DESTAQUE DA SEMANA
EUGÉNIO CORTE REAL
EUGÉNIO CORTE REAL

UM SAUDOSO LOCUTOR
Eugénio Corte Real foi um dos melhores locutores do R.C.M., e temos que ter em atenção que nessa altura os melhores não eram tão poucos assim. O Rádio Clube de Moçambique não só tinha as melhores e mais modernas instalações de todo o Império Português, como tinha uma riqueza humana em profissionais de fazer inveja a qualquer Rádio.
Eugénio Corte Real dos Santos nasce em Lisboa a 17 de Dezembro de 1937.
Assim começava a entrevista em 16 de Novembro de 1968 e 46 anos depois é aos amigos e família que vamos recorrer, pois infelizmente ele deixou-nos a 1 de Março de 2011 após uma luta de anos contra várias terríveis doenças que começaram em 2001 por uma pneumonia e terminaram em complicações diabéticas graves.
Eugénio, ou Geninho como carinhosamente era chamado por familiares e amigos, tinha uma voz de oiro com uma capacidade de modelação de grande amplitude e um bonito timbre. Buscava sempre a inovação e perfeição. Foi locutor no Aero Club da Beira desde Fevereiro de 1959 com um programa de que era o autor, "Estúdios No Ar". Produzia ainda o programa "Momento Moderno" com música para a Juventude. Em 1965 vai para Lourenço Marques onde está até 1972.
Trabalhou nos vários canais do RCM, A, C e D, nas Produções Golo e na Elmo Publicidade.
Começa por fazer programas de música clássica, de que era grande conhecedor, na Estação C.
Depois os programas ligeiros "Bondiazinho" (com quem João de Sousa diz ter aprendido muito), "Guiando e Ouvindo Música", "Mesa Redonda" (mais sério), "A Noite e o Ouvinte", da qual reproduzimos imagem nos estúdios da Elmo com Leite de Vasconcelos e Ausenda Maria.
Trabalhou nos vários canais do RCM, A, C e D, nas Produções Golo e na Elmo Publicidade.
Começa por fazer programas de música clássica, de que era grande conhecedor, na Estação C.
Depois os programas ligeiros "Bondiazinho" (com quem João de Sousa diz ter aprendido muito), "Guiando e Ouvindo Música", "Mesa Redonda" (mais sério), "A Noite e o Ouvinte", da qual reproduzimos imagem nos estúdios da Elmo com Leite de Vasconcelos e Ausenda Maria.
Muitos dos que com ele trabalharam e o conheceram lembram a sua humildade e companheirismo. As suas equipes tinham um espírito inovador e lutavam por uma nova Rádio mais aberta e dinâmica. Claro que nesses tempos de "Lápis Azul" a censura não ajudava e os cortes eram mais que muitos. O caldo entornou quando Leite Vasconcelos vai com Manuel Tomás entrevistar Jorge de Sena, o grande escritor e poeta que se deslocara a Moçambique, e a censura corta toda a entrevista.
"Reunimo-nos os três e decidimos abandonar Moçambique. Traçámos então um plano e numa bela madrugada de 1972, no carro do Eugénio, rumámos a Port Elizabeth na África do Sul, onde embarcámos rumo a Barcelona. Daí seguimos para Londres onde entrámos em contacto com os escritórios dos Movimentos de Libertação para solicitarmos apoio para irmos para Dar-Es-Salam na Tanzânia, onde queríamos fazer um programa de Rádio dirigido a Moçambique" conta Manuel Tomás (na foto abaixo nos Estúdios da Elmo fazendo a "Técnica" do programa "A Noite e o Ouvinte").
Chegados a Londres são surpreendidos pelas palavras da secretária da organização dos Movimentos de Libertação. "Sabemos muito bem quem vocês são e o bom trabalho que faziam em Moçambique. Pensamos que poderão fazer melhor trabalho se forem para Lisboa onde tudo vai acontecer em breve", disse-lhes a tal secretária.
"Reunimo-nos os três e decidimos abandonar Moçambique. Traçámos então um plano e numa bela madrugada de 1972, no carro do Eugénio, rumámos a Port Elizabeth na África do Sul, onde embarcámos rumo a Barcelona. Daí seguimos para Londres onde entrámos em contacto com os escritórios dos Movimentos de Libertação para solicitarmos apoio para irmos para Dar-Es-Salam na Tanzânia, onde queríamos fazer um programa de Rádio dirigido a Moçambique" conta Manuel Tomás (na foto abaixo nos Estúdios da Elmo fazendo a "Técnica" do programa "A Noite e o Ouvinte").
Chegados a Londres são surpreendidos pelas palavras da secretária da organização dos Movimentos de Libertação. "Sabemos muito bem quem vocês são e o bom trabalho que faziam em Moçambique. Pensamos que poderão fazer melhor trabalho se forem para Lisboa onde tudo vai acontecer em breve", disse-lhes a tal secretária.
Em Lisboa o Eugénio Corte Real vai para o Rádio Clube Português e colabora nos "Parodiantes de Lisboa", o Leite de Vasconcelos vai esperar a saída do Jornal Expresso a 6 de Janeiro de 1973 onde passa a colaborar e o Manuel Tomás não encontra vaga em Lisboa e é convidado a ir para Angola.
Em Março de 73, Manuel Tomás volta para produzir com Leite de Vasconcelos um programa na Rádio Renascença que se vai chamar "Limite" e que vai ser fundamental para o triunfo do 25 de Abril, pois é o "Limite" que vai transmitir a senha, declamando a primeira estrofe do poema "Grândola, Vila Morena, seguida da canção. Carlos Albino ,colaborador do "Limite" chamara Manuel Tomás para um encontro urgente e seguiram da sede do "Limite" na Praça de Alvalade para a Igreja de Alvalade onde se sentaram em reunião. Aí tudo foi combinado. Uma rubrica de poesia com dois poemas de Albino e o Grândola. Vasconcelos estava em dia de folga e Tomás telefonou-lhe pedindo que fosse gravar vários poemas, sem saber que um deles era a senha da Revolução. Quem estava a liderar a situação era Manuel Tomás. Albino levou os poemas ao censor, um sobre Geografia outro falando de Planetas, o que ele achou perfeitamente normal dando a autorização. Perto da meia-noite Manuel Tomás vai para o estúdio com a bobine e diz que há uma alteração no alinhamento do programa e que a bobine tem de entrar áquela hora certa (0h 20min.) porque há uns amigos italianos amigos de poesia que queriam gravar como recordação e iam nessa noite para Itália. É ele que dá o sinal, embora a voz seja do Leite de Vasconcelos. Eram 00,20 h e19 s. Sempre existiu muita polémica sobre esta estória. Para todos os interessados aconselhamos a procurarem na net "A Verdadeira História da Senha do 25 de Abril" publicada por Carlos Albino.
