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Onda Pop

A primeira publicação periódica sobre música pop-rock em todo o Portugal (Continental, Insular e Ultramarino).

Semanalmente aos sábados no maior jornal de Moçambique - o "Notícias" de Lourenço Marques, desde 31 de Agosto de 1968.


Onda Pop
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   EDUARDO NASCIMENTO
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Eduardo Nascimento nasce em 1944 em Luanda, Angola. Na adolescência vivia num bairro  da cidade tendo como vizinhos os irmãos Saraiva e Carlos Filipe de Andrade. Era um grande desportista nomeadamente na natação onde já estabelecera o recorde português dos 200 metros bruços. Praticou outros desportos sempre pelo Clube Atlético de Luanda. É em 1961 que ele e os seus vizinhos decidem  fazer um grupo de música Rock, Os Rock's. 
Em 62 veêm de férias a Lisboa e chegam a actuar com o conjunto de Thilo's Krassman e na TV.
Ganham o concurso Yé Yé em Angola em 65 e estão na final em Lisboa, ficando em 2º lugar depois de uma monumental pateada do público  (por não concordar com o júri) que os queria vencedores. Logo de seguida gravam o 1º disco do qual vamos ouvir "The Pied Piper".

Acabam por ficar em Lisboa como banda residente da boîte "O Porão da Nau" ali perto do Monumental onde havia decorrido o concurso yé yé. Devido ao seu excelente vozeirão, Eduardo Nascimento é convidado por Nuno Nazareth Fernandes e defender a sua música no Festival da Canção de 1967. Eduardo aceita e acaba por vencer o certame com a canção "O Vento Mudou" à frente dos conceituados Duo Ouro Negro com "Não Quero o Mundo".  Nesse ano vai a Viena na Áustria defender a televisão portuguesa.
Em 1967 começava então a mudar o estilo musical dos festivais em Portugal. Confirmado depois em 68 com o "Verão" e em 69 com a "Desfolhada". Eduardo Nascimento ainda cometeu a proeza de ser o 1º negro a representar um País na Eurovisão.  Ainda foi gravada uma versão em inglês para promoção com  os Rock's a tocarem. No final do ano, os Rock's ainda foram dois meses tocar para a Holanda. Interessante saber também que "O Vento Mudou" foi a canção de todos os Festivais da canção que mais artistas gravaram. Miguel Ângelo era fã de Eduardo e em 84 já os Delfins a cantavam. Também Adelaide Ferreira, os UHF e outros a cantaram. Todas teêm o seu cunho diferente e interessante,daí se vê a força da música e dos versos de João Magalhães Pereira. Neste mês de Abril de 2015 Miguel Ângelo acaba de lançar o seu álbum "Segundo" iniciando precisamente com Eduardo Nascimento um dueto com ele com uma nova roupagem musical. Eduardo disse " "Ele é tão boa pessoa, como lhe poderia negar". Fizeram um video clip e escolheram o Museu da RTP para o encenar. Não poderia ter sido melhor escolha ,assim permite que a juventude tenha uma ideia mais real do que eram as tecnologias daqueles tempos, não tão distantes, e a nostalgia da nossa fantástica juventude. Ah! e não esqueceram iniciar com aquele sinal agudo quando não tínhamos emissão e o pedido de desculpas quando caía a emissão. Incrível como o que nos irritava agora soa a ternura.
Em 69 / 70 Eduardo Nascimento deixa o grupo e regressa a Angola. A música fica pelo caminho e para os amigos, e as suas funções profissionais resolvem-se como funcionário da TAP. Agora já reformado e regressado a Portugal, ainda vai dando entrevistas que deixam transparecer a sua alma generosa e onde por uma vez ou outra ainda vai desenferrujando  o seu vozeirão por tertúlias com amigos, como esta que vos apresentamos numa casa se fados com os seus amigos Luís N'gumbi (seu colega dos Rock's) e Paula Ribas uma das primeiras artistas yé-yé portuguesas, ainda não reconhecida pelos pseudo-jornalistas da música em Portugal. Luís N'gumbi é hoje reconhecido como um grande viola de fado. Neste video temos ainda Luís Rbeiro na guitarra, Ricardo Belo na viola e Jaime Martins no baixo.

Esta é pois a nossa oportunidade para podermos tentar saber o que é feito dos Rock's, para sair num próximo ENCORE.
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         "WEST COAST":
​         A Cultura Hippie

