EDITORIAL Entramos em 2018 com a página nº 92, original de 7 de Junho de 1970. Em 2018 a Onda Pop comemora 50 anos da sua 1ª edição. Talvez se justifique uma gala mais para o fim do ano se a Saúde, Paz, Música e Amor o permitirem
Esta edição nº 92 é muito rica em estrelas. Vamos destacar Paulo de Carvalho que começava então uma carreira a solo no Festival da Canção, Mike Sergeant um dos fundadores dos "Objectivo" e ToZé Brito um dos fundadores dos "Pop Five Music Incorporated". Homenageamos também alguns grupos do Pop/Rock progressivo em Portugal. Depois as estrelas desaparecidas France Gall, Madalena Iglésias, Hugh Mazekela e Ray Thomas dos "Moody Blues". Apresentamo-vos Melanie e "The Vogues" e oferecemo-vos um extraordinário trabalho sobre Jorge Ben com um tratado sobre o Tropicalismo e a Tropicália, mais uma vez com a assinatura do Sgt. Pop Zé Couto. Também do doutorado em Beatles vos damos a análise ao lado A do álbum dos Beatles "Let It Be". Depois ainda um pequeno apontamento sobre o V Festival do Atlântico nas Ilhas Canárias com Giorgio, Los Gritos e Artur Garcia. Finalmente as letras de canções, os novos discos, a Parada da Onda e o concurso.
Esta edição nº 92 é muito rica em estrelas. Vamos destacar Paulo de Carvalho que começava então uma carreira a solo no Festival da Canção, Mike Sergeant um dos fundadores dos "Objectivo" e ToZé Brito um dos fundadores dos "Pop Five Music Incorporated". Homenageamos também alguns grupos do Pop/Rock progressivo em Portugal. Depois as estrelas desaparecidas France Gall, Madalena Iglésias, Hugh Mazekela e Ray Thomas dos "Moody Blues". Apresentamo-vos Melanie e "The Vogues" e oferecemo-vos um extraordinário trabalho sobre Jorge Ben com um tratado sobre o Tropicalismo e a Tropicália, mais uma vez com a assinatura do Sgt. Pop Zé Couto. Também do doutorado em Beatles vos damos a análise ao lado A do álbum dos Beatles "Let It Be". Depois ainda um pequeno apontamento sobre o V Festival do Atlântico nas Ilhas Canárias com Giorgio, Los Gritos e Artur Garcia. Finalmente as letras de canções, os novos discos, a Parada da Onda e o concurso.
Manuel Paulo de Carvalho da Costa nasceu em Lisboa a 15 de Maio de 1947. Falámos com ele para marcarmos uma entrevista, mas a sua actividade musical após o lançamento do seu CD de Duetos ainda não o deixa descansar. Não tem qualquer problema porque no próximo Festival da Canção de 1971, onde lançou uma das melhores canções de todos os festivais "Flor Sem Tempo" será outra oportunidade para falar com ele.
Em jovem começa como grande apaixonado do futebol. Jogou nos juniores do Sporting, do Benfica e acabou no Belenenses. Começa então a trabalhar e a interessar-se pela música e depois de pequenos grupos de amigos tem a chance de ser convidado como baterista para aquele que virá a ser o mais importante grupo Rock da música portuguesa dos anos 60, OS SHEIKS. Sobre os Sheiks, formados em 62, já falámos nas nossas páginas nº22 quando entrevistámos o viola baixo, Edmundo Silva e a página nº23 quando entrevistámos o vocalista Carlos Mendes.
É ainda nos Sheiks que começa a cantar quando canta "Tell Me Bird" (de sua autoria) que foi um dos maiores sucessos no grupo, com aquela voz de falsete. Foram convidados a ir tocar para Paris e aí quiseram que eles seguissem uma carreira internacional, que acabou por ser cortada porque o pai de Carlos Mendes não permitiu que o filho (que era menor, e para as novas gerações informamos que nessa época a maioridade só se atingia aos 21 anos) continuasse em Paris e terminasse o curso de Arquitectura. Diz-se que quando vieram de Paris trouxeram um músico de Jazz e cantor que iria em princípio substituir Carlos Mendes, de seu nome Kevin Hoidale. Fazemos esta chamada de atenção porque Kevin é um teclista de primeira água e acaba por ir formar o grupo Jazz The Bridge com Adrien Ransy (OP nº 90) e é um dos músicos do conjunto "Objectivo" que apresentamos também nesta página.
Em jovem começa como grande apaixonado do futebol. Jogou nos juniores do Sporting, do Benfica e acabou no Belenenses. Começa então a trabalhar e a interessar-se pela música e depois de pequenos grupos de amigos tem a chance de ser convidado como baterista para aquele que virá a ser o mais importante grupo Rock da música portuguesa dos anos 60, OS SHEIKS. Sobre os Sheiks, formados em 62, já falámos nas nossas páginas nº22 quando entrevistámos o viola baixo, Edmundo Silva e a página nº23 quando entrevistámos o vocalista Carlos Mendes.
É ainda nos Sheiks que começa a cantar quando canta "Tell Me Bird" (de sua autoria) que foi um dos maiores sucessos no grupo, com aquela voz de falsete. Foram convidados a ir tocar para Paris e aí quiseram que eles seguissem uma carreira internacional, que acabou por ser cortada porque o pai de Carlos Mendes não permitiu que o filho (que era menor, e para as novas gerações informamos que nessa época a maioridade só se atingia aos 21 anos) continuasse em Paris e terminasse o curso de Arquitectura. Diz-se que quando vieram de Paris trouxeram um músico de Jazz e cantor que iria em princípio substituir Carlos Mendes, de seu nome Kevin Hoidale. Fazemos esta chamada de atenção porque Kevin é um teclista de primeira água e acaba por ir formar o grupo Jazz The Bridge com Adrien Ransy (OP nº 90) e é um dos músicos do conjunto "Objectivo" que apresentamos também nesta página.
Quando voltam de Paris ficam também sem empresário (que por lá ficou) e ao chegarem, Carlos Mendes sai. Vem para o grupo o empresário dos "Deltons" e traz o vocalista Fernando Tordo. Os Sheiks vão então fazer uma temporada no Algarve. Estávamos em 67. Também é nessa altura que casa com Fernanda Maria de quem vai ter o seu primeiro filho Paulo Nuno em 1968.
Entretanto deixa os Sheiks que vão continuar com outros elementos, mas sem terem nada a ver com o grupo inicial embora mantenham o nome. Paulo vive em Cascais e acaba por ir tocar bateria para o grupo de Thilo Krassman (OP nº 35), o "Thilo's Combo". Sai para cumprir o serviço militar. Depois forma o grupo "Banda 4", com Luis Romão, Luís Monteiro e Cristiano Semedo. Em final de 69 forma em Cascais "Os Fluído" com o apoio do seu ex colega Edmundo Silva, Cristiano Semedo e Filipe Mendes (ex-Chinchilas) e que se virá a tornar um excelente guitarrista ainda hoje em actividade, mais conhecido como Phil Mendrix. Por vezes aparecem nomes de músicos que à maioria das pessoas (seguramente mais de 90%) não diz rigorosamente nada, mas que gostaríamos de homenagear pela actividade que tiveram naquela época. Falamos por exemplo de Luís Romão que colaborou com Paulo na "Banda 4", venceu um Festival da Canção na Guarda e gravou 4 discos. Também de Carlos Portugal, que de seguida vai convidar Paulo para o Festival da Canção da TV de 1970 e que gravou talvez uma meia dúzia de discos.
Entretanto deixa os Sheiks que vão continuar com outros elementos, mas sem terem nada a ver com o grupo inicial embora mantenham o nome. Paulo vive em Cascais e acaba por ir tocar bateria para o grupo de Thilo Krassman (OP nº 35), o "Thilo's Combo". Sai para cumprir o serviço militar. Depois forma o grupo "Banda 4", com Luis Romão, Luís Monteiro e Cristiano Semedo. Em final de 69 forma em Cascais "Os Fluído" com o apoio do seu ex colega Edmundo Silva, Cristiano Semedo e Filipe Mendes (ex-Chinchilas) e que se virá a tornar um excelente guitarrista ainda hoje em actividade, mais conhecido como Phil Mendrix. Por vezes aparecem nomes de músicos que à maioria das pessoas (seguramente mais de 90%) não diz rigorosamente nada, mas que gostaríamos de homenagear pela actividade que tiveram naquela época. Falamos por exemplo de Luís Romão que colaborou com Paulo na "Banda 4", venceu um Festival da Canção na Guarda e gravou 4 discos. Também de Carlos Portugal, que de seguida vai convidar Paulo para o Festival da Canção da TV de 1970 e que gravou talvez uma meia dúzia de discos.
Os "Fluido", era um projecto onde Paulo já mostrava a sua preocupação com a qualidade. Fora colaborar com homens das letras como Dórdio Guimarães e Vasco Noronha. Lançam "O Dia da Lua" (OP nº 65). Nestes projectos Paulo era o vocalista e autor das músicas, mas só quando Pedro Osório e Carlos Portugal o convidam para interpretar "Corre Nina" no Festival da Canção de 1970 começa a pensar em seguir uma carreira a solo. Lança depois canções do grande cantautor espanhol Manolo Diaz e que lhe vão dar mais visibilidade. "Walk On The Grass" é um grande êxito e lançado em vários Países. Em 70 obtém o prémio de interpretação da Imprensa pelo seu desempenho em "Corre Nina" e ainda em "A Casa da Praia" da autoria de Vasco Noronha (que também havia colaborado nos discos dos "Fluido") e com música sua. Nesta página apresentávamos o grupo "Objectivo" como tendo tocado no Festival a canção "Corre Nina". Paulo de Carvalho esclareceu-nos que não foi bem assim. Ele convidou o baterista Zé da Cadela para tocar e daí a confusão com o grupo "Objectivo", de quem ele era baterista.
Em 71 lança o seu primeiro álbum "Eu, Paulo de Carvalho" com várias canções em inglês de Manolo Diaz e Kevin Hoidale e outros autores, o qual foi gravado em Madrid. Contém ainda a canção "Flor Sem Tempo" que obtivera o 2º lugar no Festival da Canção de 1971. Aproveitando a onda ascendente a editora lança outro álbum, "Paulo de Carvalho" com temas dos EPs dos Fluido e de Manolo Diaz e ainda com versões instrumentais tocadas pelos "Sindicato" a banda de Jorge Palma. Grava depois um álbum colectivo "Festival da Camaradagem" com Fernando Tordo, Duo Orpheu e Ary dos Santos. Participa no filme de António Pedro Vasconcelos, "Perdido Por Cem" cantando "Menina e Moça". Ainda em 71 recusa-se a participar no Festival de Vilar de Mouros alegando falta de condições. O mesmo se vai passar com o Festival da Canção de 72 em que se recusa a participar. No entanto grava as canções que iria apresentar, "Esta Festa das Cidades" e "Vamos Cantar de Pé". Ainda em 72 vai ao Festival Internacional do Rio de Janeiro com "Maria, Vida Fria" de Niza e Osório e onde Zeca Afonso também participou. Em 73 volta a participar no Festival da Canção da TV com a canção "Semente", de que foi editado um single com o lado B contendo outra canção também com letra do grande poeta José Carlos Ary dos Santos - "Terra Lavrada".
Ainda em 73 muda-se da Movieplay para a Orfeu de Arnaldo Trindade. Vai a Madrid gravar um LP só de originais e lança um single com poemas em inglês de Kevin Hoidale e com música de Paulo de Carvalho "Animal Farm" e de José Calvário "I'll Be There With You".
Em 74 volta a concorrer ao Festival que ganha coma canção "E Depois do Adeus" que virá a ser a senha lisboeta para o Movimento das Forças Armadas no 25 de Abril, por ser uma canção que estava na berra e não iria levantar suspeitas. A estória das senhas podem ler na OP nº 87, na entrevista com o obreiro dessa saga, o hoje professor e realizador Manuel Tomás.
Em 74 volta a concorrer ao Festival que ganha coma canção "E Depois do Adeus" que virá a ser a senha lisboeta para o Movimento das Forças Armadas no 25 de Abril, por ser uma canção que estava na berra e não iria levantar suspeitas. A estória das senhas podem ler na OP nº 87, na entrevista com o obreiro dessa saga, o hoje professor e realizador Manuel Tomás.
Após a Revolução tudo muda. A pedido de Sá Carneiro, escreve o hino do Partido PPD. Em 75 volta ao Festival da Canção com duas canções, "Com Uma Arma, Com Uma Flor" e "Memória". Faz uma parceria com Júlio Pereira (o músico do Cavaquinho e que fez parte das bandas de Rock, "Xarhanga" e "Petrus Castrus", nos anos 60 e 70) no álbum "Não de Costas Mas de Frente" e em 76 com o álbum "MPCC". É em 76 que também começa a escrever para outros artistas e lança uma das mais bonitas e felizes canções portuguesas para a voz de Carlos do Carmo, "Lisboa Menina e Moça". De seguida forma a Cooperativa "Toma lá Disco" uma editora com Carlos Mendes, Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, Fernando Tordo, Luís Vilas Boas e mais alguns artistas. Em 77 e com colaboração do Trio Arapica grava mais um álbum. Ainda em 77 volta a vencer o Festival da Canção da RTP com o grupo Os Amigos e a canção "Portugal no Coração". Também participa no Festival da OTI em Madrid (à época um Festival muito importante). Também colabora no álbum de Fernando Girão (Very Nice), "Discretamente". Em 77 casa pela segunda vez, desta feita com Teresa Maria Lobato de Faria Sachetti, filha da também muito conhecida Rosa Lobato Faria. Tem uma filha, Mafalda Sachetti que seguiu as pisadas do pai, mas que se dedica mais ao Jazz. Em 78 grava o álbum "Volume" onde estão dois dos seus grandes êxitos "Nini dos Meus Quinze Anos" e "Gostava de Vos Ver Aqui" com arranjos de Pedro Osório. Em 79 junto com Carlos Mendes, Ary dos Santos, Fernando Tordo, Joaquim Pessoa e José Luís Simões gravam um excelente disco para crianças "Os Operários de Natal", que infelizmente não teve a divulgação que merecia. Ainda em 79 cria a editora, "Nova" onde vai apresentar novos valores como Adelaide Ferreira e Manuela Moura Guedes.
Também em 79, Os Sheiks fazem, para a RTP, 13 programas a marcar o seu "Revival". Gravam os álbuns "Pintados de Fresco" e "Sheiks Com Cobertura". Ainda em 79 e com Tozé Brito (OP nº 92) grava o disco "Cantar de Amigos".
Também em 79, Os Sheiks fazem, para a RTP, 13 programas a marcar o seu "Revival". Gravam os álbuns "Pintados de Fresco" e "Sheiks Com Cobertura". Ainda em 79 e com Tozé Brito (OP nº 92) grava o disco "Cantar de Amigos".
Logo em Março de 1980 fica em 2º lugar no Festival de "Viña Del Mar" no Chile com "Mi Amor Por Ana". Depois grava o álbum "Até me Dava Jeito" com colaboração de Rui Veloso e onde está incluída a canção "10 Anos". Mais uma vez muda de editora. Desta vez é a Polygram pela mão de Tozé Brito. Volta a Espanha para gravar "Abracadabra", um dos seus melhores álbuns. Em 82 volta a receber o prémio da Imprensa. Volta a Madrid e novamente com produção de Joni Galvão edita o álbum "Cabra Cega". Os músicos que o acompanham são Andre Sarbib, Carlos Araújo, Zé Rato, Fernando Nascimento e Miguel Braga. A partir de aqui passa a tocar ao vivo com estes músicos. Este quinteto vem depois a recrutar Helena Isabel para os coros. Apresentam-se no Festival da Canção de 84 com a canção "(Já) Pode Ser Tarde". Em 85 publica o álbum "Desculpem Qualquer Coisinha" onde está incluída a linda balada de Rui Mingas e Rui Monteiro - "Meninos do Huambo". Vai vencer o seu primeiro Disco de Ouro. Entretanto envolve-se com Helena Isabel com quem vem a casar. Em 87 nasce o seu filho Bernardo que agora aparece com o nome Agir e se dedica a uma música mais ligeira. Em 86 ainda publica um bom álbum que dá pelo nome de "Homem Português" e que mais uma vez tem a guitarra de Alcides Frazão, já utilizada noutros discos. Volta a mudar de editora. Desta vez é a CBS. Grava o álbum "Terras da Lua Cheia" em que colaboram Luís de Oliveira, Carlos do Carmo e a sua filha Mafalda Sachetti. Em 89 Paulo, Carlos Mendes e Fernando Tordo, fazem o espectáculo "Só Nós Três" que obtém extraordinário sucesso e dá origem a um álbum duplo com o mesmo nome.
No início dos anos 90 entra para a União Portuguesa dos Artistas de Variedades. Edita o álbum "Gostar de Ti". Em 1992 grava para a RTP a série "Boa Noite Vitinho", em desenhos animados, e canta com Lena De Água a "Cantiga de Embalar II". Escreve a música e a letra de "A Cidade Até Ser Dia" que Anabela leva ao Festival da Canção e vence, juntamente com Pedro Abrantes e Marco Quelhas. Quando faz 30 anos de carreira a Casa da Imprensa homenageia-o com uma gala na Grande Noite do Fado.
Lança o projecto "Música D'Alma" com músicos africanos e ibéricos como Tito Paris (Cabo Verde), Mingo (Moçambique), Mukenga (Angola) e Vicente Amigo (Espanha). Fazem uma digressão pelo Canadá, Cabo Verde e Portugal. O álbum teve alguma aceitação. Colabora com projectos de combate à SIDA, com os direitos das suas canções a reverterem para o projecto.
Em 94 lança o álbum "Alma" gravado nos estúdios da Abbey Road e acompanhado pela London Symphony Orchestra. Em 95 passa para a editora BMG e grava o álbum "33...Vivo". Em 96 lança o álbum "Fados Meus" com os convidados Carlos do Carmo (OP nº 79), Rita Guerra e Maria João. Em 97 corta com a BMG e vai cantar para o Casino do Estoril até final de 98. Nesse ano participa com Ivan Lins num espectáculo na EXPO. Em 99 Lança o álbum "Mátria" produzido por Ivan Lins, que também canta duas canções.
Lança o projecto "Música D'Alma" com músicos africanos e ibéricos como Tito Paris (Cabo Verde), Mingo (Moçambique), Mukenga (Angola) e Vicente Amigo (Espanha). Fazem uma digressão pelo Canadá, Cabo Verde e Portugal. O álbum teve alguma aceitação. Colabora com projectos de combate à SIDA, com os direitos das suas canções a reverterem para o projecto.
Em 94 lança o álbum "Alma" gravado nos estúdios da Abbey Road e acompanhado pela London Symphony Orchestra. Em 95 passa para a editora BMG e grava o álbum "33...Vivo". Em 96 lança o álbum "Fados Meus" com os convidados Carlos do Carmo (OP nº 79), Rita Guerra e Maria João. Em 97 corta com a BMG e vai cantar para o Casino do Estoril até final de 98. Nesse ano participa com Ivan Lins num espectáculo na EXPO. Em 99 Lança o álbum "Mátria" produzido por Ivan Lins, que também canta duas canções.