Eugénio Corte Real trabalhou depois para a Emissora Nacional onde começa a passar os Noticiários, é ele também que lê um dos comunicados do Posto de Comando do M.F.A., como podemos ouvir retirado do disco da Imavox - "As Vozes do 25 de Abril", gentilmente cedido por sua mulher e filha.
Em Março de 73, Manuel Tomás volta para produzir com Leite de Vasconcelos um programa na Rádio Renascença que se vai chamar "Limite" e que vai ser fundamental para o triunfo do 25 de Abril, pois é o "Limite" que vai transmitir a senha, declamando a primeira estrofe do poema "Grândola, Vila Morena, seguida da canção. Carlos Albino ,colaborador do "Limite" chamara Manuel Tomás para um encontro urgente e seguiram da sede do "Limite" na Praça de Alvalade para a Igreja de Alvalade onde se sentaram em reunião. Aí tudo foi combinado. Uma rubrica de poesia com dois poemas de Albino e o Grândola. Vasconcelos estava em dia de folga e Tomás telefonou-lhe pedindo que fosse gravar vários poemas, sem saber que um deles era a senha da Revolução. Quem estava a liderar a situação era Manuel Tomás. Albino levou os poemas ao censor, um sobre Geografia outro falando de Planetas, o que ele achou perfeitamente normal dando a autorização. Perto da meia-noite Manuel Tomás vai para o estúdio com a bobine e diz que há uma alteração no alinhamento do programa e que a bobine tem de entrar áquela hora certa (0h 20min.) porque há uns amigos italianos amigos de poesia que queriam gravar como recordação e iam nessa noite para Itália. É ele que dá o sinal, embora a voz seja do Leite de Vasconcelos. Eram 00,20 h e19 s. Sempre existiu muita polémica sobre esta estória. Para todos os interessados aconselhamos a procurarem na net "A Verdadeira História da Senha do 25 de Abril" publicada por Carlos Albino.
Eugénio Corte Real trabalhou depois para a Emissora Nacional onde começa a passar os Noticiários, é ele também que lê um dos comunicados do Posto de Comando do M.F.A., como podemos ouvir retirado do disco da Imavox - "As Vozes do 25 de Abril", gentilmente cedido por sua mulher e filha.

Com a nacionalização das Rádios, Eugénio Corte Real passa a pertencer aos quadros da RDP. Ainda se desloca a Moçambique para as reportagens da Independência desse novo País, e é efusivamente saudado por Samora Machel. O departamento de informação da RDP torna-se a sua casa apresentando os noticiários. Nos fins de 70 também colabora com a Antena 2 apresentando alguns programas.
Depois em 1985 colabora na RTP 2, como "voz off" nos noticiários.
A partir de 1992 fica só na RDP.
De 1990 a 1995 produz nas madrugadas o "Clube da Madrugada" que consta de música e diversos temas. Este programa vai ter uma excelente repercussão nos países onde existem Comunidades Portuguesas, sendo a Australiana uma das mais entusiastas. Um destes programas iria ser dedicado às mulheres da sua vida, Leonor e Leonor ou seja sua mulher e filha.
É uma pequena montagem desse programa que passamos para que escutem a sua voz e ao mesmo tempo também lhe podermos fazer uma homenagem, juntamente com as duas mulheres que sofreram com ele a última década da sua vida.
É uma pequena montagem desse programa que passamos para que escutem a sua voz e ao mesmo tempo também lhe podermos fazer uma homenagem, juntamente com as duas mulheres que sofreram com ele a última década da sua vida.
FALANDO DE NOVOS DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que mencionamos em "Falando de Novos Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Dez Semanas de Glória - The Beatles e Joe Cocker
Pela primeira vez na sua carreira de sucesso, os Beatles receberam em 1967 várias críticas negativas em relação aos lançamentos do filme e do álbum "Magical Mystery Tour".
Mas em 1968 os Beatles deram um pontapé em todas essas críticas negativas porque, depois de um período de reflexão e interiorização na India onde fizeram meditação com o Maharishi Mahesh Yogi em Rishikesh, veio um período de frutificante inspiração e creatividade musical, com John, Paul e George a escreverem individualmente uma quantidade de canções mais que suficiente para produzirem um álbum duplo - o "Álbum Branco" ou simplesmente "The Beatles".
Após regressarem a Inglaterra as suas vidas sofreram diversas convulsões, com John a anunciar o divórcio de Cynthia e a sua ligação a Yoko Ono, Paul a terminar a sua ligação com namorada de longa data Jane Asher e logo a iniciar a sua fortíssima ligação com Linda Eastman, George a encontrar mais satisfação por tocar com músicos como Eric Clapton, Donovan ou Jackie Lomax do que com os Beatles e Ringo questionando-se sobre o seu papel na banda, após estes deixarem práticamente de trabalhar e compôr em grupo e terem cada um iniciado uma época de composições a solo e só eventualmente tocadas com os outros membros da famosa banda.
Mas com todas essas animosidades e desavenças os Beatles produziram um álbum histórico, o famoso "Álbum Branco", mesmo que muitas das músicas incluídas no mesmo tenham sido feitas em sessões de gravação separadas para cada membro da banda.
E dele saíram temas brilhantes como :
"While My Guitar Gently Weeps" ou "Long Long Long" de George Harrison;
"Blackbird", "Back In The U.S.S.R." ou "Helter Skelter" de Paul McCartney;
"Revolution", "Hapiness Is A Warm Gun" ou "Julia" de John Lennon, que ainda teve tempo e inspiração para compôr uma canção chamada "India, India", para relembrar esses tempos lá vividos. Esta canção só foi editada em disco em 2010 na compilação "John Lennon Signature Box".
Assim nós vos damos a oportunidade de a conhecerem através deste video com imagens e fotos dessa reunião transcendental dos Beatles em Rishikesh.
Pela primeira vez na sua carreira de sucesso, os Beatles receberam em 1967 várias críticas negativas em relação aos lançamentos do filme e do álbum "Magical Mystery Tour".
