ONDA POP
  • Nº1
  • Nº2
    • Onda Pop
  • Nº3
  • Nº4
  • Nº5
  • Nº6
  • Nº7
  • Nº8
  • Nº9
  • Nº10
  • Nº11
  • Nº12
  • Nº13
  • Nº14
  • Nº15
  • Nº16
  • Nº17
  • Nº18
  • Nº19
  • Nº20
  • Nº21
  • Nº22
  • Nº23
  • Nº24
  • Nº25
  • Nº26
  • Nº27
  • Nº28
  • Nº29
  • Nº30
  • Nº31
  • Nº32
  • Nº33
  • Nº34
  • Nº35
  • Nº36
  • Nº37
  • Nº38
  • Nº39
  • Nº40
  • Nº41
  • Nº42
  • Nº43
  • Nº44
  • Nº45
  • Nº46
  • Nº47
  • Nº48
  • Nº49
  • Nº50
  • Nº51
  • Nº52
  • Nº53
  • Nº54
  • Nº55
  • Nº56
  • Nº57
  • Nº58
  • Nº59
  • Nº60
  • Nº61
  • Nº62
  • Nº63
  • Nº64
  • Nº65
  • Nº66
  • Nº67
  • Nº68
  • Nº69
  • Nº70
  • Nº71
  • Nº72
  • Nº73
  • Nº74
  • Nº75
  • Nº76
  • Nº77
  • Nº78
  • Nº79
  • Nº80
  • Nº81
  • Nº82
  • Nº83
  • Nº84
  • Nº85
  • Nº86
  • Nº87
  • Nº88
  • Nº89
  • Nº90
  • Nº91
  • Nº92
  • Nº93
  • Nº94
  • Nº95
  • Nº96
  • Nº97
  • Nº98
  • Nº99
  • Nº100
  • Nº101
  • Nº102
  • Nº103
  • Nº104
  • Nº105
  • Nº106

Onda Pop

A primeira publicação periódica sobre música pop-rock em todo o Portugal (Continental, Insular e Ultramarino).

Semanalmente aos sábados no maior jornal de Moçambique - o "Notícias" de Lourenço Marques, desde 31 de Agosto de 1968.


Onda Pop
Imagem

ImagemOs preços dos bilhetes na época . Apenas uma curiosiade
DESTAQUE - T.V. FESTIVAL - 69
Em 1969 o Rádio Clube de Moçambique (RCM) transmitia pela primeira vez o Festival da Canção em directo, o que não deixava de ser um acontecimento. Sendo o RCM uma das estações mais potentes a nível africano e até europeu, inclusivé recebia equipamento americano logo que saíam novidades, pois servia para testar os aparelhos, não admira pois, que tivesse sido a 1ª estação portuguesa a transmitir em FM.
Este Festival teve a participação de nomes consagrados à época, como o Duo Ouro Negro, Teresa Paula Brito, Simone de Oliveira, Madalénia Iglésias, Artur Garcia e outros que, embora já vindo do início dos anos 60, não eram tão conhecidos como Valério Silva, Fernando Tordo e Maria da Fé, além de outros que começavam como Lili Thiumba.
Sem dúvida que a canção de Simone suplantou todas as outras. "Desfolhada" é de uma riqueza ímpar quer pelo poema, quer pela música, quer ainda pela interpretação  ou pela orquestração. Foi talvez um dos, senão o único ano em que todo o Mundo esteve de acordo. A sua ida a Madrid levava a esperança de uma excelente classificação, mas estranhamente foi uma das piores de sempre, embora os críticos e conhecedores apostassem numa boa classificação. Ou politiquices da política, ou falta de Marketing, ou juízes quadrados para a música. Ninguém o saberá.
Sabemos apenas que Simone teve uma grande ovação e quando regressou de comboio a Lisboa uma das maiores recepções de que há memória. Quando mais à frente publicarmos o Festival da Eurovisão, deixemos que seja a própria Simone a contar-nos essa e outras experiências.
 Simone entrou 3 vezes no Festival da Canção. A primeira há 50 anos com "Sol de Inverno" que venceu a segunda com esta

"Desfolhada" há 46 anos e a terceira este ano, "À Espera das Canções", mostrando grande dignidade e humildade, defendendo muito bem uma canção construída para as suas capacidades vocais de uma Diva de 77 primaveras (não é para qualquer um). Pelo menos mais um recorde conseguiu.
Escutemos agora a grande canção de Nuno Nazareth Fernandes e José Carlos Ary dos Santos, "Desfolhada", na voz da grande Simone de Oliveira.

