EDITORIAL
Neste número ocorreu uma anomalia pelo facto de na semana anterior não ter havido página. Assim apareceu novamente o nº 88 quando deveria ser 89. Assim esta edição é a 89 e a 89 será a 90. A partir daqui o erro foi detectado e a 91 já estará correcta.
Nesta edição falamos de um movimento de grande importância e que veio revolucionar a sociedade. Os 50 anos de "Summer of Love", que ocorreu em 1967.
Foi o dizer basta às sociedades que tornavam os jovens em "carneiros amestrados", que lhes tiravam a escolha do futuro, que os enviavam para a guerra como carne para canhão, que não aceitavam que pensassem pela sua própria cabeça. O Rock foi uma arma poderosa, o desenvolvimento das Universidades outra. Assim foi possível o Maio de 68 em França, os Festivais de Monterey, Woodstock, Ilha de Wight e outros. A luta de Martin Luther King. A luta contra a guerra do Vietname e em Portugal das Colónias.
É também, talvez, uma chamada de atenção para que as novas gerações não se deixem escravizar pelas novas tecnologias que os Governos de todo o Mundo saberão utilizar para sua hegemonia e opressão. A vida deles (dos que pensam) será muito mais difícil do que foi a nossa.
A Onda agradece ao Sgt. Pop José Couto este excelente trabalho.
Esta Onda Pop é também uma homenagem ao Pop Luís Filipe Arriaga que hoje, 29 de Agosto de 2017, comemora o seu 65º aniversário. Parabéns!
Neste número ocorreu uma anomalia pelo facto de na semana anterior não ter havido página. Assim apareceu novamente o nº 88 quando deveria ser 89. Assim esta edição é a 89 e a 89 será a 90. A partir daqui o erro foi detectado e a 91 já estará correcta.
Nesta edição falamos de um movimento de grande importância e que veio revolucionar a sociedade. Os 50 anos de "Summer of Love", que ocorreu em 1967.
Foi o dizer basta às sociedades que tornavam os jovens em "carneiros amestrados", que lhes tiravam a escolha do futuro, que os enviavam para a guerra como carne para canhão, que não aceitavam que pensassem pela sua própria cabeça. O Rock foi uma arma poderosa, o desenvolvimento das Universidades outra. Assim foi possível o Maio de 68 em França, os Festivais de Monterey, Woodstock, Ilha de Wight e outros. A luta de Martin Luther King. A luta contra a guerra do Vietname e em Portugal das Colónias.
É também, talvez, uma chamada de atenção para que as novas gerações não se deixem escravizar pelas novas tecnologias que os Governos de todo o Mundo saberão utilizar para sua hegemonia e opressão. A vida deles (dos que pensam) será muito mais difícil do que foi a nossa.
A Onda agradece ao Sgt. Pop José Couto este excelente trabalho.
Esta Onda Pop é também uma homenagem ao Pop Luís Filipe Arriaga que hoje, 29 de Agosto de 2017, comemora o seu 65º aniversário. Parabéns!
A CELEBRAÇÃO O 50º ANIVERSÁRIO DE
"THE SUMMER OF LOVE"
QUE DEVERIA SER FERIADO MUNDIAL... SEMPRE!!!
"THE SUMMER OF LOVE"
QUE DEVERIA SER FERIADO MUNDIAL... SEMPRE!!!
Esta nossa convicção de que "The Summer Of Love" deveria ser desde então Feriado Mundial é baseada em factos históricos sócio-culturais que ocorreram nessa época de 1967 e que passamos a relembrar:
"THE SUMMER OF LOVE" ("O Verão do Amor") foi um fenómeno social que ocorreu durante o verão de 1967, quando mais de 100 mil pessoas, na sua maioria jovens convergiram durante essa época para o bairro de Haight-Ashbury, em São Francisco, num fluxo total que no final do ano já chegava a perto das 500.000 pessoas.
Embora os hippies também se reunissem em muitos outros lugares nos EUA, no Canadá e na Europa, San Francisco era na época o seu principal centro de convergência.
