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Onda Pop

A primeira publicação periódica sobre música pop-rock em todo o Portugal (Continental, Insular e Ultramarino).

Semanalmente aos sábados no maior jornal de Moçambique - o "Notícias" de Lourenço Marques, desde 31 de Agosto de 1968.


Onda Pop
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 - SERÁ 
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Não existe qualquer outro artista na história mundial da música que tenha sido tão popular, tão influente, tão importante ou tão inovador, como THE BEATLES. 

Até hoje, THE BEATLES continuam a ser o artista que vendeu mais discos em todo o mundo (600 milhões de álbuns), para além de continuarem a ser o único artista que acumulou 20 singles no 1º lugar dos Estados Unidos, um recorde da Billboard que ainda hoje está de pé. 

Mais de cinquenta anos depois, as memoráveis composições dos THE BEATLES continuam a encantar as novas gerações e estão enraizados no DNA da civilização moderna.

Foi por esse motivo que dos antípodas recebemos um alerta atento do nosso popista Luís Arriaga que, na cesta do gajeiro de uma das 4 caravelas portuguesas capitaneadas por Cristóvão de Mendonça (que descobriu a Austrália em 1570), nos avisou de mais um ataque da Beatlemania.
Foi posta a circular na net e em algumas televisões mundiais, neste mês de Junho de 2015, uma notícia que referia que 4 dos filhos dos membros dos Beatles (James McCartney, Sean Lennon, Dhani Harrison e Zak Starkey) tinham resolvido formar um conjunto, The Shoots, que iria gravar um disco e iniciar uma tournée mundial em 2016.
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James McCartney, Sean Lennon, Dhani Harrison e Zak Starkey
Essa notícia é falsa e foi lançada pelo jornal 'The Stately Harold', um jornal satírico na web. 
Portanto queridos Beatlemaníacos, nada de entusiamos... até porque os filhos dos Beatles não são, nem nunca serão THE BEATLES.

 
Em 1963, a 'CBS News' caracterizava a Beatlemania como uma epidemia que tinha contagiado a população jovem britanica, mas que em 1964 também infectaria os Estados Unidos da America e o mundo inteiro... e nós, na Onda Pop, continuamos a não estar interessados em qualquer vacina contra a epidemia BEATLEMANIA.
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      THILO KRASSMAN
Voltemos então a 1962. 
O Conjunto Thilo's Combo começa a gravar e os seus discos começam a obter muito êxito. Um dos seus grandes concorrentes nesta época era o Conjunto de Mário Simões.
O 3º disco "Bossa Nova, Madison & Cia." traz uma canção que cativa muita gente, "Pergunta ao João" um tipo de samba muito bem conseguido. Vamos escutá-lo.
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A partir daqui o grupo não tem mais maõs a medir. Os contratos sucedem-se. Rueda, o baterista/vocalista, também ganha muito protagonismo e logo de seguida sai um disco com o título " A voz de Rueda" que também podemos escutar acima numa versão de "Josephine". Anos mais tarde Rueda irá sair dos Thilo's Combo uipara formar o grupo "Rueda + 4". Entretanto com o desenvolvimento  dos grupos Rock e o aparecimento de outros grupos similares como Jorge Machado, Shegundo Galarza e Jorge Costa Pinto, o protagonismo divide-se.
Ainda na última fase do grupo, Paulo de Carvalho, que deixara Os Sheiks e formara os Fluido e a Banda 4, vai integrá-lo como baterista e cantor. 
Na sua existência os Thilo's Combo acompanharam muitos dos cantores importantes do panorama nacional dos 60, como o Duo Ouro Negro, Simone de Oliveira, Mafalda Sofia e Paula Ribas que chegam a gravar com eles. Paula e Mafalda são duas jovens, que podemos dizer sem grande erro foram das pioneiras do Yé Yé em Portugal. Falámos com Paula Ribas que teceu grandes elogios a Thilo Krassman, realçando a sua postura íntegra, o seu profissionalismo e conhecimento, a sua inteligência e a sua humildade para ajudar e fazer crescer os jovens artistas. "Actuámos muitas vezes por todo o País e sempre fomos muito acarinhados, muitas vezes era ele que me aconselhava a cantar isto ou aquilo por jogar bem com a minha voz", conclui. 
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De Paula Ribas vamos escutar o grande êxito de Petula Clark, "Downtown", que na versão portuguesa recebeu o nome de "Tão Só".
Ainda em 69 é a ele que Raul Solnado recorre para formar o Conjunto Zip Zip que se irá tornar no mais espectacular programa de televisão até hoje. Aliás Raul Solnado disse, em 2004 após a sua morte, que Thilo tinha sido um dos expoentes que ajudara a lançar a nova canção portuguesa, e a sua modernidade orquestral deu essa ajuda. Na década de 70 Thilo Krassman será mais conhecido como orquestrador. 
Foi o maestro da orquestra do Festival RTP da Canção nos anos de 76, 78 e 79.
Foi em 78 que os Gemini venceram com  "Dai-li-Dou" com música de Vitor Mamede e sua orquestração. 