Imagem

DESTAQUE - IDÍLIO DA B.B. EM DISCO
Imagem
Gigi Rizzi era um actor e empresário italiano, que criou a primeira discoteca de venda de discos em Itália, na cidade de Milano, mas ficou mundialmente famoso por ser um dos mais conhecidos playboys dos anos 60 e 70.
Gigi conheceu Brigitte Bardot, em Saint Tropez e apaixonaram-se, tendo um namoro de vários meses.

No final dos anos 70, a sua vida deu uma volta de 180 graus e foi viver para a Argentina, onde comprou uma quinta, casou e teve 3 filhos. Tudo parecia correr bem, quando retorna a Itália. A 24 de Junho de 2013, festeja os seus 69 anos em Saint Tropez e nesse mesmo dia à noite deixa um seu último bilhete no seu quarto.
Parece que, apesar de ter conhecido muitas mulheres lindas e famosas, nunca deixou de estar apaixonado pela bela B.B. e escolheu o local onde a conheceu como última homenagem a essa sua paixão.

O video que vos propomos é um tributo à dolce vita de Gigi Rizzi, que viveu uma vida de paixões a mil por cento, mas nenhuma se comparou à que teve por Brigitte, conforme o próprio Gigi Rizzi se expressa na canção "A Piedi Nudi" de Antonella Ruggiero, em que ele se mostra apaixonadíssimo por ela e relembra os momentos emocionates e amorosos vividos, de pés descalços na mini-praia privada em La Madrague (a vivenda que Brigitte Bardot comprou em Saint-Tropez, no ano de 1958, e em que fez festas famosas com Alan Delon, Jean-Paul Belmondo, Sacha Distel ou Manitas de la Plata e sobre a qual Gunther Sachs - outro famoso playboy - derramou de um helicóptero uma chuva de pétalas de rosas numa declaração de amor). 
Brigitte Bardot em 1963, lançou um single que fazia alusão a essa sua propriedade e que se chama precisamente - "La Madrague".

Imagem

DESTAQUE
Imagem




The Move era um dos melhores e mais controversos grupos dos anos 60. Mesmo que tivessem tido uma série de êxitos memoráveis, eles eram muito mais emocionates em palco com as suas actuações brutais e dinâmicas.

Os Move formaram-se durante uma imprevista jam session no legendário clube de Birmingham - Cedar Club, em Fevereiro de 1966.  
Depois do encerramento do clube ao público, nessa noite estava presente no palco a nata das bandas da cidade, que resolveram se divertir tocando pela madrugada. Estavam presentes nesse momento: Bev Bevan, Carl Wayne e Chris "Ace" Kefford do conjunto Carl Wayne & The Vikings; Roy Wood dos "Nightriders" e Trevor Burton do grupo Danny King & The Mayfair Set. Gostaram tanto de tocar juntos que resolveram formar um novo conjunto - The Move.