Mas em 1968 os Beatles deram um pontapé em todas essas críticas negativas porque, depois de um período de reflexão e interiorização na India onde fizeram meditação com o Maharishi Mahesh Yogi em Rishikesh, veio um período de frutificante inspiração e creatividade musical, com John, Paul e George a escreverem individualmente uma quantidade de canções mais que suficiente para produzirem um álbum duplo - o "Álbum Branco" ou simplesmente "The Beatles".
Após regressarem a Inglaterra as suas vidas sofreram diversas convulsões, com John a anunciar o divórcio de Cynthia e a sua ligação a Yoko Ono, Paul a terminar a sua ligação com namorada de longa data Jane Asher e logo a iniciar a sua fortíssima ligação com Linda Eastman, George a encontrar mais satisfação por tocar com músicos como Eric Clapton, Donovan ou Jackie Lomax do que com os Beatles e Ringo questionando-se sobre o seu papel na banda, após estes deixarem práticamente de trabalhar e compôr em grupo e terem cada um iniciado uma época de composições a solo e só eventualmente tocadas com os outros membros da famosa banda.
Mas com todas essas animosidades e desavenças os Beatles produziram um álbum histórico, o famoso "Álbum Branco", mesmo que muitas das músicas incluídas no mesmo tenham sido feitas em sessões de gravação separadas para cada membro da banda.
E dele saíram temas brilhantes como :
"While My Guitar Gently Weeps" ou "Long Long Long" de George Harrison;
"Blackbird", "Back In The U.S.S.R." ou "Helter Skelter" de Paul McCartney;
"Revolution", "Hapiness Is A Warm Gun" ou "Julia" de John Lennon, que ainda teve tempo e inspiração para compôr uma canção chamada "India, India", para relembrar esses tempos lá vividos. Esta canção só foi editada em disco em 2010 na compilação "John Lennon Signature Box".
Assim nós vos damos a oportunidade de a conhecerem através deste video com imagens e fotos dessa reunião transcendental dos Beatles em Rishikesh.
Os Beatles gravaram no iníco de Fevereiro de 1968 a emblemática composição de John Lennon, que se tornou um hino universal, "Across The Universe" e que só seria lançada em disco pela primeira vez em 1969, no álbum "World Wildlife Fund", como uma contribução dos Beatles para essa organização não-governamental de conservação e restauração do meio-ambiente.
Ainda em 1968, os Beatles lançam o single "Lady Madonna", um sucesso composto por Paul McCartney. Foi ainda lançada a sua obra-prima de filme de animação - "Yellow Submarine".
Nesse mesmo ano Paul ainda compõe e os Beatles lançam, aquele que foi o seu maior êxito internacional e o maior êxito internacional da música pop/rock da décadas de 50, 60 e 70, "Hey Jude".
Como se todo este sucesso não fosse o sonho de qualquer outro artista ou compositor, ainda continuam em 1968 a receber os frutos daquela que é e continua sendo considerada, por quase toda a imprensa e crítica especializada, como a mais famosa e importante realização em disco de toda a música pop/rock até aos dias de hoje - "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
Dos frutos desse fantástico álbum saíu um sucesso mundial de uma composição de Paul McCartney, "With A Little Help From My Friends", soberbamente interpretada pelo cantor britânico Joe Cocker.
Esta interpretação é quase unânimemente considerada como o único "cover" dos Beatles, cujo resultado é musicalmente superior ao original dos "Fab Four" e isso deve-se essencialmente à voz rouca e à alma de "soul" e "blues", com que Joe Cocker superiormente a interpreta.
Ainda em 1968, os Beatles lançam o single "Lady Madonna", um sucesso composto por Paul McCartney. Foi ainda lançada a sua obra-prima de filme de animação - "Yellow Submarine".
Nesse mesmo ano Paul ainda compõe e os Beatles lançam, aquele que foi o seu maior êxito internacional e o maior êxito internacional da música pop/rock da décadas de 50, 60 e 70, "Hey Jude".
Como se todo este sucesso não fosse o sonho de qualquer outro artista ou compositor, ainda continuam em 1968 a receber os frutos daquela que é e continua sendo considerada, por quase toda a imprensa e crítica especializada, como a mais famosa e importante realização em disco de toda a música pop/rock até aos dias de hoje - "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
Dos frutos desse fantástico álbum saíu um sucesso mundial de uma composição de Paul McCartney, "With A Little Help From My Friends", soberbamente interpretada pelo cantor britânico Joe Cocker.
Esta interpretação é quase unânimemente considerada como o único "cover" dos Beatles, cujo resultado é musicalmente superior ao original dos "Fab Four" e isso deve-se essencialmente à voz rouca e à alma de "soul" e "blues", com que Joe Cocker superiormente a interpreta.
Infelizmente ficámos, no passado dia 22 de Dezembro, sem Joe Cocker, essa lenda da música pop/rock/soul que atravessou todas décadas de 60 até aos dias de hoje numa trajectória de sucesso e reconhecimento.
Joe Cocker começou sua carreira cantando em bares e clubes de Sheffield na década de 1960. Com o nome artístico de Vance Arnold, tocou em bandas como "The Avengers" e "Grease Band".
Em 1969, Cocker ficou mundialmente conhecido pela sua releitura antológica do clássico dos Beatles, "With A Little Help From My Friends". Com a sua voz áspera, a música cantada originalmente por Ringo Starr ganhou uma roupagem "blues" e tornou-se ainda mais famosa e arrebatadora. A canção conquistou o 1° lugar nas paradas britânicas.
A sua versão ganhou um desempenho histórico no Festival de Woodstock, em 1969, com a sua performance de um intenso envolvimento físico e espiritual... inesquecível!
Entre os muitos sucessos, Cocker voltou a gravar Beatles com "She Came Through the Bathroom Window", mas foi a sua interpretação da canção "The Letter" do conjunto "The Box Tops" que entrou no top 10 americano em 1970, no mesmo ano em que editou o seu mais emblemático álbum ao vivo " Mad Dogs & The Englishmen", gravado durante uma tournê que fez nos Estados Unidos e em que à última da hora recrutou músicos para o acompanharem como a futuramente famosa Rita Coolidge para coros (imaginem !), Jim Keltner (Plastic Ono Band, George Harrison, Paul McCartney, etc) na bateria, Chris Stainton (Spooky Tooth, The Who, Leon Russel, Eric Clapton, Grease Band, Bryan Ferry, etc) nas teclas, e Carl Radle, Jim Price e Jim Gordon, todos do grupo Delaney & Bonnie.