É ainda na decada de 70 que forma juntamente com o baterista dos Chinchilas (Onda Pop nº 32) Vitor Mamede  a primeira empresa independente de produção televisiva, a Edipim. Esta produtora vai ter grande importância e foi a primeira a produzir uma Telenovela. Será "Vila Faia" que obtém um grande êxito.
Vitor Mamede já era amigo de Thilo e daí a parceria. Falámos com ele para podermos conhecer melhor o seu perfil. "Tornámo-nos amigos muito cedo, fizemos uma empresa de jingles e depois a primeira de Produção Musical, a PIM (produtores independentes de música).  
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No final dos anos 70 lançamos a EDIPIM para a produção televisiva. Em 93 ele já tinha várias doenças e vendeu os seus 51% à RTC. Aí começaram os esquemas dos partidos do Governo a querer colocar os boys e deram cabo de tudo. Tentaram afastar-me, o que conseguiram em 1999 (já uma empresa quase falida). Thilo era uma pessoa bem disposta com um excelente sentido de humor. Raul Solnado dizia que ele era o alemão mais português que conhecia. Mais até que muitos portugueses. Durante mais de 20 anos de sociedade nunca discutimos".
Os anos 80 e 90 são de grandes realizações televisivas como "Origens"(a 2ª telenovela portuguesa) "Gente Fina é Outra Coisa", "Humor de Perdição", "Outras Músicas", "Top +", "Parabéns", "1000 Imagens",Herman Encicliopédia", "Lá em Casa Tudo Bem" "Euronico" ou" Eu Show Nico" com Nicolau Breyner que nos disse; "Fomos muto amigos, ele era um ser humano excepcional, terei imenso gosto em falar dele, mas pelo telefone não dá. Vamos marcar porque agora estou a gravar uma novela e quase não tenho tempo". É isso que faremos porque as homenagens aos grandes  da música em Portugal não se podem esgotar aqui. Volta a participar no Festival da Canção em 94 e 95. A 10 de Junho de 96 é condecorado pelo Presidente da República. Em 97 volta a concorrer ao Festival da Canção, que vence com "Antes do Adeus" com letra de Rosa Lobato Faria interpretada por Célia Lawson.Na Eurovisão, Portugal não recebe qualquer ponto e fica em último lugar. Em 2001, a Edipim é vendida já quase falida à RTP pela sua "sócia" RTC. Thilo  que tinha muitos problemas de saúde acabará por falecer em Portimão  quando recuperava de uma intervenção cirúrgica. Corria o mês de Março de 2004.
Na Abrunheira onde se situavam os Estúdios da Edipim, o município de Sintra decidiu e bem, atribuir a essa rua o nome de Thilo Krassman.
Inteligência, integridade, humildade e solidariedade, todos lhe reconhecem a grandeza do Ser Humano que era, o apoio e desenvolvimento que deu à  música portuguesa, e depois aos "média". Foi o primeiro a fazer contratos de exclusividade com os músicos.
Terminamos com um grande sorriso, o seu, com uma grande canção para a qual escreveu em 76 esta versão em inglês  "Have A Smile On Your Face" que o seu amigo Carlos do Carmo tão bem interpretou e que pode traduzir um pouco como ele era.
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NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
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Normalmente os álbuns de duetos são muitas vezes sessões de gravação que não envolvem um mínimo de pensamento conceptual de álbum - mas não é este o caso de Van Morrison. 'Duets' é tão minucioso e excêntrico como qualquer outro projeto de Morrison. 
Ao invés de apenas trazer alguns nomes brilhantes para decorar os seus maiores sucessos, ele aprofunda e baseia-se principalmente em álbuns que foram sub-apreciados pela crítica. (Não se encontrando aqui nenhum tema dos álbuns "Moondance" ou "Astral Weeks"). E os seus parceiros variam de veteranos grisalhos - Steve Winwood, Taj Mahal, Geogie Fame - até convidados surpreendentes como Natalie Cole, Mark Knopfler e Michael Bublé, percebendo-se que estão todos envolvidos no resgate de canções que tinham morrido antes de tempo.