Os Hippies, às vezes chamados "Crianças das Flores", eram um grupo eclético, que desconfiava dos governos mundiais e dos valores sociais da época, que rejeitava o conformismo e o espírito consumista e que se opunha à guerra, especialmente à do Vietnam.
Se alguns estavam envolvidos em política, a sua grande maioria estava mais interessada na arte (em particular, música, pintura e poesia), preocupada com causas sociais (anti-racismo e igualdade de direitos entre sexos, entre outras) ou enlevada por práticas religiosas e meditativas orientais.
Embora os hippies também se reunissem em muitos outros lugares nos EUA, no Canadá e na Europa, San Francisco era na época o seu principal centro de convergência.
Os Hippies, às vezes chamados "Crianças das Flores", eram um grupo eclético, que desconfiava dos governos mundiais e dos valores sociais da época, que rejeitava o conformismo e o espírito consumista e que se opunha à guerra, especialmente à do Vietnam.
Se alguns estavam envolvidos em política, a sua grande maioria estava mais interessada na arte (em particular, música, pintura e poesia), preocupada com causas sociais (anti-racismo e igualdade de direitos entre sexos, entre outras) ou enlevada por práticas religiosas e meditativas orientais.
Durante este período, nasceu o "Peace Movement", com o "Human Be-In" em San Francisco e depois os diversos "Love-Ins" em New York. Demonstrações anti-guerra ocorreram em todos os lugares e vários campus de faculdades entraram em erupção com milhares de estudantes protestando contra os antiquados processos escolares e universitários em curso, nos Estados Unidos, em França, no Reino Unido, na Grécia, em Espanha (Madrid e Barcelona) e até em Portugal (especialmente em Coimbra).
Os índios americanos tomaram conta da prisão de Alcatraz, os "Black Panthers" ocuparam o Capitol em Sacramento (o edifício do Governo do Estado da California) e o movimento "Student Nonviolent Coordinating Committee", dirigido por H. Rap Brown, exigiu a igualdade de direitos civis para os Afro-Americanos.
Mesmo os atletas olímpicos, quando subiam ao pódio, erguiam o punho fechado para mostrar solidariedade com esses ventos de mudança.
Isso surpreendeu os governantes, o presidente dos Estados Unidos foi acusado e uma guerra foi interrompida. Uma geração inteira levantou-se e gritou: INFERNO NÃO, NÓS NÃO VAMOS!
Durante este período, a mudança ocorreu a vários níveis, através de uma variedade de movimentos sociais, que deram origem a vários decretos-lei nos Estados Unidos e noutros países ocidentais e a importantes declarações de direitos universais na ONU:
· O Movimento da Liberdade de Expressão
· O Movimento do Amor Livre
· O Movimento da Igualdade de Direitos das Mulheres
· O Movimento dos Direitos dos Homossexuais
· A Revolução Sexual ou Libertação Sexual (A contracepção e a pílula sem receita médica, são duas dessas conquistas)
· O Movimento Espiritual (Para a renovação carismática da Igreja Católica e a expansão ocidental de filosofias
religiosas orientais)
· O Movimento dos Trabalhadores Agrícolas (Para a igualdade de direitos dos trabalhadores agrícolas,
especialmente no que diz respeito à Assistência Social e ao direito de receberem subsídios de reforma)
· O Movimento Ambiental (Lutando contra a proliferação da energia nuclear e contra os derrames de petróleo e
mercúrio nos oceanos)
· O Movimento de Ecologia (Para a preservação das regiões selvagens e para a proteção do ar e da água contra
a poluição, antecipando a explosão de activismos que estavam prestes a ocorrer, no
início dos anos 70)
· O Movimento dos Direitos dos Animais (Lutando não só contra a caça e extinção de algumas espécies, mas
defendendo os animais contra a utilização destes nas indústrias de
calçado, roupas e acessórios e até como cobaias nas indústrias
farmacêuticas e afins)
· Os Movimentos Estudantis
· O Movimento dos Direitos Civis (completando os direitos alcançados por Martin Luther-King em 1964, com o
fim das barreiras raciais de emigração para negros e latino-americanos e da
descriminação na venda e aluguer de casas, por exemplo)
· O Movimento Anti-Guerra.
