DESTAQUE DA SEMANA
ZITO
José Eduardo Pereira, para os amigos e família ZITO, foi este o nome que manteve na sua vida artística.
Desde que começou a cantar que o entusiasmo pelo Fado o levava a procurar novas formas de o transmitir. Multifacetado, adaptava-se a vários estilos mas foi o Fado que quiz seguir.
Em 1968 já detinha uma excelente posição e procurava novos caminhos, como veremos adiante num projecto com as Irmãs Muge. Até 1971 muitas estórias dele contará a Onda Pop.
ZITO
José Eduardo Pereira, para os amigos e família ZITO, foi este o nome que manteve na sua vida artística.
Desde que começou a cantar que o entusiasmo pelo Fado o levava a procurar novas formas de o transmitir. Multifacetado, adaptava-se a vários estilos mas foi o Fado que quiz seguir.
Em 1968 já detinha uma excelente posição e procurava novos caminhos, como veremos adiante num projecto com as Irmãs Muge. Até 1971 muitas estórias dele contará a Onda Pop.
Desde 1970 Zito já se deslocava à África do Sul por largas temporadas.
-- E depois Zito?... Eu conhecia bem a África do Sul, Johannesburg, onde tinha estudado Engenharia Civil na Universidade de Witwatersrand, e em 1973 fixei-me lá definitivamente. Em Lourenço Marques ficava a minha entrada profissinal no jornalismo, onde trabalhei dois anos no "Notícias" e fiz locução e produção de textos para programas da Delta Publicidade. Foi o Carlos Albuquerque que me agarrou, após ter passado no exame para locutores do Rádio Clube de Moçambique. Como sabes também era cantor residente do R.C.M., com a Orquestra de Variedades dirigida pelo Maestro Artur Fonseca e da Orquestra Típica dirigida pelo Maestro António Gavino. |
Em 1971 Zito recebe o título de Rei da Rádio de Moçambique, com Maria Antonieta como Rainha (por votação popular), aqui documentado pela foto com os dois coroados, gentilmente cedida pelo Zito.
Deixemo-lo falar:
Na "Adega da Madragoa", propriedade da eterna rainha do Fado em Moçambique, a Eulália Duarte (aquela querida amiga para quem mando um grande beijo) e mais tarde pertença dos cabeleireiros Ferrer e Medeiros, de cujo elenco residente fiz parte e por onde passaram nomes grandes do Fado, entre outros, Carlos Macedo, Joel Henriques, José António, Alves Salgado, Américo Fernandes e o fadista humorístico Joaquim da Bica, acompanhados pela melhor parelha de guitarristas de sempre de Moçambique, o Alves Martins e o António Fonseca.
Insistimos...
— E ao longo destas décadas, fados, canções, discos, espectáculos ?
Deixemo-lo falar:
Na "Adega da Madragoa", propriedade da eterna rainha do Fado em Moçambique, a Eulália Duarte (aquela querida amiga para quem mando um grande beijo) e mais tarde pertença dos cabeleireiros Ferrer e Medeiros, de cujo elenco residente fiz parte e por onde passaram nomes grandes do Fado, entre outros, Carlos Macedo, Joel Henriques, José António, Alves Salgado, Américo Fernandes e o fadista humorístico Joaquim da Bica, acompanhados pela melhor parelha de guitarristas de sempre de Moçambique, o Alves Martins e o António Fonseca.
Insistimos...
— E ao longo destas décadas, fados, canções, discos, espectáculos ?
De tudo muito. As noites de Fado perderam a conta em colectividades, restaurantes, eventos, casas particulares, por tudo e por nada, por toda a África do Sul, na Namíbia, Botswana e Lesotho. Gravei cerca de uma dezena de discos dos quais destaco a série de 3 LPs "Festa", uma ideia minha que incluía outras vozes como o Jimmy (irmão do Max), Techa, Ana Maria Fróis, Tony Manuel e o Conjunto Símbolos de Esperança. O primeiro deles chegou a disco de ouro em vendas. Estes LPs tinham a produção de Johnny Gibson um grande produtor Sul-Africano, compositor, músico e cantor, que aparece também no 1º disco como convidado juntamente com Eddie Calvert. (excelente trompetista inglês que a partir de 1968 passou a viver na África do Sul, cujos grandes êxitos foram "Oh Mein Papa" em 1953 e "Zambeze" em 1956.)
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Ouçamos Zito em "Canção da Juventude", uma das canções do disco "Festa 1":
E continua Zito:
Os espectáculos de palco... também mais que muitos. Com Carlos Sommer fundei a rádio comercial "Paralelo 27". Geri uma casa de discos, a Solydó, na baixa de Johannesburg. Fui, durante 20 anos, locutor e produtor radiofónico da secção portuguesa dos Serviços Externos da Corporação Sul-Africana de Radiodifusão (SABC) onde cheguei a chefe. Em 1976, a Techa e eu fomos eleitos Reis do Espectáculo da Comunidade, por votação popular.
— As saudades serão, então, mais que muitas!?
É engraçado, ou será estranho, que não. Das cantigas, em si, não tenho. Agora do convívio com as pessoas, isso sim. Recordo, contudo, com ternura, incentivado pela energia e dedicação de uma das suas fundadoras, a assistente social Tina de Gouveia, a série de espectáculos aqui, em Pretória, na Cidade do Cabo, em Durban, eu sei lá onde, acompanhado de guitarristas e pelo conjunto "Os Joviais", e...
Interrompemos o Zito...