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Na semana passada falámos no crescimento do uso de LSD e de como a contracultura e os músicos da "West Coast" se assumiram como os arautos de um novo movimento, que defendia a ideia que a nossa mente ficaria mais aberta e com ideias sociais mais justas, através da paz , do amor livre e de drogas e/ou música psicadélicas. Essa era  a estética básica da cultura Hippie.
Musicalmente essa estética teve a sua origem na ambição musical de Brian Wilson, que decidiu deixar de tocar ao vivo com o resto dos Beach Boys, e se envolveu em várias experiências sonoras usando o seu estúdio pessoal e a utilização de sintetizadores. Também se devem aos Beatles essas novas experiências, a George Harrison o ter trazido o som de "raga" (música clássica indiana) e os instrumentos orientais para a música rock, através do mestre Ravi Shankar, a John Lennon o ter introduzido nos Beatles um tipo de linguagem com
líricas mais sérias, focando problemas sociais (tal como o já tinha feito Bob Dylan), a introspecção e a espiritualidade e finalmente a Paul McCartney, que namorando com Jane Asher (que era actriz, filha de pequenos aristocratas e envolvida com artistas vanguardistas) conheceu e trouxe novas ideias musicais, especialmente de música avant-garde e de música concreta de John Cage ou de Stockenhausen (para além de música clássica), para o grupo dos Beatles, que começaram a utilizar cítara, mellotron e sintetizadores "Moog", para além de instrumentos musicais clássicos (violinos, violoncelos, oboés ou harpa). É desta parafernália de novos conceitos de música rock, que nascem duas obras primas musicais, os álbuns "Pet Sounds" e "Smile" dos Beach Boys e álbuns como o famoso "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e mesmo "Revolver" dos Beatles. Dois bons exemplos destas influências dos Beach Boys e dos Beatles, são "God Only Knows" (que vos propomos numa versão mágica da BBC, em 2014) e "Tomorrow Never Knows" (musicalmente considerada super-actual pelos novos artistas de música alternativa e a primeira música psicadélica a ser registrada), ambas de 1966.
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Da esquerda em cima para a direita: 1. Dave Grohl / 2. Alison Balsom / 3. Lorde / 4. Pharrell Williams / 5. Zane Lowe / 6. Sam Smith / 7. Paloma Faith / 8. Eliza Carthy / 9. Nicola Benedetti / 10. Chris Martin / 11. Jaz Dhami / 12. Martin James Bartlett / 13. Danielle de Niese / 14. Stevie Wonder / 15. Florence Welch / 16. Lauren Laverne / 17. Brian Wilson / 18. Jake Bugg / 19. Katie Derham / 20. Gareth Malone / 21. Kylie Minogue / 22. Chrissie Hynde / 23. One Direction / 24. Emeli Sandé / 25. Elton John / 26. Baaba Maal / 27. Ethan Johns / 28. Jools Holland / 29. Jamie Cullum / 30. Brian May / 31. Tees Valley Youth Choir / 32. BBC Concert Orchestra
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A outra enorme influência na estética musical da cultura Hippie e na música psicadélica, veio do movimento Jazz-Fusion (uma fusão de Jazz com Funk, Rhythm & Blues, com amplificação e efeitos electrónicos do Rock), que teve os seus inícios nos finais dos anos 60 e teve como seu grande mentor, o trompetista - Miles Davis.
O Jazz-Fusion teve uma influência crítica em artistas e bandas Rock dos finais de 60 e inícios de 70, que incorporaram elementos Jazz nas suas composições, como os cantores-compositores Van Morrison e Tim Buckley, ou os grupos de Rock-Jazz, como Blood, Sweat and Tears, Chicago e Colosseum ou ainda nas composições peculiares, desafiadoras e imprevisíveis de artistas do rock de improvisação, como Frank Zappa, Soft Machine, Traffic ou Hatfield and The North.
Assim compreendendo como essencialmente os Beach Boys, os Beatles, Miles Davis e Bob Dylan foram importantíssimos para trazerem novas ambições musicais para o universo Rock, poderemos melhor entender como a estética Hippie e psicadélica se tornaram um estilo de vida para os jovens e para as franjas alternativas culturais e musicais da época de estética que, embora tendo uma forte base em San Francisco e na "West Coast", se tornou numa nação jovem sem fronteiras, a que se chamou a "Nação Hippie".
"Fantasy Fair And Magic Mountain Music Festival" foi o primeiro encontro mundial da "Nação Hippie" e deu-se a 10 e 11 de Junho de 1967, em Mount Tamalpais, na California, com uma numerosa presença de artistas e conjuntos renomados, como The Doors, Canned Heat, Spanky & Our Gang, Dionne Warwick, Every Mother's Son, Mojo Men, The Chocolate Watch Band (a versão americana dos Rolling Stones), entre outros no primeiro dia e no segundo dia apareceram em palco The Seeds, Jefferson Airpalne, The Byrds, Hugh Masekela, Captain Beefheart & The Magic Band, The Grass Roots, Tim Buckley, Country Joe & The Fish, Steve Miller Blues Band, Wilson Pickett, The Miracles, Tim Hardin e The 5th Dimension, entre outros. Um espectáculo fantástico, mas que teve pouca assistência (cerca de 36.000 pessoas), devido à pouca divulgação. No entanto criou as bases para que alguns dias depois John Phillips (membro e principal compositor do conjunto "The Mamas & The Papas" organizasse entre 16 e 18 de Junho, com a ajuda do industrial da música Lou Adler, o Festival Internacional Pop de Monterey, com uma assistência estimada em mais de 200.000 pessoas.
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No Festival de Monterey, não só foram convidados artistas consagrados como "The Mamas & The Papas", "The Who", "The Byrds", "The Animals", Simon and Garfunkel, The Association, Johnny Rivers, Scott McKensie, Jefferson Airplane, Booker T and The MGs, ou Otis Redding, como apareceram, por diversos motivos ou por convite, artistas quase desconhecidos nessa data e que não só se tornaram estrelas de primeiríssima grandeza musical como baluartes da cultura Hippie e do movimento musical da "West Coast". Entre esses "debutantes" estavam Jimi Hendrix, Janis Joplin, Big Brother & The Holding Company, Quicksilver Message Service, Al Kooper, Moby Grape, Canned Heat,  e The Grateful Dead.
A partir daí deu-se uma erupção de festivais similares, com o mesmo espírito Hippie de liberdade e amor livre temperado com muito Rock e Rock-psicadélico. Poderemos nomear os mais importantes como o "Human Be In" em San Francisco donde saíu a ideia do "Verão do Amor", o mais célebre - o Festival de Woodstock, onde para além da maior parte dos artistas presentes em Monterey, ainda despontaram novos foras de serie como Santana, Joe Cocker, Sly & The Family Stone, Richie Havens, para além da primeira actuação em público de Crosby, Stills and Nash e por fim o Festival de Altamont, onde estrelaram, entre outros, os famosíssimos The Rolling Stones.
Mas esses festivais da "Nação Hippie" estenderam-se por quase todo o mundo, assim em Inglaterra teve lugar o famoso festival "Isle Of Wight", que na realidade foram 3 festivais consecutivos de 1968 a 1970 e onde estrelaram artistas como Bob Dylan, Miles Davis, Jimi Hendrix, Joan Beaz, The Who, The Doors, The Move, Jefferson Airplane, Donovan, The Moody Blues, T. Rex, The Pretty Things, Joe Cocker, Chicago, Ten Years After, Emerson, Lake and Palmer, Sly & The Family Stone, Jethro Tull, Free, Joni Mitchel, Supertramp, Procol Harum, Chicago, Melanie, Mungo Jerry, Caetano Veloso, Gilberto Gil, John Sebastian, Pentangle ou Leonard Cohen.
No Canadá organizou-se, em 1970, um evento único chamado "Festival Express", em que um combóio fretado só para músicos atravessou o Canadá de Montreal (24 de Junho) a Vancouver (5 de Julho), com concertos também em Toronto, Winnipeg e Calgary. Um evento único documentado em DVD com o nome "Festival Express", que recomendamos a todos os amantes do Rock em geral e do Rock da "West Coast" em especial e que documenta excelentemente todo o espírito e ambiente dos artistas que integraram este movimento artístico da chamada "West Coast", para além de gravações originais desses 5 concertos, com Janis Joplin, Grateful Dead, The Band, Delaney & Bonnie, Buddy Guy, The Flying Burrito Brothers, etc.