A mensagem era clara - o mundo estava a unir-se atrás de um princípio e de um comportamento: PAZ e AMOR.
Os índios americanos tomaram conta da prisão de Alcatraz, os "Black Panthers" ocuparam o Capitol em Sacramento (o edifício do Governo do Estado da California) e o movimento "Student Nonviolent Coordinating Committee", dirigido por H. Rap Brown, exigiu a igualdade de direitos civis para os Afro-Americanos.
Mesmo os atletas olímpicos, quando subiam ao pódio, erguiam o punho fechado para mostrar solidariedade com esses ventos de mudança.
Isso surpreendeu os governantes, o presidente dos Estados Unidos foi acusado e uma guerra foi interrompida. Uma geração inteira levantou-se e gritou: INFERNO NÃO, NÓS NÃO VAMOS!
Durante este período, a mudança ocorreu a vários níveis, através de uma variedade de movimentos sociais, que deram origem a vários decretos-lei nos Estados Unidos e noutros países ocidentais e a importantes declarações de direitos universais na ONU:
· O Movimento da Liberdade de Expressão
· O Movimento do Amor Livre
· O Movimento da Igualdade de Direitos das Mulheres
· O Movimento dos Direitos dos Homossexuais
· A Revolução Sexual ou Libertação Sexual (A contracepção e a pílula sem receita médica, são duas dessas conquistas)
· O Movimento Espiritual (Para a renovação carismática da Igreja Católica e a expansão ocidental de filosofias
religiosas orientais)
· O Movimento dos Trabalhadores Agrícolas (Para a igualdade de direitos dos trabalhadores agrícolas,
especialmente no que diz respeito à Assistência Social e ao direito de receberem subsídios de reforma)
· O Movimento Ambiental (Lutando contra a proliferação da energia nuclear e contra os derrames de petróleo e
mercúrio nos oceanos)
· O Movimento de Ecologia (Para a preservação das regiões selvagens e para a proteção do ar e da água contra
a poluição, antecipando a explosão de activismos que estavam prestes a ocorrer, no
início dos anos 70)
· O Movimento dos Direitos dos Animais (Lutando não só contra a caça e extinção de algumas espécies, mas
defendendo os animais contra a utilização destes nas indústrias de
calçado, roupas e acessórios e até como cobaias nas indústrias
farmacêuticas e afins)
· Os Movimentos Estudantis
· O Movimento dos Direitos Civis (completando os direitos alcançados por Martin Luther-King em 1964, com o
fim das barreiras raciais de emigração para negros e latino-americanos e da
descriminação na venda e aluguer de casas, por exemplo)
· O Movimento Anti-Guerra.
A mensagem era clara - o mundo estava a unir-se atrás de um princípio e de um comportamento: PAZ e AMOR.
As lutas para as defesas destas causas e as vitórias sociais conseguidas não serão suficientes para a criação do FERIADO MUNDIAL do "VERÃO DO AMOR"?
A "ONDA POP" desde essa época marcou a sua posição apoiando a solução para o bem-estar do Mundo : Paz, Música e Amor
Mas, mais importante que um simples logo da "Onda Pop", porém e na sua natural sequência e sempre com a imprescindível ajuda dos amigos (with a little help of our friends), será porventura o livro bilingue "Será A Paz Uma Ilusão?" publicado, em 2016, pelo nosso popista Luís Arriaga, onde se procura desenvolver cientìficamente um ensaio sobre a conflitualidade, numa inédita avaliação matemática do antagonismo entre pré-beligerantes, que poderá ajudar a evitar que os oponentes cheguem à via armada para resolver um conflito com que se debatam - uma forma exacta e isenta de pressões e conveniências.