-- E se ouvissemos "Os Joviais", concordas? — Ouvimos os Joviais, que Zito recordou com prazer.
Os espectáculos de palco... também mais que muitos. Com Carlos Sommer fundei a rádio comercial "Paralelo 27". Geri uma casa de discos, a Solydó, na baixa de Johannesburg. Fui, durante 20 anos, locutor e produtor radiofónico da secção portuguesa dos Serviços Externos da Corporação Sul-Africana de Radiodifusão (SABC) onde cheguei a chefe. Em 1976, a Techa e eu fomos eleitos Reis do Espectáculo da Comunidade, por votação popular.
— As saudades serão, então, mais que muitas!?
É engraçado, ou será estranho, que não. Das cantigas, em si, não tenho. Agora do convívio com as pessoas, isso sim. Recordo, contudo, com ternura, incentivado pela energia e dedicação de uma das suas fundadoras, a assistente social Tina de Gouveia, a série de espectáculos aqui, em Pretória, na Cidade do Cabo, em Durban, eu sei lá onde, acompanhado de guitarristas e pelo conjunto "Os Joviais", e...
Interrompemos o Zito...
-- E se ouvissemos "Os Joviais", concordas? — Ouvimos os Joviais, que Zito recordou com prazer.
-- Desculpa Zito, estavas a contar a história da assistente social Tina Gouveia e a série de espectáculos que fizeste...
E agora foi Zito que nos interrompeu: É verdade! Mais tarde participei no seu certame anual, para angariar os primeiros dinheiros para uma obra que é hoje um baluarte da Comunidade, a Escola do Lusito. Nessa altura estava no ar a Rádio Paralelo 27 que trasmitia em Ondas Médias que muito a apoiou. Havia quem confundisse a "Escola Lusito", vocacionada para crianças com problemas mentais, com "Escola do Zito" e, quantas vezes, metiam dinheiro nos bolsos do meu casaco, depois dos espetáculos... "É para os seus meninos da escola", diziam. |
-- Voltaste a Moçambique?
Sim, em 1990. Os novos proprietários do Hotel Polana, Maputo, assinalaram o encerramento da "bôite" com duas noites em que actuei com a Techa acompanhados à guitarra e à viola pelo Tino Duarte e o Arnaldo de Carvalho, respectivamente. Foram duas noites muito bonitas a que se associaram, espontaneamente, duas fadistas locais de raça negra, uma delas irmã do Né Afonso, saudoso colega dos espectáculos com os "Blue Twisters", de que ele era elemento e com quem mais tarde, em Lourenço Marques, vivi uma aventura artística, no mínimo curiosa. -- Quanto ao Fado? Já se tinha silenciado há algum tempo. Um certo cansaço das noites longas, agravado pela insegurança da circulação, a horas tardias, numa cidade insegura em termos de crime, e sobretudo pelo "divórcio" da guitarra, do instrumentista que me acompanhou mais de 30 anos, por falta de um viola. O Tino Duarte continua a tocar, mas à viola, em que é também um excelente executante. |
Zito e Techa numa foto recente,
gentilmente cedida pelo Zito |
— E as cantigas?
Suspensas ou talvez terminadas. O adeus terá sido "oficializado" no ex-restaurante Canoa em que, durante mais de um ano, fiz música de ambiente, ao jantar, às sextas-feiras, acompanhado ao piano pelo maestro Jorge Brandão, que regressara a Johannesburg depois de largos anos em Durban e no Algarve . Foi uma experiência diferente que aconteceu por duas razões: a amizade que me prendia, e prende, ao gerente do Restaurante, Tó Almeida, e à necessidade artística que o Maestro (um grande amigo) tinha de tocar. Fiz a vontade a ambos e não me arrependi. Foi imensamente gratificante.
-- Que fazes agora?
Continuo a viver em Johannesburg. Sou tradutor oficial e estou principalmente envolvido no canal de televisão Super-Sport Máximo, da DSTV. Faço nele a tradução e locução "off" de programas de conteúdo desportivo. Para já o jornalismo está parado. A última aventura foi, durante 3 anos, a direcção e colaboração escrita no suplemento "O Gargalo", do semanário Popular, jornal que entretanto se deixou de publicar.
-- Ficou algum sonho por realizar?
Talvez não, porque nunca os tive. Ou se calhar, sim. De repente, deu-me mais forte a vontade de ter um restaurante típico. Tinha havido uma ameaça, ainda estudante, com nome e tudo, "A Tendinha". Nunca aconteceu... mas realizei-o depois, de certo modo. Durante mais de dois anos fui "dono artístico" do Restaurante Marisqueira, propriedade do casal Mena e Rui Carvalho, onde actuava duas vezes por semana, e que marcou o ambiente do Fado em Johannesburg. Fechámo-lo, uma noite, ao público em geral, para recebermos a Amália Rodrigues, músicos acompanhantes, amigos e clientes mais chegados. De imaginar a noite que foi!
-- Mais algum sonho?
Ah, sim! Esse pode ser que ainda o realize. Fica prometida a revelação para a "Onda Pop".
E assim terminámos 46 anos depois, mais uma entrevista com o Zito.
Escutemo-lo agora numa das suas primeiras composições de fado, num video postado por Olímpio Almeida.
Suspensas ou talvez terminadas. O adeus terá sido "oficializado" no ex-restaurante Canoa em que, durante mais de um ano, fiz música de ambiente, ao jantar, às sextas-feiras, acompanhado ao piano pelo maestro Jorge Brandão, que regressara a Johannesburg depois de largos anos em Durban e no Algarve . Foi uma experiência diferente que aconteceu por duas razões: a amizade que me prendia, e prende, ao gerente do Restaurante, Tó Almeida, e à necessidade artística que o Maestro (um grande amigo) tinha de tocar. Fiz a vontade a ambos e não me arrependi. Foi imensamente gratificante.