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O Brasil também se integrou nessa aura Hippie e, em 1971, foi realizado o Festival de Verão de Guarapari, com Milton Nascimento, os Novos Baianos, Ângela Maria, The Bubbles, Som Imaginário, entre outros e depois, em 1975, o Festival de Águas Claras, no interior do estado de São Paulo, onde estrelaram Os Mutantes, O Terço e O Som Nosso De Cada Dia, entre tantos outros (este festival teve mais duas edições em 1981 e em 1983).
No México, o movimento hippie, de contra-cultura e avant-garde chamou-se "La Onda" organizou, em 1971, o Festival Rock Y Ruedas de Avándaro, onde estrelaram entre outros Los Dug Dugs e Three Soul In My Mind.
Na Nova Zelândia ficou célebre a série de festivais "Nambassa", organizados pelos Hippies neo-zelandeses, que reclamavam da entrada da Nova Zelândia na guerra do Vietname e das experências nucleares francesas, na Polinésia Francesa.
Na Austrália, os estudantes e a contra-cultura hippie australiana organizaram o Aquarius Festival University Arts, em 1971, na cidade de Camberra, onde estrelaram Billy Thorpe & The Aztecs e Mother Earth, entre outros e o Aquarius Festival, em1973, na cidade de Sidney.
No Chile, em 1970, os hippies organizarm o Festival Piedra Roja, nos arredores de Santiago e entre outros estiveram presentes Los Jaivas, Los Blops, Lágrima Seca e Aguaturbia.
Até em Portugal se organizou, em 1971, o famoso Festival de Vilar de Mouros, com Elton John e os Manfred Mann, como cabeças de cartaz, mas onde actuaram os melhores conjuntos portugueses da época, e dos melhores de sempre em Portugal: Quarteto 1111, Objectivo, Pop Five Music Incorporated, Sindicato, Psico e os Pentágono, entre outros.
Tal como na capa do álbum dos Pink Floyd, "Dark Side Of The Moon", onde uma simples luz branca atravessa o prisma e difusa numa diversidade de cores, também o movimento dos Hippies, da contra-cultura e do psicadelismo, que começou, num bairro (Haight-Ashbury), em San Francisco, como um movimento jovem de vida e música alternativas, atravessou o prisma da "West Coast" e difundiu-se pelo mundo inteiro e em diversas formas de expressão musical desde o Rock Psicadélico, ao Rock Progressivo, passando pelo Country-Rock, o Jazz-Rock, o Blues Rock e até pelo Sunshine Pop e o Pop Psicadélico.
Começámos esta história pelo prefácio e hoje apresentámos os capítulos finais, porque já se conhecia o tema do seu conteúdo - Os Conjuntos da "West Coast", os quais apresentaremos e analisaremos na próxima semana, para terminar este capítulo importante da história do Rock, mas que foi importantíssimo também para algumas revoluções sociais que explodiram a partir dessa visão diferenciada, mais humana e igualitária de ver a vida e de se respeitar o ser humano, que essa "Nação Hippie" deu a conhecer ao mundo, essencialmente através das líricas e músicas do "Summer Of Love" e do "Flower Power". Até para a semana.
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                                     PRATIQUEM !
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- TOMMY JAMES and THE SHONDELLS
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O caminho para o estrelato começa, como tantos outros que vos temos apresentado, por um pequeno acaso e depois é a genialidade e a capacidade de cada um que asfalta esse caminho e fá-lo transformar-se ou não numa auto-estrada de sucesso.
O caminho de Tommy James começou no dia em que um Disk-Jockey de um clube discoteca de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, na costa leste dos Estados Unidos, descobriu um disco que já tinha dois anos e começou a tocá-lo nas festas que ele animava. 
O sucesso foi tal que os jovens frequentadores começaram a telefonar para as Rádios locais a solicitar que tocassem o disco.  Os DJs das Rádios procuraram pelos poucos exemplares e passaram a tocá-lo, satisfazendo os desejos dos ouvintes. O sucesso aumentou e um distribuidor de discos local, fez uma prensagem pirata e vendeu 80.000 cópias em 10 dias. Assim em Maio de 1966, "Hanky Panky" estava no 1º lugar em diversas Rádios de Pittsburgh. 