Em 2000 participa em mais uma campanha de solidariedade, desta vez o Pirilampo Mágico fazendo um dueto com Lara Li. Em 2001 entra na campanha do Ano Internacional do Voluntariado. Em 2002, e com selecção de José Niza, a Movieplay lança o CD, "Antologia 40 canções". Também a UMP edita uma colectânea. Em 2003 faz os espectáculos "Uma Voz, Uma Vida". Em 2004 lança o álbum "Cores do Fado". Em 2006 a Farol Música convida-o para regravar alguns dos seus maiores sucessos. O CD tem excelente aceitação. Em 2008 volta a lançar um álbum - "Amor", com canções antigas e modernas e em que também colaboram Mariza, Agir e Tito Paris. Em 2009 é condecorado pelo Presidente da República com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade.
Em 2012 comemora 50 anos de carreira e lança um DVD. Recebe a Medalha de Ouro da CML. Ainda em 2012 sai um livro "Passado - Presente Uma Viagem ao Universo de Paulo de Carvalho" da autoria de Soraia Simões. Em 2016 lançou um CD com duetos das suas canções e entregou a produção ao seu filho Agir. Está muito bem conseguido e equilibrado. Em 2017 comemorou 55 anos de carreira e continua cheio de força e excelente voz rumo a novos projectos. Paulo tem mais de 30 álbuns mais de 40 singles e uma dúzia entre compilações e participações com outros artistas.
Talvez aqui, em Portugal, também o pudéssemos chamar de "A Voz", tal como apelidaram o seu colega Frank Sinatra, nos Estados Unidos.
Talvez aqui, em Portugal, também o pudéssemos chamar de "A Voz", tal como apelidaram o seu colega Frank Sinatra, nos Estados Unidos.
Sabemos, até por experiência própria que quem nasceu nas décadas de 40 e 50 do século XX tem grandes probalidades de ter o seu términus neste mundo mais dia menos dia. Dai que grandes artistas das décadas de 60 e 70 do século passado estejam a atingir idades críticas. O ano de 2017 deu-nos uma amostragem.
O início de 2018 traz-nos já uma primeira vítima. Tinha 70 anos.
France Gall de nome artístico mas Isabelle Genviéve Gall de nascimento nasceu a 9 de Outubro de 1947 em Paris e faleceu a 7 de Janeiro de 2018 em Neully-Sur- Seine.
France Gall despertou para o mundo quando se apresentou no Festival da Eurovisão de 1965 e o venceu com uma composição de Serge Gainsbourg (OP nº 69), "Poupée de Cire, Poupée de Son", representando o Luxemburgo. Mas foi a cancão "Sacré Charlemagne" que despertou o interesse de Gainsbourg para a convidar. A partir daqui a sua carreia estoirou. Serge deu-lhe mais canções que fizeram sucesso, incluindo "Les Sucettes" que gerou muita contorvérsia por ter duas intenções. France era muito nova e tinha tido um grande desgosto no dia em que venceu a Eurovisão, pois o seu namorado Claude François ( o criador de "Comme D'Habitude" que Paul Anka lançou a nível mundial na voz de Frank Sinatra com o nome de "My Way") acabou o namoro nesse dia. Também Kathy Kirby a representante inglesa lhe deu uma estalada quando se cruzou com ela após a vitória. Dizia-se que ela era a favorita. Depois a controvérsia de "Les Sucettes" fá-la ir viver para a Alemanha.
O início de 2018 traz-nos já uma primeira vítima. Tinha 70 anos.
France Gall de nome artístico mas Isabelle Genviéve Gall de nascimento nasceu a 9 de Outubro de 1947 em Paris e faleceu a 7 de Janeiro de 2018 em Neully-Sur- Seine.
France Gall despertou para o mundo quando se apresentou no Festival da Eurovisão de 1965 e o venceu com uma composição de Serge Gainsbourg (OP nº 69), "Poupée de Cire, Poupée de Son", representando o Luxemburgo. Mas foi a cancão "Sacré Charlemagne" que despertou o interesse de Gainsbourg para a convidar. A partir daqui a sua carreia estoirou. Serge deu-lhe mais canções que fizeram sucesso, incluindo "Les Sucettes" que gerou muita contorvérsia por ter duas intenções. France era muito nova e tinha tido um grande desgosto no dia em que venceu a Eurovisão, pois o seu namorado Claude François ( o criador de "Comme D'Habitude" que Paul Anka lançou a nível mundial na voz de Frank Sinatra com o nome de "My Way") acabou o namoro nesse dia. Também Kathy Kirby a representante inglesa lhe deu uma estalada quando se cruzou com ela após a vitória. Dizia-se que ela era a favorita. Depois a controvérsia de "Les Sucettes" fá-la ir viver para a Alemanha.
Mas, voltemos ao início. Em 1963 abandona a escola e o pai, Robert Gall (1918-1990) que fez o Conservatório e também era poeta (foi o autor de "Des Amants Merveilleux" para Edith Piaf, e do poema "La Mamma" de Charles Aznavour), enviou a uma editora uma fita gravada com algumas canções de Isabelle Gall. Na Philips gostaram da menina, mas como já tinham como estrela Isabelle Aubret ( que já tinha ganho o Festival da Eurovisão de 1962 com "Un Premier Amour") ela não poderia chamar-se Isabelle. Daí a companhia propôr France Gall (o que ela sempre detestou). O primeiro disco "Ne Sois pas Si Bête" sai no dia dos seus 16 anos e obtém algum sucesso. Depois Denis Bourgeois, o Director Artístico pede a Serge Gainsbourg, também ele da Philips, que lhe escreva uma canção. "N'Écoute Pas Les Idoles" foi o seu 2º disco. Em Abril de 64 faz a 1ª parte de vários artistas como por exemplo Sacha Distel (OP nº 80). No final de 64 o pai escreve para ela uma canção infantil. "Sacré Charlemagne" com música de George Lifeman. A canção vai a nº 2 no Top e tem grande divulgação em Espanha e na Turquia. Depois disto vem a Eurovisão de que falámos antes.
Na Alemanha fica até ao fim da década de 60. Tem uma vida frenética nunca parando, sempre em espectáculos ou gravações. Em 67 lança canções com arranjos de Roger Whitaker (OP nº 76). Obtém grandes sucessos com "A Banda" de Chico Buarque,"Zwei Apfeisinen Im Haar ", mas "Ella " numa homengem a Ella Fitzgerald foi o seu maior sucesso. Quem também escreveu para ela foi Giorgio Moroder (OP nºs 83 e 71 ) com "Love, L'Amour und Liebe" (67), "Hippie, Hippie" (68), "I Like Mozart" (69) e muitas outras.
Em 69 vai ao Festival de San Remo "La Pioggia", "L'Orage" (francês) junto com Gigliola Cinquetti. Em 1970 e 71 lança uma série de boas canções mas sem grande sucesso comercial. É a 1ª artista francesa a gravar para a etiqueta Atlantic em 1971. Em 72 e 73 volta a ter belas canções mas de sem sucesso comercial. Em 74 termina o namoro com Julien Clerk iniciado em 70. Depois de 74 ela volta ao êxito com canções de Michel Berger como "La Declaration D'Amour". Nesta década já tinha desaparecido a menina de "Poupée De Cire" e uma cantora madura e responsável aparecia. Outros êxitos se seguem e acaba por se enamorar de Michel Berger. Em 76 lança o álbum "France Gall" que ela considera ser o seu 1º álbum. Michel Berger tem o seu 1º nº1 com a comédia musical "Emile et la Petite Siréne 76" em que a heroína é France Gall. Um mês depois a 22 de Junho casam. Deste feliz casamento vão nascer Pauline Isabelle em 78 e Raphael Michel em 81.
Em 79 durante um mês apresentam no Palácio dos Congressos de Paris a ópera Rock "Starmania". Em 82 durante muitas semanas no Palácio de Desportos de Paris o show "Tout Pour La Musique" com muita música electrónica.
Em 69 vai ao Festival de San Remo "La Pioggia", "L'Orage" (francês) junto com Gigliola Cinquetti. Em 1970 e 71 lança uma série de boas canções mas sem grande sucesso comercial. É a 1ª artista francesa a gravar para a etiqueta Atlantic em 1971. Em 72 e 73 volta a ter belas canções mas de sem sucesso comercial. Em 74 termina o namoro com Julien Clerk iniciado em 70. Depois de 74 ela volta ao êxito com canções de Michel Berger como "La Declaration D'Amour". Nesta década já tinha desaparecido a menina de "Poupée De Cire" e uma cantora madura e responsável aparecia. Outros êxitos se seguem e acaba por se enamorar de Michel Berger. Em 76 lança o álbum "France Gall" que ela considera ser o seu 1º álbum. Michel Berger tem o seu 1º nº1 com a comédia musical "Emile et la Petite Siréne 76" em que a heroína é France Gall. Um mês depois a 22 de Junho casam. Deste feliz casamento vão nascer Pauline Isabelle em 78 e Raphael Michel em 81.
Em 79 durante um mês apresentam no Palácio dos Congressos de Paris a ópera Rock "Starmania". Em 82 durante muitas semanas no Palácio de Desportos de Paris o show "Tout Pour La Musique" com muita música electrónica.
De 1980 a 85 esteve no Top Álbuns com "Paris France" e "Debranche" alcançando o 1º lugar durante 11 e 24 semanas respectivamente. Neste período também esteve presente em muitas acções de recolha de material educativo para o Mali. Em 1988 fez o "Tour de France 88" por toda a França. France Gall já só consegue ir para estúdio com Michel Berger. Em 92 lançam o álbum "Double Jeu" e fazem uma digressão por toda a França. Preparam vários espectáculos em Paris mas a 2 de Agosto de 92 Michel Berger perde a vida vítima de um ataque cardíaco fulminante.
O seu mundo começa a destruir-se. Noa anos seguintes sofre de problemas de saúde com um cancro de mama que vai ultrapassando, mas. Em 1997 France Gall a 15 de Dezembro perde a sua filha Pauline apenas com 19 anos vítima de uma Fibrose Cística. Decide deixar de cantar.
Vai voltar a aparecer em público a 12 e 15 de Agosto de 2000 no Olympia para fazer um duo com Johnny Halyday (OP nºs 10 e 91), "Quelle Chose de Tendresse".
Entretanto o seu filho cresceu e tornou-se músico e produtor.
Vai voltar a aparecer em público a 12 e 15 de Agosto de 2000 no Olympia para fazer um duo com Johnny Halyday (OP nºs 10 e 91), "Quelle Chose de Tendresse".
Entretanto o seu filho cresceu e tornou-se músico e produtor.
Raphael Berger decidiu usar o nome de família do pai e passa a aparecer como Raphael Hamburger. Engenheiro de som e compositor de músicas para filmes como por exemplo "Eden", "La Créme de la Créme", "Asterix et Obelix" e ainda "Grace de Monaco" e "Au Service De Sa Magesty". Comprou um estúdio uma estação de Rádio e uma Editora musical. Nos 20 anos da morte de Michel Berger, France Gall anunciou que estava a preparar um musical com as canções de Michel Berger.
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A 4 de Novembro de 2015 o espectáculo todo produzido por Raphael foi apresentado no Palácio de Desportos de Paris e esteve em cena até 3 de Janeiro de 2016. Depois fez uma digressão pela França, Bélgica e Suiça que terminou a 23 de Dezembro de 2016. Em 2017 voltaram os problemas de saúde que terminaram a 7 de janeiro de 2018.
Foi na OP nº 78 que falámos dela e do seu passado e foi na OP nº 80 que entrevistámos Madalena Iglésias que pela 3ª vez ia a Moçambique. Aí, nessa edição net aproveitámos para falar da sua história cinematográfica, porque entrou em vários filmes.. Desta vez ela chegou fisicamente ao fim, mas "Ele e Ela" continuam felizes por aí dando-se a conhecer a novas gerações que ainda hoje a cantam. É este o lado positivo da vida de todos os artistas após a sua partida. A sua memória é eterna, salta gerações. A 16 de Janeiro de 2018, numa clínica de Barcelona, deu o seu último suspiro, tinha 78 anos. Deixamo-vos então o êxito que a imortalizou em 1966,"Ele e Ela", uma canção que falada dela e da sua presença fora de Portugal. Igualmente morreu no mesmo mês outra artista que venceu a Eurovisão em 65. Quem cantava a versão portuguesa era precisamente Madalena - "Boneca de Cera, Boneca de Som".
Madalena Iglésias esteve por três vezes em Moçambique. A última quando a entrevistámos no início de 1970. As fotos que apresentamos sao da sua primeira deslocação em 1964. Actuou no Cinema Manuel Rodrigues, a maior sala de espectáculos da então Lourenço Marques com capacidade para 1500 pessoas. Foi colocado um grande cartaz com o seu rosto na empena do cinema. Hoje o cinema tem o nome de Cine África. Na foto de baixo Madalena apresenta-se com o Conjunto de Renato Silva, o grande senhor que acompanhava todos os artistas que visitavam a capital da Província de Moçambique. Esta a homenagem que lhe prestamos.
Melanie Ann Safka nasceu a 3 de Fevereiro em Nova York. Seu pai era de origem ucraniana e sua mãe cantora de Jazz de linhagem italiana. Aos 4 anos subiu pela primeira vez em palco cantando "Gimme a Little Kiss". Estudou em New Jersey e terminou o liceu em 1964. Foi estudar para a Academia de Arte Dramática de Nova York e começou a cantar Folk pelos clubes de Greenwich Village. É assim que assina o seu primeiro contrato com a Columbia Records para quem grava dois singles. Depois assina com a Buddah Records e chega à Europa com "Bobo's Party" que atinge o 1º lugar em França. O seu álbum consegue algum sucesso e boas afirmações dos críticos. Ainda em 69 consegue um sucesso na Holanda com "Beautiful People". Depois aparece em Woodstock onde toca num dos dias mais chuvosos "Lay Down (Candles in the Rain)" perante um mar de velas acesas (isqueiros). Em 70 a canção começa a fazer sucesso na Europa, Austrália e Canadá, tendo nos Estados Unidos obtido o 6º lugar na Billboard.
Lança uma excelente versão de "Ruby Tuesday" dos Rolling Stones (OP nº 81). Ainda em 70 é a única artista a ignorar a ordem do Tribunal que baniu o Festival Rock de Powder Ridge cantando para uma multidão num palco improvisado. Também actua no Festival de Strawberry Fields em Agosto e na ilha de Wight onde foi apresentada por Keith Moon dos Who (OP nº 91). Em 71 toca no 1º Festival do Solistício de Verão Glastonbury Fayne em Inglaterra (voltará a fazê-lo em 2011 nas comemorações do 40º aniversário do evento).
A Buddah Records insiste para que ela grave mais álbuns e ela não está de acordo e deixa a Editora. Acaba por formar uma Editora, a Neighborhood Records, com o produtor Peter Schekeryk com quem já trabalhava e se vai tornar seu marido.
Em 1972 a Neighborhood lança o seu 1º grande êxito, "Brand New Key" que vai vender mais de 3 milhões de discos e virá a ser utilizado em como tema do filme "Boogie Nights em 1997. No entanto "Brand New Key" também foi banida de algumas Rádios porque a sua letra era acusada de ter intenções sexuais. Melanie disse que fez a canção em 15 minutos e que essas intenções só deviam pasasar pela cabeça de mentes perversas. Como se manteve sempre fora dos conceitos políticos e sociais da época é bem provável que os invejosos tentassem aproveitar.
Em 72 é considerada a melhor voz feminina do ano. Depois grava "The Nickel Song" que já gravara para a Buddah e chega a ter 3 canções no Top 40. Foi a 1ª mulher a consegui-lo. Grava também um álbum para crianças e tornou-se Embaixatriz da UNICEF. Em 73 ainda lança o hit "Bitter Dad" e uma versão de "Will You Love Me Tomorrow" que era o lado B do original "Together Alone".
A Buddah Records insiste para que ela grave mais álbuns e ela não está de acordo e deixa a Editora. Acaba por formar uma Editora, a Neighborhood Records, com o produtor Peter Schekeryk com quem já trabalhava e se vai tornar seu marido.
Em 1972 a Neighborhood lança o seu 1º grande êxito, "Brand New Key" que vai vender mais de 3 milhões de discos e virá a ser utilizado em como tema do filme "Boogie Nights em 1997. No entanto "Brand New Key" também foi banida de algumas Rádios porque a sua letra era acusada de ter intenções sexuais. Melanie disse que fez a canção em 15 minutos e que essas intenções só deviam pasasar pela cabeça de mentes perversas. Como se manteve sempre fora dos conceitos políticos e sociais da época é bem provável que os invejosos tentassem aproveitar.
Em 72 é considerada a melhor voz feminina do ano. Depois grava "The Nickel Song" que já gravara para a Buddah e chega a ter 3 canções no Top 40. Foi a 1ª mulher a consegui-lo. Grava também um álbum para crianças e tornou-se Embaixatriz da UNICEF. Em 73 ainda lança o hit "Bitter Dad" e uma versão de "Will You Love Me Tomorrow" que era o lado B do original "Together Alone".
Faz uma paragem para se dedicar à sua profissão de mãe. Mas antes disso ainda termina uma digressão a favor da UNICEF. Termina nas Nações Unidas onde é primeira artista Pop a ser aplaudida de pé por todos os delegados presentes. Tiveram 2 filhas Leilah, em 73 e Jeordie em 75 que hoje seguem a profissão da mãe e 1 filho Beau-Jarred Schrekerryk em 80 que hoje é guitarrista e acompanha a mãe nas digressões. Apesar de afastada dos palcos para cuidar dos filhos foi lançando todos os anos um álbum.
Em 1976 edita o álbum "Photograph para a Atlantic Records. A crítica considera-o um dos melhores álbuns do ano, mas para o público passa desapercebido. Foi reeditado em CD em 2005. Em 83 faz as letras e as músicas para a peça de teatro musical "Ace of Diamonds". Em 89 ganha um Emmy pela canção que escreveu "The First Time I Loved Forever" para a peça de TV "A Bela e o Monstro".
O seu álbum de 2004 "Paled By Limmer Light" foi considerado um dos seus melhores.
O seu álbum de 2004 "Paled By Limmer Light" foi considerado um dos seus melhores.
Até à morte do marido em 2010 era Peter quem lhe produzia os álbuns. Os últimos já tiveram colaboração do seu filho Beau Jarred. Em 2007 foi convidada para se apresentar no Festival Meltdown no Royal Albert Hall em Londres. O concerto esgotou e dele foi recolhido um DVD com o título, "Melanie For One Night Only".
Sempre se considerou uma Libertária e portanto foi sempre contra Republicanos, Democratas e Socialistas.
Em 2012 actuou no 15º Woody Guthrie Folk Festival ao lado de Arlo Guthrie e Judy Collings (OP nº 81). Ainda em 2012 colaborou com John Haldoupis, director artístico do Blackfriars Rochester Theatre em Nova York numa peça musical com o nome de "Melanie and The Record Man" onde conta a história da sua vida desde que conheceu Peter, se apaixonaram e viveram junto até à morte dele. Melanie fazia de narradora e ia introduzindo as suas canções por ordem cronológica como foram gravadas. A peça estreou a 19 de Outubro e esteve em cena até 28. Em Junho de 2014 fez a primeira digressão à Austrália desde 1977.
Tem ganhos vários prémios e discos de ouro e os últimos foram prémios de carreira em 2015.