-- Que fazes agora?
Continuo a viver em Johannesburg. Sou tradutor oficial e estou principalmente envolvido no canal de televisão Super-Sport Máximo, da DSTV. Faço nele a tradução e locução "off" de programas de conteúdo desportivo. Para já o jornalismo está parado. A última aventura foi, durante 3 anos, a direcção e colaboração escrita no suplemento "O Gargalo", do semanário Popular, jornal que entretanto se deixou de publicar.
-- Ficou algum sonho por realizar?
Talvez não, porque nunca os tive. Ou se calhar, sim. De repente, deu-me mais forte a vontade de ter um restaurante típico. Tinha havido uma ameaça, ainda estudante, com nome e tudo, "A Tendinha". Nunca aconteceu... mas realizei-o depois, de certo modo. Durante mais de dois anos fui "dono artístico" do Restaurante Marisqueira, propriedade do casal Mena e Rui Carvalho, onde actuava duas vezes por semana, e que marcou o ambiente do Fado em Johannesburg. Fechámo-lo, uma noite, ao público em geral, para recebermos a Amália Rodrigues, músicos acompanhantes, amigos e clientes mais chegados. De imaginar a noite que foi!
-- Mais algum sonho?
Ah, sim! Esse pode ser que ainda o realize. Fica prometida a revelação para a "Onda Pop".
E assim terminámos 46 anos depois, mais uma entrevista com o Zito.
Escutemo-lo agora numa das suas primeiras composições de fado, num video postado por Olímpio Almeida.
Discografia de Zito:
1968 - Corvos Negros (EP) 1972 - Marcha do Lusito (S) 1972 - No 12º Festival da Canção de Luanda (S) "Poema Para Luzia" 1973 - Rouxinol Fadista (S) 1976 - Festa 1 (LP) 1976 - Festa 2 (LP) 1977 - Festa 3 (LP) 1977 - Festival (LP) 1978 - Pedi a Deus (EP) 1978 - Verde Vinho (EP) 1979 - Nem Cravos,Nem Rosas (EP) 1980 - Marcha dos Noivos de S. António (c/ Maria Dulce) 1981 - 20 Êxitos (Cassete) 1997 - Os Primeiros Fados (CD) 1997 - Retalhos (CD) |
Durante a entrevista com Zito, ele fez-nos recordar que em 1971 por iniciativa da "Arco Íris Publicidade" concorreu ao Festival da Canção de Luanda, interpretando "Poema Para Luzia", uma composição do moçambicano Né Afonso.
E então a "Onda Pop" lembrou-se que tinha informações interessantes para os nossos amigos internautas sobre esse referido Festival e precisamente no mesmo ano da sua presença, as quais aqui vos relatamos: O Zito e a jornalista/publicitária Bela Jardim eram colaboradores da editora de discos PYP Records, em Johannesburg, propriedade do sr. Raúl Marques, e que essencialmente divulgava e publicava canções de artistas portugueses residentes na África do Sul, Rodésia ou Suazilândia. Era este o caso do artista Fernando Barroso (cujo verdadeiro nome é Fernando Colaço), que tinha um disco já preparado para ser editado, contendo as canções: "Coplas a D. Nuno" da autoria de Zito, Bela Jardim e do próprio Fernando Barroso, a qual concorria ao mesmo Festival Internacional de Luanda e a canção dos nossos "popistas" Luís Arriaga e José Manuel Santos, intitulada "Balada de Outono". Entretanto os organizadores do referido Festival perguntaram à "Arco Íris Publicidade" se não teriam mais nenhuma canção para concorrer e aí o Zito contactou o José Manuel Santos e o Luís Arriaga e perguntou-lhes se eles veriam algum inconveniente em que a canção composta para o Fernando Barroso, "Balada de Outono", concorresse ao XI Festival da Canção de Luanda, ao qual os dois não se opuseram. Essa canção não foi defendida pelo Fernando Barroso, mas pelo cantor angolano António Bom Pastor e ficou num muito honroso 2º lugar. Esse Festival foi ganho pela cantora Sissi com a canção "Sou Como A Folha Caída". |
Mesmo não tendo defendido a canção "Balada de Outono" no Festival, o Fernando Barroso viu o seu disco editado e com as duas canções participantes, que obtiveram o 2º e o 8º lugares, embora o lado "A" seja o 8º lugar e lado "B" apresente o 2º lugar, porque o disco já estava prèviamente prensado.
Então vamos ouvir a "Balada de Outono", de Luís Arriaga e José Manuel Santos, na voz de Fernando Barroso. |
FALANDO DE NOVOS DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que mencionamos em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que mencionamos em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
SUZY PAULA
Na rubrica "Falando De Novos Discos" aparece hoje um disco da portuguesa Suzy Paula, que nasceu em Sabrosa (Vila Real). Começou com um estilo jovem, cantando versões traduzidas de canções de Sylvie Vartan, sendo na época apelidada de "Raínha do Ié-Ié". Também as suas mini-saias escandalizavam muita gente. Estranhamente algumas publicações e outros textos sobre música não a consideram uma cantora Ié-Ié e sim uma cantora do que chamam "nacional cançonetismo". Será que foi uma destas razões que a levou a emigrar para o Brasil entre 1973 e 1981? |
Para
vossa delícia aqui vos deixamos um tema deste "novo disco" - "Ser Como
Um Rapaz", editado em 1968 numa versão da canção francesa "Comme Un Garçon" que fez um
sucesso enorme na voz de Sylvie Vartan.