Em 1975, atinge o top 5 americano com uma fantástica composição de Billy Preston - "You Are So Beautiful".
Em 1982, consegue obter o seu maior sucesso internacional em dueto com Jennifer Warnes com "Up Where We Belong", composto por gente da qualidade de Jack Nitzsche, Buffy Sainte-Marie e Will Jennings, e que foi o tema do filme "Oficial e Cavalheiro". Com essa canção conquistou no ano seguinte um Grammy, galardão considerado o Óscar da música.
Volta a entrar no top 20 britânico em 1992 com "Unchain My Heart", uma composição que já tinha sido gravada em 1961, pelo grande Ray Charles.
Em 2007, foi condecorado com a Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição à música mundial.
Com 21 álbuns de estúdio lançados, 16 álbuns ao vivo e mais de 80 singles editados, estranhamente Joe Cocker nunca foi indicado para o "Rock 'N' Roll Hall of Fame".
O último disco de Joe Cocker, "Fire It Up" foi lançado em 2012 e atingiu o 17º posto nos álbuns mais vendidos no Reino Unido e foi disco de platina na Alemanha. Desse seu último disco gravado em estúdio propomos esta homenagem a este grande Senhor da Música, com "I Come In Peace" (Eu Venho em Paz)... e nós desejamos...Que Descanse em Paz !
Joe Cocker começou sua carreira cantando em bares e clubes de Sheffield na década de 1960. Com o nome artístico de Vance Arnold, tocou em bandas como "The Avengers" e "Grease Band".
Em 1969, Cocker ficou mundialmente conhecido pela sua releitura antológica do clássico dos Beatles, "With A Little Help From My Friends". Com a sua voz áspera, a música cantada originalmente por Ringo Starr ganhou uma roupagem "blues" e tornou-se ainda mais famosa e arrebatadora. A canção conquistou o 1° lugar nas paradas britânicas.
A sua versão ganhou um desempenho histórico no Festival de Woodstock, em 1969, com a sua performance de um intenso envolvimento físico e espiritual... inesquecível!
Entre os muitos sucessos, Cocker voltou a gravar Beatles com "She Came Through the Bathroom Window", mas foi a sua interpretação da canção "The Letter" do conjunto "The Box Tops" que entrou no top 10 americano em 1970, no mesmo ano em que editou o seu mais emblemático álbum ao vivo " Mad Dogs & The Englishmen", gravado durante uma tournê que fez nos Estados Unidos e em que à última da hora recrutou músicos para o acompanharem como a futuramente famosa Rita Coolidge para coros (imaginem !), Jim Keltner (Plastic Ono Band, George Harrison, Paul McCartney, etc) na bateria, Chris Stainton (Spooky Tooth, The Who, Leon Russel, Eric Clapton, Grease Band, Bryan Ferry, etc) nas teclas, e Carl Radle, Jim Price e Jim Gordon, todos do grupo Delaney & Bonnie.
Em 1975, atinge o top 5 americano com uma fantástica composição de Billy Preston - "You Are So Beautiful".
Em 1982, consegue obter o seu maior sucesso internacional em dueto com Jennifer Warnes com "Up Where We Belong", composto por gente da qualidade de Jack Nitzsche, Buffy Sainte-Marie e Will Jennings, e que foi o tema do filme "Oficial e Cavalheiro". Com essa canção conquistou no ano seguinte um Grammy, galardão considerado o Óscar da música.
Volta a entrar no top 20 britânico em 1992 com "Unchain My Heart", uma composição que já tinha sido gravada em 1961, pelo grande Ray Charles.
Em 2007, foi condecorado com a Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição à música mundial.
Com 21 álbuns de estúdio lançados, 16 álbuns ao vivo e mais de 80 singles editados, estranhamente Joe Cocker nunca foi indicado para o "Rock 'N' Roll Hall of Fame".
O último disco de Joe Cocker, "Fire It Up" foi lançado em 2012 e atingiu o 17º posto nos álbuns mais vendidos no Reino Unido e foi disco de platina na Alemanha. Desse seu último disco gravado em estúdio propomos esta homenagem a este grande Senhor da Música, com "I Come In Peace" (Eu Venho em Paz)... e nós desejamos...Que Descanse em Paz !
HIT PARADE DO BRASIL
"Para Não Dizer Que Não Falei De Flores" em 5º lugar
Geraldo Vandré é um advogado, cantor, compositor, poeta e músico brasileiro, que ainda antes de concorrer ao III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1968, com "Para Não Dizer Que Não Falei De Flores", já tinha vencido o mesmo Festival em 1966, com a linda e emblemática canção "Disparada" defendida por Jair Rodrigues, ex-aequo com Nara Leão e Chico Buarque que apresentaram a famosa "A Banda", bem como ainda no mesmo ano de 66 tinha igualmente ficado em 1º lugar no Festival Nacional da Música Popular Brasileira da TV Excelsior com a canção "Porta-Estandarte" que foi interpretada por Tuca e Airto Moreira.
"Para não Dizer Que Não Falei De Flores" classificou-se em 2º lugar, perdendo o trono para "Sabiá" de Chico Buarque e Tom Jobim. Após o anúncio dos vencedores, a música "Sabia" foi vaiada pelo público presente no festival, que bradava exigindo que o prêmio viesse a ser da composição de Geraldo Vandré.
Mas a composição de Geraldo Vandré foi a grande vencedora, pois tornou-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil, que fazia oposição ao então governo brasileiro de ditadura militar.
O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores.
O mesmo se passava em Moçambique onde a A.A.M./U.L.M. (Associação Académica de Moçambique/Universidade de Lourenço Marques) em todos os seus encontros, digressões e contestações a cantava.
Se a juventude de hoje fosse mais politizada e menos formatada pelos meios de comunicação, certamente seria ainda hoje um hino contra os governos actuais (ditos não ditadoriais) na quase totalidade dos países do Mundo, especialmente nos países de língua portuguesa e, claro, começando pelos governantes portugueses, que se têm sistemàticamente esquecido dos ideais do 25 de Abril e do que é a DEMOCRACIA.