Ao longo dos anos as suas canções têm tido imensos "covers" inclusivé de suas filhas que seguem as pisadas da mãe e por vezes se apresentam juntas.
Sempre se considerou uma Libertária e portanto foi sempre contra Republicanos, Democratas e Socialistas.
Em 2012 actuou no 15º Woody Guthrie Folk Festival ao lado de Arlo Guthrie e Judy Collings (OP nº 81). Ainda em 2012 colaborou com John Haldoupis, director artístico do Blackfriars Rochester Theatre em Nova York numa peça musical com o nome de "Melanie and The Record Man" onde conta a história da sua vida desde que conheceu Peter, se apaixonaram e viveram junto até à morte dele. Melanie fazia de narradora e ia introduzindo as suas canções por ordem cronológica como foram gravadas. A peça estreou a 19 de Outubro e esteve em cena até 28. Em Junho de 2014 fez a primeira digressão à Austrália desde 1977.
Tem ganhos vários prémios e discos de ouro e os últimos foram prémios de carreira em 2015.
Ao longo dos anos as suas canções têm tido imensos "covers" inclusivé de suas filhas que seguem as pisadas da mãe e por vezes se apresentam juntas.
NOVO LP DOS BEATLES
"LET IT BE"
(LADO "A")
"LET IT BE"
(LADO "A")
Clique aqui para editar.
"LET IT BE" foi o último álbum de "The Beatles" a ser publicado, a 8 de Maio de 1970, embora a grande maioria das suas canções tenha sido gravada em Janeiro de 1969 e "Across The Universe" em Fevereiro de 1968, portanto antes das gravações e lançamento do seu penúltimo álbum - "Abbey Road", lançado a 26 de Setembro de 1969 e gravado entre 22 de Fevereiro e 19 de Agosto do mesmo ano.
"LET IT BE" teve a curiosidade de ter tido todas as suas músicas produzidas pelo lendário George Martin, mas com algumas delas a serem remixadas, em 1970, pelo célebre produtor do "wall sound", Phil Spector.
Esta e outras curiosidades e factos serão o tema da nossa análise sobre o então "Novo LP Dos Beatles", artigo dividido por duas edições originais da "Onda Pop" e igualmente analisado nesta sua versão internauta em duas partes: Lado "A" e Lado "B".
"LET IT BE" teve a curiosidade de ter tido todas as suas músicas produzidas pelo lendário George Martin, mas com algumas delas a serem remixadas, em 1970, pelo célebre produtor do "wall sound", Phil Spector.
Esta e outras curiosidades e factos serão o tema da nossa análise sobre o então "Novo LP Dos Beatles", artigo dividido por duas edições originais da "Onda Pop" e igualmente analisado nesta sua versão internauta em duas partes: Lado "A" e Lado "B".
Depois das várias sessões de gravações, agressivas e de mau-humor entre o grupo, para o "White Album", durante o verão de 1968, Paul McCartney tinha consciência do perigo de uma futura fragmentação dos Beatles, se eles continuassem a compor, trabalhar e até tocar as suas músicas individualmente e não mais em grupo.
Este fraccionamento vinha aumentando de intensidade desde a morte do seu empresário, Brian Epstein, a 27 de Agosto de 1967, o qual teve o condão de manter o grupo sempre unido e motivado.
Para tentar contrariar esse individualismo, Paul McCartney lançou a ideia, no final de 1968, de produzirem um L.P. ao vivo, gravado e filmado, perante uma audiência televisiva ou num cruzeiro às Caraíbas ou ao Mediterrâneo, mas esta última hipótese foi descartada, pois ninguém estava interessado em passar algum tempo juntos num navio, porque tinham consciência que as fracturas já existentes no grupo pudessem abrir brechas irreparáveis, com essa possível vivência intensa e diária, durante o cruzeiro.
Decidiram-se por uma situação intermédia, que começaria por serem filmados e gravados em um estúdio, ensaiando e agindo juntos, para depois se apresentarem algures ao vivo num grande show, mostrando aos seus fans e ao grande público como eles tinham funcionado e interactivado durante a sua carreira de indescritível sucesso.
Esse projecto teve o seu inicio em Janeiro de 1969, nos estúdios Twickenham, em Londres, sob o título "Get Back" e com as filmagens dirigidas por Michael Lindsay-Hogg, conforme vos mostramos no video abaixo, no qual se notam tensões disfarçadas e "alguma" anarquia.
Este fraccionamento vinha aumentando de intensidade desde a morte do seu empresário, Brian Epstein, a 27 de Agosto de 1967, o qual teve o condão de manter o grupo sempre unido e motivado.
Para tentar contrariar esse individualismo, Paul McCartney lançou a ideia, no final de 1968, de produzirem um L.P. ao vivo, gravado e filmado, perante uma audiência televisiva ou num cruzeiro às Caraíbas ou ao Mediterrâneo, mas esta última hipótese foi descartada, pois ninguém estava interessado em passar algum tempo juntos num navio, porque tinham consciência que as fracturas já existentes no grupo pudessem abrir brechas irreparáveis, com essa possível vivência intensa e diária, durante o cruzeiro.
Decidiram-se por uma situação intermédia, que começaria por serem filmados e gravados em um estúdio, ensaiando e agindo juntos, para depois se apresentarem algures ao vivo num grande show, mostrando aos seus fans e ao grande público como eles tinham funcionado e interactivado durante a sua carreira de indescritível sucesso.
Esse projecto teve o seu inicio em Janeiro de 1969, nos estúdios Twickenham, em Londres, sob o título "Get Back" e com as filmagens dirigidas por Michael Lindsay-Hogg, conforme vos mostramos no video abaixo, no qual se notam tensões disfarçadas e "alguma" anarquia.
O título original "Get Back" seria o espelho da intenção de um regresso às suas bases e origens musicais, que o grupo já tinha adoptado desde "Lady Madonna", em Fevereiro de 1968. Esse single já se distanciara da elaborada experimentação de estúdio, que os Beatles tinham seguido em 1966 e 1967, e mostrava um retorno ao Rock 'N' Roll directo, como aconteceu também na maior parte das canções do duplo-album "The Beatles" (o Álbum Branco).
O conceito de "Get Back" era dar uma chance para o grupo voltar às suas raízes (como retrata a capa ao lado), até com um retorno às actuações ao vivo, pela primeira vez desde 29 de Agosto de 1966 - último concerto ao vivo (talvez como prenda de aniversário do nosso popista Luís Arriaga).
O conceito de "Get Back" era dar uma chance para o grupo voltar às suas raízes (como retrata a capa ao lado), até com um retorno às actuações ao vivo, pela primeira vez desde 29 de Agosto de 1966 - último concerto ao vivo (talvez como prenda de aniversário do nosso popista Luís Arriaga).
Muitas horas de ensaio e desempenho foram filmados em Twickenham, de 2 a 14 de Janeiro de 1969.
O áudio foi capturado pela equipe de filmagem em gravadores de bobine mono "Nagra", com a intenção de ser usado como banda sonora do filme. É graças a esses gravadores "Nagra", que também estiveram a gravar as sessões da Apple Studios de 21 a 31 de Janeiro, que sobreviveram muitos dos trabalhos dos Beatles, que ocorreram nas sessões Get Back/Let It Be. |
Logo que começaram os trabalhos no projeto Get Back, ficou claro para os 4 Beatles que o seu entusiasmo colectivo era baixo. John Lennon estava usando heroína e raramente se entusiasmava com as sessões, e as discórdias entre o grupo levaram a que George Harrison saísse temporàriamente da banda.
Na época, os Beatles estavam desgastados e exaustos depois de passarem cinco meses gravando atribuladamente o Álbum Branco, e também tinham trabalhado em projetos da Apple para James Taylor, Mary Hopkin, Jackie Lomax, para além de obras a solo.
Em Twickenham, eles eram obrigados a manter os horários da indústria cinematográfica, o que significava começar a trabalhar às 8h30 todos os dias, contra os quais John Lennon se insurgia dizendo que às 8h30 ou às 10h00 ninguém está inspirado para compôr...mas as câmeras continuavam rolando o tempo todo e capturavam as tensões desse período frágil.
No entanto, houve muitos momentos de verdadeira inspiração, em que o humor e o calor entre os Beatles foram evidentes e suficientes para gravar mais um álbum, com músicas excepcionais e de uma qualidade musical eterna, como a faixa 6 do lado "A", "Let It Be", que deu o nome final ao álbum e que é uma composição de Paul McCartney, na qual pretende demonstrar o seu desalento por não conseguir motivar e manter o grupo unido, após a morte de Brian Epstein e na qual participam, para além dos 4 Beatles, Billy Preston no órgão e no piano eléctrico e Linda McCartney nos coros.
Na época, os Beatles estavam desgastados e exaustos depois de passarem cinco meses gravando atribuladamente o Álbum Branco, e também tinham trabalhado em projetos da Apple para James Taylor, Mary Hopkin, Jackie Lomax, para além de obras a solo.
Em Twickenham, eles eram obrigados a manter os horários da indústria cinematográfica, o que significava começar a trabalhar às 8h30 todos os dias, contra os quais John Lennon se insurgia dizendo que às 8h30 ou às 10h00 ninguém está inspirado para compôr...mas as câmeras continuavam rolando o tempo todo e capturavam as tensões desse período frágil.
No entanto, houve muitos momentos de verdadeira inspiração, em que o humor e o calor entre os Beatles foram evidentes e suficientes para gravar mais um álbum, com músicas excepcionais e de uma qualidade musical eterna, como a faixa 6 do lado "A", "Let It Be", que deu o nome final ao álbum e que é uma composição de Paul McCartney, na qual pretende demonstrar o seu desalento por não conseguir motivar e manter o grupo unido, após a morte de Brian Epstein e na qual participam, para além dos 4 Beatles, Billy Preston no órgão e no piano eléctrico e Linda McCartney nos coros.
No lado "A", para além de "Let It Be", aparece a abrir o disco, "Two Of Us", escrita por Paul McCartney àcerca dos problemas de negócios na "Apple" com os seus outros companheiros e do alívio que sente quando deita esses problemas para trás das costas e aproveita os momentos maravilhosos que passa com a Linda, na sua quinta e mansão nos verdes campos britânicos.
A faixa 2, "Dig A Pony", foi composta por John Lennon com uma letra non-sense, na qual se consegue aperceber uma referência aos primórdios dos Beatles - Johnny and The Moondogs, bem como a influência sentimental de Yoko Ono, com a única frase com algum significado: "All I Want Is You", que era o nome original desta canção. Nesta faixa, Billy Preston toca piano eléctrico.
A faixa seguinte é "Across The Universe", que foi gravada em 1968 e apareceu editada pela primeira vez, em 1969 no álbum "No One Gonna's Change Our World", um L.P. para ajudar o "World Wildlife Fund", onde aparecem também The Bee Gees, Cilla Black ou The Hollies, entre outros.
Propomos a audição do ensaio ("outtake") de "Across The Universe", uma linda composição, que mesmo não sendo a versão final, nem com misturas, nem o acompanhamento de George Martin no órgão Hammond, nem o coro feminino de Gayleen Pease e da brasileira Lizzie Bravo (duas fans que ficavam horas na rua em frente ao estúdio para tentar conseguir uma foto ou um autógrafo dos seus ídolos), que foram recrutadas aleatòriamente à porta do estúdio por Paul McCartney para gravarem os coros desta canção com os seus ídolos, uma vez que nessa sessão de gravações não estavam presentes nem Yoko Ono, nem Linda McCartney.
A faixa 2, "Dig A Pony", foi composta por John Lennon com uma letra non-sense, na qual se consegue aperceber uma referência aos primórdios dos Beatles - Johnny and The Moondogs, bem como a influência sentimental de Yoko Ono, com a única frase com algum significado: "All I Want Is You", que era o nome original desta canção. Nesta faixa, Billy Preston toca piano eléctrico.
A faixa seguinte é "Across The Universe", que foi gravada em 1968 e apareceu editada pela primeira vez, em 1969 no álbum "No One Gonna's Change Our World", um L.P. para ajudar o "World Wildlife Fund", onde aparecem também The Bee Gees, Cilla Black ou The Hollies, entre outros.
Propomos a audição do ensaio ("outtake") de "Across The Universe", uma linda composição, que mesmo não sendo a versão final, nem com misturas, nem o acompanhamento de George Martin no órgão Hammond, nem o coro feminino de Gayleen Pease e da brasileira Lizzie Bravo (duas fans que ficavam horas na rua em frente ao estúdio para tentar conseguir uma foto ou um autógrafo dos seus ídolos), que foram recrutadas aleatòriamente à porta do estúdio por Paul McCartney para gravarem os coros desta canção com os seus ídolos, uma vez que nessa sessão de gravações não estavam presentes nem Yoko Ono, nem Linda McCartney.
Lizzie Bravo lançou um livro - "Do Rio A Abbey Road" sobre esse momento único na sua vida (e um sonho para todos nós, jamais realizável), o qual ela descreve da seguinte forma:
"Ouvindo a minha voz em "Across The Universe", hoje em dia, ainda me soa incrível, quase surreal, me dar conta que estou num disco com esses quatro caras que mudaram o mundo!" |
A 4ª faixa é uma composição de George Harrison, "I Me Mine", uma canção que fala do egocentrismo que atacou cada um dos 4 Beatles. Esta faixa não tem a colaboração de John Lennon e sobre essa ausência George disse: "Dave Dee não estará mais conosco, mas temos ainda o Mickey, o Tich e eu, que vamos continuar a fazer um bom trabalho em estúdio".
A canção seguinte, "Dig It" é a 2ª composição em toda a carreira dos Beatles, que credencia os quatro Beatles como seus compositores (a 1ª foi "Flying" do álbum "Magical Mystery Tour").
"Dig It" é um "jam" de improvisação em estúdio, com Billy Preston no órgão Hammond e George Martin a acompanhar o ritmo com um "shaker".
O lado "A" de "Let It Be" fecha com "Maggie Mae", uma música tradicional inglesa, com arranjo musical dos fabulosos 4.
A canção seguinte, "Dig It" é a 2ª composição em toda a carreira dos Beatles, que credencia os quatro Beatles como seus compositores (a 1ª foi "Flying" do álbum "Magical Mystery Tour").
"Dig It" é um "jam" de improvisação em estúdio, com Billy Preston no órgão Hammond e George Martin a acompanhar o ritmo com um "shaker".
O lado "A" de "Let It Be" fecha com "Maggie Mae", uma música tradicional inglesa, com arranjo musical dos fabulosos 4.
Nas sessões em Twickenham, em Janeiro de 1969, os Beatles tocaram centenas versões parciais ou completas de originais seus ou de "covers" de outros artistas, variando entre o Rock 'N' Roll, músicas Pop ou canções tradicionais, algumas delas versões diferentes das que apareceram em álbuns anteriores ou que apareceriam nos seus primeiros álbuns a solo, tais como versões de "Love Me Do", "Child Of Nature", "Something", "Don't Let Me Down", "All Things Must Pass", ou canções de Chuck Berry, Buddy Holly, Bob Dylan, George Formby, The Beach Boys e outros, além de improvisações tipo Blues, "Jams" sem rumo musical e...muitas horas de diálogos.
Os Beatles trabalharam em Twickenham de 2 a 14 de Janeiro de 1969. No dia 10 de Janeiro, George Harrison deixou o grupo, por causa de desaguisados independentes com John Lennon e Paul McCartney.
Depois de George ter deixado as instalações de Twickenham, os outros três Beatles continuaram a ensaiar e gravar sem ele e a partir desse momento Yoko Ono começou a ensaiar alguns vocais durante as "jams", que os outros iam executando. Esta atitude da Yoko era como um desafio ou desabafo, visto que ela não podia interferir não só musicalmente, como nas opiniões ou decisões do grupo quando o George Harrison estivesse presente. George durante as gravações do "White Album" decidiu trazer para as gravações dos Beatles dois amigos dele - Billy Preston ("Get Back" e outras 4 canções neste novo álbum) e Eric Clapton ("While My Guitar Gently Weeps"), porque se sentia cada vez mais só no meio do grupo e por retaliação a John Lennon, que impunha a presença e interferência da Yoko Ono nas sessões de gravação dos Beatles desde Maio de 1968, o que George contestou desde a primeira hora e muito antes de Paul ou Ringo o fazerem.
Nas fitas de gravação pode-se ouvir John Lennon sugerindo que se Harrison não voltasse nos próximos dias, os restantes Beatles deveriam substituí-lo por Eric Clapton.
Depois de George ter deixado as instalações de Twickenham, os outros três Beatles continuaram a ensaiar e gravar sem ele e a partir desse momento Yoko Ono começou a ensaiar alguns vocais durante as "jams", que os outros iam executando. Esta atitude da Yoko era como um desafio ou desabafo, visto que ela não podia interferir não só musicalmente, como nas opiniões ou decisões do grupo quando o George Harrison estivesse presente. George durante as gravações do "White Album" decidiu trazer para as gravações dos Beatles dois amigos dele - Billy Preston ("Get Back" e outras 4 canções neste novo álbum) e Eric Clapton ("While My Guitar Gently Weeps"), porque se sentia cada vez mais só no meio do grupo e por retaliação a John Lennon, que impunha a presença e interferência da Yoko Ono nas sessões de gravação dos Beatles desde Maio de 1968, o que George contestou desde a primeira hora e muito antes de Paul ou Ringo o fazerem.
Nas fitas de gravação pode-se ouvir John Lennon sugerindo que se Harrison não voltasse nos próximos dias, os restantes Beatles deveriam substituí-lo por Eric Clapton.
No dia 15 de Janeiro, John, Paul e Ringo conseguiram convencer George Harrison a voltar, após uma reunião de 5 horas, na qual George impôs que só voltaria se a ideia de um show ao vivo fosse posta de lado e se as sessões de gravação deixassem de ser em Twickenham, um estúdio que ele considerava sombrio e sem o calor envolvente dos estúdios da Apple, em Savile Row, também em Londres, para onde o grupo então se mudou e onde foram feitas quase todas as gravações escolhidas para o L.P. "LET IT BE".
Este é mais um pequeno episódio que retrata o ambiente emocional no grupo.
Este é mais um pequeno episódio que retrata o ambiente emocional no grupo.
Acreditamos que a "Onda Pop" estava tão bem informada na época, que resolveu dividir o artigo sobre o L.P. ""LET IT BE" em dois artigos diferentes (Lado "A" e Lado "B"), tal como os Beatles dividiram as suas gravações em duas fases: Twickenham Studios e Apple Studios.
Terminamos este Lado "A" propondo a audição de um brevíssimo apanhado das gravações em Twickenham e na próxima edição da "Onda Pop", no Lado "B", analisaremos as canções que o compõem e desenvolveremos mais assuntos e curiosidades das gravações de "LET IT BE"...mas agora nas instalações da Apple, incluindo o célebre último concerto no terraço desse mesmo edifício a 30 de Janeiro de 1969.
Terminamos este Lado "A" propondo a audição de um brevíssimo apanhado das gravações em Twickenham e na próxima edição da "Onda Pop", no Lado "B", analisaremos as canções que o compõem e desenvolveremos mais assuntos e curiosidades das gravações de "LET IT BE"...mas agora nas instalações da Apple, incluindo o célebre último concerto no terraço desse mesmo edifício a 30 de Janeiro de 1969.
NÃO PERCA O LADO"B" NA "ONDA POP" - Nº93 !!! BEATLES FOREVER!!!
