o famoso "bluesman" Robert Johnson, com "Hell Hound On My Trail", que podem ouvir na sua versão original ou assistir à versão interpretada por Eric Clapton e Doyle Bramhall II. |
A riqueza musical extremamente sistemática do "Blues Rural", com melhores técnicas de gravação transformam o "Blues Rural", no "Blues Urbano", cantando então os problemas do proletariado rural confrontado com a modernidade económica da vida urbana.
As grandes orquestras aproveitam toda a musicalidade refinada e rica do "Blues", dão-lhe um idioma rítmico mais dançante, tal como acontecera com o "Boogie-Woogie" transformado em "Swing", e com o uso progressivo da guitarra eléctrica amplificada, surge o "Boogie Blues", que mais tarde seria baptizado pelo jornalista e produtor musical Jerry Wexler como "Rhythm 'N' Blues" ou abreviadamente "R&B". |
OS SEEKERS DESFIZERAM-SE
Esta notícia deixou tristes os amantes da boa música dos anos 60 e não só.
Depois de em 1968 terem lançado o album "Live At The Talk Of The Town" que chegou a nº2 no hit-parade de albuns da Grã-Bretanha, a editora resolve lançar o LP - "The Best Of The Seekers" que os levou ao topo do mesmo hit-parade. O sucesso parecia ser maior que nunca, só que a cantora Judith Durham resolve no início de 1969 deixar o grupo e tentar uma carreira a solo.
Keith Polgar um dos outros três membros resolve continuar com o projecto musical e criou um novo grupo - The New Seekers - no qual ele só foi o manager. The New Seekers atingiu o topo das paradas mundias em 1972 com "I'd Like To Teach The World To Sing".
Em 1994, os Seekers voltaram a reunir-se com a formação original (incluindo Judith Durham) e fizeram mais de 100 concertos inclusivé no Royal Albert Hall em Londres, na celebração do 50º aniversário da sua carreira.
Propomos que assistam The Seekers no seu sucesso de 1967 "Georgy Girl" e depois vejam The New Seekers em 1972 com o seu maior sucesso "I'd Like To Teach The World To Sing".
Esta notícia deixou tristes os amantes da boa música dos anos 60 e não só.
Depois de em 1968 terem lançado o album "Live At The Talk Of The Town" que chegou a nº2 no hit-parade de albuns da Grã-Bretanha, a editora resolve lançar o LP - "The Best Of The Seekers" que os levou ao topo do mesmo hit-parade. O sucesso parecia ser maior que nunca, só que a cantora Judith Durham resolve no início de 1969 deixar o grupo e tentar uma carreira a solo.
Keith Polgar um dos outros três membros resolve continuar com o projecto musical e criou um novo grupo - The New Seekers - no qual ele só foi o manager. The New Seekers atingiu o topo das paradas mundias em 1972 com "I'd Like To Teach The World To Sing".
Em 1994, os Seekers voltaram a reunir-se com a formação original (incluindo Judith Durham) e fizeram mais de 100 concertos inclusivé no Royal Albert Hall em Londres, na celebração do 50º aniversário da sua carreira.
Propomos que assistam The Seekers no seu sucesso de 1967 "Georgy Girl" e depois vejam The New Seekers em 1972 com o seu maior sucesso "I'd Like To Teach The World To Sing".
DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS
A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK. |
Fausto (Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias), que nasceu a bordo do navio "Pátria" da Companhia Colonial de Navegação, entre Portugal e Angola, lançou em 1970 o seu 1º L.P. de nome "Fausto", no qual é acompanhado por Luís Waddington (viola-solo, ex-Conjunto Mistério), Edmundo Silva (viola-baixo, ex-Sheiks) e António Maurício (baterista).
Este seu L.P. foi bem recebido pela crítica, após Fausto ter ganho em 1969 o Prémio Revelação como resultado do lançamento do seu 1º E.P., nesse mesmo ano.
Lado A
Madrugada (Bettencourt da Câmara/Fausto) - Vem Amiga (Bettencourt da Câmara/Fausto) - Denúncia Involuntária da Atracção (António Pinho/Luís Linhares) - Chora, Amigo, Chora (Fausto) - Quando Um Homem Quer Partir (Fausto) - África (Fausto)
Lado B
Depois (Fausto) - Homens (Fausto) - Quando Eu Morrer Um Dia (B. da Câmara/Fausto) - Criança Mulher-Parte I (Fausto) - Ó Pastor Que Choras (José Gomes Ferreira/Fausto) - Criança Mulher-Parte II (Fausto)
Este L.P. é pouco conhecido do grande público e até hoje, embora sendo uma obra que já revelava o excelente compositor-intérprete que Fausto é reconhecidamente, nunca foi reeditado nem em vinil, nem em C.D..
Numa magia de "Abracadabra", ouçam a última faixa do lado A - "África" (que também foi editada em single) do autor dos também aclamados albuns - "Por Este Rio Acima", "O Despertar Dos Alquimistas" e "Para Além Das Cordilheiras", entre outros.