Mas uma boa reputação em Birmingham não significava sucesso no resto da Grã-Bretanha e muito menos no resto do mundo. Foi então que apareceu Tony Secunda, responsável pela carreira dos "Moody Blues",  e que, segundo Carl Wayne, lhes deu liderança e a orientação que a banda necessitava, já que sob o ponto de vista de criatividade, esta estava assegurada pelo génio musical de Roy Wood. Tony Secunda levou o grupo para Londres, conseguiu um contrato para tocarem no famoso "Marquee Club" (substituindo The Who), vestiu-os no estilo gangster americano e manipulou a imprensa ao assinar esse contrato nas costas nuas de uma modelo em topless. Tony Secunda ainda os orientou musicalmente, aconselhando-os a fazer uma viragem musical no estilo que então tocavam, ao sairem do estilo "Motown" (que então tocavam) para uma linha psicadélica, tipo música da West Coast americana, para além de encorajar Roy Wood a escrever as suas próprias músicas e deixarem de fazer covers.
Imagem
Se todas estas estratégias não chegassem para dar o devido valor à sua influência no sucesso dos "Move", as suas campanhas de marketing para lançamento de singles ficaram famosas, pois eram bastante avançadas para a época, como por exemplo quando do lançamento do single "Blackberry Way" (que apresentamos na rubrica "Cantem Com A Onda Pop", desta edição), em que distribuíu pelas lojas de discos tartes de amoras pretas (blackberries) com garrafas de champanhe ou quando fez uma sessão de fotos e autógrafos para a imprensa e fans no quartel de bombeiros de Birmingham, para o lançamento do single "Fire Brigade".
Picture
No entanto houve uma campanha de marketing, idealizada por Tony Secunda, que custou milhões de libras aos "Move", em royalties. 
Foi a estratégia comercial para o lançamento, daquele que viria a ser, irònicamente, o maior êxito dos "Move" - "Flowers In The Rain". 
Porquê?
Porque puseram a circular nos jornais, lojas, revistas, etc, postais promocionais de "Flowers In The Rain" pelos The Move, em que aparecia a caricatura do então primeiro-ministro Harold Wilson nu, na cama com a sua secretária Marcia Williams.
Harold Wilson pô-los em tribunal e foram obrigados a doar para sempre todos os direitos autorais dessa canção para obras de caridade e fundações indicadas pelo então primeiro-ministro. 
No entanto, esta campanha desastrosa em termos financeiros deu origem ao "Harold Wilson Affair", que levou ao pedido de demissão de Harold Wilson do seu cargo político e à decisão dos membros dos Move de expulsar Tony Secunda de todos os negócios do grupo, pois só tomaram conhecimento dessa campanha, quando esta já estava executada.

Mas essa situação também teve o seu preço dentro do grupo, pois ao perderem a liderança de Tony Secunda o conjunto entrou num espírito de anarquia sem liderança, que levou á saída de "Ace" e de Trevor. 
E mesmo que o single seguinte -"Curly" tenha atingido a #12 no hit-parade, o grupo nunca mais encontrava o seu caminho para sair da crise. Contrataram então um novo manager, Peter Walsh, que geria as carreiras de conjuntos de sucesso como "Marmalade" e "The Tremeloes", que tinham um estilo mais pop ligeiro que The Move. Peter Walsh fechou contratos para tocarem em vários cabarets e clubes sociais, o que ràpidamente cansou Roy Wood, pois esse não era ambiente desejável, e as relações no grupo voltaram a degradar-se e Carl Wayne saíu, sendo substituído por Jeff Lynne, que também era de Birmingham e igualmente tinha sido membro dos "Nightriders", que sob a sua liderança se transformaram em "The Idle Race", com um som similar aos "Move", mas em que se notava já a influência do som e criatividade musical de Jeff Lynne, que transformaria também a sonoridade dos "Move", e estes tornaram-se nos extraordinários E.L.O. (Electric Light Orchestra), ainda em 1970, quando Wood, Lynne e Bevan gravaram "10538 Overture", embora ainda gravassem como The Move mais um álbum - "Message From The Country", para cumprimento de contrato com a editora .
Imagem
Imagem
Picture
             INSTANTÂNEO
  ANTÓNIO CHAÍNHO NO CCB