Se alguém ou alguma entidade, por qualquer motivo, se sentir ofendida com as opiniões expressas, ou considerar que uma música, vídeo, foto ou ilustração que apareça neste artigo viola os direitos autorais, por favor informe-nos imediatamente antes de enviar qualquer reclamação e saiba que a responsabilidade não é do site "Onda Pop.pt", nem dos seus proprietários, mas ùnicamente deste amigo e colaborador,
José Couto (Sgt. Couto)
Doutorado em "The Music Of The Beatles" e em "The History Of Rock 'N' Roll" ,
pela Universidade de Rochester (USA)
Doutorado em "The Music Of The Beatles" e em "The History Of Rock 'N' Roll" ,
pela Universidade de Rochester (USA)
Já foi assim nos anos 50 Nos 80 era assim Nesta década do século XXI assim
Jorge Ben nasceu no Rio de Janeiro há 72 anos e é um dos maiores artistas brasileiros e mundias com uma eclética discografia, numa mistura de Samba, Bossa Nova, Jazz e Rock 'N' Roll e é por muitos considerado o criador do samba-rock.
Jorge Duílio Lima Menezes já tentara ser extremo direito do Flamengo (seu clube do coração), passara pelo seminário e cantara no coro da igreja, aprendera a tocar órgão, violão e pandeiro, quando, em 1963, a mãe lhe ofereceu um violão no seu 18º aniversário e, então, resolveu ir-se apresentar no famoso "Beco das Garrafas", em Copacabana, o reduto da boemia bossanovista carioca da época. Chamou a atenção da gravadora "Polygram" e gravou, nesse mesmo ano, o seu 1º single, com temas da sua autoria: "Mas Que Nada" e "Por Causa De Você Menina".
"Mas Que Nada" tornou-se logo não só o seu 1º grande êxito brasileiro, mas uma das canções brasileiras mais conhecidas no estrangeiro, particularmente nos Estados Unidos, quando foi gravada pelo pianista e compositor brasileiro Sérgio Mendes, que era um dos expoentes máximos da Bossa Nova, embora "Mas Que Nada" fosse inovadora no seu ritmo, pois não era Bossa Nova e talvez se aproximasse mais de um Samba.
Jorge Duílio Lima Menezes já tentara ser extremo direito do Flamengo (seu clube do coração), passara pelo seminário e cantara no coro da igreja, aprendera a tocar órgão, violão e pandeiro, quando, em 1963, a mãe lhe ofereceu um violão no seu 18º aniversário e, então, resolveu ir-se apresentar no famoso "Beco das Garrafas", em Copacabana, o reduto da boemia bossanovista carioca da época. Chamou a atenção da gravadora "Polygram" e gravou, nesse mesmo ano, o seu 1º single, com temas da sua autoria: "Mas Que Nada" e "Por Causa De Você Menina".
"Mas Que Nada" tornou-se logo não só o seu 1º grande êxito brasileiro, mas uma das canções brasileiras mais conhecidas no estrangeiro, particularmente nos Estados Unidos, quando foi gravada pelo pianista e compositor brasileiro Sérgio Mendes, que era um dos expoentes máximos da Bossa Nova, embora "Mas Que Nada" fosse inovadora no seu ritmo, pois não era Bossa Nova e talvez se aproximasse mais de um Samba.
Este disco de Jorge Ben alcançou um sucesso inesperado, dando indícios de um novíssimo caminho para a nascente música popular brasileira da época, ainda sem rumo definido devido à incapacidade da Bossa Nova conseguir atingir os públicos mais jovens e populares, que naquela altura estavam prestes a transformar-se nos entusiasmados fãs da Jovem Guarda, a qual nasceria no ano seguinte, com a explosão da Beatlemania e a chegada do seu novo ídolo nacional: Roberto Carlos, que também se iniciara na Bossa Nova.
Ainda em 1963, Jorge Ben grava o seu 1º L.P. - "Samba Esquema Novo", onde para além de "Mas Que Nada", uma outra faixa fez bastante sucesso - "Chove Chuva".
Jorge gostava de Rock, de Samba, mas a surgente Bossa Nova foi quem o fez criar uma outra forma de tocar violão, dando a impressão que tinha uma escola de samba escondida nas seis cordas desse instrumento, o que se nota em realce nos seus 4 primeiros álbuns, onde o purismo estético da Bossa Nova, se mistura com um sambista tradicional com uma imaginação poética de uma lenga-lenga romântica-suburbana sensacional e transcendental, que seria a suprema razão pela sua distinção no cenário musical. |
Entre 1963 e 2004 lança 27 álbuns de estúdio, sendo o último - "Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum)", de onde destacamos a faixa "O Rei É Rosa Cruz", onde se continua a notar o seu bom humor carregado de crítica transcendental, mesmo depois de a partir de 1989 as suas composições se terem tornado mais pop com estilo "groove" e ter mudado o seu nome para Jorge Ben Jor. Esta mudança de nome artístico tem várias interpretações ou versões, desde ser uma questão de numerologia ou até para não ser confundido com cantor/compositor norte-americano George Benson, visto que nessa época Jorge Ben decidira explorar o mercado exterior, especialmente o dos Estados Unidos.
Em 1967, Jorge Ben ainda procurava um lugar ao sol e a Bossa Nova começava a perder o seu impacto com a ascensão da Jovem Guarda, movimento que trazia para o Brasil o som pop/rock inglês e americano dos Beatles, Roy Orbison, Rolling Stones, Johnny Rivers e de todos os artistas principais desses dois vulcões de sucessos musicais.
Para não perder o barco, Jorge Ben recruta um dos conjuntos pop/rock brasileiros emergentes nessa época, "The Fevers", e decide fundar a Jovem Samba, como resposta à Jovem Guarda. Ele participou nos programas televisivos "O Fino da Bossa" (comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues) e na Jovem Guarda (de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlea), tentando se integrar ou entrosar com alguma dessas correntes, mas as suas composições não eram Rock puro, nem Bossa Nova.
Em 1972, uma composição sua venceu o Festival Internacional da Canção da TV Globo: "Fio Maravilha", na interpretação da cantora Maria Alcina.
Para não perder o barco, Jorge Ben recruta um dos conjuntos pop/rock brasileiros emergentes nessa época, "The Fevers", e decide fundar a Jovem Samba, como resposta à Jovem Guarda. Ele participou nos programas televisivos "O Fino da Bossa" (comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues) e na Jovem Guarda (de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlea), tentando se integrar ou entrosar com alguma dessas correntes, mas as suas composições não eram Rock puro, nem Bossa Nova.
Em 1972, uma composição sua venceu o Festival Internacional da Canção da TV Globo: "Fio Maravilha", na interpretação da cantora Maria Alcina.
A estória de "Fio Maravilha" encerra várias curiosidades que merecem ser contadas nesta edição da "Onda Pop".
Fio Maravilha era o apelido que os adeptos do Flamengo escolheram para referenciar o seu futebolista João Batista de Sales.
Jorge Ben compôs esta canção para comemorar um jogo a que tinha ido assistir no famoso estádio do Maracanã, em Janeiro de 1972, e em que Fio Maravilha marcara um golo sensacional num torneio internacional contra o nosso famoso S.L.Benfica, mas dois anos mais tarde Jorge Ben mudou o nome da canção para "Filho Maravilha", devido a um processo jurídico movido contra ele pelos acessores jurídicos do jogador.
Nada melhor que ouvir o relato de todos estes episódios contadas pelos seus intervenientes, o qual proporcionamos no vídeo seguinte:
Fio Maravilha era o apelido que os adeptos do Flamengo escolheram para referenciar o seu futebolista João Batista de Sales.
Jorge Ben compôs esta canção para comemorar um jogo a que tinha ido assistir no famoso estádio do Maracanã, em Janeiro de 1972, e em que Fio Maravilha marcara um golo sensacional num torneio internacional contra o nosso famoso S.L.Benfica, mas dois anos mais tarde Jorge Ben mudou o nome da canção para "Filho Maravilha", devido a um processo jurídico movido contra ele pelos acessores jurídicos do jogador.
Nada melhor que ouvir o relato de todos estes episódios contadas pelos seus intervenientes, o qual proporcionamos no vídeo seguinte:
Aproveitando o estrondoso sucesso de "Fio Maravilha" é editado, ainda nesse ano, o álbum "Ben", que contém outra obra-prima original de Jorge Ben - "Taj Mahal", que conta a estória verdadeira de um amor sublime, que deu origem à edificação dessa maravilha mundial.
O álbum "Ben" foi a charneira entre uma nova fase esotérica e experimentalista que Jorge Ben inicia a partir de 1974 até ao princípio dos anos 80 e a fase anterior (1967/1972) que o tornou famoso e digno de ser considerado um dos maiores valores da música brasileira, durante a qual lançou, em 1969, a sua obra-prima: o L.P. - "Jorge Ben".
Em 1968 a Bossa Nova arrefecera, a Jovem Guarda iniciava uma fase descendente e Jorge Ben, sempre na tentativa de pertencer a uma tribo musical, aparece no programa televisivo "Divino Maravilhoso" de Caetano Veloso e Gilberto Gil, que era o porta-voz nacional de uma nova corrente musical ligada aos Hippies e ao Psicadelismo - o Tropicalismo.
Os tropicalistas aproximaram-se dele por conta da sua capacidade de fusão de diferentes estilos musicais, que incluía a reinterpretação do Samba.
Este momento é vital, como influência na obra musical de Jorge Ben, e ficaria expresso no seu sexto disco de nome homónimo do seu e que iniciou a sua fase na gravadora/editora "Phillips".
Este disco é sensacional, não só em termos de arranjos musicais e vocais, mas nas novas instrumentalizações e, sobretudo, na qualidade de todas as composições que constituem os lados "A" e "B" deste L.P.. Parece uma colectânea de sucessos com poemas quotidianos e suburbanos como "Charles Anjo 45" e "Bebete Vambora", com viagens psicadélicas modernas - "Barbarella" e "Take Easy My Brother Charles" ou com canções de amor, como "Cadê Teresa" e "Domingas", feitas para a sua futura esposa, Domingas Terezinha Inaímo Menezes.
Os tropicalistas aproximaram-se dele por conta da sua capacidade de fusão de diferentes estilos musicais, que incluía a reinterpretação do Samba.
Este momento é vital, como influência na obra musical de Jorge Ben, e ficaria expresso no seu sexto disco de nome homónimo do seu e que iniciou a sua fase na gravadora/editora "Phillips".
Este disco é sensacional, não só em termos de arranjos musicais e vocais, mas nas novas instrumentalizações e, sobretudo, na qualidade de todas as composições que constituem os lados "A" e "B" deste L.P.. Parece uma colectânea de sucessos com poemas quotidianos e suburbanos como "Charles Anjo 45" e "Bebete Vambora", com viagens psicadélicas modernas - "Barbarella" e "Take Easy My Brother Charles" ou com canções de amor, como "Cadê Teresa" e "Domingas", feitas para a sua futura esposa, Domingas Terezinha Inaímo Menezes.
Este disco marca também a sua associação com o Trio Mocotó, que o acompanharia nos próximos álbums "Força Bruta" (1970) e "Negro É Lindo" (1971), bem como a sua ligação inequívoca com o movimento dos Tropicalistas e da Tropicália, que se expressa, com um poema optimista de alívio com o fim feliz de um relacionamento em "Que Pena" (que apresentamos num momento único de beleza com a tropicalista Gal Costa) e com a letra psicadélica e bem humorada de "Quem Foi Que Roubou A Sopeira De Porcelana Chinesa Que A Vovó Ganhou Da Baronesa?".
Se todas estas delícias não fossem suficientes para que o álbum "Jorge Ben" fosse considerado um disco essencial em qualquer colecção de audiófilos, então imaginem que ainda faltava a cereja em cima do bolo e que se chama "País Tropical", canção essa que é considerado um hino nacional informal e que é essencialmente o hino da Tropicália e do Tropicalismo, que neste biénio 2017/18 celebram o 50º aniversário da sua influência musical e cultural no Brasil, o que relembraremos e homenagearemos a seguir.
A Tropicália e o Tropicalismo são dois movimentos diferentes que se confundem e vêm a interagir, daí uma certa promiscuidade na utilização de ambos os nomes.
As razões da divisão entre Tropicália e Tropicalismo musical ocorreram devido à necessidade de demarcar dois eixos históricos de acção cultural no Brasil dos anos 1950-1960.
Um, vindo dos desdobramentos do movimento neoconcreto carioca, do cinema novo e dos debates ao redor da Nova Objetividade Brasileira. Outro, vindo da experiência de jovens músicos, poetas e intelectuais baianos ao redor dos dilemas da música popular brasileira – MPB no âmbito da cultura de massas e da contracultura mundial, como o marcante álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", o Verão do Amor e os Hippies. Em 1968, esses dois eixos radicais de pensamento sobre a modernidade brasileira confluem em acções comuns que resultam no que viria a se chamar então de Tropicalismo. O papel do movimento musical foi fundamental para a expansão das ideias contidas na cultura intelectual da Tropicália, levando debates no âmbito das artes visuais para a cultura de massas, programas de televisão, entrevistas em jornais e shows pelo país.
A Tropicália começou por ser o nome da obra que o artista plástico Hélio Oiticica exibiu na exposição “Nova Objetividade Brasileira”, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em Abril de 1967.
Essa obra da estética do movimento era formada por três penetráveis, por poemas de Roberta Salgado (cunhada de Oiticica) e por elementos relacionados a representações dos trópicos — como plantas e araras, instalados nos jardins do museu.
Os 3 penetráveis eram cabines com pequenos labirintos apertados com uma arquitectura improvisada, semelhante à das favelas, num cenário tropical.
As razões da divisão entre Tropicália e Tropicalismo musical ocorreram devido à necessidade de demarcar dois eixos históricos de acção cultural no Brasil dos anos 1950-1960.
Um, vindo dos desdobramentos do movimento neoconcreto carioca, do cinema novo e dos debates ao redor da Nova Objetividade Brasileira. Outro, vindo da experiência de jovens músicos, poetas e intelectuais baianos ao redor dos dilemas da música popular brasileira – MPB no âmbito da cultura de massas e da contracultura mundial, como o marcante álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", o Verão do Amor e os Hippies. Em 1968, esses dois eixos radicais de pensamento sobre a modernidade brasileira confluem em acções comuns que resultam no que viria a se chamar então de Tropicalismo. O papel do movimento musical foi fundamental para a expansão das ideias contidas na cultura intelectual da Tropicália, levando debates no âmbito das artes visuais para a cultura de massas, programas de televisão, entrevistas em jornais e shows pelo país.
A Tropicália começou por ser o nome da obra que o artista plástico Hélio Oiticica exibiu na exposição “Nova Objetividade Brasileira”, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em Abril de 1967.
Essa obra da estética do movimento era formada por três penetráveis, por poemas de Roberta Salgado (cunhada de Oiticica) e por elementos relacionados a representações dos trópicos — como plantas e araras, instalados nos jardins do museu.
Os 3 penetráveis eram cabines com pequenos labirintos apertados com uma arquitectura improvisada, semelhante à das favelas, num cenário tropical.
O público caminhava descalço, pisando na areia, na brita ou na água, experimentando sensações, até chegar ao “labirinto imagético”, onde se defrontava com um aparelho de televisão ligado, sem imagem, cuja ideia era que a imagem dessa televisão ligada sugasse os seus sentidos de tudo o que tinha vivenciado nos labirintos tipo favelas e, assim, se apercebesse do risco que essa nova cultura de massas, que era e ainda é a televisão, o fizesse esquecer a realidade. Era a nova imagem do Brasil, os meios de comunicação de massa contrastando com a miséria nacional, sendo assim uma provocação contra as condições de vida dentro de uma sociedade determinada por um trabalho autoritário e com uma parcela significativa da população vivendo na pobreza à margem da modernidade industrial.
Não era apenas um conjunto de elementos acústicos, tácteis, visuais e semânticos descobertos a partir do envolvimento físico do espectador, que formalizou uma nova idéia de arte, a Tropicália, era uma posição ética diante da sociedade.
Não era apenas um conjunto de elementos acústicos, tácteis, visuais e semânticos descobertos a partir do envolvimento físico do espectador, que formalizou uma nova idéia de arte, a Tropicália, era uma posição ética diante da sociedade.
Oiticica quando pensou no conceito da Tropicália como uma coisa ampla, não contava com a repercussão nem que se ía transformar num movimento artístico cultural, que contagiou o cenário brasileiro e que pregava uma integração entre as linguagens artísticas: artes plásticas, dança, representações teatrais e a música.
A Tropicália inventada por Hélio Oiticica, não era a criação do mito tropicalista de araras e bananeiras, como foi divulgado, mas sim uma posição crítica diante de problemas e impasses na arte, na cultura e na política, advinda de um sentimento de responsabilidade da vanguarda para com a linguagem e expressão nacional, num país que se encontrava sob o domínio da ditadura militar, desde 1964.
Tinha uma pretensão explícita de objectivar uma linguagem brasileira de vanguarda que pretendia derrubar todas as morais, romper as estruturas estabelecidas e todo tipo de conformismo...uma herança anarquista - “A anarquia é o expoente máximo de uma democracia, sem coerção e com extrema educação”.
A Tropicália inventada por Hélio Oiticica, não era a criação do mito tropicalista de araras e bananeiras, como foi divulgado, mas sim uma posição crítica diante de problemas e impasses na arte, na cultura e na política, advinda de um sentimento de responsabilidade da vanguarda para com a linguagem e expressão nacional, num país que se encontrava sob o domínio da ditadura militar, desde 1964.
Tinha uma pretensão explícita de objectivar uma linguagem brasileira de vanguarda que pretendia derrubar todas as morais, romper as estruturas estabelecidas e todo tipo de conformismo...uma herança anarquista - “A anarquia é o expoente máximo de uma democracia, sem coerção e com extrema educação”.
A obra “Tropicália” de Hélio Oiticica contagiou uma série de pessoas e de ideias:
- O cineasta Glauber Rocha e o seu famoso filme de 1967, “Terra Em Transe”, que é uma uma grande parábola da história do Brasil no período 1960-66, na medida em que metaforiza através dos seus personagens de diferentes tendências políticas presentes no Brasil, realizando uma exaustiva crítica de todos aqueles que participaram desse processo político, incluindo as diferentes correntes da chamada esquerda brasileira.
Esse foi um dos motivos pelos quais foi tão mal recebido pela crítica e pelos intelectuais nacionais.
Esse foi um dos motivos pelos quais foi tão mal recebido pela crítica e pelos intelectuais nacionais.
- O dramaturgo, encenador e director de teatro José Celso (José Celso Martinez Corrêa), que com a sua inquietude e irreverência realizou trabalhos de carácter inovador, como as encenações de "Na Selva das Cidades" (1969), obra de Bertolt Bretch que trata da profunda crise que atravessava o país e a sua classe artística e de “O Rei da Vela” (1967), de Oswald de Andrade − espetáculo-manifesto tornado emblema do movimento tropicalista, cujas personagens, membros da elite burguesa e rural, são retratadas como ridículas e decadentes, envolvidas em falcatruas, exploração, falta de moralidade e sexualidade conturbada. Trata-se da fábula de um industrial de velas, arruinado sob o peso de aflitivos empréstimos bancários (retratando assim a condição subdesenvolvida do país, alvo de uma mentalidade tacanha, autoritária e erigida sobre aparências) e da sua tentativa de conjugar os interesses da burguesia com a falida aristocracia do café... mas nem assim a sua economia será salva.