Em Pittsburgh, Tommy james era a sensação do momento, sem que ele soubesse desses acontecimentos na sua terra natal, Niles, no Estado de Michigan no Norte dos Estados Unidos. Só que o sucesso era tal, que um promotor musical de Pittsburgh fez o rastreamento e descobriu Tommy James em Niles. Contou-lhe do sucedido e convenceu-o a ir até onde ele já era uma estrela. Como era impossível voltar a reunir o conjunto que gravara esse disco com ele, Tommy James decidiu por indicação do promotor contratar um conjunto de R&B que tocava com sucesso num bar em Pittsburgh... e assim nasceram The Shondells. Duas semanas mais tarde já tinham assinado um contrato com a editora Roulette, que o distribuíu e divulgou por todo o país, tornando "Hanky Panky" um enorme sucesso de verão, com vendas superiores a milhão de discos. Iniciou-se assim a auto-estrada da fama, com uma das mais longas séries de êxitos consecutivos: “Say I Am (What I Am)”, “It’s Only Love", “I Think We’re Alone Now“, ”Mirage”... 
E o que no princípio da estrada parecia uma miragem tornou-se realidade com a continuação de êxitos: “I Like The Way”, “Gettin’ Together”, “Out Of The Blue”, “Get Out Now”, o enorme sucesso mundial “Mony Mony, "Somebody Cares", "Do Something To Me" e outro estrondoso êxito mundial - "Crimson And Clover", do qual já vos falámos anteriormente. 
A cadeia de sucessos não terminou aqui e foi até 1970, mas como nos números vindouros da Onda Pop vamos tratar deles individualmente, só deixamos aqui resgistrados os títulos desses êxitos: "Sweet Cherry Wine", a linda melodia psicadélica "Cristal Blue Persuation", "Ball Of Fire", "She", "Gonna Back To You" e "Come To Me". Depois em 1971, Tommy James seguiu uma carreira a solo, como cantor, compositor e produtor, de que vos falaremos noutra ocasião, mas começou logo com um êxito, "Draggin' The Line".
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- NOVOS CAMINHOS DO FADO 
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Este artigo foi escrito pelo Director do jornal Notícias Guilherme de Melo para a Onda Pop.
João Braga começava a ganhar espaço entre os fadistas e trazia frescura com nova poesia, tentando abanar as estruturas conservadoras do Fado.
João Braga nasce em 1945 em Alcantâra, completou agora em Abril 70 primaveras e este é mais um motivo para o parabenizar. Mas foi sempre um lutador, um inovador e lançou quase toda a nova geração de fadistas que hoje todos conhecem.
Cantava desde miúdo no coro do colégio São João de Brito que frequentava e um dia quando solista, o maestro genovês Carlo Pasquali que o ensaiva, afirmou que ele poderia vir a ser um bom cantor. Porém aos 12 anos lia artigos sobre Jazz e Bossa Nova que via na revista brasileira Cruzeiro (quem não se lembra do "Amigo da Onça") e apaixonou-se pela Bossa Nova. Cantava Elvis,  Frank Sinatra e não só. Os pais mudam-se para Cascais e começa a frequentar casas de Fado amador e a cantar. Canta "O Embuçado" dando de imediato uma tonalidade muito própria. Em 1967 lança-se como cantor profissional gravando o seu 1º EP. "É tão bom cantar o Fado". Ainda nesse ano seguem-se"Tive um Barco", "Sete Esperanças Sete Dias" e "Jardim Abandonado". Escutemos Tive um Barco.

Comentava nessa época: "Partilho a opinião do autor da frase 'A arte não tem de ser popular, o povo é que tem de ser artístico'. Os "Doutores em Fado", nome que dou aos fadistas puritanos, servem-se de um quadro de Malhoa para defenderem o Fado da "desgraçadinha". O que eles não sabem é que o pintor abominava o Fado. Por isso reuniu o que havia de mais miserável nos seres humanos, para o criticar, de forma violenta o que se associava ao Fado. João Braga quando apresentou os seus primeiros fados  logo aí marcou o seu próprio estilo.
É ele que, juntamente com Luís Vilas Boas,  organiza o 1º Festival de Jazz de Cascais em 1971. Foi um êxito termendo, a fina flor do Jazz em peso em Portugal, Miles Davis, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Art Blakey, Ornette Coleman. Amália Rodrigues, José Afonso e outros grandes senhores estão entre os espectadores.
 Em 1972 concorre também ao Festival RTP da Canção. Também nessa época lança a Revista Musicalíssimo que tem como director Vitor Direito. Até 74 vai também fazendo crónicas para várias publicações como o Século Ilustrado, O Volante e outras. Uns anos depois irá vender o Musicalíssimo ao grupo Torralta. Sem entender bem porquê  sofre um mandato de captura em 1974. Refugia-se em Madrid. Em 76 regressa e abre a Casa de Fados "O Montinho" em Montechoro. De 77 a 87 grava vários álbuns. Em 90 grava o seu 1º CD "Terra de Fados" onde canta Manuel Alegre que escreveu um poema expressamente para ele. Escutemo-lo agora " Em cada português há um fadista".
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A partir de 1990 começa a lançar a nova geração de fadistas, os novos renovadores do Fado, basta ver Maria Ana Bobone, Mafalda Arnault, Rodrigo Costa Félix, Ana Sofia Varela, Mariza, Cristina Branco, Kátia Guerreiro, Joana  Amendoeira, Ana Moura, Diamantina, etc. Ao longo da vida tem tido vários episódios que o iam enviando "desta para melhor" (começou logo aos 2 anos), talvez por isso escreveu o livro "Ai este meu Coração". O ano passado encontrei-o no CCB, precisamente num concerto de Maria Ana Bobone, em que ela o chamou ao palco e lhe demonstrou toda a sua admiração e carinho. Perguntei-lhe se tinham alguma vez  tentado nos anos 60 dar outras sonoridades ao Fado. Respondeu-me que nessa altura era díficil fazer mais qualquer coisa, havia  muitas forças que eram contra. Na sua carreira gravou mais de 30 álbuns,cantou por todo o Mundo, foi-lhe reconhecido  mérito cultural tanto pela cidade de Lisboa como pela Presidência que o distiguiu com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique em 2006. Terminamos então com um clássico exactamente na voz de Maria Ana Bobone, "Fado da Sina", apesar de ela ter agora dois excelentes trabalhos que recomendamos, "Fado e Piano" e um CD de baladas em inglês muito agradável "Smooth" lançado no final de 2014. Deste album foi lançado um 1º single com um dueto com Mikkel Solnado. A produção dos dois albuns foi um excelente trabalho de Rodrigo Serrão.

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            THE BEATLES 
​          "WHITE ALBUM"
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Escrever sobre o álbum "The Beatles" ou, como é mais conhecido, o "Álbum Branco" e sobre as suas músicas já não é notícia para ninguém, para além de serem polémicas as diferentes razões ou inspirações invocadas por cada um dos membros e por vezes até próprio pelo autor, mas em épocas diferentes da sua vida. 
Como tal deixamos esses temas para outras discussões e tentaremos sòmente evocar algumas curiosidades e factos menos conhecidos do grande público.
Grande parte das músicas do Álbum Branco foram escritas na Índia, onde os Beatles tinham estado em Rishikesh, em Fevereiro de 1968, para uma aprendizagem da Meditação Transcendental com Maharishi Mahesh Yogi e aí permaneceram algumas semanas. 
E nem mesmo o facto de Ringo Starr e de Paul McCartney terem deixado a Índia mais cedo do que os outros, abalou o ambiente descontraído e tranquilo, que foi um óptimo estimulante para escreverem novas músicas.
Na Índia composeram predominantemente em guitarras acústicas, num ambiente de sã convivência e até colaboração com outros músicos amigos, como Mike Love (dos Beach Boys), o flautista Paul Horn ou o famoso cantor/compositor Donovan, que até ensinou um novo método de tocar guitarra, que John Lennon utilizou nas canções "Dear Prudence" e "Julia". Desses momentos únicos e talvez últimos de boa disposição entre os 4 FAB, apresentamos um pequeno documentário feito durante essa estada, bem como uma canção que John Lennon compõs inspirado nas óptimas lembranças das semanas ali vividas e que se chama "India India".