Fomos ao CCB ver o espectáculo dos 50 anos de músico profissional de António Chaínho e não poderíamos ter ficado mais satisfeitos. Foi muito bom a todos os níveis. Na categoria dos músicos, na excelência dos convidados, na organização do concerto, no bom som que encheu a sala, nos jogos de luzes bem conseguidos, no ritmo que o espetáculo teve. Estão todos de parabéns.
Esta apresentação ao vivo do disco que é também hoje o Novo Disco de Velhos Conhecidos não podia ter sido mais feliz. No espetáculo colaboraram quase todos os artistas que gravaram no disco e demonstraram um grande carinho e estima por mestre Chaínho. Filipa Pais, Ana Vieira, Hélder Moutinho, Paulo de Carvalho, Ana Bacalhau, Pedro Abrunhosa, Sara Tavares (que apesar de um pequeno acidente teimou em aparecer, mesmo de muletas) e o angolano Paulo Flores.  
Também, embora não apareça no disco, um jovem saxofonista de nome Cajó Soares, que deslumbrou. Ciro Bertini foi o produtor e é um excelente viola baixo. Tiago Oliveira que também ajudou na produção deu cartas na viola e tanto Ivo Costa na bateria como Ruca Rebordão não deixaram créditos por mãos alheias e no "Encore" fizeram um excelente show em diálogo, que recolheu os mais fortes aplausos. De salientar ainda as intervenções de Carlos Lopes no Acordeão e no Cavaquinho.
O nosso Pop José Manuel Vaz Santos estava deliciado, até porque ele já o conhecia desde 79/80 quando no Picadeiro em Cascais dizia poesia sua e não só, acompanhado da música de António Chaínho. No final houve uma sessão de autógrafos e os dois saudaram-se efusivamente.

Picture
O agradecimento da prolongada ovação de todos os artistas participantes
Picture
António Chaínho e José Manuel Vaz Santos
Picture
NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
Imagem
O novo álbum de António Chainho chama-se "Cumplicidades" e assinala os 50 anos de carreira do guitarrista e compositor.

Nasceu em S. Francisco da Serra (no concelho de Santiago do Cacém, Beja) e veio para Lisboa, em finais do ano de 1965, para tocar no restaurante típico A Severa, no Bairro Alto.
Anteriormente só tinha tocado no café de seu pai e só foi em 1960 que teve o seu primeiro contacto com o meio fadista, numa taberna na praça do Chile, em Lisboa.
De 1961 a 1963, cumpriu o serviço militar em Moçambique, onde tocou para as tropas portuguesas, assim como nas emissoras locais.


Depois de "A Severa", António Chaínho foi para Cascais, iniciar a casa O Picadeiro. Em Cascais abriu ainda uma outra casa, o Forte D. Rodrigo, com o fadista Rodrigo.
Nesta primeira fase da sua carreira, acompanhou Tony de Matos, Lucília do Carmo, Teresa Tarouca, António Mourão, Tristão da Silva, Ada de Castro, etc, entre tantas grandes vedetas do Fado.
Depois concentrou-se mais na composição e reduziu os acompanhamentos, restringindo-se pràticamente ao Carlos do Carmo (o qual acompanhou durante mais de 20 anos), ao Frei Hermano da Câmara e, mais tarde, a Rão Kyao, com o qual gravou o álbum de eleição - "Fado Bailado", em 1983.
A carreira de António Chaínho, que é apontado como "um dos virtuosos da guitarra portuguesa", conta com sete álbuns editados em nome próprio e um DVD, “Ao vivo no CCB”.
 
"Cumplicidades" é um tributo pessoal a uma vida e uma carreira de 50 anos de grande actividade e qualidade. Seria cansativo e difícil enumerar todos os artistas ou discos em que António Chaínho deu a sua preciosa colaboração através da sua expressão máxima na música, que é a sua mestriar no dedilhar da Guitarra Portuguesa. Carlos do Carmos, José Afonso, António Pinto Basto, Rão Kyao, K.D.Lang, Gal Costa, Fafá de Belém, Saki Kubota, José Carreras, Adriana Calcanhoto são alguns desses famosos artistas com quem colaborou.