- Rubens Gerchman, artista plástico ligado a tendências vanguardistas como o psicadelismo e influenciado pela arte concreta e neoconcreta. Em 1965, participa na Bienal de São Paulo e na "Mostra Opinião-65", no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a partir da qual adopta uma perspectiva estética da pop-art americana e do novo realismo europeu. Participaram, para além de Gerchman, Hélio Oiticica, Vergara, Ivan Serpa, Flávio Império, Roberto Magalhães, entre outros.
- Em 1967, o artista organiza na galeria G-4, no Rio de Janeiro, a primeira exposição individual de Hélio Oiticica. Participa também na exposição "Nova Objetividade Brasileira" com Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Glauco Rodrigues, Ivan Serpa, Flávio Império, Roberto Magalhães, Ferreira Gullar, Geraldo de Barros, Sérgio Ferro e outros.
- Em 1967, o artista organiza na galeria G-4, no Rio de Janeiro, a primeira exposição individual de Hélio Oiticica. Participa também na exposição "Nova Objetividade Brasileira" com Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Glauco Rodrigues, Ivan Serpa, Flávio Império, Roberto Magalhães, Ferreira Gullar, Geraldo de Barros, Sérgio Ferro e outros.
- Rogério Duarte, artista gráfico, músico, compositor, poeta, tradutor e professor universitário, no início dos anos 60 é enviado para o Rio de Janeiro, para estudar arte industrial.
Mais tarde, já trabalhando como designer, criou – entre muitos outros – os cartazes dos filmes "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Idade da Terra", do diretor Glauber Rocha, de quem era amigo. Participou do Tropicalismo como mentor intelectual, criador das capas dos principais discos do movimento e como co-autor de algumas músicas com Gil e com Caetano. Produziu também capas de álbuns de outros grandes artistas da MPB, como Gal Costa, João Gilberto ou Jorge Ben.
Mais tarde, já trabalhando como designer, criou – entre muitos outros – os cartazes dos filmes "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Idade da Terra", do diretor Glauber Rocha, de quem era amigo. Participou do Tropicalismo como mentor intelectual, criador das capas dos principais discos do movimento e como co-autor de algumas músicas com Gil e com Caetano. Produziu também capas de álbuns de outros grandes artistas da MPB, como Gal Costa, João Gilberto ou Jorge Ben.
- Luís Carlos Maciel, filósofo, escritor, jornalista e roteirista brasileiro, conhecido como o "guru da contracultura", destacou-se nos anos 1960 e 70 através das suas ideias "underground".
Em 1959 recebeu uma bolsa de estudos para a Escola de Teatro da Universidade da Bahia. Nessa ocasião, conheceu Gláuber Rocha, João Ubaldo Ribeiro e Caetano Veloso, entre outros. Foi, inclusivé, o actor principal da curta-metragem de Glauber, "A Cruz Na Praça".
Foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim", em 1969.
Em 1959 recebeu uma bolsa de estudos para a Escola de Teatro da Universidade da Bahia. Nessa ocasião, conheceu Gláuber Rocha, João Ubaldo Ribeiro e Caetano Veloso, entre outros. Foi, inclusivé, o actor principal da curta-metragem de Glauber, "A Cruz Na Praça".
Foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim", em 1969.
- O empresário e produtor carioca Guilherme Araújo fez um curso de direcção de teatro, produziu e dirigiu o musical "Dentro da Noite", na TV Tupi carioca. Estudou televisão na Itália e na Alemanha. No seu regresso, foi assistente do produtor Aloysio de Oliveira, na gravadora "Elenco".
Em 1966, dirigiu e co-roteirizou o show "Recital", de Maria Bethânia, na boîte Cangaceiro, no Rio de Janeiro, tornando-se logo empresário da cantora. Foi assim o início da longa colaboração com o grupo baiano, formado também por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, desempenhando papel relevante no movimento tropicalista pela sua aguçada visão artística como empresário, pois foi ele quem propôs a Caetano Veloso que este compusesse uma composição de nome "Tropicália", durante o sucesso da exposição de Hélio Oiticica com esse nome.
Essa ligação músicos tropicalistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Nara Leão, o conjunto Rock -"Os Mutantes" e os maestros Rogério Duprat e Júlio Medaglia, bem como poetas baianos (Torquato Neto e José Carlos Capinam) com a arte de Oiticica e os outros vanguardistas cariocas, foi a fusão do Tropicalismo com a Tropicália.
O movimento tropicalista consistiu numa linguagem expressa nas artes plásticas, música, cinema e teatro, absorvendo o melhor de várias culturas, como elementos indígenas, africanos, norte-americanos e europeus, formando uma revolucionária e múltipla cultura brasileira de norte a sul, num país massacrado pela ditadura.
Ser tropicalista era pensar e propor uma nova imagem do Brasil. Ao se apropriar de elementos transgressores da arte mundial, da cultura de massas e da música pop, o intuito dos seus participantes era universalizar não só a música popular, mas toda a cultura brasileira.
O movimento trouxe a polémica introdução da guitarra e do baixo eléctricos nos arranjos das suas canções, rompendo o tradicional formato acústico da música popular brasileira. Essas influências internacionais foram desde os Beatles e o seu álbum experimental "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band" até à guitarra de Jimi Hendrix e o canto de Janis Joplin. Também foram de grande relevância dois extremos musicais: o movimento pop da Jovem Guarda e a participação dos maestros eruditos do grupo Música Nova, sobretudo do genial Rogério Duprat.
Em 1966, dirigiu e co-roteirizou o show "Recital", de Maria Bethânia, na boîte Cangaceiro, no Rio de Janeiro, tornando-se logo empresário da cantora. Foi assim o início da longa colaboração com o grupo baiano, formado também por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, desempenhando papel relevante no movimento tropicalista pela sua aguçada visão artística como empresário, pois foi ele quem propôs a Caetano Veloso que este compusesse uma composição de nome "Tropicália", durante o sucesso da exposição de Hélio Oiticica com esse nome.
Essa ligação músicos tropicalistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Nara Leão, o conjunto Rock -"Os Mutantes" e os maestros Rogério Duprat e Júlio Medaglia, bem como poetas baianos (Torquato Neto e José Carlos Capinam) com a arte de Oiticica e os outros vanguardistas cariocas, foi a fusão do Tropicalismo com a Tropicália.
O movimento tropicalista consistiu numa linguagem expressa nas artes plásticas, música, cinema e teatro, absorvendo o melhor de várias culturas, como elementos indígenas, africanos, norte-americanos e europeus, formando uma revolucionária e múltipla cultura brasileira de norte a sul, num país massacrado pela ditadura.
Ser tropicalista era pensar e propor uma nova imagem do Brasil. Ao se apropriar de elementos transgressores da arte mundial, da cultura de massas e da música pop, o intuito dos seus participantes era universalizar não só a música popular, mas toda a cultura brasileira.
O movimento trouxe a polémica introdução da guitarra e do baixo eléctricos nos arranjos das suas canções, rompendo o tradicional formato acústico da música popular brasileira. Essas influências internacionais foram desde os Beatles e o seu álbum experimental "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band" até à guitarra de Jimi Hendrix e o canto de Janis Joplin. Também foram de grande relevância dois extremos musicais: o movimento pop da Jovem Guarda e a participação dos maestros eruditos do grupo Música Nova, sobretudo do genial Rogério Duprat.
Rogério Duprat no início dos anos 60, integrou o movimento de vanguarda erudita Música Nova, ao lado de Júlio Medaglia, Damiano Cozzella e Gilberto Mendes, entre outros.
Ainda nos anos 60, viajou para Europa, onde estudou em França, com o compositor Pierre Boulez, e na Alemanha, com Karleinz Stockhausen.
De volta, dedicou-se à criação de peças experimentais em computador, com Damiano Cozzella. Na Universidade de Brasília, onde leccionou, fez parte de "happenings" e manifestações de música aleatória.
A sua intervenção musical foi das mais relevantes no Tropicalismo, pois foi o arranjador da maioria dos discos do movimento. Os seus arranjos aliaram erudição, ousadia e inventividade.
Um deles, o de “Domingo No Parque”, classificou-se como o melhor do III Festival de MPB da TV Record, em 1967.
Na década seguinte, o maestro dividiu as suas atividades entre arranjador e produtor musical para o mercado publicitário. Assinou arranjos para Chico Buarque, Nara Leão, Walter Franco, Jair Rodrigues, Gal Costa, Rita Lee e muitos outros, até decidir afastar-se das actividades artísticas por problemas auditivos. Rogério Duprat faleceu em Outubro de 2006, na cidade de São Paulo.
Ainda nos anos 60, viajou para Europa, onde estudou em França, com o compositor Pierre Boulez, e na Alemanha, com Karleinz Stockhausen.
De volta, dedicou-se à criação de peças experimentais em computador, com Damiano Cozzella. Na Universidade de Brasília, onde leccionou, fez parte de "happenings" e manifestações de música aleatória.
A sua intervenção musical foi das mais relevantes no Tropicalismo, pois foi o arranjador da maioria dos discos do movimento. Os seus arranjos aliaram erudição, ousadia e inventividade.
Um deles, o de “Domingo No Parque”, classificou-se como o melhor do III Festival de MPB da TV Record, em 1967.
Na década seguinte, o maestro dividiu as suas atividades entre arranjador e produtor musical para o mercado publicitário. Assinou arranjos para Chico Buarque, Nara Leão, Walter Franco, Jair Rodrigues, Gal Costa, Rita Lee e muitos outros, até decidir afastar-se das actividades artísticas por problemas auditivos. Rogério Duprat faleceu em Outubro de 2006, na cidade de São Paulo.
Se Rogério Duprat foi o grande maestro e arranjador do Tropicalismo, Capinam e Torquato Neto são considerados os grandes poetas e letristas desse movimento:
- José Carlos Capinan é baiano e em 1963, depois de uma fase em Salvador, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como publicitário e começou a compor.
Em 1967, venceu o III Festival de MPB da TV Record com “Ponteio”, feita em parceria com Edu Lobo.
Naquele ano, explodiu o Tropicalismo, do qual participou como destacado letrista. À época, escreveu o texto de um grande clássico do movimento, “Soy Loco por Ti, América”, além de “Miserere Nobis”, ambos musicados por Gilberto Gil.
Aliás, Gil e Edu Lobo tornaram-se os seus principais parceiros na década de 60.
Com Jards Macalé, também parceiro dessa época, escreveu “Gotham City”, que teve uma polêmica apresentação no IV Festival Internacional da Canção, da TV Globo, no Rio, em 1969.
Após a partida de Gil e Caetano para o exílio em Londres, em 1969, Capinan, Macalé e Gal Costa deram continuidade ao clima experimental e às tentativas de inovação na música popular brasileira.
Em 1967, venceu o III Festival de MPB da TV Record com “Ponteio”, feita em parceria com Edu Lobo.
Naquele ano, explodiu o Tropicalismo, do qual participou como destacado letrista. À época, escreveu o texto de um grande clássico do movimento, “Soy Loco por Ti, América”, além de “Miserere Nobis”, ambos musicados por Gilberto Gil.
Aliás, Gil e Edu Lobo tornaram-se os seus principais parceiros na década de 60.
Com Jards Macalé, também parceiro dessa época, escreveu “Gotham City”, que teve uma polêmica apresentação no IV Festival Internacional da Canção, da TV Globo, no Rio, em 1969.
Após a partida de Gil e Caetano para o exílio em Londres, em 1969, Capinan, Macalé e Gal Costa deram continuidade ao clima experimental e às tentativas de inovação na música popular brasileira.
- Torquato Neto, letrista, poeta e jornalista, nasceu em Teresina em 1944. Depois viveu em Salvador e, a partir de 1963, no Rio, onde cursou Jornalismo. Trabalhou nas redações do "Correio da Manhã" e de "O Sol", onde assinou durante quase um ano a coluna "Música Popular", de crítica musical.
Trabalhou também em agências de publicidade e na gravadora Philips.
Entre as suas primeiras letras está “Louvação”, lançada com sucesso por Elis Regina e, em seguida, pelo seu co-autor, Gilberto Gil, em 1967. Naquele ano, estoirou o Tropicalismo, no qual Torquato Neto brilhou como excepcional letrista. A sua grande contribuição para o movimento foram as letras da canção-manifesto “Geléia Geral”, de “Marginália 2”, de “Mamãe Coragem” e de “Deus Vos Salve Esta Casa Santa” (as duas primeiras com Gilberto Gil, e as duas últimas com Caetano Veloso).
Edu Lobo e Jards Macalé foram dois outros importantes parceiros de Torquato Neto.
Em 1971 e 1972, Torquato escreveu a polêmica coluna no jornal "Última Hora", intitulada "Geléia Geral", expressão do poeta Décio Pignatari que se tornou título da canção-manifesto de Torquato Neto e Gilberto Gil, e que apresentava o Brasil na forma de um País cuja sociedade dividida e contraditória vivia no limiar da modernidade (fórmica, televisão, etc), mas ainda presa à tradição cultural e religiosa (bumba-meu-boi, congado, boi de mamão, etc).
Trabalhou também em agências de publicidade e na gravadora Philips.
Entre as suas primeiras letras está “Louvação”, lançada com sucesso por Elis Regina e, em seguida, pelo seu co-autor, Gilberto Gil, em 1967. Naquele ano, estoirou o Tropicalismo, no qual Torquato Neto brilhou como excepcional letrista. A sua grande contribuição para o movimento foram as letras da canção-manifesto “Geléia Geral”, de “Marginália 2”, de “Mamãe Coragem” e de “Deus Vos Salve Esta Casa Santa” (as duas primeiras com Gilberto Gil, e as duas últimas com Caetano Veloso).
Edu Lobo e Jards Macalé foram dois outros importantes parceiros de Torquato Neto.
Em 1971 e 1972, Torquato escreveu a polêmica coluna no jornal "Última Hora", intitulada "Geléia Geral", expressão do poeta Décio Pignatari que se tornou título da canção-manifesto de Torquato Neto e Gilberto Gil, e que apresentava o Brasil na forma de um País cuja sociedade dividida e contraditória vivia no limiar da modernidade (fórmica, televisão, etc), mas ainda presa à tradição cultural e religiosa (bumba-meu-boi, congado, boi de mamão, etc).
Nesse espaço de tempo, Torquato militou até a exaustão pelo cinema marginal, combateu o Cinema Novo e a música comercial e lutou pelos direitos autorais. De temperamento complexo, com internações psiquiátricas e problemas profissionais, suicidou-se em 1972, no Rio de Janeiro.
Vale a pena ver o pequeno video sobre a vida artística de Torquato Neto, até para se aperceberem melhor dessa época revolucionária e extravagante no Brasil, mas muito influenciada pelo "Summer Of Love" (vidé Onda Pop Nº89).
Vale a pena ver o pequeno video sobre a vida artística de Torquato Neto, até para se aperceberem melhor dessa época revolucionária e extravagante no Brasil, mas muito influenciada pelo "Summer Of Love" (vidé Onda Pop Nº89).
Toda essa “geleia geral” era louvada pelos tropicalistas em prol da liberdade e da inovação.
As suas acções foram, nos dizeres de Décio Pignatari, a “medula e osso” na renovação da cultura brasileira.
A síntese e aglutinação entre a banda de pífaros de Caruaru e "Sgt. Peppers" dos Beatles resultou num produto musical brasileiro e universal, renovador dos impasses típicos do pensamento de esquerda dessa época que dividia a produção cultural entre engajados (brasileiros populares) e alienados (estrangeiros massificados).
O Tropicalismo ocorreu num momento chave na história cultural brasileira e 1967 foi o ano em que, num único festival, todos esses movimentos e movimentações ao redor da música popular brasileira se concretizaram e explodiram para todo o público através das redes televisivas.
Falamos do 3º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, o festival que mudou para sempre a música popular brasileira.
Foi uma festa protagonizada por garotos de pouco mais de 20 anos. Era também uma batalha, que se desenrolava simultaneamente no palco e nos bastidores. No palco, a disputa era entre "Alegria, Alegria" de Caetano Veloso; "Roda Viva" de Chico Buarque da Holanda; "Domingo no Parque" de Gilberto Gil; "Ponteio" de Edu Lobo e a obscura "Maria, Carnaval e Cinzas" de Roberto Carlos, a única a não entrar para a história da MPB. Mas era também o conflito entre o violão acústico e a guitarra eléctrica, entre a MPB “tradicional” e a novidade do nascente Tropicalismo.
Era também uma disputa de vestuário, pois enquanto os mais tradicionais se apresentavam de smoking, os tropicalistas apresentavam-se vestidos informalmente ou "fantasiados" (como a organização os definiu), numa autêntica batalha de bastidores na tentativa de garantir que tudo desse certo e que nenhum artista se apresentasse vestido de forma inconveniente.
Nada melhor que assistir ao filme documentário "Uma Noite Em 67", que vos propomos visionar pelo "youtube":
As suas acções foram, nos dizeres de Décio Pignatari, a “medula e osso” na renovação da cultura brasileira.
A síntese e aglutinação entre a banda de pífaros de Caruaru e "Sgt. Peppers" dos Beatles resultou num produto musical brasileiro e universal, renovador dos impasses típicos do pensamento de esquerda dessa época que dividia a produção cultural entre engajados (brasileiros populares) e alienados (estrangeiros massificados).
O Tropicalismo ocorreu num momento chave na história cultural brasileira e 1967 foi o ano em que, num único festival, todos esses movimentos e movimentações ao redor da música popular brasileira se concretizaram e explodiram para todo o público através das redes televisivas.
Falamos do 3º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, o festival que mudou para sempre a música popular brasileira.
Foi uma festa protagonizada por garotos de pouco mais de 20 anos. Era também uma batalha, que se desenrolava simultaneamente no palco e nos bastidores. No palco, a disputa era entre "Alegria, Alegria" de Caetano Veloso; "Roda Viva" de Chico Buarque da Holanda; "Domingo no Parque" de Gilberto Gil; "Ponteio" de Edu Lobo e a obscura "Maria, Carnaval e Cinzas" de Roberto Carlos, a única a não entrar para a história da MPB. Mas era também o conflito entre o violão acústico e a guitarra eléctrica, entre a MPB “tradicional” e a novidade do nascente Tropicalismo.
Era também uma disputa de vestuário, pois enquanto os mais tradicionais se apresentavam de smoking, os tropicalistas apresentavam-se vestidos informalmente ou "fantasiados" (como a organização os definiu), numa autêntica batalha de bastidores na tentativa de garantir que tudo desse certo e que nenhum artista se apresentasse vestido de forma inconveniente.
Nada melhor que assistir ao filme documentário "Uma Noite Em 67", que vos propomos visionar pelo "youtube":
Após o grande impacto das actuações de Caetano Veloso e Gilberto Gil nesse III Festival da TV Record, a Phillips resolveu produzir e editar o L.P. "Tropicália", onde pontificam Os Mutantes, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão, com arranjos musicais do maestro Rogério Duprat e alguns poemas de Capinam e Torquato Neto.