'Duets' abre com o recentemente falecido Bobby Womack num pungente "Some Peace Of Mind" do álbum 'Hyms To The Silence' de 1991. 
Mavis Staples soa cruel e revoltada no tema de 1970, "Lord, If I Ever Needed Someone".  A voz e a guitarra de Mark Knofler estão tão à vontade como se estivessem em casa em "Irish Heartbeat", tal como George Benson com o seu toque de smooth-jazz em "Higher Than The World".
Mas o realce surreal aparece quando Van Morrison faz a sua parceria com Mick Hucknall (ex-vocalista dos 'Simply Red'), iluminando o poema céltico, "Streets Of Arklow", do injustiçado e esquecido álbum 'Veedon Fleece', de 1974. Esta e outras pérolas preciosas só poderiam ser musicalmente imaginadas pela mente brilhante de Van Morrison e é com este espírito e qualidade que 'Duets' é mais que só um tributo a alguns temas obscuros na colecção de canções de Morrison - é um tributo belicoso para com os críticos que não apreciaram estas suas composições nas suas primeiras versões.
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JOHNNY HALLYDAY - "A TOUT CASSER"
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                                                                                     GILBERT BÉCAUD
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O artigo e a entrevista que a Onda Pop nº 36 publica na sua impressa é o retrato fiel do espectáculo e da personalidade desse grande cantor, artista de palco e compositor que foi Gilbert Bécaud, falecido a 18 de Dezembro de 2001. Um homem afável, bem disposto e que em palco transmitia uma energia contagiante nas suas interpretações, que ficou eternamente conhecido por "Monsieur 100.000 Volts".
Começou a sua carreira no início dos anos 50 e, tal como a sua célebre gravata azul às bolinhas brancas, resistiu a todas as modas musicais que foram acontecendo durante os seus 50 anos de carreira.