"Para Não Dizer Que Não Falei De Flores" em 5º lugar
Geraldo Vandré é um advogado, cantor, compositor, poeta e músico brasileiro, que ainda antes de concorrer ao III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1968, com "Para Não Dizer Que Não Falei De Flores", já tinha vencido o mesmo Festival em 1966, com a linda e emblemática canção "Disparada" defendida por Jair Rodrigues, ex-aequo com Nara Leão e Chico Buarque que apresentaram a famosa "A Banda", bem como ainda no mesmo ano de 66 tinha igualmente ficado em 1º lugar no Festival Nacional da Música Popular Brasileira da TV Excelsior com a canção "Porta-Estandarte" que foi interpretada por Tuca e Airto Moreira.
"Para não Dizer Que Não Falei De Flores" classificou-se em 2º lugar, perdendo o trono para "Sabiá" de Chico Buarque e Tom Jobim. Após o anúncio dos vencedores, a música "Sabia" foi vaiada pelo público presente no festival, que bradava exigindo que o prêmio viesse a ser da composição de Geraldo Vandré.
Mas a composição de Geraldo Vandré foi a grande vencedora, pois tornou-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil, que fazia oposição ao então governo brasileiro de ditadura militar.
O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores.
O mesmo se passava em Moçambique onde a A.A.M./U.L.M. (Associação Académica de Moçambique/Universidade de Lourenço Marques) em todos os seus encontros, digressões e contestações a cantava.
Se a juventude de hoje fosse mais politizada e menos formatada pelos meios de comunicação, certamente seria ainda hoje um hino contra os governos actuais (ditos não ditadoriais) na quase totalidade dos países do Mundo, especialmente nos países de língua portuguesa e, claro, começando pelos governantes portugueses, que se têm sistemàticamente esquecido dos ideais do 25 de Abril e do que é a DEMOCRACIA.
NOVOS DISCOS DE VELHOS CONHECIDOS
Quem não se recorda de canções tão brilhantes como "Walk On By" (1964), "Do You Know The Way To San José?" (1968) ou "I'll Never Fall In Love Again" (1969)? E quem as cantava? A cantora americana Dionne Warwick, que para além de ter vendido mais de 100 milhões de discos, ganhou mais de meia centena de prémios, entre eles 5 Grammys e em seis anos consecutivos (1966-1971) foi eleita a melhor vocalista pop pela Music Business Association.
Dionne Warwick acaba de lançar o seu 28º álbum, entitulado "Feels So Good", cujo projecto lhe foi proposto pelo seu filho Damon Elliot produtor e engenheiro de som deste novo álbum. |
Damon propôs-lhe criar um álbum com novas roupagens musicais de alguns dos sucessos antigos de Dionne em duetos com vários artistas de diferentes estilos musicais e de diversas gerações. Cantam com a Dionne Warwick, cantoras lendárias como Gladys Knight e Cindy Lauper, Ziggy Marley - filho do maior músico de Reggae, assim como artistas de novas gerações como Cee Lo Green e Ne-Yo, ou o seu filho mais velho David Elliott ou a sua neta Cheyenne Elliott, para além de participações musicais de Stevie Wonder e Alicia Keys.
O canto de Dionne Warwick é uma versão única de pop urbano - não jazz, no entanto ela é jazzy, e não é R&B, mas sente-se a influência do soul, e não é rock ou blues, embora a sua voz faça sentir a intensidade da alma.
"Feels So Good" tem 14 faixas conforme abaixo listadas, em dueto com os artistas referidos em cada uma:
1."Close To You" (feat. Mya)
2."A House Is Not A Home" (feat. Ne-Yo)
3."Raindrops Keep Falling On My Head" (feat. Ziggy Marley)
4."Message To Michael" (feat. Cyndi Lauper)
5."Every Once In A While" (feat. Eric Paslay)
6."Deja Vu" (feat. Jamie Foxx)
7."Feels So Good" (feat. Cee Lo Green)
8."I Know I'll Never Love This Way Again" (feat. Gladys Knight)
9."This Guy/This Girl's In Love With You" (feat. Phil Driscoll)
10."You'll Never Get To Heaven If You Break My Heart" (feat. Ruben Studdard)
11."Let There Be Love" (feat. Cheyenne Elliott)
12."Hope Is Just Ahead" (feat. Billy Ray Cyrus)
13."Windows Of The World" (feat. David Elliott)
14."A House Is Not A Home" (feat. Ne-Yo - extended version)
"Feels So Good" não abre novos caminhos musicais, mas é um prazer enorme ouvir Dionne Warwick cantando tão elegantemente, que até parece que as décadas, que separam as suas interpretações originais e estas últimas, não passaram por ela.
Ouçamos o tema que deu nome ao álbum:
O canto de Dionne Warwick é uma versão única de pop urbano - não jazz, no entanto ela é jazzy, e não é R&B, mas sente-se a influência do soul, e não é rock ou blues, embora a sua voz faça sentir a intensidade da alma.
"Feels So Good" tem 14 faixas conforme abaixo listadas, em dueto com os artistas referidos em cada uma:
1."Close To You" (feat. Mya)
2."A House Is Not A Home" (feat. Ne-Yo)
3."Raindrops Keep Falling On My Head" (feat. Ziggy Marley)
4."Message To Michael" (feat. Cyndi Lauper)
5."Every Once In A While" (feat. Eric Paslay)
6."Deja Vu" (feat. Jamie Foxx)
7."Feels So Good" (feat. Cee Lo Green)
8."I Know I'll Never Love This Way Again" (feat. Gladys Knight)
9."This Guy/This Girl's In Love With You" (feat. Phil Driscoll)
10."You'll Never Get To Heaven If You Break My Heart" (feat. Ruben Studdard)
11."Let There Be Love" (feat. Cheyenne Elliott)
12."Hope Is Just Ahead" (feat. Billy Ray Cyrus)
13."Windows Of The World" (feat. David Elliott)
14."A House Is Not A Home" (feat. Ne-Yo - extended version)
"Feels So Good" não abre novos caminhos musicais, mas é um prazer enorme ouvir Dionne Warwick cantando tão elegantemente, que até parece que as décadas, que separam as suas interpretações originais e estas últimas, não passaram por ela.
Ouçamos o tema que deu nome ao álbum:
Afinal...O QUE É O ROCK ?
O ROCK tem as suas raízes profundamente ligadas às tradições musicais das comunidades rurais, como uma das suas únicas formas de expressão, quer fossem comunidades negras ou brancas.