Neste L.P. que ficou em segundo lugar na lista dos 100 melhores discos da música brasileira, feita pela revista Rolling Stone Brasil, em Outubro de 2007, realçamos as faixas "Panis Et Circenses" de Os Mutantes, "Baby" de Gal Costa e Caetano Veloso, "Parque Industrial" de Tom Zé, "Geleia Geral" de Gilberto Gil e "Lindoneia" de Nara Leão, uma canção que tem como inspiração a obra de arte de Rubens Gerchman - "A Bela Lindoneia", considerada a Gioconda dos subúrbios artísticos brasileiros, e cuja letra promove a narrativa de uma jovem brasileira que morre aos 18 anos sem conhecer o amor, fazendo jus ao título do quadro: "Um Amor Impossível".
Neste L.P. que ficou em segundo lugar na lista dos 100 melhores discos da música brasileira, feita pela revista Rolling Stone Brasil, em Outubro de 2007, realçamos as faixas "Panis Et Circenses" de Os Mutantes, "Baby" de Gal Costa e Caetano Veloso, "Parque Industrial" de Tom Zé, "Geleia Geral" de Gilberto Gil e "Lindoneia" de Nara Leão, uma canção que tem como inspiração a obra de arte de Rubens Gerchman - "A Bela Lindoneia", considerada a Gioconda dos subúrbios artísticos brasileiros, e cuja letra promove a narrativa de uma jovem brasileira que morre aos 18 anos sem conhecer o amor, fazendo jus ao título do quadro: "Um Amor Impossível".
Após o sucesso deste cartão de apresentação musical destes novos artistas no cenário brasileiro, deu-se o lançamento de vários álbuns emblemáticos e imperdíveis, que representam a qualidade musical do Tropicalismo.
Destas obras-primas do Tropicalismo, escolhemos temas menos conhecidos de L.P.s quase ignorados de Ronnie Von e do emblemático álbum "Canto Aberto", de onde destacamos Luiz Carlos Sá e o obscuro Piti, um cantor de quem se sabe muito pouco, ou pràticamente nada.
A irreverência e o sentido de liberdade do Tropicalismo atemorizou as autoridades brasileiras da época e levou a perseguições, prisões e exílios de alguns dos tropicalistas, como aconteceu com Caetano Veloso e Gilberto Gil. Só que no caso de Caetano Veloso o móbil do "crime" que alegaram para o prender e enviar para o exílio não foi nem uma música, nem alguma letra ou poema...foi um "banner" ou bandeira como dizem os brasileiros, criado por Hélio Oiticica. Nada melhor do que ouvir essa estória mirabolante que nos é contada pelos protagonistas no video, que abaixo vos apresentamos.
Caetano Veloso e Gilberto Gil durante o seu exílio estiveram em Inglaterra a maior parte do tempo, mas passaram por Itália e por Portugal, onde ensaiaram e fizeram alguns "jams" com José Cid e ToZé Brito, para além de terem sido entrevistados, no programa "Zip-Zip", por Raúl Solnado, conforme o comprova o video seguinte:
O Tropicalismo foi um movimento de ruptura, inovador, aberto e incorporador que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968, misturando o rock com bossa nova, com samba, com rumba, com bolero, e até com baião. A sua influência quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no país entre o pop/rock e o folclore, a alta cultura e a cultura de massas, a tradição e a vanguarda, assumindo atitudes experimentais para a época.
O movimento da Tropicália começou e terminou durante a ditadura, mas a sua influência não morreu, pois os seus debates mudaram o rumo da história brasileira e para resumir essa influência e este nosso artigo sobre a Tropicália e o Tropicalismo, apresentamos a explicação, bem ao seu estilo excêntrico, quase esotérico, de um dos expoentes máximos desses movimentos:
o cantor, músico e compositor Tom Zé.
O movimento da Tropicália começou e terminou durante a ditadura, mas a sua influência não morreu, pois os seus debates mudaram o rumo da história brasileira e para resumir essa influência e este nosso artigo sobre a Tropicália e o Tropicalismo, apresentamos a explicação, bem ao seu estilo excêntrico, quase esotérico, de um dos expoentes máximos desses movimentos:
o cantor, músico e compositor Tom Zé.
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José Couto (Sgt. Couto)
Os POP FIVE MUSIC INCORPORATED foram um dos conjuntos mais promissores em Portugal no final dos anos 60 e início dos anos 70. Um dos seus fundadores foi Tozé Brito, daí a oportunidade de falarmos com um dos mais importantes nomes do Pop/Rock nacional, apesar de na data da edição desta "Onda Pop" impressa já ter deixado o grupo e estar no Quarteto 1111. Falaremos primeiro dos Pop Five que também teve outros nomes sonantes que queremos homenagear e depois de Tozé Brito que há 50 anos tem andado na crista da onda.
Os Pop Five Music Incorporated nasceram no Porto entre amigos da zona da Boavista à Foz. A sua formação inicial em 1967 era Nuno Cameira, pouco depois David Ferreira no órgão e viola , Luís Filipe Vareta na viola, Paulo Godinho (irmão de Sérgio Godinho) também em órgão e viola, Álvaro Azevedo na bateria e Tozé Brito viola baixo. Tozé vinha do seu primeiro grupo no Liceu, "Os Duques", que deixou para integrar os Pop Five. Tinham até um manager, o advogado Fernando de Matos que era grande fã da nova música Rock. Tocavam Beatles e Rolling Stones mas também Procol Harum e Moody Blues. Nos Bailes de estudantes, nas festas e arraiais, especialmente em Leça da Palmeira, faziam tanto sucesso que a Orfeu lhes propôs a gravação de um disco. Assim em 1968 gravam o EP com "Those Where The Days", "One, Two, Three Red Light" e o primeiro original de Tozé Brito "You'll See". Segue-se em 69 outro EP com "Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Adagio", "The Weight" e "Birthday". Depois vem um LP. O Álbum de título "A Peça" dividia-se em quatro actos com uns mais vocais e outros mais instrumentais. Foi o segundo LP a ser editado por um conjunto Pop/Rock em Portugal (Novembro). O primeiro foi "Epopeia" dos Filarmónica Fraude (OP nº 41).
É depois disto que Tozé Brito deixa os Pop Five Music Incorporated. O Quarteto 1111 ia perder o seu viola baixo que ia ser incorporado no exército. Na Festa do Lago, em Penafiel, actuavam estas duas bandas, ora uma, ora outra. A determinada altura Tozé notou que o Quarteto em peso não tirava os olhos dele enquanto actuava. No final foram ter com ele e disseram-lhe que necessitavam de um novo baixo e ele reunia as condições que lhes interessavam. O problema era ir para Lisboa e Tozé tinha 18 anos (apenas um alerta à juventude de hoje, pois naquela época a maioridade só se atingia aos 21 anos). Mas até aí o problema estava resolvido porque o pai de Tozé tinha sido transferido para Lisboa como Administrador da Tranquilidade Seguros. Mas para além de Tozé Brito também saíu David Ferreira.
Tozé Brito não foi substituído mas David foi substitúido por Miguel Graça Moura aluno de música clássica do Conservatório que veio mais tarde a tornar-se num Maestro bem conhecido. A nossa notícia dava conta deste "cenário", em 1970, e falava no novo disco (que se tornou o maior sucesso da banda) - "Page One", canção que ainda tinha sido escrita por Tozé Brito e Álvaro Azevedo para indicativo do programa de Rádio "Página Um", de João David Nunes na Rádio Renascença e de grande audiência juvenil. O lado B, "Aria" também era uma excelente adaptação de Miguel Graça Moura de um tema de Bach. O disco é lançado a nível internacional e em alguns países "Aria" é o lado A. Gravam um single em português com "Menina" e "Homens do Mar", que não teve grande sucesso.
Tozé Brito não foi substituído mas David foi substitúido por Miguel Graça Moura aluno de música clássica do Conservatório que veio mais tarde a tornar-se num Maestro bem conhecido. A nossa notícia dava conta deste "cenário", em 1970, e falava no novo disco (que se tornou o maior sucesso da banda) - "Page One", canção que ainda tinha sido escrita por Tozé Brito e Álvaro Azevedo para indicativo do programa de Rádio "Página Um", de João David Nunes na Rádio Renascença e de grande audiência juvenil. O lado B, "Aria" também era uma excelente adaptação de Miguel Graça Moura de um tema de Bach. O disco é lançado a nível internacional e em alguns países "Aria" é o lado A. Gravam um single em português com "Menina" e "Homens do Mar", que não teve grande sucesso.
Em 1971 estiveram em Londres onde gravaram 6 canções nos estúdios da PYE. Lançam um primeiro single "Orange" que tem grande sucesso e que é também lançado em vários países. Depois em Agosto apresentam-se no Festival de Vilar de Mouros (o depois chamado Woodstock português) e, apesar da sua qualidade e de ser considerado como o primeiro grupo de Rock Progressivo português, a sua prestação foi fraca segundo reza a imprensa. Editam depois o single "Stand By" sem grande sucesso. Depois da saída de Tozé os Pop Five passaram a ser Pop Four. Miguel no órgão e piano, Paulo viola e flauta, "Pi" Vareta, viola ritmo e baixo e Álvaro na bateria. Em 72 editam o single "Take Me To The Sun" e "No Time To Live" e em Outubro o grupo termina devido a saídas para o serviço militar e não só.
A qualidade dos seus membros não está em causa. Miguel Graça Moura já mostrara ser um bom músico, jovem com iniciativa e bom compositor, forma o Quarteto Miguel Graça Moura e em Outubro de 72 o grupo toma o nome de "Smoog". Graça Moura tocava piano, voz e sintetizador (foi um dos primeiros a fazê-lo, e daí o nome Smoog), Carlos Rocha, órgão Hammond, Manuel Ferreira bateria e percurssão, ambos ex-Pentágono e Alberto Abreu ex-Grupo 5 baixo e viola. O grupo fez um excelente disco com composições próprias como "Smoogin'" e foi o 1º a utilizar o sintetizador Moog no Coliseu de Lisboa em 1973 quando fizeram a 1ª parte do bluesman Freddie King. O grupo funcionou até ao verão de 73. Miguel depois seguiu a sua carreia de estudos musicais e vai para Paris tirar Direcção de Orquestra.
Álvaro Azevedo vai formar os Arte & Ofício com António Garcês na voz e Sérgio Castro no baixo, ambos ex-Psico e depois Serginho na viola. O grupo também de Rock Progressivo tem algum êxito e em 77 já com Fernando Nascimento nas violas grava o primeiro disco. Fazem a 1ª parte do concerto dos "Can" no pavilhão de Desportos de Lisboa e é aí que levam o público ao êxtase.
O grupo ainda resiste nos anos 70 mas já Sérgio Castro tinha saído para formar Os Trabalhadores do Comércio e Álvaro Azevedo junta-se a ele. O Rock Progressivo estava em decadência. Agora é o Rock em português que começa a vingar e então embarcam neste novo projecto mais "soft" e com humor. O terceiro elemento do grupo é sobrinho de Sérgio e tem 8 anos, é o João Luís Médicis.
Paulo Godinho torna-se músico de estúdio e acompanha o irmão na gravação dos discos, depois emigra para o Japão.
Em 2003, os Pop Five Music Incorporated voltam a juntar-se para comemorarem 35 anos de formação e de Tozé Brito como escritor de canções.
Em 2004 sai o CD da Moviplay "Odisseia - obra completa 1968-1972".
Álvaro Azevedo vai formar os Arte & Ofício com António Garcês na voz e Sérgio Castro no baixo, ambos ex-Psico e depois Serginho na viola. O grupo também de Rock Progressivo tem algum êxito e em 77 já com Fernando Nascimento nas violas grava o primeiro disco. Fazem a 1ª parte do concerto dos "Can" no pavilhão de Desportos de Lisboa e é aí que levam o público ao êxtase.
O grupo ainda resiste nos anos 70 mas já Sérgio Castro tinha saído para formar Os Trabalhadores do Comércio e Álvaro Azevedo junta-se a ele. O Rock Progressivo estava em decadência. Agora é o Rock em português que começa a vingar e então embarcam neste novo projecto mais "soft" e com humor. O terceiro elemento do grupo é sobrinho de Sérgio e tem 8 anos, é o João Luís Médicis.
Paulo Godinho torna-se músico de estúdio e acompanha o irmão na gravação dos discos, depois emigra para o Japão.
Em 2003, os Pop Five Music Incorporated voltam a juntar-se para comemorarem 35 anos de formação e de Tozé Brito como escritor de canções.
Em 2004 sai o CD da Moviplay "Odisseia - obra completa 1968-1972".
TOZÉ BRITO - O CONSTRUTOR DE CANÇÕES
António José Correia de Brito nasceu em Ermezinde a 25 de Agosto de 1951. É o mais velho de 4 irmãos. A família passa a viver no Porto e ele vai frequentar o Jardim de Infância Escola João de Deus. É aí que pisa o palco pela primeira vez, numa peça infantil no Teatro Sá da Bandeira. Faz a instrução primária em Paranhos e aprende a ler pela Cartilha Maternal de João de Deus. Depois vem o Liceu D. Manuel II. Em casa já tinha uma viola que não parava de tocar e aprender, de tal forma que tinha que estudar o mínimo para passar ou o pai tirava-lhe a viola. Passou sempre. Aos 16 anos faz a primeira banda com os colegas do Liceu, Os Duques. Actuavam em festas e ele tocava e cantava, como diz foi "a sua creche musical". Durou seis meses porque os seus amigos da Boavista pensaram em grande e formam os Pop Five Music Incorporated. É aqui que passa a tocar viola baixo e a cantar (era o Paul McCartney português...até é canhoto). Actuavam em festas de estudantes e arraiais e nos lugares mais emblemáticos à época como a Quinta da Conceição, dos Ingleses, Castelo do Queijo ou Penafiel. Chamam a atenção das editoras discográficas e tocam também no famoso ZIP ZIP da RTP. Este foi o grupo que Tozé considera como uma experiência já profissional. Eram muitas horas de ensaios, era uma música mais elaborada. Gravou dois EPs e um LP. Compôs a sua 1ª canção e deixou também composta a que originou o 1º single do grupo após a sua saída, "Page One".
Depois vem para o Quarteto 1111 (OP nºs 32 e 64) e vem viver para Cascais. O Quarteto era um dos mais importante grupo Pop/Rock à época (os maiores concorrentes seriam o Quinteto Académico + 2 (OP nºs 39 e 41 ) e A Filarmónica Fraude que aparecia também a cantar em português (OP nºs 40 e 46). Nesta altura o grupo era José Cid (OP nº 64), Michel Mounier, António Moniz Pereira e Mário Rui Terra, o tal viola baixo que ia para a tropa. Ainda é Mário que ensina a Tozé todas as posições das músicas que tocam, o que facilitou. Em Janeiro de 1970 faz a sua estreia com o grupo no Teatro Monumental em Lisboa fazendo a 1ª parte do consagrado grupo belga Wallace Collection (OP nºs56, 72 e 86).
Sai o 1º álbum de originais do Quarteto, "Quarteto 1111" (OP nº 64) , ainda todo gravado pela equipe anterior. O disco é apreendido e retirado de circulação pela censura. Depois disto ainda foram editados mais EPs com canções do álbum que levaram o mesmo fim. Aí e por sugestão de Tozé vão editar canções em inglês que diziam as mesmas coisas mas já não são proibidas como "Back to the Country" ou "Everybody Needs Love Peace and Food". Também apresentam "Ode to the Beatles". A partir daqui Tozé começa a colaborar com José Cid na elaboração das canções. Em 1970 colaboram com António da Cunha Teles nas canções para o filme "O Cerco" que foi um dos mais badalados filmes portugueses. Em 71 tocam no Festival de Vilar de Mouros e cantam em inglês para que a censura não os incomode. Foram o conjunto que mais furor fez. Vão depois ao Festival de Tóquio onde chegam às meias finais com a canção "Ficou Para Tia". Depois a digressão durou 3 meses. Aí percebem que o grupo com outra estrutura podia internacionalizar-se. Tinham um convite para o Festival dos Dois Mundos e decidem experimentar. Criam os "Green Windows" formado por eles e suas mulheres. Assim José Cid, Maria Armanda, Tozé Brito, Tessa Brito, António Moniz Pereira, Betty Silveira , Michel Mounier e Teresa Coelho Dias foram para o palco cantar "Uma Nova Maneira de Encarar o Mundo" e "Sabor a Povo" e ficaram em 3º lugar. Um produtor inglês da editora Decca, Dick Rowe (que tinha rejeitado os Beatles, em 1962) vem ter com eles e convida-os a irem a Londres gravar os temas em inglês.
No início de 1972, Tozé Brito actua a solo no Festival da Canção da RTP com uma canção de sua autoria "Se Quiseres Ouvir Cantar", que fica em 5º lugar. O vencedor foi Carlos Mendes (OP nº 23) com "A Festa das Cidades".
Sai o 1º álbum de originais do Quarteto, "Quarteto 1111" (OP nº 64) , ainda todo gravado pela equipe anterior. O disco é apreendido e retirado de circulação pela censura. Depois disto ainda foram editados mais EPs com canções do álbum que levaram o mesmo fim. Aí e por sugestão de Tozé vão editar canções em inglês que diziam as mesmas coisas mas já não são proibidas como "Back to the Country" ou "Everybody Needs Love Peace and Food". Também apresentam "Ode to the Beatles". A partir daqui Tozé começa a colaborar com José Cid na elaboração das canções. Em 1970 colaboram com António da Cunha Teles nas canções para o filme "O Cerco" que foi um dos mais badalados filmes portugueses. Em 71 tocam no Festival de Vilar de Mouros e cantam em inglês para que a censura não os incomode. Foram o conjunto que mais furor fez. Vão depois ao Festival de Tóquio onde chegam às meias finais com a canção "Ficou Para Tia". Depois a digressão durou 3 meses. Aí percebem que o grupo com outra estrutura podia internacionalizar-se. Tinham um convite para o Festival dos Dois Mundos e decidem experimentar. Criam os "Green Windows" formado por eles e suas mulheres. Assim José Cid, Maria Armanda, Tozé Brito, Tessa Brito, António Moniz Pereira, Betty Silveira , Michel Mounier e Teresa Coelho Dias foram para o palco cantar "Uma Nova Maneira de Encarar o Mundo" e "Sabor a Povo" e ficaram em 3º lugar. Um produtor inglês da editora Decca, Dick Rowe (que tinha rejeitado os Beatles, em 1962) vem ter com eles e convida-os a irem a Londres gravar os temas em inglês.
No início de 1972, Tozé Brito actua a solo no Festival da Canção da RTP com uma canção de sua autoria "Se Quiseres Ouvir Cantar", que fica em 5º lugar. O vencedor foi Carlos Mendes (OP nº 23) com "A Festa das Cidades".
Entretanto Tozé atinge os 21 anos e tem de entrar para o serviço militar. Como é músico pensa que poderá ir para o serviço "Alerta Está" onde estão Paulo de Carvalho, Fernando Tordo o Conjunto João Paulo (OP nº 60) e outros que vão para as Províncias Ultramarinas tocar para as tropas. Porém após a recruta a sua especialidade sai em Armas Pesadas. Fica desiludido, sabe que o facto de pertencer ao Quarteto 1111 pesou na decisão e vai junto dos seus camaradas e superiores desde o Alferes até ao General despedir-se dizendo que está farto daquilo e que se vai embora. Consegue comprar um PIDE na fronteira de Valença por 10 contos e sai alegre e feliz numa viatura dizendo adeus a todo o mundo. Em Tui tem o pai à espera, que o leva para Madrid onde apanha um avião para Londres.