A célebre casa de espectáculos de Paris, "L'Olympia", serviu de palco ao seu início de carreira nos anos 50, com o público tão entusiasmado com a intensidade das suas actuações que já nessa época quebraram cadeiras dessa mítica sala, onde actuou com 33 espectáculos diferentes, alguns permanecendo em cena por vários dias, como no espectáculo "Bleu/Rouge" (que nós também tivemos a felicidade de assistir em Novembro de 1988), em que à 3ªs, 5ªs e sábados apresentava o espectáculo "Bleu" e às 4ªs, 6ªs e domingos apresentava o espectáculo "Rouge" (dois espectáculos com listas de canções totalmente diferentes) e que esgotou o 'Olympia' por algumas semanas.
Desses formidáveis espectáculos, apresentamos dois excertos: "Et Maintenant" do 'Spectacle Bleu' e "Quand Il Est Mort Le Poète" do 'Spectacle Rouge'.
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Gilbert Bécaud nasceu a 24 de Outubro de 1924, em Toulon, como François Gilbert Silly e o seu pai deixou a família quando ainda era criança e foi o seu padastro Louis Bécaud, a quem ele sempre chamou de pai e que homenageou na vida artística utlizando o seu apelido Bécaud.
A mãe de Gilbert era músico e leva-o para o Conservatório com a idade de 9 anos, onde se torna um emérito pianista. Aos 18 anos vai para Paris para iniciar uma carreira profissional, mas a ocupação alemã acontecera e ele e o seu irmão Jean passam a fazer parte da Resistência. No final da guerra retoma o seu caminho musical e toca em cabarés, onde conhece o seu futuro grande amigo e parceiro de composições, Pierre Delanoe, com quem começa a compôr as suas primeirsa canções, até que, em 1950, conhece o compositor Jacques Pils, futuro marido de Edith Piaf, e passa a compôr para essa grande senhora da música francesa e mundial. Depois parte com ela para os Estados Unidos e faz uma tournée com ela, onde ela o convence a apresentar-se como cantor durante as suas actuações. Edith Piaf emprega-o como seu mordomo e mestre de cerimónias, onde ele actua nas suas festas e reuniões familares e se torna de tal forma conhecido no meio artístico francês, que em 1953 grava o seu primeiro disco e apresenta-se no 'Olympia', onde em 1954 os jovens já quebram as cadeiras no entusiasmo e excitação das sua actuações plenas de vitalidade, dinamismo e talento.
Em 1955, faz apresentações no estrangeiro onde canta êxitos seus como "Les Marchés de Provence", "Viens Danser", "Mes Mains" ou "Je T"Appertiens", gravada como "Let It Be Me" pelos Everly Brothers e atinge o 7º lugar no hit-parade americano.
Em 1961, iniciam-se duas décadas de sonho para Gilbert Bécaud. Serão dezenas de sucessos internacionais, começando pelo super-êxito "Et Maintenant", que recebeu nessa época cerca de 150 covers e em várias línguas, sendo de destacar a versão inglesa "What Now My Love", interpretada pela excelente cantora inglesa, Shirley Bassey ou pelo autor da letra em inglês, o Rei - Elvis Presley.
 Depois seguiram-se "Dimanche à Orly", "Nathalie", "Quand Il Est Mort Le Poète", "L'Important C'Est La Rose", "Seul Sur Son Étoile", que se tornou num sucesso internacional na voz de Vikki Carr como "It Must Be Him", entre tantas outras nos anos 60 e "C'Est En Septembre", "La Solitude Ça N'Existe Pas" ou 'L'Indiférence" nos anos 70
Nos anos 80, Gilbert Bécaud escreve a comédia musical "Madame Roza", que se estreia nos Estados Unidos. Recebe a medalha de ouro do Sacem, em 1982, pela excelência da sua carreira e continua criar êxitos como "Mustapha Dupont" ou "Désirée".
Continuou o seu percurso de sucesso com o lançamento de vários álbuns, digressões mundiais e espectáculos quase anuais em França até Novembro de 1999, quando levantou as cortinas de "L'Olympia" pela 33ª e última vez, porque veio a falecer a 21 de Dezembro de 2001.
Durante 50 anos, Gilbert Bécaud inflamou os palcos do mundo inteiro e reuniu sempre públicos de todas as idades. 
Brilhante compositor, artista generoso e intérprete sem igual, Bécaud pertence acima de tudo ao património da canção francesa e da música mundial.
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1955-1975 - A ÉPOCA DE OURO DO ROCK 

Os melhores, mais criativos e mais importantes 21 anos da música tiveram início, gatinhando, em 1955 e terminaram em 1975, quando a música pop/rock/soul/jazz/country e folk atingiu a sua maioridade.
A base desta selecção dos 100 melhores álbuns de 1955 a 1975 comprova toda a importância desses anos, pois embora estando em análise álbuns dos últimos 60 anos (1955 a 2015), só esses 21 anos representam na "Rolling Stone" (64 álbuns em 100 escolhidos), na "Mojo" (59 de 100), na "Q" (54 de 100), na "Billboard" (42 em 100) e na "NME" (33 em 100) e na escolha dos rockeiros do mundo inteiro através do site "Rate Your Music" (62 em 100).