Esta tese já foi enviada a entidades mundiais, como a ONU, para sua análise, embora poucas tenham sido as respostas... Uma excelente tese matemática aplicada à avaliação da natureza humana, levando em linha de conta a personalidade dos beligerantes, bem como o local e ambiente da sua formação, a região do conflito e os seus princípios sócio-políticos e religiosos. É um trabalho curioso e, infelizmente, sempre actual, que reflete com peso e medida a natureza humana. Provàvelmente só daqui a séculos a referida tese venha a obter o mérito correspondente. That’s life...! |
Tal como John Lennon no seu fabuloso Hino de Paz, "Imagine", também o Luís Arriaga pode dizer:
"You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one"
"You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one"
O termo "The Summer Of Love" teve a sua origem na formação do "Concelho para o Verão de Amor" durante a primavera de 1967 como resposta à convergência numa mesma época de dezenas de milhares de jovens no distrito de Haight-Ashbury, vindos não só dos Estados Unidos, mas de todo o Mundo. O Concelho era composto por cerca de vinte e cinco pessoas, que procuraram aliviar alguns dos problemas antecipados que seriam causados pelo influxo das centenas de milhares de pessoas esperadas durante o verão. "O Concelho para o Verão de Amor" ajudou a criar a Clínica Livre e o Supermercado Livre, para além de organizar uma suficiente e capaz habitação, alimentação, saneamento, música e artes, mantendo-se sempre em coordenação com igrejas locais e outros grupos sociais.
O "Concelho para o Verão de Amor" era composto essencialmente por 4 entidades: "The Family Dog", "The Straight Theatre", "The San Francisco Oracle" e "The Diggers".
1 - "The Family Dog":
O "Concelho para o Verão de Amor" era composto essencialmente por 4 entidades: "The Family Dog", "The Straight Theatre", "The San Francisco Oracle" e "The Diggers".
1 - "The Family Dog":
Era uma empresa de promoções e de organização de eventos, que foi constituída por Chet Helms (um promotor de rock de espírito aberto) que se juntou a um grupo de hippies e começou a colocar alguns dos maiores eventos de rock de todos os tempos, em lugares como o Auditorio Fillmore e o Avalon Ballroom, em São Francisco, onde a música inovadora e as filosofias e os ideais de uma revolução de contracultura tiveram voz. Para divulgar os seus eventos ao vivo, a Family Dog escolheu um pequeno exército de artistas gráficos para projectar cartazes promocionais e panfletos publicitários. O mais influente do grupo ficou conhecido como o "San Francisco Five". Essa equipa extremamente criativa era composta por Rick Griffin, Alton Kelley, Victor Moscoso, Stanley Mouse e Wes Wilson. Eles passaram a produzir algumas das imagens mais emblemáticas e memoráveis da história do rock and roll. A arte de "The Family Dog" captura o espírito de expressão livre e reflete a audaz liberdade experimental da época, servindo como guia para as futuras gerações que desejem:
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2 - THE STRAIGHT THEATER
O Straight Theatre era um teatro de vaudeville no meio de Haight Ashbury, no cruzamento da Haight St. com a Cole St. e que foi renovado durante os anos 60 psicadélicos.
The Grateful Dead, Janis Joplin, Big Brother, Country Joe, Santana e muitos outros personagens famosos fizeram história, invocando a Era de Aquário (que se iniciará em meados do século XXI) em que, segundo os oráculos, a partir dessa Era seremos mais evoluídos e a humanidade entrará numa nova fase, onde acabarão todos os problemas que nos assolam.
The Grateful Dead, Janis Joplin, Big Brother, Country Joe, Santana e muitos outros personagens famosos fizeram história, invocando a Era de Aquário (que se iniciará em meados do século XXI) em que, segundo os oráculos, a partir dessa Era seremos mais evoluídos e a humanidade entrará numa nova fase, onde acabarão todos os problemas que nos assolam.
3 - "THE SAN FRANCISCO ORACLE"
"The San Francisco Oracle" foi um jornal alternativo da contra-cultura, publicado durante 12 números, desde 20 de Setembro de 1966 até Fevereiro de 1968, no bairro Haight-Ashbury, em San Francisco.
Allen Cohen, o editor durante o período mais vibrante do jornal, e Michael Bowen, o diretor de arte, foram os principais fundadores da publicação.