Quem o vai substituir nos Green Windows é Mike Sergeant, um escocês que viera a Portugal em 1968 com os "Studio Six" e que se encantou pelo País...não foi o 1º, pois já Adrien (OP nº 90) o tinha feito.
Em Londres junta-se à sua mulher (a inglesa Tessa com quem já era casado) e vai ter uma vida bem difícil. Consegue um emprego como tradutor e descobre que ao pé das centenas de músicos que por ali andam ainda tem muito que aprender. Mas, por outro lado, Tozé Brito espantava os ingleses nos ritmos brasileiros, como a bossa nova e os novos ritmos do tropicalismo de Gilberto Gil e Caetano Veloso, que estavam exilados em Londres e haviam passado por Portugal e ensaiado com o Quarteto 1111 (Gil até ofereceu duas canções ao Zé Cid). Acaba por fazer um duo com Daphne Aguiar que pertenceu ao Musica Novarum (OP nº 69), o duo "Som Dois". Entretanto continua a colaborar e gravar com os Green Windows quando estes vão a Londres gravar para a Decca.
Em 1973 grava com o Quarteto 1111 em Londres o álbum de Frei Hermano da Câmara "Bruma Azul do Desejado", onde pela 1ª vez o grupo usa um Moog sintetizador. Após o 25 de Abril decide regressar a Portugal, mas como sua mulher estava grávida esperam pelo nascimento da Ana.
Quem o vai substituir nos Green Windows é Mike Sergeant, um escocês que viera a Portugal em 1968 com os "Studio Six" e que se encantou pelo País...não foi o 1º, pois já Adrien (OP nº 90) o tinha feito.
Em Londres junta-se à sua mulher (a inglesa Tessa com quem já era casado) e vai ter uma vida bem difícil. Consegue um emprego como tradutor e descobre que ao pé das centenas de músicos que por ali andam ainda tem muito que aprender. Mas, por outro lado, Tozé Brito espantava os ingleses nos ritmos brasileiros, como a bossa nova e os novos ritmos do tropicalismo de Gilberto Gil e Caetano Veloso, que estavam exilados em Londres e haviam passado por Portugal e ensaiado com o Quarteto 1111 (Gil até ofereceu duas canções ao Zé Cid). Acaba por fazer um duo com Daphne Aguiar que pertenceu ao Musica Novarum (OP nº 69), o duo "Som Dois". Entretanto continua a colaborar e gravar com os Green Windows quando estes vão a Londres gravar para a Decca.
Em 1973 grava com o Quarteto 1111 em Londres o álbum de Frei Hermano da Câmara "Bruma Azul do Desejado", onde pela 1ª vez o grupo usa um Moog sintetizador. Após o 25 de Abril decide regressar a Portugal, mas como sua mulher estava grávida esperam pelo nascimento da Ana.
De regresso a Portugal vai novamente ser integrado no serviço militar, mas agora já não há stress.
Continua com os Green Windows até estes terminarem em 76 e continua a compôr. Depois vem a criação dos Gemini com Mike Sergeant. "Pensando em Ti" foi o 1º single e saíu no final de 76. Atinge o disco de ouro.
A revista Billboard considera-o o compositor português do ano. Em 1977 lança o seu primeiro disco a solo "2010 DC". Em 78 os Gemini vencem o Festival da Canção RTP com "Dai-Li-Dou" e vão terminar no ano seguinte quando é convidado a ir trabalhar para a Polygram.
Mas logo outro projecto já está na forja. A criação de um grupo vocal feminino...surgem "As Doce".
É também em 79 que volta a concorrer ao Festival da Canção e grava o álbum "Cantar de Amigo" juntamente com Paulo de Carvalho e do qual destacamos a canção que ainda hoje é cantada quer por um quer pelo outro e várias vezes em duo. No seu novo trabalho lançado esta semana "A Memória do Amor" faz duetos com Luís Zambujo, ou Ana Moura, ou Ana Gomes ou com o seu genro Pedro Vaz, o qual escutámos este mês ao vivo e que até gostámos bastante.
Continua com os Green Windows até estes terminarem em 76 e continua a compôr. Depois vem a criação dos Gemini com Mike Sergeant. "Pensando em Ti" foi o 1º single e saíu no final de 76. Atinge o disco de ouro.
A revista Billboard considera-o o compositor português do ano. Em 1977 lança o seu primeiro disco a solo "2010 DC". Em 78 os Gemini vencem o Festival da Canção RTP com "Dai-Li-Dou" e vão terminar no ano seguinte quando é convidado a ir trabalhar para a Polygram.
Mas logo outro projecto já está na forja. A criação de um grupo vocal feminino...surgem "As Doce".
É também em 79 que volta a concorrer ao Festival da Canção e grava o álbum "Cantar de Amigo" juntamente com Paulo de Carvalho e do qual destacamos a canção que ainda hoje é cantada quer por um quer pelo outro e várias vezes em duo. No seu novo trabalho lançado esta semana "A Memória do Amor" faz duetos com Luís Zambujo, ou Ana Moura, ou Ana Gomes ou com o seu genro Pedro Vaz, o qual escutámos este mês ao vivo e que até gostámos bastante.
Na década de 80 começa por ir ao Festival de Viña Del Mar no Chile apresentar "Cantar de Amigos" junto com Paulo de Carvalho e o seu irmão Pedro, também coautores. Compõe para outros artistas e em 1982 "As Doce" vencem o Festival da Canção com "Bem Bom". Em 85, Adelaide Ferreira vence o Festival da Canção com a sua "Penso em Ti (Eu Sei)".
Em 1990 sai da Polygram e vai para a BMG, mas em 98 também vai deixar esta companhia, quando em 1999 é convidado para Presidente do Concelho de Administração da Universal Portuguesa (ex- Polygram).
Em 2002 comemorando 35 anos de música, lança o álbum "Mas o Mais Importante é o Amor" com um rol de convidados de primeira linha. Também em 2007, ao fazer 40 anos de canções, é editado o CD "Vida Canções e Amigos" com 40 canções de sua autoria, ou co-autoria. Ainda em 2007 deixa a Universal, que decide fazer a sua sede em Madrid, sendo em 2008 convidado para Administrador da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em 2010 a Assírio & Alvim lançou um "Songbook" com 40 canções e as respectivas partituras.
Em 1990 sai da Polygram e vai para a BMG, mas em 98 também vai deixar esta companhia, quando em 1999 é convidado para Presidente do Concelho de Administração da Universal Portuguesa (ex- Polygram).
Em 2002 comemorando 35 anos de música, lança o álbum "Mas o Mais Importante é o Amor" com um rol de convidados de primeira linha. Também em 2007, ao fazer 40 anos de canções, é editado o CD "Vida Canções e Amigos" com 40 canções de sua autoria, ou co-autoria. Ainda em 2007 deixa a Universal, que decide fazer a sua sede em Madrid, sendo em 2008 convidado para Administrador da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em 2010 a Assírio & Alvim lançou um "Songbook" com 40 canções e as respectivas partituras.
Agora fez 50 anos de canções.
Luciano Reis escreveu o livro "Tozé Brito, eu sou outro tu", um bom e singelo trabalho da vida do músico e homem simples que se soube impôr apenas pela qualidade.
Combinámos com ele e fomos à SPA entrevistá-lo. Mais uma conversa informal, porque do muito que se pode dizer dele é já tudo acessível em muitas fontes de informação. Mas sendo ali a Casa que defende os interesses dos artistas, dos autores sempre havia outras questões a tratar.
Por exemplo uma situação que sempre nos fez confusão, é como se distribuem os direitos de autores em relação às músicas que tocam nas Rádios e nos recintos públicos. Tozé explica:
- "Temos uma monitorização de pelo menos 50 Rádios das principais e não só 24 h por dia, e também de canais televisivos. Das principais Rádios recebemos listagens do que tocam. Depois seguimos determinadas regras como se faz em toda a Europa e calculamos por amostragem de forma a que a distribuição seja o mais aproximada possível".
Isso beneficia uns e prejudica outros...
- "Sim, acontecerá, mas é a única forma possível. As regras são definidas pela FISAC (Federação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores). Em todo o mundo são duzentas e poucas. Por exemplo para haver espectáculos, tens de pagar uma taxa que tem essa finalidade. O ideal seria os promotores apresentarem a listagem de tudo o que se tocou e isso raramente acontece".
E como funciona com o resto do Mundo? - questionámos.
- "Depois daqui enviamos para cada País as listagens e os valores correspondentes. De fora fazem o mesmo".
Lembro-me que há vários anos o nosso Pop Luís Arriaga veio saber como poderia conseguir os direitos de "Quando o Coração Chora" que tinha sido editada na África do Sul com imenso sucesso e disseram-lhe para não se meter nisso, pois isso não funcionaria.
- "Sim existem muitos Países que não aderiram ou nem têm cooperativas ou organismos que defendam os autores. Na maioria dos Países africanos é o caos. Angola e Moçambique são exemplos disso, mas por exemplo Cabo Verde é um modelo. Está ao mais alto nível das europeias. A Rússia também não funciona, bem como muitos Países à volta. A Ásia é também um caos e a China idem".
Li na revista da SPA que o Governo queria mudar algumas regras ou queria controlar os Direitos de Autor.
- "Sim houve para aí uma tentativa de se interferirem nestas áreas, mas já foi tudo resolvido. Isso para além de anticonstitucional era um perfeito disparate".
Talvez tivessem visto uma forma de irem buscar mais uns cobres. Distribuir dinheiro por quem não tinha direito.
- "Não sei. A nível mundial isto gera verbas na ordem dos mil milhões de euros, é obra".
Luciano Reis escreveu o livro "Tozé Brito, eu sou outro tu", um bom e singelo trabalho da vida do músico e homem simples que se soube impôr apenas pela qualidade.
Combinámos com ele e fomos à SPA entrevistá-lo. Mais uma conversa informal, porque do muito que se pode dizer dele é já tudo acessível em muitas fontes de informação. Mas sendo ali a Casa que defende os interesses dos artistas, dos autores sempre havia outras questões a tratar.
Por exemplo uma situação que sempre nos fez confusão, é como se distribuem os direitos de autores em relação às músicas que tocam nas Rádios e nos recintos públicos. Tozé explica:
- "Temos uma monitorização de pelo menos 50 Rádios das principais e não só 24 h por dia, e também de canais televisivos. Das principais Rádios recebemos listagens do que tocam. Depois seguimos determinadas regras como se faz em toda a Europa e calculamos por amostragem de forma a que a distribuição seja o mais aproximada possível".
Isso beneficia uns e prejudica outros...
- "Sim, acontecerá, mas é a única forma possível. As regras são definidas pela FISAC (Federação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores). Em todo o mundo são duzentas e poucas. Por exemplo para haver espectáculos, tens de pagar uma taxa que tem essa finalidade. O ideal seria os promotores apresentarem a listagem de tudo o que se tocou e isso raramente acontece".
E como funciona com o resto do Mundo? - questionámos.
- "Depois daqui enviamos para cada País as listagens e os valores correspondentes. De fora fazem o mesmo".
Lembro-me que há vários anos o nosso Pop Luís Arriaga veio saber como poderia conseguir os direitos de "Quando o Coração Chora" que tinha sido editada na África do Sul com imenso sucesso e disseram-lhe para não se meter nisso, pois isso não funcionaria.
- "Sim existem muitos Países que não aderiram ou nem têm cooperativas ou organismos que defendam os autores. Na maioria dos Países africanos é o caos. Angola e Moçambique são exemplos disso, mas por exemplo Cabo Verde é um modelo. Está ao mais alto nível das europeias. A Rússia também não funciona, bem como muitos Países à volta. A Ásia é também um caos e a China idem".
Li na revista da SPA que o Governo queria mudar algumas regras ou queria controlar os Direitos de Autor.
- "Sim houve para aí uma tentativa de se interferirem nestas áreas, mas já foi tudo resolvido. Isso para além de anticonstitucional era um perfeito disparate".
Talvez tivessem visto uma forma de irem buscar mais uns cobres. Distribuir dinheiro por quem não tinha direito.
- "Não sei. A nível mundial isto gera verbas na ordem dos mil milhões de euros, é obra".
Falemos agora do teu novo disco a sair esta semana.
É de duetos? - começamos por questionar.
- "Não! Tem 4 duetos, algumas canções mais conhecidas e umas quantas que fui buscar aos discos de vinil e que nunca saíram em CD. Para muita gente essas serão inéditas. Tem-me dado muito trabalho...talvez seja o último".
Nunca digas nunca vais deixar de compôr...
- "Sim, tens razão, nunca se sabe. mas não compôr isso não".
Já tens mais de 500 canções!
- "Sim, mas se tiver saúde quero chegar às 600 / 700/ 800, eu sei lá, até onde der. E agora tenho um monte de gente a pedir-me canções e ando sem tempo, é o disco, é a SPA e agora também sou Júri do Festival RTP da Canção. Esta semana ainda tenho um concerto de solidariedade no Casino do Estoril".
Deixamo-vos aqui um cheirinho, "Canção Do Amor Para Sempre", dessa nova pérola musical de Tozé Brito - o C.D. "A Memória Do Amor".
É de duetos? - começamos por questionar.
- "Não! Tem 4 duetos, algumas canções mais conhecidas e umas quantas que fui buscar aos discos de vinil e que nunca saíram em CD. Para muita gente essas serão inéditas. Tem-me dado muito trabalho...talvez seja o último".
Nunca digas nunca vais deixar de compôr...
- "Sim, tens razão, nunca se sabe. mas não compôr isso não".
Já tens mais de 500 canções!
- "Sim, mas se tiver saúde quero chegar às 600 / 700/ 800, eu sei lá, até onde der. E agora tenho um monte de gente a pedir-me canções e ando sem tempo, é o disco, é a SPA e agora também sou Júri do Festival RTP da Canção. Esta semana ainda tenho um concerto de solidariedade no Casino do Estoril".
Deixamo-vos aqui um cheirinho, "Canção Do Amor Para Sempre", dessa nova pérola musical de Tozé Brito - o C.D. "A Memória Do Amor".
"The Vogues" é um conjunto vocal americano originalmente formado por Bill Burkette (primeiro baritono), Don Miller (baritono), Hugh Geyer (primeiro tenor) e Chuck Blasko (segundo tenor). Lançaram-se no mundo musical em 1958, chamando-se inicialmente "The Val-Aires", e gravaram um "single", sem grande sucesso: "Which One Will It Be / Launie, My Love".
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Depois foram para o exército e acabaram os seus estudos, até que conseguiram arranjar 100 Dólares e resolveram gravar umas "demos". Para isso contrataram o produtor Nick Cenci, que os persuadiu a gravarem um "cover" de Petula Clark, que estava fazer imenso sucesso no Reino Unido: "You're The One". Mudaram o nome para "The Vogues" e atingiram a 4ª posição no "Hit-Parade" da "Billboard", assim como com o "single" seguinte: "Five O'Clock World".
"The Vogues" continuam até hoje a dar concertos ao vivo, após várias modificações na sua composição. Durante a sua carreira já editaram 6 álbuns de estúdio e 27 "singles". Até 1970, tinham lançado 19 "singles", dos quais "Turn Around, Look At Me" e "My Special Angel" voltaram a atingir o top 10, desta vez atingindo o 7º lugar em ambos os casos e para nós as melhores canções deste fantástico e harmonioso grupo vocal.
- O mundo ficou menos edílico depois que faleceu, no passado dia 4 de Janeiro, o flautista, cantor e compositor Ray Thomas, um dos membros fundadores do extraordinário grupo musical inglês - "The Moody Blues" ("Onda Pop" Nº-90).
É o compositor de melodiosas canções como: "Twilight Time" do album "Days Of Future Passed"; "Legend Of A Mind" do L.P. "In Search Of The Lost Chord"; "Dear Diary" e "Lazy Day" de "On The Threshold Of A Dream"; "Watching And Waiting" do 33 rotações "For Our Children's Children's Children" ou da linda melodia "For My Lady", que aparece no album "Seventh Sojourn" (ouvir e ler sobre quase todas estas composições no artigo dedicado aos "Moody Blues" e aos L.Ps lançados a solo pelos seus principais componentes e fundadores, na "Onda Pop" Nº-90).
Nesta breve despedida a este eterno músico e compositor, relembramos a sua última gravação "The Trouble With Memories", editada em 2010, com o músico e compositor "Bias" Boshell, bem como apresentamos a esplêndida homenagem feita pelo "youtuber" Classica Corsair a Ray Thomas, com "Last Dream" (mais uma das suas composições do album a solo "Hopes, Wishes And Dreams"), como música de fundo.
Foi o V Festival Internacional do Atlântico, e o vencedor foi Giorgio (OP nº 81) com a canção de sua autoria "Hilly Billy Man". No ano anterior fora Jesse & James (OP nº 67), ou seja, os irmãos Lameirinha, dupla portuguesa que actuava na Bélgica quem tinha ganho com "Cloude". Apesar dos críticos apontarem Los Gritos para a 2ª posição com "Sentado En La Estacion" da autoria de Alfonso Sainz e Manolo Galvan, o 2º lugar foi ganho por uma canção portuguesa sem qualquer novidade ou sabor, "Cada Qual", cantada por Artur Garcia.
Sobre Los Gritos já gritámos a sua história na OP nº 67. Manolo Galvan era o seu lider
Ramapolo Hugh Masekela nasceu a 4 de Abril de 1939 em Witbank na África do Sul. O seu pai era escultor e inspector de saúde. Em criança aprendeu piano e gostava de cantar. Cresceu junto de sua avó que explorava um bar ilegal para mineiros. Quando viu o filme "Young Man With an horn" com Kirk Douglas (que fez em Dezembro 101 anos e ficou mais conhecido peld filme "Spartacus" e por ser pai de Michael Douglas), decidiu que iria tocar trompete. Tinha 14 anos e o 1º trompete foi-lhe oferecido pelo Bispo Treval Huddleston na escola secundária de St. Peter.
Trevor pediu ao Sr. Sauda, responsável pela "Native" , Banda Nacional de Metais que lhe desse lições de trompete. Os seus colegas de escola ficaram interessados em aprender a tocar um instrumento e em 1956 formaram uma pequena orquestra, a Huddleston Jazz Band, em homenagem ao bispo.
Trevor pediu ao Sr. Sauda, responsável pela "Native" , Banda Nacional de Metais que lhe desse lições de trompete. Os seus colegas de escola ficaram interessados em aprender a tocar um instrumento e em 1956 formaram uma pequena orquestra, a Huddleston Jazz Band, em homenagem ao bispo.
Mas logo de início começa a compôr, sempre com um sentido crítico que refletia as vivências da sua gente. Os problemas e as diferenças sociais que o Apartheid apresentava e a opressão em que o povo vivia. Em 1958 os Mannathan Brothers visitaram a África do Sul e Todd Matshikiza escreveu "King Kong" que foi a 1ª peça de Teatro Musical de grande sucesso na África do Sul. Hugh fazia parte da orquestra e entravam Mirian Makeba e Nathan Mdledle dos Mannathan Brothers que era o Director Musical. Depois de uma digressão pela África do Sul foram para Londres onde estiveram durante dois anos sempre esgotados.
Em 1959 grava o 1º LP com os Jazz Episties tendo esgotado sempre os espectáculos em Joanesburgo e Cidade do Cabo.