Esta é uma lista dos 100 melhores álbuns dessa época de ouro, compilada por nós segundo as classificações das listas dos melhores álbuns de 1955 a 1975, elaboradas pelas conceituadas revistas musicais ("Rolling Stone", "Billboard", "NME", "Mojo" e "Q"), para além da sempre importante opinião dos apreciadores, ouvintes e compradores de música Rock/Pop/Country/Soul/Folk ou Jazz, através do site "Rate Your Music".

Diferentes critérios de avaliação, diferentes opiniões, diferentes fontes de pesquisa, mas o resultado é sempre o mesmo: 21 anos que mudaram a música para sempre - 1955 a 1975.
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OS 100 MELHORES ÁLBUNS DE 1955 A 1975

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I NEVER LOVED A MAN THE WAY I LOVE YOU - ARETHA FRANKLIN
Atlantic (1967)
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Se a inclusão de "Respect" - um dos singles verdadeiramente seminais na história do pop e do soul - seria só por si suficiente para o álbum "I Never Loved A Man The Way I Loved You" ser elevado ao status de clássico, essa estréia de Aretha Franklin no selo 'Atlantic' é uma obra-prima indiscutível do início ao fim. 
Grande parte desse crédito é devido ao produtor Jerry Wexler, que desencadeou finalmente a intensidade de Aretha tanto tempo escondida durante o seu contrato com a 'Columbia', ao montar por trás de Aretha uma banda com um som fortíssimo, ideal para ela responder com as melhores performances da sua carreira e criando assim um cenário suficientemente forte para permitir a Aretha Franklin a ascensão ao trono de 'Rainha do Soul'.  
Ao mesmo tempo que a brilhante faixa-título se torna em outra canção de sucesso, cada faixa de "I Never Loved a Man The Way I Loved You" é interpretada com uma grandeza e beleza igual ou superior à dos seus originais, como "Drown In My Own Tears" de Ray Charles  e "Good Times" ou "A Change Is Gonna Come" de Sam Cooke, para além das próprias composições de Aretha Franklin - "Don't Let Me Loose This Dream", "Baby, Baby, Baby", "Save Me" e "Dr. Feelgood (Love Is A Serious Business)" estarem perfeitamente ao nível da companhia tão elevada dos outros conhecidos compositores. 
Um marco da Soul Music. 

AXIS: BOLD AS LOVE -
THE JIMI HENDRIX EXPERIENCE
Track (1967)          
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Este segundo álbum "Axis: Bold As Love" de Jimi Hendrix seguiu o seu esforço de estreia inovadora com uma colecção sólida de grandes músicas e uma grande interactividade musical entre ele próprio, Noel Redding, Mitch Mitchell e o próprio estúdio de gravação. 
Sàbiamente mantendo Chas Chandler na produção do álbum e Eddie Kramer como engenheiro de som, Hendrix arriscou ainda mais musicalmente do que no primeiro álbum, principalmente como compositor. 
Se por um lado Jimi ainda compunha Rocks como "You Got Me Floating", "Up From The Skies" e "Little Miss Lover," apresenta também aqui as belas baladas melancólicas, "Little Wing", "Castles Made Of Sand", "One Rainy Wish," e a faixa-título mostrando um notável crescimento e profundidade como compositor, aproveitando a alma da guitarra de Curtis Mayfield, mas com o imaginário lírico de Dylan e nunca esquecendo a hiperatividade productiva da sua grande visão musical psicadélica.
Este álbum ainda é temperado com uma face de Jimi mais avant-garde na faixa "EXP" e por um sopro de proto-fusion jazz em "If 6 Was 9". 
Todos os que acham que Jimi Hendrix é um guitarrista barulhento e sem melodia, um consumidor de drogas ou um fabricado Deus do Rock devem ouvir este álbum,"Axis: Bold As Love", onde ele prova ser um óptimo compositor e um virtuoso guitarrista, que tanto pode tocar lindas melodias, como sons poderosos e ríspidos.