Semanalmente a "ONDA POP" - vai apresentar, dismistificar, e documentar através do audio e do video, a evolução do ROCK até aos dias de hoje. |
O Doo-Wop é um género musical que foi desenvolvido nas comunidades Afro-Americanas, especialmente em New York, Philadelphia, Chicago, Newark, Cincinnati, Detroit, Washington DC e Los Angeles na década de 1940, alcançando uma popularidade enorme na década de 1950 e no início dos anos 60.
Construído sobre a harmonia vocal, o Doo-Wop foi um dos estilos mais populares, orientado para o pop e o R&B da época.
A popularidade da música Doo-Wop entre os jovens cantores foi devido, em grande parte, ao facto de que a música pode ser realizada de forma eficaz "à cappella" e porque muitos desses jovens entusiastas tinham pouco acesso a instrumentos musicais, de modo que o conjunto vocal tornou-se a forma de execução musical mais popular.
Desde o início, esses cantores reuniam-se nas esquinas e na estações de metro, geralmente em grupos de três a seis. Eles cantavam arranjos vocais, usando uma onomatopeia de palavras sem nexo para imitar instrumentos: o baixo era cantado como "boum-boum-boum", uma guitarra era imitada como "shang-a-lang" e riffs de metal como "dooooo-wop-wop ".
Assim nasceu um dos primeiros e mais prestigiados conjuntos de Doo-Wop, os "Ink Spots" ("My Prayer"- 1939).
Construído sobre a harmonia vocal, o Doo-Wop foi um dos estilos mais populares, orientado para o pop e o R&B da época.
A popularidade da música Doo-Wop entre os jovens cantores foi devido, em grande parte, ao facto de que a música pode ser realizada de forma eficaz "à cappella" e porque muitos desses jovens entusiastas tinham pouco acesso a instrumentos musicais, de modo que o conjunto vocal tornou-se a forma de execução musical mais popular.
Desde o início, esses cantores reuniam-se nas esquinas e na estações de metro, geralmente em grupos de três a seis. Eles cantavam arranjos vocais, usando uma onomatopeia de palavras sem nexo para imitar instrumentos: o baixo era cantado como "boum-boum-boum", uma guitarra era imitada como "shang-a-lang" e riffs de metal como "dooooo-wop-wop ".
Assim nasceu um dos primeiros e mais prestigiados conjuntos de Doo-Wop, os "Ink Spots" ("My Prayer"- 1939).
Os grupos de Doo-Wop tendiam a ensaiar em locais que fornecessem ecos onde as suas harmonias poderiam ter melhor sonoridade, por isso a maior parte das vezes ensaiavam em corredores e banheiros de liceus e escolas do ensino médio, túneis ou debaixo de pontes, até estarem prontos para a execução pública, onde cantavam nas esquinas e ao pé de semáforos ou nos corredores do Brill Building (um centro de actividades em New York para a indústria da música popular, especialmente nas áreas da composição e da edição musical, onde dezenas de editoras de música tinham escritórios com compositores contratados, que enviariam as suas demos às bandas brancas mais populares e às estações de rádio mais ouvidas, para que estas as pudessem transformar em êxitos).
No final dos anos 1950, grupos italianos de Doo-Wop cantavam nas igrejas, onde ganhavam experiência, e depois então cantavam nas esquinas de centros urbanos, como New York, especialmente no Bronx e no Brooklyn. Alguns desses grupos italo-americanos tiveram hits nacionais, como Dion and The Belmonts, em 1958, com "I Wonder Why" ou The Capris com "There's A Moon Out Tonight", em 1960.
A contribuição dos hispânicos é muitas vezes esquecida, mas especialmente nas cidades da Costa Leste dos Estados Unidos, os porto-riquenhos foram vocalistas em alguns grupos multi-raciais, como The Crests, Frankie Lymon and the Teenagers ou The Del-Vikings, que atingiram imenso sucesso em 1957, com "Come Go With Me".Nos anos 50, o Doo-Wop atingiu a sua máxima popularidade com grupos vocais como The Platters ("Only You", "The Great Pretender", "Smoke Gets In Your Eyes"), The Crests ("Sixteen Candles"), The Coasters ("Yakety Yak", "Charlie Brown", "Searchin'", "Poison Ivy"), The Drifters ("Money Honey", "Such A Night", "There Goes My Baby", "Save The Last Dance For Me", "This Magic Moment"), entre tantos outros.
A influência de Doo-Wop continuou na soul music, no pop e em grupos de rock da década de 1960, como The Four Seasons, The Beach Boys e vários grupos que ajudaram ao sucesso do selo Motown (The Supremes, The Temptations, The Miracles, The Marvelettes, etc).
No caso dos Beach Boys, a influência Doo-Wop é evidente nos seus primeiros sucessos, como "Surfin '" e "Surfer Girl", e em alguns dos seus álbuns gravados na era psicodélica, durante o qual o grupo experimentou e inovou a voz humana como um instrumento, na intenção de criar e expandir uma moderna harmonia vocal, como no super-êxito - "Good Vibrations".
Foram tantos os grupos e êxitos de Doo-Wop, que não nos atrevemos a destacar qualquer conjunto ou música deste género musical, pelo que vos propomos uma súmula musical por uma vintena desses sucessos, como que um sumário para quem queira aprofundar o seu conhecimento neste importante ingrediente do Rock.
No final dos anos 1950, grupos italianos de Doo-Wop cantavam nas igrejas, onde ganhavam experiência, e depois então cantavam nas esquinas de centros urbanos, como New York, especialmente no Bronx e no Brooklyn. Alguns desses grupos italo-americanos tiveram hits nacionais, como Dion and The Belmonts, em 1958, com "I Wonder Why" ou The Capris com "There's A Moon Out Tonight", em 1960.
A contribuição dos hispânicos é muitas vezes esquecida, mas especialmente nas cidades da Costa Leste dos Estados Unidos, os porto-riquenhos foram vocalistas em alguns grupos multi-raciais, como The Crests, Frankie Lymon and the Teenagers ou The Del-Vikings, que atingiram imenso sucesso em 1957, com "Come Go With Me".Nos anos 50, o Doo-Wop atingiu a sua máxima popularidade com grupos vocais como The Platters ("Only You", "The Great Pretender", "Smoke Gets In Your Eyes"), The Crests ("Sixteen Candles"), The Coasters ("Yakety Yak", "Charlie Brown", "Searchin'", "Poison Ivy"), The Drifters ("Money Honey", "Such A Night", "There Goes My Baby", "Save The Last Dance For Me", "This Magic Moment"), entre tantos outros.