Em 1983 regressa a Portugal para agradar ao público infantil através de êxitos como "O Areias", "Visitas" ou "Cangurik". Posteriormente seguiu a sua carreira cantando o fado.
Entretanto, em 1984, fez parte do elenco do L.P. "Abbacadabra", um conto musical originalmente produzido pela televisão francesa e baseado em canções do grupo sueco "Abba", adaptado para português por Nuno Gomes dos Santos, no qual participaram também o conhecidíssimo e conceituado "cantigueiro" Samuel, António Manuel Ribeiro (UHF), Fernando Correia Marques, José Nuno Martins e Lenita Gentil, entre outros.
Em 2007 a actriz Camila França (sua filha) resolve escrever uma peça musical infantil que recordava os seus tempos de infância. Assim nasce "O Areias" que foi à cena na Aula Magna. A encenação foi de Ricardo Conti, também co-autor da peça, e de Mafalda Shacchetti (filha de Paulo de Carvalho).
Suzy Paula, que se estreava como actriz, confessou que estava muito nervosa, mas não podia recusar.
Depois passou a cantar em casas de Fado e já a vimos na Nini.
Entretanto, em 1984, fez parte do elenco do L.P. "Abbacadabra", um conto musical originalmente produzido pela televisão francesa e baseado em canções do grupo sueco "Abba", adaptado para português por Nuno Gomes dos Santos, no qual participaram também o conhecidíssimo e conceituado "cantigueiro" Samuel, António Manuel Ribeiro (UHF), Fernando Correia Marques, José Nuno Martins e Lenita Gentil, entre outros.
Em 2007 a actriz Camila França (sua filha) resolve escrever uma peça musical infantil que recordava os seus tempos de infância. Assim nasce "O Areias" que foi à cena na Aula Magna. A encenação foi de Ricardo Conti, também co-autor da peça, e de Mafalda Shacchetti (filha de Paulo de Carvalho).
Suzy Paula, que se estreava como actriz, confessou que estava muito nervosa, mas não podia recusar.
Depois passou a cantar em casas de Fado e já a vimos na Nini.
CLIFF RICHARD
A "Onda Pop" noticiou que Cliff Richard estava a festejar o 10º aniversário da sua carreira artística, e nem imaginávamos então que Cliff iria ser o único artista que chegou a 1º lugar na Grã-Bretanha, em todas as décadas do século XX, desde que iniciou a sua fantástica carreira, e só por duas semanas não estendeu a proeza ao século XXI! Carreira que o levou a vender mais de 250 milhões de discos no mundo inteiro e 22 milhões de singles só no Reino Unido.
A "Onda Pop" noticiou que Cliff Richard estava a festejar o 10º aniversário da sua carreira artística, e nem imaginávamos então que Cliff iria ser o único artista que chegou a 1º lugar na Grã-Bretanha, em todas as décadas do século XX, desde que iniciou a sua fantástica carreira, e só por duas semanas não estendeu a proeza ao século XXI! Carreira que o levou a vender mais de 250 milhões de discos no mundo inteiro e 22 milhões de singles só no Reino Unido.
Com essa sua visita à África do Sul o LP "21 Today" teve um elevado nível de vendas nesse país e originou aí um sucesso enorme com um tema desse disco "Forty Days (To Come Back Home)" de Chuck Berry, que vos oferecemos num video de um concerto ao vivo em 2010, com um impressionante Cliff, nos seus 70 anos de idade. Velhos são os trapos!
THE HAPPENINGS
Na rubrica "Notícias Pop" aparece uma notícia que consideramos fora de série para a época: Em Lisboa venderam-se 5.000 discos do conjunto americano "The Happenings".
A quantidade relatada de discos vendidos parece-nos ser notícia comparando com os números de vendas de discos usuais na época, em Portugal. Será que o sucesso veio da qualidade da canção principal "I Got Rhythm", composta pelo compositor, já considerado clássico, George Gershwin? Ou será que também os "The Happenings" lhe deram um óptimo incremento vocal?
Provàvelmente a fórmula dois em um seja a resposta correcta. Tirem a vossas conclusões ouvindo a interpretação dos "The Happenings" nos anos 60 e a interpretação de Ethel Merman acompanhada pelo próprio George Gershwin nos anos 30.
Na rubrica "Notícias Pop" aparece uma notícia que consideramos fora de série para a época: Em Lisboa venderam-se 5.000 discos do conjunto americano "The Happenings".
A quantidade relatada de discos vendidos parece-nos ser notícia comparando com os números de vendas de discos usuais na época, em Portugal. Será que o sucesso veio da qualidade da canção principal "I Got Rhythm", composta pelo compositor, já considerado clássico, George Gershwin? Ou será que também os "The Happenings" lhe deram um óptimo incremento vocal?
Provàvelmente a fórmula dois em um seja a resposta correcta. Tirem a vossas conclusões ouvindo a interpretação dos "The Happenings" nos anos 60 e a interpretação de Ethel Merman acompanhada pelo próprio George Gershwin nos anos 30.
NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
"Lullaby And... The Ceaseless Roar" é o nome do novo álbum a solo de Robert Plant.
Robert Plant era o vocalista e letrista dos famosos "Led Zeppelin", mas neste disco é acompanhado por uma outra banda - "The Sensational Space Shifters".