O "Oracle" era um membro inicial do Underground Press Syndicate e combinou a poesia, a espiritualidade e os interesses multiculturais com o "design" psicadélico, refletindo e moldando a comunidade contracultural dos Hippies.
Provàvelmente, é o mais excelso exemplo de psicadelismo na imprensa contracultural "underground".
O "Oracle" tinha colaboradores que eram artistas importantes na época, na área de San Francisco, incluindo Bruce Conner e Rick Griffin, e para além disso ajudou a divulgar escritores da contra-cultura, como Allen Ginsberg, Gary Snyder, Lawrence Ferlinghetti e Michael McClure.
Allen Cohen, o editor durante o período mais vibrante do jornal, e Michael Bowen, o diretor de arte, foram os principais fundadores da publicação.
O "Oracle" era um membro inicial do Underground Press Syndicate e combinou a poesia, a espiritualidade e os interesses multiculturais com o "design" psicadélico, refletindo e moldando a comunidade contracultural dos Hippies.
Provàvelmente, é o mais excelso exemplo de psicadelismo na imprensa contracultural "underground".
O "Oracle" tinha colaboradores que eram artistas importantes na época, na área de San Francisco, incluindo Bruce Conner e Rick Griffin, e para além disso ajudou a divulgar escritores da contra-cultura, como Allen Ginsberg, Gary Snyder, Lawrence Ferlinghetti e Michael McClure.
4 - THE DIGGERS
"The Diggers" (os escavadores) eram um grupo radical de activistas e actores de teatro de rua que operaram de 1966 a 1968, com base no bairro de Haight-Ashbury, em San Francisco. Eram "anarquistas comunitários" que misturavam o desejo de liberdade com a consciência da comunidade em que viviam.
Os "Diggers" adoptaram o nome dos antigos ingleses Diggers (1649-50), que promulgaram uma visão de uma sociedade livre de comprar, de vender e livre da propriedade privada ou do Estado.
Durante os meados e finais da década de 1960, os "Diggers" de São Francisco organizaram concertos de música gratuitos e exposições de obras de arte, forneceram comida gratuita, cuidados médicos, transportes e habitação temporária e abriram lojas que distribuíam o seu aprovisionamento. Alguns dos eventos, que organizaram, incluíram o desfile da morte do dinheiro, o circo invisível e a morte do Hippie.
Os "Diggers" adoptaram o nome dos antigos ingleses Diggers (1649-50), que promulgaram uma visão de uma sociedade livre de comprar, de vender e livre da propriedade privada ou do Estado.
Durante os meados e finais da década de 1960, os "Diggers" de São Francisco organizaram concertos de música gratuitos e exposições de obras de arte, forneceram comida gratuita, cuidados médicos, transportes e habitação temporária e abriram lojas que distribuíam o seu aprovisionamento. Alguns dos eventos, que organizaram, incluíram o desfile da morte do dinheiro, o circo invisível e a morte do Hippie.
Mas para além do "Concelho para o Verão de Amor", existiu uma outra entidade, que foi fulcral para o desenvolvimento, bom entendimento e bem-estar da comunidade Hippie de San Francisco: O Rancho Olompali e a sua "Chosen Family".
Rancho Olompali: “The White House of Hippiedom”
Intitularam-se "The Chosen Family" ("A Família Escolhida"), e era um grupo de famílias que viviam juntas, numa mansão construída em 1911, num rancho de 760 acres e a cerca de 40 quilómetros ao norte de São Francisco.
Em 1967, a propriedade foi arrendada por Donald McCoy Jr., usando o dinheiro de uma herança de US$350.000 que recebera da sua família rica, e ficou conhecida como o local de uma experiência social que durou 600 dias, desde o Outono de 1967 até ao final do Verão de 1969: uma comuna onde cerca de 90 pessoas buscaram refúgio contra o tumulto de vida de São Francisco.