Este seu L.P. foi bem recebido pela crítica, após Fausto ter ganho em 1969 o Prémio Revelação como resultado do lançamento do seu 1º E.P., nesse mesmo ano.
Lado A
Madrugada (Bettencourt da Câmara/Fausto) - Vem Amiga (Bettencourt da Câmara/Fausto) - Denúncia Involuntária da Atracção (António Pinho/Luís Linhares) - Chora, Amigo, Chora (Fausto) - Quando Um Homem Quer Partir (Fausto) - África (Fausto)
Lado B
Depois (Fausto) - Homens (Fausto) - Quando Eu Morrer Um Dia (B. da Câmara/Fausto) - Criança Mulher-Parte I (Fausto) - Ó Pastor Que Choras (José Gomes Ferreira/Fausto) - Criança Mulher-Parte II (Fausto)
Este L.P. é pouco conhecido do grande público e até hoje, embora sendo uma obra que já revelava o excelente compositor-intérprete que Fausto é reconhecidamente, nunca foi reeditado nem em vinil, nem em C.D..
Numa magia de "Abracadabra", ouçam a última faixa do lado A - "África" (que também foi editada em single) do autor dos também aclamados albuns - "Por Este Rio Acima", "O Despertar Dos Alquimistas" e "Para Além Das Cordilheiras", entre outros.
JIMMY STEVENS
Porque sabemos que os nossos amigos leitores adoraram conhecer a nossa surpresa do "Abracadabra" da semana passada, e porque não é fácil encontrar muito material musical do Jimmy Stevens, hoje pomos à vossa disposição um video de uma gravação ao vivo de "Girl From Denver", uma das músicas do álbum "Don't Freak Me Out" de 1973, que Jimmy gentilmente nos enviou e...para os Beatlemaníacos colocamos uma música dedicada à Yoko Ono - "Won't You Be My Yoko" e outra que ele compôs na época da dissolução dos "Beatles", na qual apela aos seus amigos da "Cavern" para que eles façam as pazes e voltem a tocar para alegria de todos nós. A música e video feito pelo próprio Jimmy Stevens chama-se "Please Don't Let It Be". Então... mais Jimmy Stevens para vocês ! |
Nesta semana no 1º lugar da Parada de Onda Pop continua "Do It Again" pelos "The Beach Boys", para não sermos repetitivos escolhemos para vos presentear esta semana o 8º lugar -"My Name Is Jack" interprteado pelos Manfred Mann. Porquê ?
Por duas razões:
- A primeira razão é para esclarecer que o nome do grupo vem do nome do seu organista e fundador Manfred Mann, que nasceu (Manfred Sepse Lubowitz) em Johannesburg, na África do Sul, aonde estudou música na Universidade de Witwatersrand e que com 21 anos decidiu mudar-se para o Reino Unido, em 1961;
- O segundo motivo é porque a letra desta canção tem uma particularidade. Na sua versão original (editada na Grã-Bretanha) na segunda estrofe a letra era conforme publicamos:
"We all love Jack ,we live in the back
Of the Greta Garbo home for wayward boys and girls
There goes Fred with his hands on his head cause he thinks he's heard the bomb
And here comes Super Spade who really puts it on,"
Nos Estados Unidos o nome Super Spade, não foi aceite porque era o nome de um conhecido dealer de drogas na famosa esquina Haight-Ashbury, em San Francisco e assim os Manfred Mann foram obrigados a regravar a canção substituindo Super Spade por Superman, cuja nova versão foi aquela que foi editada em quase todos os países.
Aqui podem escolher qual a interpretação que desejam ouvir:
- Ou a gravação original em modo audio;
- ou a versão mais divulgada numa bem disposta interpretação ao vivo dos Manfred Mann em video.
Por duas razões:
- A primeira razão é para esclarecer que o nome do grupo vem do nome do seu organista e fundador Manfred Mann, que nasceu (Manfred Sepse Lubowitz) em Johannesburg, na África do Sul, aonde estudou música na Universidade de Witwatersrand e que com 21 anos decidiu mudar-se para o Reino Unido, em 1961;
- O segundo motivo é porque a letra desta canção tem uma particularidade. Na sua versão original (editada na Grã-Bretanha) na segunda estrofe a letra era conforme publicamos:
"We all love Jack ,we live in the back
Of the Greta Garbo home for wayward boys and girls
There goes Fred with his hands on his head cause he thinks he's heard the bomb
And here comes Super Spade who really puts it on,"
Nos Estados Unidos o nome Super Spade, não foi aceite porque era o nome de um conhecido dealer de drogas na famosa esquina Haight-Ashbury, em San Francisco e assim os Manfred Mann foram obrigados a regravar a canção substituindo Super Spade por Superman, cuja nova versão foi aquela que foi editada em quase todos os países.
Aqui podem escolher qual a interpretação que desejam ouvir:
- Ou a gravação original em modo audio;
- ou a versão mais divulgada numa bem disposta interpretação ao vivo dos Manfred Mann em video.