"Lullaby And... The Ceaseless Roar" é, segundo as próprias palavras de Robert Plant, "Um disco contemporâneo, poderoso, corajoso e Africano, onde a música tipo Trance se encontra com a música dos Led Zeppelin. Ainda existe muita música dentro de mim e da minha alma que, após a trilha da minha vida carregada de expectativas, decepções, alegrias, dúvidas e relacionamentos fortes, consegue hoje expressar esses meus sentimentos através da melodia, num caleidoscópio de som, cor e amizade."
Foi também já editado o 1º single deste álbum - "Rainbow", que vos apresentamos para vossa apreciação, pois na nossa modesta análise só vos dizemos que os "Velhos Conhecidos" continuam a fazer muito boa música... Quem sabe, sabe!
"Lullaby And... The Ceaseless Roar" é o nome do novo álbum a solo de Robert Plant.
Robert Plant era o vocalista e letrista dos famosos "Led Zeppelin", mas neste disco é acompanhado por uma outra banda - "The Sensational Space Shifters".
"Lullaby And... The Ceaseless Roar" é, segundo as próprias palavras de Robert Plant, "Um disco contemporâneo, poderoso, corajoso e Africano, onde a música tipo Trance se encontra com a música dos Led Zeppelin. Ainda existe muita música dentro de mim e da minha alma que, após a trilha da minha vida carregada de expectativas, decepções, alegrias, dúvidas e relacionamentos fortes, consegue hoje expressar esses meus sentimentos através da melodia, num caleidoscópio de som, cor e amizade."
Foi também já editado o 1º single deste álbum - "Rainbow", que vos apresentamos para vossa apreciação, pois na nossa modesta análise só vos dizemos que os "Velhos Conhecidos" continuam a fazer muito boa música... Quem sabe, sabe!
Afinal...O QUE É O ROCK ?
O ROCK tem as suas raízes profundamente ligadas às tradições musicais das comunidades rurais, como uma das suas únicas formas de expressão, quer fossem comunidades negras ou brancas.
Semanalmente a "ONDA POP" - vai apresentar, dismistificar, e documentar através do audio e do video, a evolução do ROCK até aos dias de hoje. |
Tal como os trabalhadores rurais negros, também os trabalhadores rurais brancos tinham necessidade de extravasar as suas tristezas e frustações através da música, só que em vez de ser através de um lamento como no "Blues" era através da esperança e alegria, que lhes era transmitida pelas misturas de música folclórica da Ilhas Britânicas, das baladas e dos violinos da música celta e escocesa e óbviamente dos cantos religiosos carregados de esperança.
Este tipo de música foi o que mais se desenvolveu na região americana da Appalachia (New York, Pennsylvania, Ohio, Maryland, Kentucky, Virginia, North Carolina, Tennessee, South Carolina, Georgia, Alabama, e Mississippi) e donde o banjo se tornou como o seu instrumento mais tradicional. Esta mistura musical deu origem a um género musical que animava as festas e reuniões de trabalhadores rurais brancos - o "Country".
Entretanto as grandes estações de Rádio do Sul da América, com emissores superpotentes, atravessavam todo o Sul, da Califórnia até à Flórida, e os trabalhadores brancos e negros, após terminarem as suas tarefas no campo, sintonizavam-nas e ouviam uma variedade enorme de estilos musicais, desde música de igreja e "Gospel" até "Country" ou "Rhythm and Blues", como era o caso da WSM de Nashville ou dos shows radiofónicos "Grand Ole Opry" em Nashville ou "Louisiana Hayride" de Shreveport. Através destas Rádios foram dados a conhecer os primeiros grandes ídolos do "Country", como Jimmie Rodgers ou a Carter Family.
Este tipo de música foi o que mais se desenvolveu na região americana da Appalachia (New York, Pennsylvania, Ohio, Maryland, Kentucky, Virginia, North Carolina, Tennessee, South Carolina, Georgia, Alabama, e Mississippi) e donde o banjo se tornou como o seu instrumento mais tradicional. Esta mistura musical deu origem a um género musical que animava as festas e reuniões de trabalhadores rurais brancos - o "Country".
Entretanto as grandes estações de Rádio do Sul da América, com emissores superpotentes, atravessavam todo o Sul, da Califórnia até à Flórida, e os trabalhadores brancos e negros, após terminarem as suas tarefas no campo, sintonizavam-nas e ouviam uma variedade enorme de estilos musicais, desde música de igreja e "Gospel" até "Country" ou "Rhythm and Blues", como era o caso da WSM de Nashville ou dos shows radiofónicos "Grand Ole Opry" em Nashville ou "Louisiana Hayride" de Shreveport. Através destas Rádios foram dados a conhecer os primeiros grandes ídolos do "Country", como Jimmie Rodgers ou a Carter Family.
DUSTY SPRINGFIELD
Aproveitamos este momento para falar de uma cantora que, embora tenha uma vasta colecção de êxitos de baladas e canções, eventualmente se diria em Portugal ser do "Nacional Cançonetismo"...
Foi considerada em 1999 pelas conceituadas revistas "Q" e "Mojo" uma das 25 melhores cantoras femininas de todos os tempos e em 2008 a revista "Rolling Stone" considerou-a a 35ª melhor cantora de todos os tempos, além de ter sido nomeada para o "Rock 'N' Roll Hall of Fame". Neste ano de 2014 faz precisamente 50 anos que Dusty Springfield no seu 1º disco a solo - "I Only Want To Be With You" entrou nas paradas musicais de todo o mundo (4º em U.K., 12º nos E.U.A., 3º no Canadá, 5º Itália, 8º na Austrália, 3º na África do Sul, etc).