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Os 4 Beatles com as suas companheiras e o Maharishi Mahesh Yogi, em Rishikesh.
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Paul, Donovan, Mia Farrow, George, Maharishi, Mike Love e John
O "Álbum Branco" foi lançado no mercado a 22 de Novembro de 1968, e o seu título originalmente previsto era "A Doll's House", baseado no nome de um romance do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. No entanto, quase à última da hora os Beatles decidiram mudá-lo, porque entretanto no mês de Julho, o conjunto de Rock Progressivo britânico, Family, lançara o seu primeiro álbum com o título "Music In A Doll's House".
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A presumível capa do projecto inicial chamado "Doll's House"
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Depois desse contratempo e sabendo o deslumbramento mundial causado pela capa do célebre álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", concebida por Peter Blake, os Beatles resolveram contratar o notável artista pop Richard Hamilton, porque queriam voltar a impressionar. 
Richard começou por perguntar qual era o nome do novo álbum e eles contaram o sucedido. 
Então Richard Hamilton propôs um trabalho minimalista, com uma capa totalmente branca, e só com o nome "The Beatles" gravado em relevo, sendo esse o simples nome do álbum. 
O sucesso de todo o trabalho de "Sgt. Peppers" tinha sido elevado ao mais alto grau, pelo que Hamilton propôs que se numerassem os álbuns editados, como se fosse uma edição limitada, o que imeditamente obrigaria a uma corrida às lojas de discos para se obterem as primeiras edições numeradas, que seriam (e continuam sendo) altamente procuradas por coleccionadores. Para além disso ainda propôs a inclusão de um encarte com um poster desdobrável concebido por ele, Hamilton, com as letras das músicas no verso, para além de quatro fotografias tiradas por John Kelly a cada um dos Beatles. Os dois discos deste duplo álbum, viriam dentro de envelopes pretos, para protecção dos referidos discos. Todo esse projecto foi aprovado pelos Beatles e o sucesso foi tal, que embora sendo um disco duplo (e portanto mais caro), ràpidamente atingiu o primeiro lugar nos hit-parades de álbuns na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos e continua sendo um dos discos mais vendidos e dos mais conceituados trabalhos dos 4 Fabulosos de Liverpool.
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Muitas mais curiosidades haveria para contar, como por exemplo o porquê de Eric Clapton aparecer a tocar em "While My Guitar Gently Weeps" ou porque é que a canção "Helter Skelter" aparece interligada com Charles Manson e o seu crime hediondo matando o seu grupo de seguidores (entre eles a linda actriz Sharon Tate), conhecido como "Manson Family". 
Mas mesmo não tendo as limitações de espaço de que sofriam as edições impressas, temos uma limitação muito mais importante, que é a intenção de não vos maçar demasiado e poder dar-vos a conhecer e fazer relembrar muitas músicas e artistas. Como tal preferimos, em vez de contar mais estórias sobre o "Álbum Branco", dar-vos a conhecer 3 canções que embora gravadas nas sessões para este álbum, acabaram não sendo incluídas e portanto tornaram-se quase desconhecidas dos fans e do grande público em geral - "Child Of Nature" (mais tarde gravada por John Lennon a solo, com o título "Jealous Guy"), "Circles" e "What's The New Mary Jane". 
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      NOVOS   DISCOS                 DE   VELHOS 
          CONHECIDOS
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Os "UFO" são uma banda inglesa de Heavy Metal, que se formou em 1969.
O cantor Phil Mogg, o guitarrista Mick Bolton, o viola-baixo Pete Way e o baterista Andy Parker, decidiram formar este conjunto e deram-lhe o nome de Hocus Pocus, o qual mudaram passados dois meses em homenagem ao famoso clube de Londres, onde tocavam e foram descobertos por Noel Moore, que os levou a assinar contarto com a Beacon Records. Em 1970, gravaram o seu primeiro álbum "UFO 1st", do qual extraíram um single de hard rock, que não era mais que uma versão mais pesada do clássico "C'Mon Everybody" de Eddie Cockran.
Serão os UFOs reais ou aliens? Esta é uma questão que se tem vindo a pôr há mais de 50 ou 60 anos, mas neste caso são reais e em grande forma quer instrumentalmente, com os óptimos solos do guitarrista Vinnie Moore e os excelentes vocais de Phil Mogg, quer como compositores, visto que o seu 21º álbum, "A Conspiracy Of Stars", que acaba de ser editado em 2015, mostra-nos uma colecção de 10 canções equilibradíssimas em termos de qualidade:

1."The Killing Kind"
2."Run Boy Run"
3."Ballad of the Left Hand Gun"  
4."Sugar Cane"  
5."Devil's in the Detail" 
6."Precious Cargo" 
7."The Real Deal" 
8."One and Only"  
9."Messiah of Love"  
10."Rollin' Rollin'"

Este álbum é um excelente trabalho de sons frescos e excitantes, mostrando que os "UFO" ainda têm muito para nos contar e alimentar a dúvida inicial, reais ou aliens? De qualquer forma se os "UFO" decidirem lançar o seu 22º álbum, nós estaremos prontos para ouvir as suas mensagens musicais de"Heavy Metal" extra-terrestre.
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INSTANTÂNEO



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BEN E. KING
O planeta da Soul Music e da música em geral está de luto: Ben E. King morreu com a idade de 76 anos, esta quinta-feira, 30 de Abril de 2015, de causas naturais, como confirmou hoje o seu porta-voz ao jornal The Telegraph. Ben E. King ficou famoso por ter co-escrito e levado ao sucesso através da sua interpretação a eterna composição "Stand By Me".
Foi baptizado como Benjamin Earl Nelson Henderson, na Carolina do Norte. Ben E. King começou cantando Gospel nas igrejas , antes de tocar em grupos como "The Four B" e "The Five Crowns", e depois mudar-se para o Harlem.
Pouco tempo depois faz parte da nova formação dos "Drifters" e chegou a hora dos sucessos como "Here Goes My Baby", "Dance With Me", "This Magic Moment" ou "Save The Last Dance For Me".