A influência de Doo-Wop continuou na soul music, no pop e em grupos de rock da década de 1960, como The Four Seasons, The Beach Boys e vários grupos que ajudaram ao sucesso do selo Motown (The Supremes, The Temptations, The Miracles, The Marvelettes, etc).
No caso dos Beach Boys, a influência Doo-Wop é evidente nos seus primeiros sucessos, como "Surfin '" e "Surfer Girl", e em alguns dos seus álbuns gravados na era psicodélica, durante o qual o grupo experimentou e inovou a voz humana como um instrumento, na intenção de criar e expandir uma moderna harmonia vocal, como no super-êxito - "Good Vibrations".
Foram tantos os grupos e êxitos de Doo-Wop, que não nos atrevemos a destacar qualquer conjunto ou música deste género musical, pelo que vos propomos uma súmula musical por uma vintena desses sucessos, como que um sumário para quem queira aprofundar o seu conhecimento neste importante ingrediente do Rock.
DESCOBRINDO NOVOS DISCOS VELHOS
A Onda Pop sempre primou por informar os seus leitores sobre o lançamento de novos discos e agora tira da cartola preciosidades e pérolas musicais que quase se perderam sem divulgação e passa a apresentar-vos novos velhos L.P.s editados, entre 1967 e 1974, de folk-rock, blues-rock, jazz-rock, hard rock, soul music, rock progressivo, rock psicadélico ou simplesmente de ROCK. |
"Abracadabra" na sua permanente investigação encontrou a relação das semelhanças entre objectos diferentes, ou seja descobriu "Analogy", uma banda italo-germânica de rock psicodélico e progressivo, da década de 70.
Em 1968, o alemão Martin Thurn (guitarra, flauta e bongos) foi para uma escola internacional em Varese (Itália), onde fundou uma banda chamada "Sons of Glove".
Os outros membros eram Wolfgang Schoene (guitarra) e Jutta Nienhaus (cantora).
Em 1970 juntou-se a eles o baterista Hermann-Jürgen Nienhaus (irmão de Jutta) e Mauro Rattaggi (baixo), o único membro italiano da banda.
Depois de uma série de shows no sul da Suíça e no norte de Itália eles conseguiram comprar algum equipamento profissional.
Durante um festival em Arona aconteceu uma colaboração espontânea por parte do teclista Nikola Pankoff, que mais tarde tornou-se mais um membro da banda.
Em 1971, lançaram o single "Sold Out / God's Own Land", duas canções escritas por Thurn.
As gravações de seu primeiro L.P. começaram no início de 1972, em Milão, e eles renomearam então a banda para "Analogy", correspondente ao título da canção que dava o nome ao álbum. Mas logo aí ocorreu um problema com as imagens da capa, pois a banda queria uma obra ilustrada por Pankoff, mas a gravadora exigiu que fossem algumas fotos dos membros da banda nus. Rattaggi manteve-se irredutível quanto a aparecer nu e a solução foi ficar coberto pela barra vertical azul, que inclui o logotipo da banda e o nome do L.P..
A banda recebeu alguma atenção e apreço por parte do público e críticos italianos, mas permaneceu práticamente desconhecida fora de Itália
Eles tocaram no festival Rock in Roma, com 30.000 espectadores, e apareceram durante algumas sessões de rádio da RAI e também na TV.
Em Setembro de 1972, Pankoff deixou a banda por causa de algumas divergências sobre a direção musical e no final do ano, Rattaggi teve que se juntar ao exército e deixou a banda. Schoene foi então para o baixo.
Em 1973 chegou uma nova colaboração através do flautista Rocco Abate, membro da Orquestra do Scala de Milão, que estava à procura de novas experiências. Então, Martin Thurn e Wolfgang Schoene compuseram um conjunto de peças musicais temàticamente ligadas durante 30 minutos, intituladas simplesmente "The Suite". Neste trabalho, a música clássica Renascentista foi combinada com o rock progressivo, mas só foi lançado em 1980, por Martin Thurn e Jutta Nienhaus, acompanhados por outros músicos, que posteriormente formariam a banda "Earthbound".
O grupo "Analogy" ainda tocou várias vezes ao vivo e teve performances de sucesso juntamente com os célebres Atomic Rooster e Air Curved, mas mesmo assim os problemas financeiros foram aparecendo. Além disso Rocco Abate voltou para a música clássica e em Novembro de 1973 "Analogy" teve a sua última performance ao vivo e desfez-se no final desse ano.
Martin Thurn, Jutta Nienhaus e o seu irmão ainda tiveram uma longa cooperação com o cantor, compositor, maestro, escritor e pintor italiano Franco Battiato, famoso pela sua abordagem eclética que percorre a música experimental, a música de vanguarda, ópera, música étnica, rock progressivo, música pop e música electrónica.
De "Analogy" distinguimos a voz única de Jutta Nienhaus e as habilidades instrumentais de Pankoff no órgão Hammond e Martin Thurn na guitarra.
Foram feitas menos de 1.000 cópias, que eram apresentadas embrulhadas num poster dobrado seis vezes, hoje raríssimas e caras.
O álbum "Analogy" vale a pena ouvir pelas suas músicas ecléticas, alternando entre o rock psicadélico, o "krautrock" e o rock progressivo.
Com os desejos de um 2015 com muita Paz e Música, deixamos a inspiração para muito Amor.
Em 1968, o alemão Martin Thurn (guitarra, flauta e bongos) foi para uma escola internacional em Varese (Itália), onde fundou uma banda chamada "Sons of Glove".
Os outros membros eram Wolfgang Schoene (guitarra) e Jutta Nienhaus (cantora).
Em 1970 juntou-se a eles o baterista Hermann-Jürgen Nienhaus (irmão de Jutta) e Mauro Rattaggi (baixo), o único membro italiano da banda.
Depois de uma série de shows no sul da Suíça e no norte de Itália eles conseguiram comprar algum equipamento profissional.
Durante um festival em Arona aconteceu uma colaboração espontânea por parte do teclista Nikola Pankoff, que mais tarde tornou-se mais um membro da banda.
Em 1971, lançaram o single "Sold Out / God's Own Land", duas canções escritas por Thurn.