Dusty Springfield (Mary Isobel Catherine Bernadette O'Brien) começou a sua carreira profissional em 1958, juntando-se às "Lana Sisters", depois em 1960 formou "The Springfields" com o seu irmão Tom Springfield (Dion O'Brien) e Tim Feild e gravou com eles até 1963, altura onde inicia a sua carreira a solo. Ficou depois conhecida como sendo a Lady Soul de olhos azuis, não só porque gravou alguns covers de cantores de soul americanos, mas como co-produtora das edições especiais do programa "Ready Steady Go!" da TV inglesa a que chamaram "The Sound Of Motown", nos quais apresentou para o público inglês artistas como "The Temptations", Stevie Wonder, "The Supremes" ou "Smokey Robinson & The Miracles".
Em 1968, assinou com a "Atlantic Records" e gravou em 1969 o álbum "Dusty In Memphis", que é considerado pela crítica especializada como um dos melhores álbuns de sempre e com o qual ganhou o "Grammy Hall Of Fame".
Se por um lado era conhecida em Inglaterra como a "Raínha dos Mods", pelo tipo de canções que a fizeram famosa e a levaram a ganhar o prémio da melhor cantora em 1964, 1965, 1966, 1967 e 1969 pelo "New Musical Express", por outro lado foi muitas vezes a única cantora branca convidada para espectáculos de música negra e até em 1969 a sua tournée pela África do Sul foi interrompida abruptamente e banida do país, por ter tocado nos arredores de Cape Town para uma multidão multirracial, o que como sabemos era proíbido pela lei do Apartheid.
Continuou a sua carreira artística até 1999, ano em que faleceu, tendo entretanto atingido o 2º lugar das paradas de ambos os lados do Atlântico com o single "What Have I Done To Deserve This?" em dueto com os "Pet Shop Boys", em 1987.
Aproveitamos este momento para falar de uma cantora que, embora tenha uma vasta colecção de êxitos de baladas e canções, eventualmente se diria em Portugal ser do "Nacional Cançonetismo"...
Foi considerada em 1999 pelas conceituadas revistas "Q" e "Mojo" uma das 25 melhores cantoras femininas de todos os tempos e em 2008 a revista "Rolling Stone" considerou-a a 35ª melhor cantora de todos os tempos, além de ter sido nomeada para o "Rock 'N' Roll Hall of Fame". Neste ano de 2014 faz precisamente 50 anos que Dusty Springfield no seu 1º disco a solo - "I Only Want To Be With You" entrou nas paradas musicais de todo o mundo (4º em U.K., 12º nos E.U.A., 3º no Canadá, 5º Itália, 8º na Austrália, 3º na África do Sul, etc).
Dusty Springfield (Mary Isobel Catherine Bernadette O'Brien) começou a sua carreira profissional em 1958, juntando-se às "Lana Sisters", depois em 1960 formou "The Springfields" com o seu irmão Tom Springfield (Dion O'Brien) e Tim Feild e gravou com eles até 1963, altura onde inicia a sua carreira a solo. Ficou depois conhecida como sendo a Lady Soul de olhos azuis, não só porque gravou alguns covers de cantores de soul americanos, mas como co-produtora das edições especiais do programa "Ready Steady Go!" da TV inglesa a que chamaram "The Sound Of Motown", nos quais apresentou para o público inglês artistas como "The Temptations", Stevie Wonder, "The Supremes" ou "Smokey Robinson & The Miracles".
Em 1968, assinou com a "Atlantic Records" e gravou em 1969 o álbum "Dusty In Memphis", que é considerado pela crítica especializada como um dos melhores álbuns de sempre e com o qual ganhou o "Grammy Hall Of Fame".
Se por um lado era conhecida em Inglaterra como a "Raínha dos Mods", pelo tipo de canções que a fizeram famosa e a levaram a ganhar o prémio da melhor cantora em 1964, 1965, 1966, 1967 e 1969 pelo "New Musical Express", por outro lado foi muitas vezes a única cantora branca convidada para espectáculos de música negra e até em 1969 a sua tournée pela África do Sul foi interrompida abruptamente e banida do país, por ter tocado nos arredores de Cape Town para uma multidão multirracial, o que como sabemos era proíbido pela lei do Apartheid.
Continuou a sua carreira artística até 1999, ano em que faleceu, tendo entretanto atingido o 2º lugar das paradas de ambos os lados do Atlântico com o single "What Have I Done To Deserve This?" em dueto com os "Pet Shop Boys", em 1987.
JAMES BOND
Nancy Sinatra esteve aqui com a canção "You Only Live Twice" para ser cantada com vocês e que é o tema do filme do James Bond com o mesmo título.
Esta canção foi composta por John Barry que escreveu a maior parte dos temas dos filmes de James Bond ("From Russia With Love", "Goldfinger", "Thunderball", "On Her Majesty Secret Service", "Diamonds Are Forever", etc), desde que Monty Norman (com John Barry como orquestrador) escreveu o tema do primeiro filme da série - "Dr. No" - e ficou mundialmente conhecido por ter composto o tema de abertura dos filmes do 007 - "James Bond Theme".
As composições de John Barry para os filmes da série Bond só foram interrompidas pela primeira vez em 1973 no oitavo filme, porque ele tinha outros compromissos na época da produção de "Live And Let Die".