Depois de uma disputa financeira com o produtor, Ben E. King deixou a banda e seguiu uma carreira solo no início da década de 1960, o que lhe deu definitivamente o nome e a imagem que vão perdurar. 
O seu primeiro êxito foi logo "Spanish Harlem", antes de co-escrever e cantar "Stand By Me", que permanecerá no panteão da Soul Music e que se tornaria um clássico depois de John Lennon, Elvis Presley, Marvin Gaye e, mais recentemente, Seal e Lady Gaga a terem gravado. 

Em 1982, saíu em digressão novamente com os "Drifters" e, a solo ou no grupo, nunca parou de cantar e lançou um álbum em 2006 - "I'Ve Been Around". Em 2013 esteve em digressão pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.
"Estou muito orgulhoso por 'Stand By Me' ter resistido ao tempo", disse ele ainda há alguns meses sobre o seu grande êxito, que foi a quarta canção mais tocada na rádio e na televisão americanas no século XX.
E nós acrescentamos, que não só resistiu ao tempo, como vai ficar eterna, como a tua excelente carreira Ben.
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DESTAQUE : (Continuação)
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Hoje terminamos o artigo sobres as Revelações de 1968. e continuaremos com o mesmo critério da semana passada, isto é apresentaremos o primeiro disco de cada um desses artistas, com a intenção de provar como logo aí já provavam as suas qualidades e talentos invejáveis.
E tudo isto em 1968, um ano especial em que os Hippies e os estudantes só queriam mudar o mundo, mas não conseguiram. De qualquer forma valeu a pena, porque alguma coisa mudou a partir de então, mas ainda está longe do suficiente e por isso necessitamos de um novo, mas verdadeiro, 25 de Abril com uma real democracia, não só na liberdade das palavras, mas na liberdade financeira e na igualdade social, com a essencial educação de princípios e de respeito pelos outros.
Até lá, DIVIRTAM-SE!

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O sul-africano Quentin E. Klopjaeger
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O Neo-Zelandês John Rowles
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A galesa Mary Hopkin
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Os americanos de Ohio - The Ohio Express
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                  O CASAMENTO DE
        ADAMO E NICOLE
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Conforme a Onda Pop informava em cima do acontecimento, Salvatore Adamo casou, em 1969, com Nicole e esse casamento tem-se mantido até aos dias de hoje. E dizemo até aos dias de hoje, porque precisamente nesta semana (28 de Abril de 2015) corriam rumores na imprensa italiana e francesa de que o casal se teria divorciado sem alaridos ao fim de 46 anos de união e compreensão. E aqui falamos de compreensão, porque o casal teve dois filhos (Anthony, em 1969 e Benjamin em 1980), mas Adamo foi pai de uma rapariga (Amélie) em 1979, fruto de uma relação fugaz com a modelo alemã Annette Dahl, durante as filmagens de "L'Ile Aux Coquelicots".
Não sabemos quando Adamo avisou Nicole da existência dessa sua filha e que, segundo ele aceitou com grande compreensão, mas sabemos que em 2004, quando Adamo sofreu um ataque cardíaco e ficou repousando em casa, Amélie foi visitá-lo lá em casa, já assumidamente na condição de filha de Adamo, que aliás sempre a assumiu, sustentou e acompanhou durante toda a sua vida e lhe tinha prometido que, quando ela atingisse a maioridade, a declaria pùblicamente sua filha. O que aliás cumpriu, conforme o confirma Amélie. Adamo e Amélie sentiram-se tão felizes por poderem assumir-se pai e filha que, em 2010, gravaram e foram cantar em duo na televisão - "T'Aimer Quelque Part". 
Esta é uma estória banal, que só se torna notícia porque se trata de um excepcional e respeitado artista, que tem vivido apaixonado, conforme se pode constatar pelas letras das suas próprias músicas, que continua a compôr e a editar. Porque se trata de uma estória com e sobre esse lindo ser chamado Mulher, que só ele sabe normalmente perdoar, publicamos então a homenagem que Adamo lhe dedicou "F... Comme Femme".
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1955-1975 - A ÉPOCA DE OURO DO ROCK 

Os melhores, mais criativos e mais importantes 21 anos da música tiveram início, gatinhando, em 1955 e terminaram em 1975, quando a música pop/rock/soul/jazz/country e folk atingiu a sua maioridade.
A base desta selecção dos 100 melhores álbuns de 1955 a 1975 comprova toda a importância desses anos, pois embora estando em análise álbuns dos últimos 60 anos (1955 a 2015), só esses 21 anos representam na "Rolling Stone" (64 álbuns em 100 escolhidos), na "Mojo" (59 de 100), na "Q" (54 de 100), na "Billboard" (42 em 100) e na "NME" (33 em 100) e na escolha dos rockeiros do mundo inteiro através do site "Rate Your Music" (62 em 100).

Diferentes critérios de avaliação, diferentes opiniões, diferentes fontes de pesquisa, mas o resultado é sempre o mesmo: 21 anos que mudaram a música para sempre - 1955 a 1975.
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OS 100 MELHORES ÁLBUNS DE 1955 A 1975