As gravações de seu primeiro L.P. começaram no início de 1972, em Milão, e eles renomearam então a banda para "Analogy", correspondente ao título da canção que dava o nome ao álbum. Mas logo aí ocorreu um problema com as imagens da capa, pois a banda queria uma obra ilustrada por Pankoff, mas a gravadora exigiu que fossem algumas fotos dos membros da banda nus. Rattaggi manteve-se irredutível quanto a aparecer nu e a solução foi ficar coberto pela barra vertical azul, que inclui o logotipo da banda e o nome do L.P..
A banda recebeu alguma atenção e apreço por parte do público e críticos italianos, mas permaneceu práticamente desconhecida fora de Itália
Eles tocaram no festival Rock in Roma, com 30.000 espectadores, e apareceram durante algumas sessões de rádio da RAI e também na TV.
Em Setembro de 1972, Pankoff deixou a banda por causa de algumas divergências sobre a direção musical e no final do ano, Rattaggi teve que se juntar ao exército e deixou a banda. Schoene foi então para o baixo.
Em 1973 chegou uma nova colaboração através do flautista Rocco Abate, membro da Orquestra do Scala de Milão, que estava à procura de novas experiências. Então, Martin Thurn e Wolfgang Schoene compuseram um conjunto de peças musicais temàticamente ligadas durante 30 minutos, intituladas simplesmente "The Suite". Neste trabalho, a música clássica Renascentista foi combinada com o rock progressivo, mas só foi lançado em 1980, por Martin Thurn e Jutta Nienhaus, acompanhados por outros músicos, que posteriormente formariam a banda "Earthbound".
O grupo "Analogy" ainda tocou várias vezes ao vivo e teve performances de sucesso juntamente com os célebres Atomic Rooster e Air Curved, mas mesmo assim os problemas financeiros foram aparecendo. Além disso Rocco Abate voltou para a música clássica e em Novembro de 1973 "Analogy" teve a sua última performance ao vivo e desfez-se no final desse ano.
Martin Thurn, Jutta Nienhaus e o seu irmão ainda tiveram uma longa cooperação com o cantor, compositor, maestro, escritor e pintor italiano Franco Battiato, famoso pela sua abordagem eclética que percorre a música experimental, a música de vanguarda, ópera, música étnica, rock progressivo, música pop e música electrónica.
De "Analogy" distinguimos a voz única de Jutta Nienhaus e as habilidades instrumentais de Pankoff no órgão Hammond e Martin Thurn na guitarra.
Foram feitas menos de 1.000 cópias, que eram apresentadas embrulhadas num poster dobrado seis vezes, hoje raríssimas e caras.
O álbum "Analogy" vale a pena ouvir pelas suas músicas ecléticas, alternando entre o rock psicadélico, o "krautrock" e o rock progressivo.
Com os desejos de um 2015 com muita Paz e Música, deixamos a inspiração para muito Amor.
Também esta semana não homenagearemos o 1º lugar na Parada de Onda Pop, porque muitas vezes os últimos são os primeiros e é este o caso de "The Weight" pelos The Band.
The Band foi um conjunto de rock, activo de 1967 a 1976. O grupo original era formado por quatro canadianos, Robbie Robertson (guitarra, piano, vocais), Richard Manuel (piano, gaita, bateria, saxofone, órgão, vocais), Garth Hudson (órgão, piano, clavinete, acordeão, sintetizador, saxofone) e Rick Danko (baixo, violino, trombone, vocais) e um americano, Levon Helm (bateria, bandolim, guitarra, baixo, vocais).
Os integrantes dos The Band reuniram-se originalmente como "The Hawks", que era a banda de apoio do cantor de rockabilly Ronnie Hawkins, entre 1958 e 1963.
No final de 65, Bob Dylan recrutou Helm e Robertson para dois shows, e depois a banda completa para uma turnê pelos Estados Unidos em 1965 e uma turnê mundial em 1966. Depois eles juntaram-se a Dylan para uma série de gravações informais que mais tarde seriam conhecidas como "The Basement Tapes".
"The Weight" é uma canção de 1968 dos The Band e foi lançada originalmente no primeiro álbum da banda, "Music From Big Pink" e tornou-se uma das canções mais conhecidas do grupo, e está entre um dos temas mais populares da contracultura do final da década de 1960.
Esta canção ficou em 41º lugar na lista das "500 Melhores Canções de Todos os Tempos" da revista americanaRolling Stone, publicada em 2004. Daí que, como dizíamos os últimos são os primeiros, decidimos publicar o video de The Band tocando "The Weight" durante um concerto de rock no dia 25 de Novembro de 1976, em São Francisco, que foi eternizado através do filme The Last Waltz, e que marcou o final dessa ilustre carreira musical.
The Band foi um conjunto de rock, activo de 1967 a 1976. O grupo original era formado por quatro canadianos, Robbie Robertson (guitarra, piano, vocais), Richard Manuel (piano, gaita, bateria, saxofone, órgão, vocais), Garth Hudson (órgão, piano, clavinete, acordeão, sintetizador, saxofone) e Rick Danko (baixo, violino, trombone, vocais) e um americano, Levon Helm (bateria, bandolim, guitarra, baixo, vocais).
Os integrantes dos The Band reuniram-se originalmente como "The Hawks", que era a banda de apoio do cantor de rockabilly Ronnie Hawkins, entre 1958 e 1963.
No final de 65, Bob Dylan recrutou Helm e Robertson para dois shows, e depois a banda completa para uma turnê pelos Estados Unidos em 1965 e uma turnê mundial em 1966. Depois eles juntaram-se a Dylan para uma série de gravações informais que mais tarde seriam conhecidas como "The Basement Tapes".
"The Weight" é uma canção de 1968 dos The Band e foi lançada originalmente no primeiro álbum da banda, "Music From Big Pink" e tornou-se uma das canções mais conhecidas do grupo, e está entre um dos temas mais populares da contracultura do final da década de 1960.
Esta canção ficou em 41º lugar na lista das "500 Melhores Canções de Todos os Tempos" da revista americanaRolling Stone, publicada em 2004. Daí que, como dizíamos os últimos são os primeiros, decidimos publicar o video de The Band tocando "The Weight" durante um concerto de rock no dia 25 de Novembro de 1976, em São Francisco, que foi eternizado através do filme The Last Waltz, e que marcou o final dessa ilustre carreira musical.