Mestre António Chainho chamou pela primeira vez um grande número de artistas Portugueses para com ele colaborarem neste seu novo álbum e Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, Paulo de Carvalho, Ana Bacalhau (dos Deolinda), Sara Tavares, Fernando Ribeiro (dos Moonspel), Hélder Moutinho, Paulo Flores, Kepa Junquera, Raul D’Oliveira, Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e a cantora e compositora brasileira Vanessa da Mata responderam positivamente ao desafio de interpretarem com António Chainho novas composições do mestre. 
Imagem
"Cumplicidades" é o nome do novo disco e também o do novo espectáculo de António Chainho, que servirá de comemoração dos seus 50 anos de carreira, o qual teve lugar no CCB, ontem dia 10 de Abril, em Lisboa, e hoje, dia 11, na Casa da Música, no Porto, para apresentar os seus novos temas, acompanhado pela sua banda constituída por Ciro Bertini (baixo), Tiago Oliveira (viola), Ruca Rebordão (percussão) e ainda as cantoras que o acompanham, Ana Vieira e Filipa Pais, e que participam igualmente no referido álbum, bem como os cantores convidados: Ana Bacalhau, Hélder Moutinho, Paulo de Carvalho, Paulo Flores, Pedro Abrunhosa e Sara Tavares.

Imagem

                 DESTAQUE                           THE BATS       
Picture
Tudo começou em 1964, quando The Bats, Eddie Eckstein, Paul Ditchfield, Jimmy Dunning e Barry Jarman, explodiram na cena musical sul-africana e decidiram tornar-se a resposta sul-africana aos Beatles.
Conseguiram auma sessão de audição por parte de Matt Mann, o homem forte da G.R.C. (que mais trade viria ser o dono da gravadora R.P.M.) e assinaram um contrato com CBS e editaram o primeiro single "All I Got" e álbum do mesmo nome.
Até 1966, gravaram mais dois álbuns "Shabby Little Hut" em 1965 e "That's How I Feel".
Nesse mesmo ano de 66, tentaram a sua sorte partindo para Inglaterra e, em Dezembro, gravaram para a Decca o single "Listen To My Heart/Stop Don't Do It". Em Fevereiro de 1967, lançam um segundo single pela Decca - "You Look Good Together/You Will Now, Won't You" e Maio do mesmo ano ainda editam um terceiro single - "Hard To Get Up In The Morning/Take Me As I Am". Estes dois singles só foram lançados no Reino Unido, pelo que são pouco conhecidos e a Onda Pop aproveita para os divulgar para a maioria dos nossos leitores.

Em Junho de 1967, The Bats aparecem na TV, no programa Dee Time, mas decidem regressar à África do Sul. No entanto, em Dezembro, Jimmy Dunning decide deixar a África do Sul e regressar a Inglaterra, sendo substituído na viola-solo por Pete Clifford.
No ínicio da década de 70, ganharam o Sarie (Óscar sul-africano) para a melhor canção do ano - "Who's That Girl" e por essa altura, juntaram-se com um outro conjunto sul-africano, The Sounds Of Brass (que incluía o vocalista e percursionista Neville Whitmill, Pete Hibner (sopros e teclas) e Denny Loren (voz e bateria) e formaram um nova banda chamada "Impi" e gravaram um álbum, com a intenção de conquistarem o mercado americano com um novo som, mas não receberam os apoios financeiros necessários e desistiram de ir avante, regressando ao projecto The Bats, agora com a inclusão de Gerald Stockton (baixo e trombone).

Fizeram tournées, local e internacionalmente, satisfazendo audiências na Grã-Bretanha, na Alemanha, em Moçambique ou no Zimbabwe (ex-Rodésia) com a sua música brilhante e o seu espírito de comediantes, o que fez deles uma banda de topo durante 16 anos, um acontecimento de louvar qualquer banda, em qualquer parte do mundo. 

Barry Jarman faleceu há alguns anos, mas o grupo ainda hoje toca e faz espectáculos com Paul, Eddie, Pete Clifford e Derek Gordon. Merecem um Óscar ou um Sarie, pela sua longevidade e qualidade musical, como tal façamos a nossa homenagem ouvindo "Who's That Girl", com a qual ganharam o Sarie, em 1970.