82 - ex Aequo
ALL THINGS MUST PASS - GEORGE HARRISON 
EMI (1970)
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"All Things Must Pass" foi o primeiro álbum realmente a  solo de George Harrison (o anterior "Wonderwall" era a banda sonora do filme do mesmo nome e continha apenas instrumentais). 
"All Things Must Pass" é um álbum triplo e o único álbum triplo que faz parte desta selecção 1955-1975.
Os dois primeiros discos deste triplo álbum são uma colecção de músicas, que na sua maioria foram compostas por Harrison nos anos 60, portanto ainda no tempo em que os Beatles estavam em actividade como grupo, tendo sido então rejeitadas pela dupla de compositores dominante Lennon/McCartney.
O terceiro LP deste álbum é uma jam session, com laivos de hard-rock, nos estúdios da Apple, com George Harrison e os seus amigos Eric Clapton, Dave Mason, Carl Radle e Jim Gordon.
Para além da genialidade de George Harrison, este disco contou com o virtuosismo de amigos como Eric Clapton, Billy Preston, Ringo Starr, Gary Brooker (Procol Harum), Ginger Baker (Cream), Dave Mason (Traffic), Pete Ham, Tom Evans, Joey Molland e Mike Gibbins (membros dos Badfinger), Gary Wright (Spooky Tooth), Bobby Whitlock, Carl Radle e Jim Gordon (todos ex-Derek & The Dominos), Klaus Voorman (Manfred Mann) e até Phil Collins já andava nestas andanças, para além de outros excelentes músicos de estúdio, por isso menos mediáticos e produzido por George e Phil Spector.
Com todos estes ingredientes não é de estranhar que nele estejam incluídos sucessos como "My Sweet Lord" e "What Is Life", mas merecem igual realce a sua superior interpretação de "If Not For You" de Bob Dylan, e de todas as suas composições como as yin and yang "I Dig Love" e "The Art Of Dying", a misteriosamente divertida "Wah-Wah", as suas particularmente lindas baladas de vários estilos e humores como "Isn't It A Pitty, "Beware Of Darkness", "Run Of The Mill", "All Things Must Pass" e a country "Behind That Locked Door", que George escreveu dedicada a Bob Dylan, que regressava aos palcos com The Band, no festival da Ilha de Wight.
"All Things Must Pass" é um álbum que chegou ao topo dos hit-parades e que, passados 45 anos, ainda hoje continua fresco e excitante, sendo o melhor álbum de sempre de George Harrison e por muitos considerado o melhor trabalho a solo de qualquer dos membros dos Beatles até aos dias de hoje.

THE NOTORIOUS BYRD BROTHERS - THE BYRDS
Columbia (1968)          
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O conceito musical inicial dos Byrds tinha a ver com uma sensibilidade grupal de se tentarem entrosar com a música de Bob Dylan e dos Beatles, no ambiente ensolarado do sul da Califórnia. 
Mas o génio de cada um dos seus membros (Roger [Jim] McGuinn - viola solo e vocais, Gene Clark - tamborim e vocais, David Crosby - viola ritmo e vocais, Chris Hillman - viola baixo e vocais e Michael Clarke - bateria) fez com que várias alterações fossem acontecendo rápida e normalmente na banda, cuja evolução estilística pode ser monitorada não apenas de álbum para álbum, mas até mesmo de single para single. 
O excesso de talento fez com que o tal crescimento acelerado, com visões e egos colidindo-se, fizesse também com que os Byrds deixassem de ser um grupo e cada um quisesse seguir o seu rumo. Esse é o motivo porque é que apenas três dos cinco membros originais do grupo - o guitarrista Roger McGuinn, o baixista Chris Hillman e o baterista Michael Clarke - são retratados na capa de "The Notorious Byrd Brothers" e, na data do seu lançamento, em Janeiro de 1968, até Clarke já tinha deixado o grupo ao ter sido demitido no meio das sessões de gravação. 
A presença no disco de David Crosby é uma presença espectral, tendo co-escrito o trio de canções mais incisivas do registro e iluminado outras com as suas maravilhosas harmonias vocais.
A melhor palavra para resumir o álbum "Notorious Byrd Brothers" é chamá-lo de transitório, pois foi o seu primeiro disco a exibir tendências Country, e pondo os Byrds a selar os seus cavalos e a serem assim os primeiros a cavalgar nas planícies do Country-Rock.
O som etéreo deste álbum, misturando as violas acústicas com sintetizadores Moog, deve-se ao produtor Gary Usher, autor de vários sucessos do surf-pop, entre outros o clássico dos Beach Boys - "In My Room", em parceria com Brian Wilson.
Essas odes de folk cósmico e espiritual expressam o idealismo sobre a natureza ("Dolphin's Smile" e "Natural Harmony"), a infância ("Goin' Back") e a consciência anti-guerra ("Draft Morning"), numa evocação de esperança num mundo melhor e fazem de "Notorious Byrd Brothers" uma janela iluminada e brilhante, infelizmente utòpicamente construída numa época inesquecível.

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 81 - ex Aequo
ODESSEY & ORACLE - THE ZOMBIES
CBS (1968)
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"Odessey and Oracle" foi um dos mais refrescante e melhores álbuns da década de 1960, e hoje é um dos mais respeitados trabalhos discográficos saído do boom psicadélico britânico, misturando melodias envolventes, ornamentadas com coros e um Mellotron exuberante numa sólida base de rock, mas num ambiente musical que faz lembrar o estilo barroco.
Mas, incrivelmente, ele foi ignorado completamente na Inglaterra e foi negligenciado nos Estados Unidos, mesmo tendo todo o suporte de Al Kooper (então produtor da Columbia Records), que o tinha comprado em Inglaterra e ficara deliciado. 
"Odessey and Oracle" foi o 2º álbum do conjunto rock inglês The Zombies e foi editado no início de 1968, no entanto e, mesmo com o entusiasmo de Al Kooper, a CBS resolveu editar os singles "Care of Cell 44", e "Butcher's Tale", sem grande entusiasmo e suporte e só após o sucesso (2º lugar) de uma edição em single, na África do Sul, de "Time Of The Season" é que a CBS o lançou nesse formato nos Estados Unidos, atingindo o 3º lugar no hit-parade americano e o topo da classificação no Canadá, mas já em 1969, altura em que finalmente resolvem editar o L.P. "Odessey and Oracle" em ambos os lados dos Atlântico, mas tarde demais pois o cantor, compositor e teclista Rod Argent e o baixista/compositor Chris White já tinham acabado com este conjunto e estavam a formar um novo grupo de sucesso a que resolveram chamar "Argent".
"Odessey and Oracle" dos The Zombies tornou-se numa declaração final da sua qualidade como intérpretes/instrumentistas e como compositores, onde para além da sublime pop/soul/psicadélica "Time Of The Season", e fazendo uma agradável odisseia musical pelo álbum, encontramos as surpreendentes "Hung Up On A Dream" e "Changes" de rock psicadélico, bem como "This Will Be Our Year" com uns trompetes reminiscentes de "Penny Lane", dos Beatles, mas é quando caminhamos para o oráculo do amor, a linda "Rose For Emily", que encontramos pelo caminho uma carta da prisão para a namorada, a espectacular "Care Of Cell 44", uma missiva anti-guerra "Butcher's Tale" ou a cintilante "Beechwood Park", autênticas pérolas de Rod Argent, Chris White, Paul Atkinson e Hugh Grundy, abrilhantadas pela voz fantástica de Colin Blunstone.