A comuna deveria ser o centro das suas vidas e por isso todos os que foram para ali conviver tiveram que deixar os seus empregos e dedicar-se exclusivamente à vida do rancho, encarregando-se de diversas plantações de alimentos, cuidando e mugindo vacas, cozinhando e distribuindo comida e até tratando de cavalos que seriam o seu meio de transporte. McCoy, por outro lado, era o responsável pelo fornecimento dos alimentos que não eram cultivados na herdade, dos cuidados com a saúde e até mesmo do entretenimento, ou seja de tudo o que era necessário para viver com qualidade.
Em 1967, a propriedade foi arrendada por Donald McCoy Jr., usando o dinheiro de uma herança de US$350.000 que recebera da sua família rica, e ficou conhecida como o local de uma experiência social que durou 600 dias, desde o Outono de 1967 até ao final do Verão de 1969: uma comuna onde cerca de 90 pessoas buscaram refúgio contra o tumulto de vida de São Francisco.
A comuna deveria ser o centro das suas vidas e por isso todos os que foram para ali conviver tiveram que deixar os seus empregos e dedicar-se exclusivamente à vida do rancho, encarregando-se de diversas plantações de alimentos, cuidando e mugindo vacas, cozinhando e distribuindo comida e até tratando de cavalos que seriam o seu meio de transporte. McCoy, por outro lado, era o responsável pelo fornecimento dos alimentos que não eram cultivados na herdade, dos cuidados com a saúde e até mesmo do entretenimento, ou seja de tudo o que era necessário para viver com qualidade.
Músicos de rock reuniam-se no Rancho Olompali, que desde então se tornou como que um parque estadual para eventos.
The Grateful Dead morou lá por breve período em 1966 e alguns membros da "Chosen Family" aparecem na foto da contracapa do seu album, "Aoxomoxoa". Os Big Brother and The Holding Company, Jefferson Airplane e Quicksilver Messenger Service também passaram e moraram no rancho, bem como tocaram em festas, assim como muitos outros músicos, como Grace Slick, Janis Joplin, Nina Simone e até uma garota de 5 anos chamada Courtney Love.
Don McCoy transformou a propriedade rural conhecida como Rancho Olompali em Marin County, Califórnia, numa comunidade prototípica hippie, buscando o seu amor pela terra e pelos seus semelhantes, tornando-se conhecidos no Golden Gate Park de São Francisco pelas sopas de vegetais cultivados no rancho e pelo pão fresco, que eles distribuíam livremente, cozinhados num forno ao ar livre nessa propriedade, que ficou designada como:
"THE WHITE HOUSE OF HIPPIEDOM" (A "Casa Branca" do Reino dos Hippies)
The Grateful Dead morou lá por breve período em 1966 e alguns membros da "Chosen Family" aparecem na foto da contracapa do seu album, "Aoxomoxoa". Os Big Brother and The Holding Company, Jefferson Airplane e Quicksilver Messenger Service também passaram e moraram no rancho, bem como tocaram em festas, assim como muitos outros músicos, como Grace Slick, Janis Joplin, Nina Simone e até uma garota de 5 anos chamada Courtney Love.
Don McCoy transformou a propriedade rural conhecida como Rancho Olompali em Marin County, Califórnia, numa comunidade prototípica hippie, buscando o seu amor pela terra e pelos seus semelhantes, tornando-se conhecidos no Golden Gate Park de São Francisco pelas sopas de vegetais cultivados no rancho e pelo pão fresco, que eles distribuíam livremente, cozinhados num forno ao ar livre nessa propriedade, que ficou designada como:
"THE WHITE HOUSE OF HIPPIEDOM" (A "Casa Branca" do Reino dos Hippies)
McCoy era considerado um homem bom e, para além de ser o fundador desta comunidade, conhecida como "The Chosen Family", cedeu uma casa flutuante, em Sausalito, ao filósofo zen Alan Watts e quando o músico indiano Ali Akbar Khan (que juntamente com Ravi Shankar foram os introdutores da música indiana no Ocidente) lhe disse que gostaria de criar uma faculdade de música, no norte da California, para ensinar música indiana e precisava de dinheiro, McCoy passou-lhe um cheque de US$20.000 e essa faculdade ainda hoje existe em San Rafael.