Imagem

Picture
1955-1975 - A ÉPOCA DE OURO DO ROCK 

Os melhores, mais criativos e mais importantes 21 anos da música tiveram início, gatinhando, em 1955 e terminaram em 1975, quando a música pop/rock/soul/jazz/country e folk atingiu a sua maioridade.
A base desta selecção dos 100 melhores álbuns de 1955 a 1975 comprova toda a importância desses anos, pois embora estando em análise álbuns dos últimos 60 anos (1955 a 2015), só esses 21 anos representam na "Rolling Stone" (64 álbuns em 100 escolhidos), na "Mojo" (59 de 100), na "Q" (54 de 100), na "Billboard" (42 em 100) e na "NME" (33 em 100) e na escolha dos rockeiros do mundo inteiro através do site "Rate Your Music" (62 em 100).

Diferentes critérios de avaliação, diferentes opiniões, diferentes fontes de pesquisa, mas o resultado é sempre o mesmo: 21 anos que mudaram a música para sempre - 1955 a 1975.
Imagem


OS 100 MELHORES ÁLBUNS DE 1955 A 1975

92 - 
91 - 
CHICAGO TRANSIT AUTHORITY- CHICAGO TRANSIT AUTHORITY 
Columbia (1969)
Picture
















Nos finais dos anos 60, os eventos musicais mais importantes que aconteceram foi o advento do Heavy Metal e a formação de bandas de rock com secções complementares de metais. Esta segunda tendência teve vida curta excepto para os Blood Sweat and Tears e os Chicago Transit Authority, que foram obrigados a mudar o seu nome para Chicago, por motivos óbvios de se poderem "confundir" com a autoridade de trânsito de Chicago. Que Perigo!

Na época do lançamento deste seu primeiro álbum "Chicago Transit Authority", e logo um álbum duplo, o conjunto era constituído por 7 elementos.
A combinação de trompete, trombone e saxofones com a formação convencional de conjuntos rock (guitarras, bateria e teclados) constituíu uma música poderosa, enérgica, com um swing, como em "Does Anybody Really Knows What Time It Is", "I'M A Man" ou "Beginnings", mas essencialmente porque na base dos metais havia canções sòlidamente construídas e com harmonias, que agradavam não só ao público mais jazzista, mas ao público mais pop/rock. Os vocalistas do grupo tinham habilidades musicais harmoniosas, com solos guturais poderosos, vindo até mais tarde a gravar com os Beach Boys.
É esta miscelânea de rock, jazz e pop que fez este álbum ser tão importante para a música em termos técnicos e ser do agrado geral, pelo que ficou durante 3 anos na parada de álbuns da Billboard, nos Estados Unidos.

THE KINKS ARE THE VILLAGE GREEN PRESERVATION SOCIETY - THE KINKS - Pye (1969)          
Picture
















"The Kinks Are The Village Green Preservation Society" é um misto de alegria, renovação e descobertas de novas amizades, ao fazermos um novo amigo em cada canção escrita por Ray Davies, que ouvimos neste álbum de The Kinks.
Em cada uma das canções que constituem este álbum não há repetições melódicas, nem de temas, abrindo-se assim em cada uma delas uma nova porta com novos caminhos ou fronteiras a serem explorados.
As canções de Ray Davies têm sempre uma crítica ao quotidiano e ao status quo, como vinhetas irónicas e satíricas à apatia social geral, como em "People Take Pictures Of Each Other" ("As pessoas tiram fotos umas às outras, para provarem uns aos outros que realmente existem") ou em "Big Sky" ("O grande céu é grande demais para eu simpatizar, até porque já está demasiado ocupado, no entanto as pessoas continuam a tentar ir para lá."), duas das 15 vinhetas musicais deste álbum.
A voz e os textos de Ray Davies, com a guitarra proto-punk de Dave Davies, não esquecendo as sempre preciosas colaborações do baixista Pete Quaife e o baterista Mick Avory, estabelecem um certo tipo de relações com situações de déjà vu, mas que nunca nos tinham sensibilizado desta nova forma.
Em cada canção Ray Davies faz um depoimento, que é o tipo de assunto, que nos faz ficar felizes por saber que alguém também pensa e sente como nós e nos apetece dizer "Nós Somos The Village Green Preservation Society".