GRAND HOTEL - PROCOL HARUM     Chrysalis (1973)                   
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O álbum "Grand Hotel" dos Procol Harum é considerado uma obra-prima do Rock Progressivo. 
Os Procol Harum, ajudados pelo produtor Chris Thomas e pelo uso de cordas e coros criaram uma qualidade de som luxuosa para todas as 9 suites musicais, que constituem este "Grand Hotel" 5*.
A todo este luxo, ainda acrescentamos a sofisticação lírica de Keith Reid, com um certo humor negro, como em "Souvenir Of London", que foi banida pela BBC, por dizer que uma das boas lembranças que os hóspedes do Grand Hotel poderiam levar de Londres seria uma doença venérea.
O tema que dá o título ao álbum é uma composição de tal qualidade, que só por si valeria a pena hospedarmo-nos neste óptimo hotel, que nos propõe um pequeno-almoço com "Bringing Home The Bacon", no qual a guitarra elegante de Mick Grabham e o trabalho de órgão de Chris Copping, acompanhados pela bateria de B.J. Wilson e o baixo de Alan Cratwright satisfazem qualquer hóspede exigente. Cada um dos bares do hotel propõe cocktails irresistíveis como "A Rum Tale" e "Liquorice John" com sons de harpa e de piano, que fazem com que os clientes repitam essas deliciosas bebidas musicais.
"Grand Hotel" propõe-nos um ambiente e suites com arranjos tais que a gerência certifica que estão reunidos os ingredientes essenciais para momentos de "Toujours L'Amour", sem nos podermos esquecer que poderemos assistir em todas as áreas do hotel à "TV Caesar", numa alusão ao então conhecidíssimo talk-show "Caesares".
A excelência da gerência deste grandioso hotel comandada pelas vozes e piano do fabuloso Gary Brooker, completa os serviços propostos com a extrema importância de um eficaz serviço de incêndios em "Fires (Which Burnt Brightly)", dirigidos pela linda voz de Christiane Legrand, lider soprano das "Swingle Singers" e filha do grande compositor francês Michel Legrand.
Recomendamos esta excelente produção, com soberba musicalidade onde os Procol Harum talvez tenham atingido o seu auge e, por isso sugerimos que deixem a vossa gorjeta pelo excelente atendimento na "Robert's Box", num souvenir de um certo e ácido "Dr.Robert" dos Beatles, no seu álbum "Revolver".

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FALANDO DE NOVOS DISCOS

Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
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CANTEM com a ONDA POP !!!
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DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS

A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK.
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Abracadabra andou pelos bosques da Irlanda e descobriu um casal que ficara perdido na rica floresta musical de 1970. Não eram o João e a Maria da estória dos irmãos Grimm, mas sim Gay e Terry Woods.
Gay e Terry, antes de ficarem perdidos, viviam tempos de sonho com os seus amigos do conjunto musical "Steeleye Span". 
Terry Wood acha que é um dos percursores do folk-rock britânico, visto que fez parte da formação inicial de dois dos primeiros conjuntos que electrificaram o folk na Irlanda. Primeiro formando, em 1968, os "Sweeney's Men" com dois outros músicos irlandeses (Andy Irvine and Johnny Moynihan), que chegaram a ter a companhia de Henry McCullough (mais tarde membro de The Grease Band e dos Wings, de Paul McCartney). No ano seguinte, Terry Woods encontrou Ashley Hutchings, que tinha acabado de deixar os Fairport Convention. O resultado chamou-se "Steeleye Span",  ao qual se juntaram também a sua mulher Gay Woods e um outro casal, Tim Hart and Maddy Prior.
Só que antes de verem o resultado da gravação do primeiro álbum do conjunto, "Hark! The Village Wait" tiveram desavenças com membros do conjunto e saíram para seguirem uma carreira como duo, alternando o seu nome entre Gay & Terry Woods e "The Woods Band", e é com esta designação que gravam um excelente trabalho, a que deram o mesmo nome do conjunto, com 4 temas tradicionais e outros 4 da sua autoria.

Lado 1:
  1. "Everytime" 
  2. "Noisey Johnny" 
  3. "January's Snows" 
  4. "Lament & Jig" 
Lado 2:
  1. "Dreams"
  2. "As I Roved Out" 
  3. "Promises" 
  4. "Over The Bar" 

Saiem em tourné com o conjunto Dr. Strangely Strange, para início de promoção do álbum, acabado de gravar. Só que após terminarem essa série de espectáculos ficam a saber que a companhia gravadora - Greenwich Gramophone Company , tinha deixado de existir e por isso do seu álbum não seriam editadas mais cópias, do que as que já tinham sido postas a circular. Como tal foram muitos poucos os sortudos que o puderam comprar. Ainda gravaram um single, posteriormente em 1974, e passaram definitivamente a usar o nome do duo como Gay & Terry Woods, ficando este álbum como a única prova de existência de "The Woods Band", até 2004, quando Terry Woods resolve formar um novo grupo com o mesmo nome e voltar a gravar um álbum.
Envolvam-se conosco nos sons da floresta ouvindo o barulhento Joãozinho, ou seja "Noisey Johnny", de The Woods Band.

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enquanto neste outro video, que vos propomos, o seu filho canta "Love Is Love", que chegou ao 10º lugar em U.K. e a 4º na Alemanha.
A Parada da Onda Pop desta semana classificou no 10º lugar - "Love Is Love", uma composição de Paul Ryan, irmão gémeo do intérprete Barry Ryan.

Os gémeos Ryan são filhos de uma cantora pop inglesa que atingiu o seu auge nos anos 50, chamada Marion Ryan.
Marion Ryan chegou, em 1958, ao 5º lugar da parada de êxitos britânica com  a canção "Love Me Forever", e ficou conhecida como a "Marylin Monroe da Canção" e vamos mostrar-vos porquê através de um pequeno filme para a televisão, em que canta e contracena com o cantor britânico Tommy Steele, interpretando "Maximum Plus" (que não foi editada), 
Os gémeos Paul e Barry Ryan, filhos da "peixa" Marion, também souberam nadar... e muito bem!
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Submeter
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