Donald McCoy Jr., que ficou glorificado como sendo o guru dos Hippies, pela própria comunidade, usava uma máxima: "crie um novo modo de vida, uma nova maneira de fazer as coisas, uma nova forma de viver juntos, convivendo pacìficamente no mundo".
Esta experiência comunitária teve o seu epílogo no final do Verão de 1969, quando a mansão de 26 quartos foi consumida pelo fogo, deixando a comuna em desordem social e financeira.
Foi o final de um sonho de vida em comunidade, assim como, quase que coincidentemente, foi o fim do "Verão de Amor", mas ficaram para sempre as grandes conquistas sociais, que já referenciámos acima, e que hoje regem a quase totalidade das Constituições Políticas do Mundo Ocidental.
Donald McCoy Jr., que ficou glorificado como sendo o guru dos Hippies, pela própria comunidade, usava uma máxima: "crie um novo modo de vida, uma nova maneira de fazer as coisas, uma nova forma de viver juntos, convivendo pacìficamente no mundo".
Esta experiência comunitária teve o seu epílogo no final do Verão de 1969, quando a mansão de 26 quartos foi consumida pelo fogo, deixando a comuna em desordem social e financeira.
Foi o final de um sonho de vida em comunidade, assim como, quase que coincidentemente, foi o fim do "Verão de Amor", mas ficaram para sempre as grandes conquistas sociais, que já referenciámos acima, e que hoje regem a quase totalidade das Constituições Políticas do Mundo Ocidental.
Ainda não estão convencidos da importância social e cultural de "THE SUMMER OF LOVE"?
Então, relembrem-se como era o mundo há 50 anos atrás – alguns de vocês não terão idade suficiente – e tentem reflectir e compreender como era tão diferente a nossa vida e o mundo à nossa volta, se compararmos com o status quo actual (por exemplo, não existiam computadores pessoais ou portáteis, telemóveis, internet, IPhones, IPods, IPads, facebook, twitter, scanners, impressoras, plataformas de jogos - Sony, Nintendo, etc - ou CD-ROMs, CDs, DVDs, nem TV por cabo ou satélite, a nível universal).
Para os de menor memória e para os não nados na época, basta relembrar 1966, um ano antes do “Verão do Amor”, para depois melhor se compreender o que representaram e o que ainda representam, nos dias de hoje, tamanhas mudanças/revoluções sociais e culturais, que ocorreram em 1967.
Então, relembrem-se como era o mundo há 50 anos atrás – alguns de vocês não terão idade suficiente – e tentem reflectir e compreender como era tão diferente a nossa vida e o mundo à nossa volta, se compararmos com o status quo actual (por exemplo, não existiam computadores pessoais ou portáteis, telemóveis, internet, IPhones, IPods, IPads, facebook, twitter, scanners, impressoras, plataformas de jogos - Sony, Nintendo, etc - ou CD-ROMs, CDs, DVDs, nem TV por cabo ou satélite, a nível universal).
Para os de menor memória e para os não nados na época, basta relembrar 1966, um ano antes do “Verão do Amor”, para depois melhor se compreender o que representaram e o que ainda representam, nos dias de hoje, tamanhas mudanças/revoluções sociais e culturais, que ocorreram em 1967.
Em 1966, estávamos em plena Guerra Fria entre o Leste Europeu e a Europa Ocidental e Estados Unidos.
O mundo era governado por regimes totalitaristas de extrema-direita (Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, entre outros) ou de extrema-esquerda (União Soviética e China) e os Estados Unidos e a França, como muitos outros países, eram dirigidos por governos fortemente autoritários. Portanto a Liberdade e a Democracia estavam fortemente reprimidas ou manietadas na maior parte dos países do Mundo. Salvavam-se as democracias dos países do Norte da Europa (Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Holanda, Alemanha e Islândia), Suiça, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Japão e poucos mais países no resto do globo terrestre.
Em África e na América Latina, as crises políticas eram normalmente resolvidas com ditaduras militares.