E foi substituído então por quem? Sir Paul McCartney!
Mas como o caché pedido por Paul para compôr toda a banda sonora do filme era demasiado elevado para o budget que os produtores do filme tinham previsto, estes decidiram que Paul McCartney então escreveria e tocaria com o seu novo grupo "The Wings" sòmente o tema do filme. Assim, quem escreveu o resto da banda sonora de "Live And Let Die" foi o produtor dos Beatles - Sir George Martin.
Já se passaram 52 anos e 23 filmes do 007 apareceram nas telas e em 2014 festeja-se o 50º aniversário do lançamento do filme "Goldfinger", por isso aproveitando a Nancy Sinatra ter aparecido nesta edição da Onda Pop, oferecemos uma colagem de vários filmes e intérpretes da figura do lendário James Bond, onde ele se apresenta: "My Name Is Bond... James Bond!". A não perder!
Nancy Sinatra esteve aqui com a canção "You Only Live Twice" para ser cantada com vocês e que é o tema do filme do James Bond com o mesmo título.
Esta canção foi composta por John Barry que escreveu a maior parte dos temas dos filmes de James Bond ("From Russia With Love", "Goldfinger", "Thunderball", "On Her Majesty Secret Service", "Diamonds Are Forever", etc), desde que Monty Norman (com John Barry como orquestrador) escreveu o tema do primeiro filme da série - "Dr. No" - e ficou mundialmente conhecido por ter composto o tema de abertura dos filmes do 007 - "James Bond Theme".
As composições de John Barry para os filmes da série Bond só foram interrompidas pela primeira vez em 1973 no oitavo filme, porque ele tinha outros compromissos na época da produção de "Live And Let Die".
E foi substituído então por quem? Sir Paul McCartney!
Mas como o caché pedido por Paul para compôr toda a banda sonora do filme era demasiado elevado para o budget que os produtores do filme tinham previsto, estes decidiram que Paul McCartney então escreveria e tocaria com o seu novo grupo "The Wings" sòmente o tema do filme. Assim, quem escreveu o resto da banda sonora de "Live And Let Die" foi o produtor dos Beatles - Sir George Martin.
Já se passaram 52 anos e 23 filmes do 007 apareceram nas telas e em 2014 festeja-se o 50º aniversário do lançamento do filme "Goldfinger", por isso aproveitando a Nancy Sinatra ter aparecido nesta edição da Onda Pop, oferecemos uma colagem de vários filmes e intérpretes da figura do lendário James Bond, onde ele se apresenta: "My Name Is Bond... James Bond!". A não perder!
DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS
A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK. |
Hoje temos uma surpresa extra-terrestre: o album "U.F.O." de 1969, com as interpretações, músicas e letras de Jim Sullivan.
Para além de "U.F.O." ser uma excelente obra-prima do folk-rock quase perdida, Jim Sullivan tem uma estória sobrenatural, que vos passamos a contar e a qual poder-se-ia chamar:
"A noite em que Jim Sullivan se esfumou no ar"
Em Março de 1975, Jim Sullivan desapareceu misteriosamente em Santa Rosa, Novo México. O seu VW foi encontrado abandonado e o seu quarto de motel intocado. Alguns pensam que ele se tenha perdido no deserto, outros pensam que ele tenha caído em desgraça com a sua família e tenha resolvido desaparecer e outros ainda pensam que ele deve ter sido abduzido por alienígenas, visto que o Novo México há muito tempo que é palco de relatos de visão e encontros do 3º grau com OVNIs ou UFOs, como lhes chamam os Americanos.
Por coincidência - ou talvez não - este seu álbum de estréia foi intitulado "U.F.O." e só foi editado em pequena quantidade através de um selo próprio.
Para os colecionadores de discos, alguns álbuns são considerados quase impossíveis de serem aquiridos, e que por serem tão raros poderiam sentar-se no eBay por anos e não conseguir um exemplar - "U.F.O." é um desses álbuns.
"U.F.O." poderia ser um trabalho diferente por um one-man-e-sua-guitarra Jim Sullivan mas, em vez disso, foi um álbum totalmente realizado no alcance e na imaginação, uma obra-prima de folk-rock com a cabeça na estratosfera.
A voz de Sullivan é profunda e expressiva com um som Americano sem época e mundano, mas carregado de desespero.
O álbum é pontuado por uma seção de cordas, outras vezes por um piano Wurlitzer, tornando-se num pedaço da música pop norte-americana filtrada das profundezas melancólicas de Los Angeles, por meio do som profundo do sul da América.
Sem contactos na indústria da música, o registro passou despercebido, e Jim simplesmente decidiu mudar-se, em 1975, para Nashville à procura de uma nova vida.
Sabe-se que ele foi parado, cerca das 15 horas após ter saído de Los Angeles, por policias em Santa Rosa e obrigado a desviar a sua rota. Estava sóbrio e disse-lhes que ía para "La Mesa Motel" para descansar um pouco... e foi o que fez.
No dia seguinte o seu carro foi encontrado abandonado e no seu quarto de hotel ficaram, entre outras coisas, o seu violão de doze cordas, a sua carteira, a sua mala e várias cópias de um segundo álbum que acabara de gravar no seu próprio selo, chamado simplesmente "Jim Sullivan"... mas nenhuma mensagem e nem sinais de Jim. Era, simplesmente, como se ele se tivesse esfumado no ar.
A família de Jim viajou para se juntar aos grupos de busca que o procuravam e foram postas mensagens nos jornais locais pedindo ajuda e informações, caso alguém o tivesse visto... mas as buscas foram infrutíferas.