Após o massacre de Sharpeville em Março de 1960, onde a polícia matou 69 pessoas que protestavam pacificamente, fofam implentadas medidas brutais pelo regime sul africano. Masekela decide deixar o País. Foi para os Estados Unidos e foi apoiado por Harry Belafonte (que já ajudava Mirian Makeba). Na Escola de Música de Manhattan faz estudos de Trompete clássico de 60 a 64. Masekela casa em 63 com Mirian Makeba e divorciam-se em 1968.
Continua a compôr e vira-se para um estilo Jazz/Pop atingindo grande sucesso com "Up, Up and Away" em 67 e obtém um 1º lugar no Top com "Grazing in the Grass" em 68 que vende 4 milhões de discos. Entrou naquele que foi considerado como o 1º Festival de Música, o Festival Pop de Monterey em 1967. Organizou festivais de Jazz em África e tocou sempre em conjuntos de Jazz. Participou em gravações de vários discos como os Birds e Paul Simon.
Após o massacre de Sharpeville em Março de 1960, onde a polícia matou 69 pessoas que protestavam pacificamente, fofam implentadas medidas brutais pelo regime sul africano. Masekela decide deixar o País. Foi para os Estados Unidos e foi apoiado por Harry Belafonte (que já ajudava Mirian Makeba). Na Escola de Música de Manhattan faz estudos de Trompete clássico de 60 a 64. Masekela casa em 63 com Mirian Makeba e divorciam-se em 1968.
Continua a compôr e vira-se para um estilo Jazz/Pop atingindo grande sucesso com "Up, Up and Away" em 67 e obtém um 1º lugar no Top com "Grazing in the Grass" em 68 que vende 4 milhões de discos. Entrou naquele que foi considerado como o 1º Festival de Música, o Festival Pop de Monterey em 1967. Organizou festivais de Jazz em África e tocou sempre em conjuntos de Jazz. Participou em gravações de vários discos como os Birds e Paul Simon.
Em 84 lança o álbum "Techno Bush" e a música "Don´t Go Lose it Baby" é lançada em single atingindo o 2º lugar nas tabelas de música de dança. Em 87 "Bring Him Back Home" torna-se o hino do movimento pela libertação de Nelson Mandela. Volta às suas raízes africanas montando um estúdio móvel com a Jive Records no Botwana. Aí abre uma Escola de Música. Com a libertação de Mandela volta à África do Sul. Participa na digressão de Paul Simon e na gravação do álbum "Graceland" junto com mais músicos sul africanos incluindo Mirian Makeba e a banda Kalahari.
Em 2004 lança a sua autobiografia "Still Grazing. The Musical Journey of Hush Masekela" apoiado pelo jornalista Michael Cheers onde descreve as suas lutas contra o Apartheid e contra o alcoolismo dos anos 70 a 90. Grava dois álbuns com Herp Albert e mais uns quantos álbuns a solo. A canção "Soweto Blues" foi gravada por Mirian Makeba descrevendo o massacre de Soweto em 1976. Interpretou canções de Jorge Ben e António Carlos Jobim e outros. Ao longo dos anos foi dando concertos por todo o Mundo. Em 2009 lançou o álbum "Phola" onde inclui canções feitas nos anos 80 nunca antes gravadas. Torna-se membro do Conselho de Administração Woyome Foundation for África.
Em 2004 lança a sua autobiografia "Still Grazing. The Musical Journey of Hush Masekela" apoiado pelo jornalista Michael Cheers onde descreve as suas lutas contra o Apartheid e contra o alcoolismo dos anos 70 a 90. Grava dois álbuns com Herp Albert e mais uns quantos álbuns a solo. A canção "Soweto Blues" foi gravada por Mirian Makeba descrevendo o massacre de Soweto em 1976. Interpretou canções de Jorge Ben e António Carlos Jobim e outros. Ao longo dos anos foi dando concertos por todo o Mundo. Em 2009 lançou o álbum "Phola" onde inclui canções feitas nos anos 80 nunca antes gravadas. Torna-se membro do Conselho de Administração Woyome Foundation for África.
Em 2010 é-lhe diagnostizado um cancro da próstata e praticamente deixa de aparecer. Fá-lo apenas em ocasiões especiais, como em 2013 convidado pela Dave Mattews Band tocando com eles "Proudest Money" e "Grazing In The Grass". Em 2015 apresentou-se num concerto a favor da Unesco. Recebeu dois Grammy, Doutoramentos Honoris Causa e inúmeros prémios. Editou mais de 45 álbuns. Os dois últimos em 2012 editados pela House of Masekela, "Playing @ Work" e "Friends (Hugh Masekela & Larry Wills)". Faleceu a 23 de Janeiro de 2018.
Um dos actuais e dos melhores músicos moçambicanos, Stewart Sukuma esteve várias vezes com Mazekela. Pedimos-lhe que nos contasse alguma estória. Em suas palavras disse-nos.
" Em 1995 tive oportunidade de gravar o meu primeiro CD com músicas originais em Joanesburgo e tive a sorte de executar essa produçao num dos melhores estúdios sul africanos nessa altura, o Treehouse Studios. Os produtores do meu CD eram os mesmos que acabavam de gravar o primeiro CD do Mazekela depois do seu regresso do exílio. Foi dessa forma que o Mazekela através do Fernando Perdigão e do Cedric Sanson tomou conhecimento das gravações que eu fazia no mesmo estúdio onde ele tinha gravado o seu último trabalho. Ele ouviu as maquetas e auto convidou-se para gravar dois temas do meu álbum "Afrikity", "Mulita" e "Watch". Antes eu já era fã do Mazekela com quem já me tinha encontrado em Moçambique, já que ele adorava este País e vinha passar as suas férias com a família uma vez por ano. Homem com uma personalidade forte e convicto do seu posicionamento como cidadão sul africano no Mundo. Defensor natural dos Direitos Humanos e de uma capacidade incrível de harmonização social e de justiça. Perdemos não só o músico mas também o homem com uma grande determinação. Ganhámos a sua música e os seus ensinamentos que temos obrigação de perpetuar".
" Em 1995 tive oportunidade de gravar o meu primeiro CD com músicas originais em Joanesburgo e tive a sorte de executar essa produçao num dos melhores estúdios sul africanos nessa altura, o Treehouse Studios. Os produtores do meu CD eram os mesmos que acabavam de gravar o primeiro CD do Mazekela depois do seu regresso do exílio. Foi dessa forma que o Mazekela através do Fernando Perdigão e do Cedric Sanson tomou conhecimento das gravações que eu fazia no mesmo estúdio onde ele tinha gravado o seu último trabalho. Ele ouviu as maquetas e auto convidou-se para gravar dois temas do meu álbum "Afrikity", "Mulita" e "Watch". Antes eu já era fã do Mazekela com quem já me tinha encontrado em Moçambique, já que ele adorava este País e vinha passar as suas férias com a família uma vez por ano. Homem com uma personalidade forte e convicto do seu posicionamento como cidadão sul africano no Mundo. Defensor natural dos Direitos Humanos e de uma capacidade incrível de harmonização social e de justiça. Perdemos não só o músico mas também o homem com uma grande determinação. Ganhámos a sua música e os seus ensinamentos que temos obrigação de perpetuar".
O conjunto de Rock "Objectivo" foi formado em 1969 e obteve o seu nome após uma apresentação sem nome no programa de TV "ZIP ZIP". Os telespectadores foram chamados a escolher um nome e dos nomes apresentados Objectivo foi o escolhido. Na nossa edição em papel dizíamos que tinham tocado com Paulo de Carvalho no Festival mas isso não foi verdade. A confusão surgiu porque Paulo de Carvalho convidara Zé da Cadela, o baterista para tocar no Festival e apenas ele.
O grupo foi fundado por Mário Guia (ex-Ekos) na bateria e Zé Nabo viola baixo que vinham de uma formação e Mike Sergeant na viola e voz e Kevin Hoidale nas teclas e voz que vinham de outra formação. Kevin tinha tocado com Adrien Ransy (OP nº 90) no grupo Jazz "The Bridge" e quem o trouxera para Portugal foram Os Sheiks de Paulo de Carvalho em 1967.
O primeiro disco que gravaram para a Movieplay em 1969 incluía "Gin Blues", "I Know That", "At Death's Door e "A Place In The Sky". Mário Guia sai para "manager" da banda e Zé da Cadela toma o seu lugar. Mais tarde Mike sai por uns meses e entra Jim Cregan. Sai um single com "Glory" e "Keep Your Love Alive". Quando Mike regressa em 71 ficam no grupo 3 guitarristas. Jim Gregan (que depois sai e vai trabalhar com Rod Stewart), Terry Thomas (que tinha pertencido aos "Hedgehoppers Anonymous") e Mike. Os outros são Kevin Hoidale, Zé Nabo e Guilherme Inês que substituíra Zé da Cadela. É com esta formação que tocam no Festival de Vilar de Mouros, em Agosto de 71. Em 72 ainda gravam "Out Of Darkness" e " Music".
Os "Objectivo" participaram no sensacional espectáculo do Duo Ouro Negro (OP nº 89) "Blackground", onde também estavam Fernando Girão e Vicky (Conjunto João Paulo OP nº 60). O álbum com o mesmo nome teve excelentes vendas no estrangeiro especialmente nos Estados Unidos, mas em Portugal passou quase despercebido.
Os "Objectivo" acabam em 1972 com a saída de Terry Thomas para Inglaterra e de Mike Sergeant para os "Green Windows".
O grupo foi fundado por Mário Guia (ex-Ekos) na bateria e Zé Nabo viola baixo que vinham de uma formação e Mike Sergeant na viola e voz e Kevin Hoidale nas teclas e voz que vinham de outra formação. Kevin tinha tocado com Adrien Ransy (OP nº 90) no grupo Jazz "The Bridge" e quem o trouxera para Portugal foram Os Sheiks de Paulo de Carvalho em 1967.
O primeiro disco que gravaram para a Movieplay em 1969 incluía "Gin Blues", "I Know That", "At Death's Door e "A Place In The Sky". Mário Guia sai para "manager" da banda e Zé da Cadela toma o seu lugar. Mais tarde Mike sai por uns meses e entra Jim Cregan. Sai um single com "Glory" e "Keep Your Love Alive". Quando Mike regressa em 71 ficam no grupo 3 guitarristas. Jim Gregan (que depois sai e vai trabalhar com Rod Stewart), Terry Thomas (que tinha pertencido aos "Hedgehoppers Anonymous") e Mike. Os outros são Kevin Hoidale, Zé Nabo e Guilherme Inês que substituíra Zé da Cadela. É com esta formação que tocam no Festival de Vilar de Mouros, em Agosto de 71. Em 72 ainda gravam "Out Of Darkness" e " Music".
Os "Objectivo" participaram no sensacional espectáculo do Duo Ouro Negro (OP nº 89) "Blackground", onde também estavam Fernando Girão e Vicky (Conjunto João Paulo OP nº 60). O álbum com o mesmo nome teve excelentes vendas no estrangeiro especialmente nos Estados Unidos, mas em Portugal passou quase despercebido.
Os "Objectivo" acabam em 1972 com a saída de Terry Thomas para Inglaterra e de Mike Sergeant para os "Green Windows".
Mike Seargent nasceu em Glasgow na Escócia a 8 de Janeiro de 1945. O seu pai era pianista e logo aos 3 anos começa a ter lições de piano. Aos 5 a sua professora morre e gera-se ali um interregno. Aos 8 entra para o Conservatório onde estará até aos 17.
Estiveste sempre a tocar piano, então e a viola? Perguntámos.
-Mais ou menos aos 13 começei a interessar-me pela viola, (os Shadows e Hank Marvin eram os nossos ídolos) e com os colegas de escola fizemos um grupo. Aos 16 já com outros colegas fizemos o grupo The Apaches, tocávamos em salões de dança, e ganhámos um concurso de conjuntos musicais. O prémio dava direito à gravação de um disco em Londres. Fomos gravar as canções para um single, mas o disco nunca saíu.
Aparece muitas vezes a informação de que tocastes com Os Marmalade.
- É um pouco exagerado. Por diversas vezes e em alguns concertos menos importantes substituí o Campbell quando ele não podia. Nada de mais.
Depois vieste para Portugal.
-Não, depois em 66 entrei para outro grupo The Studio 6. Em 68 fomos convidados para virmos fazer duas semanas na boîte Ronda no Monte do Estoril. Depois já eram 6 semanas e acabámos por ficar o Verão todo. Voltei a Inglaterra, depois recebi uma oferta para o Quinteto Académico + 2.
Mas em 69 não foste a Moçambique com o grupo.
-Não. Saí antes porque o Mike Carr e outros recebiam o dobro e eu entendia que deviamos receber todos por igual e saí. Depois juntei-me com o Kevin e outros e depois formámos com o Mário Guia e o Zé Nabo os Objectivo.
Estiveste sempre a tocar piano, então e a viola? Perguntámos.
-Mais ou menos aos 13 começei a interessar-me pela viola, (os Shadows e Hank Marvin eram os nossos ídolos) e com os colegas de escola fizemos um grupo. Aos 16 já com outros colegas fizemos o grupo The Apaches, tocávamos em salões de dança, e ganhámos um concurso de conjuntos musicais. O prémio dava direito à gravação de um disco em Londres. Fomos gravar as canções para um single, mas o disco nunca saíu.
Aparece muitas vezes a informação de que tocastes com Os Marmalade.
- É um pouco exagerado. Por diversas vezes e em alguns concertos menos importantes substituí o Campbell quando ele não podia. Nada de mais.
Depois vieste para Portugal.
-Não, depois em 66 entrei para outro grupo The Studio 6. Em 68 fomos convidados para virmos fazer duas semanas na boîte Ronda no Monte do Estoril. Depois já eram 6 semanas e acabámos por ficar o Verão todo. Voltei a Inglaterra, depois recebi uma oferta para o Quinteto Académico + 2.
Mas em 69 não foste a Moçambique com o grupo.
-Não. Saí antes porque o Mike Carr e outros recebiam o dobro e eu entendia que deviamos receber todos por igual e saí. Depois juntei-me com o Kevin e outros e depois formámos com o Mário Guia e o Zé Nabo os Objectivo.
"Depois fui convidado para os Green Windows. Era o José Cid, o Michel, o Tozé e eu, mais a Tessa mulher do Tozé, a Maria Armanda mulher do Cid, a Betty mulher do Michel e a Rita mulher do manager. Acabámos por ir gravar a Londres no final de 72 para a Decca, onde estava também o Tozé Brito. Gravámos em inglês e português. Quando o Tozé foi para Londres o Cid convida-me para ser o baixo do Quarteto 1111. Continuei com os Green Windows e depois é que começo a tocar com o Quarteto 1111. Em 73 sai o single "20 Anos" que vende mais de 150 mil exemplares". Em 74 vão ao Festival da Canção com "No Dia Em Que o Rei Fez Anos", e a disco vende muito bem.
Em 75 Cid sai para fazer uma carreira a solo e os Green Windows editam "Só Eu Sei Meu Amor". Voltam a concorrer ao Festival da Canção em 77 e no fim do ano o grupo termina.
Em 75 Cid sai para fazer uma carreira a solo e os Green Windows editam "Só Eu Sei Meu Amor". Voltam a concorrer ao Festival da Canção em 77 e no fim do ano o grupo termina.
Entretanto em 74 com o Quarteto 1111 grava o álbum com textos de José Jorge Letria, "Onde Quando e Porquê Cantamos Pessoas Vivas". Da colaboração com Cid segue-se uma actividade quase com 40 anos. Porque depois do Quarteto 1111 fica a fazer parte do grupo que o acompanha a solo. É Mike que vai fazer ao longo dos anos a maior parte dos arranjos das canções de José Cid.
Em 78 gravam paa a Orfeu um tratado de Rock progressivo que dá origem ao álbum "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" (OP nº 64). "Cada um de nós escreveu uma parte, a minha foi O Caos", diz Mike. Este trabalho está hoje considerado pelos entendidos como um dos 10 melhores trabalhos a nível mundial de Rock sinfónico e progressivo. É constituído pelos temas. 1º O Último Dia na Terra, 2º O Caos e 3º Fuga Para o Espaço, 4º Mellotron O Planeta Fanático, 5º 10000 Depois Entre Vénus e Marte, 6º A Partir do Zero e 7º Memos. Neste álbum que teve produção e arranjos de Cid e Mike tocaram também Zé Nabo, Ramon Galarza, Guilherme Inês e José Carrapa.
Em 78 gravam paa a Orfeu um tratado de Rock progressivo que dá origem ao álbum "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" (OP nº 64). "Cada um de nós escreveu uma parte, a minha foi O Caos", diz Mike. Este trabalho está hoje considerado pelos entendidos como um dos 10 melhores trabalhos a nível mundial de Rock sinfónico e progressivo. É constituído pelos temas. 1º O Último Dia na Terra, 2º O Caos e 3º Fuga Para o Espaço, 4º Mellotron O Planeta Fanático, 5º 10000 Depois Entre Vénus e Marte, 6º A Partir do Zero e 7º Memos. Neste álbum que teve produção e arranjos de Cid e Mike tocaram também Zé Nabo, Ramon Galarza, Guilherme Inês e José Carrapa.
Paralelamente à sua actividade com Cid, forma os Gemini com Tozé Brito, Fátima Padinha e Teresa Miguel em 1976 quando terminam os Green Windows e vão concorrer ao Festival RTP da Canção de 77 com "Porugal no Coração". A canção é vencedora mas nesse ano eram interpretadas por dois grupos e o grupo vencedor foram Os Amigos de Paulo de Carvalho. Em 78 vencem com "Dai Li Dou" mas na Eurovisão ficam em 17º. A maioria das canções são assinadas por Tozé Brito e Mike Sergeant. Em 79 Tozé Brito é convidado para dirigir a Polygram e o grupo termina. Mike ainda grava dois singles a solo, "Do You Wanna Make Love" e "Ana".
Surge então a ideia de se formar um grupo vocal exclusivamente feminino e nascem as Doce. Mais uma vez os grandes obreiros vão ser Tozé Brito e Mike Sergeant que faz muitos dos arranjos e escrevem algumas canções. "Amanhã de Manhã" da autoria desta dupla vai vender mais de 250 mil exemplares.
Surge então a ideia de se formar um grupo vocal exclusivamente feminino e nascem as Doce. Mais uma vez os grandes obreiros vão ser Tozé Brito e Mike Sergeant que faz muitos dos arranjos e escrevem algumas canções. "Amanhã de Manhã" da autoria desta dupla vai vender mais de 250 mil exemplares.
Depois disso Mike continuou sempre colaborando com José Cid, até que nos últimos 5/6 anos o deixou de fazer porque vivendo Cid mais para o Norte a logística necessária já começava a pesar com o aumento da idade e o descanso requerido. Agora vive mais tranquilamente. Faz um ou outro esectáculo e então forma um grupo com Paulo Bastos na bateria, Tony Rato no baixo, Enzo D'Aversa nas teclas, José Pino (OP nº 84) na viola e Sandra Russo na voz.
Mike tem 3 filhos e alguns são conhecidos como a actriz Julie Sergeant e o foto-jornalista Mike Sergeant.
Mike tem 3 filhos e alguns são conhecidos como a actriz Julie Sergeant e o foto-jornalista Mike Sergeant.
GIRA-DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.