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CRIME OF THE CENTURY - 
SUPERTRAMP
A&M (1974)
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"Crime Of The Century" foi o primeiro dos muitos picos na ilustre carreira dos Supertramp; um álbum que tinha tudo para provar e cujas melodias fàcilmente encantaram o mundo do pop puro e do rock progressivo. Com a mistura inconfundível dos dois principais compositores do grupo, Rick Davies e Roger Hodgson, o álbum é o perfeito casamento da doçura de Hodgson em 'Dreamer' (primeiro grande sucesso da banda em single) com o grão sarcástico e acusador de Davies em 'Bloody Well Right '.
"Crime Of The Century" é um álbum conceptual, cujo tema central é a arrogância e as falhas fatais da humanidade. 
Há oito músicas no total, 2 de cada um dos 4 temas diferentes. Para cada um dos quatro temas, Roger Hodgson oferece o ponto de vista do introvertido, seguido por Rick Davies com o ponto de vista do extrovertido sobre o mesmo tema. 
Os quatro temas são os seguintes:
1. PARANOIA: "Scholl" e "Bloody Well Right" que lidam directamente com a pressão exercida sobre os indivíduos pelos meios acadêmicos, pela mídia, pelo mundo político, e até mesmo pelos seus próximos para serem formatados e se conformarem com o padrão idealizado pelas instituições políticas e religiosas. 
2. DOENÇA MENTAL: "Hide In Your Shell" e "Asylum" que ilustram os indivíduos que, tendo sido fracassados pelas ditas instituições, começam a perder a noção da realidade quando lhes foram negados o amor, a confiança e o respeito.
3. AUTO-DECEPÇÃO / DESILUSÃO: "Dreamer" e "Rudy" são composições sobre pessoas que se refugiam na fantasia (às vezes de sua própria criação, às vezes de outros), porque eles não têm para onde recorrer e apenas serão "despertadas" quando a fantasia não perdura.
4. AUTO-DESTRUIÇÃO: "If Everyone Was Listening" e "Crime Of The Century" mostram a natureza humana na sua pior maneira - continuamente fazendo escolhas fatais, ignorando qualquer um que queira soar o alarme, e olhando para ninguém, excepto para si mesmos, mas culpando os outros pelas suas próprias tolices.


"Crime Of The Century" é uma verdadeira obra de arte intemporal, que será analisada e apreciada por um longo porvir ou, quiçá, eternamente. FABULOSO!

SELLING ENGLAND BY THE POUND - GENESIS  
Charisma (1973)                   
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Qualquer pessoa que tenha que escolher meia-dúzia de álbuns essenciais para demonstrar ou se aperceber da história do Rock Progressivo, este será sempre um dos álbuns obrigatórios. 

"Selling England By The Pound" foi o culminar de tudo o que os 'Genesis' se tinham esforçado para produzir desde a sua criação, no final dos anos 60.
A fusão musical de uma mente clássica complexa com um coração de rock electrificado e com folk pastoral, num espírito que define a anatomia criativa dos 'Genesis', é algo que ninguém conseguiu ser mais eficaz do que em "Selling England By The Pound".
Surpreendentemente despretensioso, Peter Gabriel está no seu melhor no conto de ficção, "The Battle Of Epping Forest". Sofisticadamente elegante, o trabalho de teclas de Tony Banks é um elemento vital em quase todas as músicas, e as tapeçarias das guitarra elétricas/acústicas tecidas por Steve Hackett e Mike Rutherford são a cereja no topo do bolo perfeito. 
Um pouco anômala e peculiar a canção mais pop deste álbum da era-Gabriel dos 'Genesis', "I Know What I Like (In Your Wardrobe)" é um conto sobre um jardineiro louco. 
Phil Collins contribui com a sua primeira vocalização na linda balada acústica "More Fool Me" já preconizando a futura liderança vocal do grupo. 
Este álbum apresenta ainda alguns dos temas favoritos dos concertos ao vivo dos 'Genesis', como o barroco "Firth Of Fifth" e o épico "Cinema Show". 