Imagem
Imagem
  90 - ex Aequo
HERE'S LITTLE RICHARD - 
LITTLE RICHARD
Specialty Records (1957)
Picture

















Será sempre impossível enfatizar demais o impacto que Little Richard e a sua música tiveram nos seus dois primeiros álbuns pela Specialty Records em Março de 1957 e Julho de 1958 e "Here's Little Richard" é o primeiro desses álbuns, que ajudaram a mudar definitivamente a música pop/rock no mundo.
A música que aparece neste álbum é a música que influenciou centenas ou milhares de conjuntos de Beat pelo mundo, mas igualmente a personalidade errática, anarca e sempre excessiva de Little Richard pavimentou os caminhos de tudo o que veio a acontecer no Rock 'N' Roll, quer ao nível da música, quer ao nível da imagem e da energia.
Basta contar as faixas desses dois primeiros álbuns, que mereceram covers de super-artistas como The Beatles, Elvis Presley, The Rolling Stones, Otis Redding, Bruce Springsteen e inumeráveis outros artistas que através de gerações gravaram e continuam gravando, para justificar estar nos 100 melhores álbuns de sempre.
Otis Redding e James Brown, os dois maiores cantores soul, sempre afirmaram que a influência de Richard foi fundamental para as suas carreiras, assim como Michael Jackson e Prince, duas estrelas de insofismável grandeza, devem toda a chama que iluminou as suas carreiras, não só à música de Little Richard, mas à torcha ardente da sua veia artística de showman.
Algumas das gravações deste álbum são bem dos início dos anos 50, feitas nos estúdios da Specialty Records, antes de Richard ter sequer gravado "Tutti Frutti", que receberam uma mixagem com as vozes femininas das Stewart Sisters.
Este seu primeiro álbum contém êxitos da sua autoria como "Long Tall Sally", "Jenny Jenny", "Slipin' and Slidin'", "Baby" e "Tutti Frutti", que contém aquela que é considerada a mais inspirada lírica do Rock 'N' Roll: "A wop bop alu bop, a wop bam boom!".
Isto é Rock 'N' Roll na sua forma mais purista, que embora se apresente numa forma musical rústica, ela contém todo o poder musical, com que Little Richard, com espírito livre, surpreendeu o mundo e com que Elvis abanou o universo, quando tornou esta energia musical acessível ao gosto da população branca, até então desconhecedora da música negra.
Foi aqui que tudo começou! Isto é Rock 'N' Roll!!!

TEASER AND THE FIRECAT - 
CAT STEVENS           
Island (1971)                   
Picture

















"Teaser And The Firecat" é o nome do terceiro álbum que Cat Stevens lança em 15 meses. Essa trilogia começou no verão de 1970 com "Mona Bone Jakon" e depois com "Tea For The Tillerman", mas é também o nome de um livro de estórias, publicado em 1972, escrito e ilustrado pelo próprio Cat Stevens, tendo como base a ilustração da capa deste L.P..
Cat Stevens que com sucesso que teve nos meados dos anos 60 era uma estrela pop, surpreendentemente lança este ábum com um sabor bem folk.
A alma criativa e social de Cat Stevens nunca esteve distante da música pop, onde teve os seus inícios com êxitos nos anos 60, como "Matthew And Son" ou "I Love My Dog". 
Este disco consolidou a credibilidade que Cat Stevens tinha atingido nos dois lados do Atlântico com o seu álbum anterior "Tea For The Tillerman".
"Teaser And The Firecat" gerou êxitos como "Moonshadow", que ficou gravada no consciente de milhões de ouvintes de modo que ela é considerada uma faixa icônica de Stevens.

Numa adaptação do hino tradicional inglês "Morning Has Broken", com a presença do famoso teclista Rick Wakeman dos "Yes", chegou ao #9 no Reino Unido e a #6 no hit-parade americano.