A mulher e os amigos dizem que, se Jim quisesse fugir, poderia abandonar tudo mas nunca teria abandonado o seu melhor amigo de sempre e seu único instrumento de trabalho - o seu velho violão.
Aproveitem para ver esta estória do fantástico, no video que vos propomos e que tem como música de fundo temas do álbum "U.F.O.".
Para além de "U.F.O." ser uma excelente obra-prima do folk-rock quase perdida, Jim Sullivan tem uma estória sobrenatural, que vos passamos a contar e a qual poder-se-ia chamar:
"A noite em que Jim Sullivan se esfumou no ar"
Em Março de 1975, Jim Sullivan desapareceu misteriosamente em Santa Rosa, Novo México. O seu VW foi encontrado abandonado e o seu quarto de motel intocado. Alguns pensam que ele se tenha perdido no deserto, outros pensam que ele tenha caído em desgraça com a sua família e tenha resolvido desaparecer e outros ainda pensam que ele deve ter sido abduzido por alienígenas, visto que o Novo México há muito tempo que é palco de relatos de visão e encontros do 3º grau com OVNIs ou UFOs, como lhes chamam os Americanos.
Por coincidência - ou talvez não - este seu álbum de estréia foi intitulado "U.F.O." e só foi editado em pequena quantidade através de um selo próprio.
Para os colecionadores de discos, alguns álbuns são considerados quase impossíveis de serem aquiridos, e que por serem tão raros poderiam sentar-se no eBay por anos e não conseguir um exemplar - "U.F.O." é um desses álbuns.
"U.F.O." poderia ser um trabalho diferente por um one-man-e-sua-guitarra Jim Sullivan mas, em vez disso, foi um álbum totalmente realizado no alcance e na imaginação, uma obra-prima de folk-rock com a cabeça na estratosfera.
A voz de Sullivan é profunda e expressiva com um som Americano sem época e mundano, mas carregado de desespero.
O álbum é pontuado por uma seção de cordas, outras vezes por um piano Wurlitzer, tornando-se num pedaço da música pop norte-americana filtrada das profundezas melancólicas de Los Angeles, por meio do som profundo do sul da América.
Sem contactos na indústria da música, o registro passou despercebido, e Jim simplesmente decidiu mudar-se, em 1975, para Nashville à procura de uma nova vida.
Sabe-se que ele foi parado, cerca das 15 horas após ter saído de Los Angeles, por policias em Santa Rosa e obrigado a desviar a sua rota. Estava sóbrio e disse-lhes que ía para "La Mesa Motel" para descansar um pouco... e foi o que fez.
No dia seguinte o seu carro foi encontrado abandonado e no seu quarto de hotel ficaram, entre outras coisas, o seu violão de doze cordas, a sua carteira, a sua mala e várias cópias de um segundo álbum que acabara de gravar no seu próprio selo, chamado simplesmente "Jim Sullivan"... mas nenhuma mensagem e nem sinais de Jim. Era, simplesmente, como se ele se tivesse esfumado no ar.
A família de Jim viajou para se juntar aos grupos de busca que o procuravam e foram postas mensagens nos jornais locais pedindo ajuda e informações, caso alguém o tivesse visto... mas as buscas foram infrutíferas.
A mulher e os amigos dizem que, se Jim quisesse fugir, poderia abandonar tudo mas nunca teria abandonado o seu melhor amigo de sempre e seu único instrumento de trabalho - o seu velho violão.
Aproveitem para ver esta estória do fantástico, no video que vos propomos e que tem como música de fundo temas do álbum "U.F.O.".
Lembrem-se que para além do mistério, ficou a óptima música de Jim Sullivan, por isso vos propomos também ouvir o tema "Jerome", que é a primeira faixa deste álbum, o qual a Onda Pop tinha ouvido umas duas vezes em 1969, sem saber qual o nome da canção, nem quem a interpretava.
Em 2010 a Onda Pop procurando preciosidades numa casa de discos de vinil da Berwick Street, em Londres, de repente ouviu como música ambiente aquela canção que já não ouvia havia 41 anos. Perguntou quem era e se tinham o disco para venda e a Onda Pop enlouqueceu e comprou a raridade, que vos apresentamos hoje.
Em 2010 a Onda Pop procurando preciosidades numa casa de discos de vinil da Berwick Street, em Londres, de repente ouviu como música ambiente aquela canção que já não ouvia havia 41 anos. Perguntou quem era e se tinham o disco para venda e a Onda Pop enlouqueceu e comprou a raridade, que vos apresentamos hoje.
Esta semana está em 1º lugar na Parada de Onda Pop, "Hey Jude" dos Beatles, mas como numa das nossas próximas edições sairá a letra e colocaremos um artigo sobre aquele que foi o seu maior êxito. Assim decidimos oferecer-vos o êxito, que se encontra no 15º posto da nossa parada, "Fire" por "The Crazy World Of Arthur Brown", porque a caracterização e a encenação de Arthur Brown foram extremamente arrojadas e inovadoras para a época, sendo depois essas ideias copiadas por vários grupos do "hard-rock" e "metal-rock" nos anos 70 e 80.
Para além de todo o cenário que vos propomos assistir, escutem e relembrem esta canção que faz parte dos primórdios do que seria a música mais agressiva do pop/rock nos anos vindouros.
Para além de todo o cenário que vos propomos assistir, escutem e relembrem esta canção que faz parte dos primórdios do que seria a música mais agressiva do pop/rock nos anos vindouros.