Os 'Genesis' já tinham provado que podiam fazer Rock no seu álbum anterior "Foxtrot", mas neste álbum  "Selling England By The Pound" eles não seguiram esse caminho e voltaram para a excentricidade inglesa e refinamento musical desenvolvido nos seus primeiros álbuns, "Trespass" e "Nursery Cryme", tornando este álbum numa colecção de estórias, fábulas e contos de fadas, mas não perdendo a faculdade de também ser um disco de Rock, o que o torna naturalmente extraordinário.


Se alguém só quiser comprar um álbum dos 'Gênesis', então "Selling England By The Pound" será uma dádiva dos deuses da música para si.  

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FALANDO DE NOVOS DISCOS

Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
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CANTEM com a ONDA POP !!!
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DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS

A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK.
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Abracadabra foi a um oráculo inglês para descobrir como se lê a sina e o panorama da sua vida nas folhas de chá que ficam no fundo da chávena. 
Esse oráculo chama-se "Tea & Symphony" e o resultado final da interpretação das folhas do chá deu "Um Asilo Para Os Musicalmente Insanos" ou "An Asylum For The Musically Insane".
É este o nome do álbum lançado em 1969, um ano que foi um marco na história do Rock, não só pelos famosos festivais de Woodstock e Isle Of Wight ou pelo nascimento da ópera-rock "Tommy", ou pelo célebre concerto dos Rolling Stones no Hyde Park, mas pelo autêntico carnaval musical que foi o aparecimento de vários grupos com uma enorme criatividade experimental, em que algumas roçavam o exotismo da loucura dentro do psicadelismo da época, como é o caso deste álbum.
Embora Londres costumasse ser o centro dessa loucura, os 'Tea & Symphony' são originários de Birmingham, onde já tinham nascido grupos como 'The Moody Blues', Spencer Davis Group, 'The Move' ou 'Black Sabbath'.
Eram originalmente um trio formado por James Langston (vocais e guitarra), Jeff Daw (guitarra) e Nigle Phillips (bateria), pois ocasionalmente juntavam-se a estes outros músicos.
A maioria dos críticos considera este álbum como louco, mas encantador pela auto-complacência dos próprios 'Tea & Symphony', que no seu entusiasmo de experimentalismo, sabiam que seriam um suícidio comercial.
Os 'Tea & Symphony' acabaram em 1971, no início de uma nova era em que já não havia mais espaço para chás, sinfonias, asilos ou outro material musical insano, pois entrávamos nos pretenciosamente sérios e musicalmente correctos anos 70.
A maior parte do material de "An Asylum For The Musically Insane" foi escrito por Jeff Daw e é constituído pelas seguintes faixas:

1 - Armchair Theatre
2 - Feel How So Cool The Wind
3 - Sometime
4 - Maybe My Mind
5 - The Come On
6 - Terror In My Soul
7 - Travelling Shoes
8 - Winter
9 - Nothing Will Come To Nothing
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O realce da Parada de Onda Pop desta semana vai para o 3º lugar, "Get Back" dos Beatles.
"Get Back" é uma canção de Paul McCartney que seria também o título do álbum seguinte, cujo conceito era fazer os Beatles voltarem às suas raízes de tocarem ao vivo para audiências mas, embora esta canção capture esse espírito, o álbum descambou para um conceito totalmente diferente da ideia original e acabou chamando-se "Let It Be".
Billy Preston toca piano eléctrico nesta gravação e tornou-se no único artista convidado dos Beatles a ter o seu nome creditado no disco single.
Foi George Harrison quem pediu a Billy Preston para este o acompanhar até ao estúdio de gravação, com o intuito de com a sua presença "estranha" amenizar as relações tensas entre os membros do grupo, o que aliás aconteceu.
Billy Preston não só gravou "Get Back", como "Don't Let Me Down", o lado 'B' do disco. 
Este disco tem ainda a particularidade de ser uma versão mais longa no single do que no álbum, pois normalmente quando isso acontece a gravação mais longa é editada no álbum.
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