Para além destes dois êxitos, o álbum contém canções de apelo à paz e compreensão, como "The Wind", uma canção simples sobre a negociação interior que temos que fazer para nos conhecermos e compreendermos o mundo que nos rodeia, ou o seu apelo ppr um mundo de paz em "Peace Train", convidando os povos do mundo para que se unam e evitem guerras e conflitos que os dirigentes criam.
Outra vertente do álbum, vem de problemas amorosos que Cat Stevens estava vivendo no momento, expresos em "If I Laugh", em jeito de lamento pelo que lhe está acontecendo ou em "How Can I Tell You", que trata da inabilidade, que por vezes temos para dizer a uma pessoa que a amamos.
"Teaser And The Firecat" é um óptimo exemplo em como é possível misturar vários estilos musicais, desde baladas sérias, canções rápidas, números pop suaves e canticos tradicionais, sem esquecer a crítica social.

Imagem
Imagem
Imagem

FALANDO DE NOVOS DISCOS

Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Imagem


Imagem

Imagem


CANTEM com a ONDA POP !!!
Imagem
Imagem

Imagem
Imagem
Imagem

Imagem
DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS

A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK.
Picture
"Abracadabra" apresenta esta semana um truque de ilusionismo óptico, baseado nas leis da Refração, de Gauss e de Snell-Descartes: "The Light Is Dark Enough" dos físicos do grupo inglês Spectrum.
Lançado em 1970, o álbum "The Light Is Dark Enough" oferece uma mescla de singles anteriormente editados e de novo material de estúdio, interagindo entre o psicadélico e o mais puro pop e inclui músicas que fizeram sucesso noutros países, mas não em Inglaterra, como é o caso de"Headin' For A Heatwave", que atingiu o topo da parada espanhola, ou a sua versão de Ob-La-Di, Ob-La-Da (dos Beatles), que entrou no Top 20 da Alemanha e que não deixaremos de passar aqui para os inúmeros Beatlemaníacos.

Este grupo de físicos (sob a óptica musical), entitulado Spectrum, foi criado em 1967 para ser uma versão britânica dos Monkees, tendo sido formada inicialmente para série televisiva Captain Scarlet , sendo um conjunto de músicos de estúdio liderado por Colin Forsey (vocalista) e que era complementado por Keith Forsey (seu irmão) na bateria, o guitarrista Tony Atkins, o teclista Bill Chambers e o baixista Tony Judd.
O projecto tipo "Monkees" não teve sucesso, mas o grupo continuou até 1970, desfazendo-se depois de editado este álbum que tirámos da mesa de ensaios, esta semana.
Nesse entretempo, lançaram 9 singles com sucessos em vários países do mundo, como os que já relatámos, ou ainda o single que vos apresentamos na "Parada de Onda Pop" e a deliciosa "Samantha's Mine", um tema sunshine-pop de 1967.
Os Spectrum provaram que "The Light Is Dark Enough", ou seja que "A Luz É Suficientemente Escura", pois apesar de todo o seu talento e criatividade musical não saíram da obscuridade, visto que não conseguiram ganhar a atenção do seu mercado natal e muito menos do americano.
Mais do mesmo... nesta época eram tantos e com tanta qualidade, que muitos ficaram na sombra do sucesso, mas a Onda Pop não os deixou passar despercebidos na época e agora não os esqueceu.
Imagem

Imagem
Imagem
A Parada da Onda Pop desta semana apresenta no #8 lugar um conjunto e uma música - "Little Red Boat By The River", que não fizeram sucesso no Reino Unido, nem nos Estados Unidos, mas que pela sua excelente qualidade chegaram a esta posição na nossa Parada (vão ainda chegar a #4) e a #14 na África do Sul.
Na nossa rubrica "Abracadabra" já hoje falámos deste conjunto, da sua qualidade e do seu eclestismo musical, mas gostaríamos ainda de realçar as facetas de compositor de Keith Forsey, que co-escreveu "Flashdance (What a Feeling)" e a banda sonora do filme "Bad Cat", e de produtor como no êxito de Billy Idol - "Rebel Yell" ou dos The Psychedelic Furs em "Mirror Moves". Quem sabe, não esquece!
Imagem
Imagem

    NEWSLETTER

Enviar
Imagem

Imagem

    Agradecemos os vossos comentários para conhecermos as vossas opiniões e podermos melhorar este vosso site.

Submeter
Powered by Create your own unique website with customizable templates.