O mundo era governado por regimes totalitaristas de extrema-direita (Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, entre outros) ou de extrema-esquerda (União Soviética e China) e os Estados Unidos e a França, como muitos outros países, eram dirigidos por governos fortemente autoritários. Portanto a Liberdade e a Democracia estavam fortemente reprimidas ou manietadas na maior parte dos países do Mundo. Salvavam-se as democracias dos países do Norte da Europa (Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Holanda, Alemanha e Islândia), Suiça, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Japão e poucos mais países no resto do globo terrestre.
Em África e na América Latina, as crises políticas eram normalmente resolvidas com ditaduras militares.
A Guerra Fria era levada para todos os níveis, desde o desporto (especialmente nos Jogos Olímpicos) até à corrida espacial e, em 1966, a URSS, com a nave Luna 9, levou a melhor sobre os USA, pois conseguiu levar a efeito a primeira aterragem na superfície lunar de um engenho não pilotado, em Fevereiro.
Os Estados Unidos só conseguiram idêntico feito 4 meses depois com a Surveyor 1, mas viriam a vencer definitivamente a corrida quando em 1969, com a nave Apollo 11, conseguiram que o 1º homem aterrasse e andasse na Lua. |
Na China, a grande vitória era da Revolução Cultural, com a proclamação por Mao Tsé Tung, da obrigatoriedade escolar do Livro Vermelho, incitando os jovens a “purificar os revisionistas e burgueses reaccionários”, numa estratégia de controle e limpeza dos comunistas pró-Rússia do Partido Comunista Chinês.
"Citações do Presidente Mao Tsé-Tung" ou "O Pequeno Livro Vermelho" ou ainda "O Livro Vermelho", como é mais conhecido no Ocidente, é uma colectânea de discursos e citações do Presidente do Comité do Partido Comunista Chinês. |
Os Estados Unidos da América intensificam a sua presença bélica no Vietname e triplicam de 1965 para 1966 as suas tropas nessa arena de guerra, além de terem bombardeado, pela primeira vez, a capital do Vietname do Norte.
Em Londres, 31 pessoas são presas por se manifestarem, em frente à Embaixada dos Estados Unidos, contra a Guerra do Vietname.
Em Londres, 31 pessoas são presas por se manifestarem, em frente à Embaixada dos Estados Unidos, contra a Guerra do Vietname.
.Em São Francisco organizou-se o “Trips Festival”, com os Grateful Dead e os Big Brother and The Holding Company, entre outros, fundando-se o Movimento Hippie.
Pouco tempo depois Hippies e celebridades liberais enfrentam a polícia, em Los Angeles, por se manisfestarem contra a Guerra no Vietname.
Pouco tempo depois Hippies e celebridades liberais enfrentam a polícia, em Los Angeles, por se manisfestarem contra a Guerra no Vietname.
O Governo Americano decide integrar as famílias negras nos bairros sociais de brancos em New York, Chicago e Cleveland, e graves conflitos raciais começaram a acontecer por todos os Estados Unidos, o que leva à criação, em São Francisco, do movimento “Black Panther”, uma organização política extraparlamentar revolucionária norte-americana ligada ao nacionalismo negro, agudizando-se o ambiente e as relações inter-raciais.
Foi só a partir de 1966, que a polícia norte-americana passou a ser obrigada, sempre que esteja a dar ordem de prisão a um suspeito, a avisá-lo que este tem o direito de se manter em silêncio e solicitar a presença de um advogado durante os interrogatórios na esquadra. A este direito cívico resolveu chamar-se “Miranda Warning”, depois do advogado do réu Ernesto Miranda ter ganho a defesa do mesmo, invocando que a Polícia não tinha avisado este dos seus direitos, conforme está previsto na Constituição dos Estados Unidos.
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Londres era nesta época a capital do Mundo, “The Swinging London” (A Londres Vibrante), porque era lá que estava a acontecer a efervescência cultural e o modernismo de comportamentos e costumes, que depois se espalhavam e tornavam-se moda no resto do planeta. Uma das influências mais marcantes foi a Op Art, que influenciou a moda, especialmente em costureiros como Courrèges e Ungaro, mas a que mais se espalhou pelo mundo foi a Mini-Saia, uma criação da estilista inglesa Mary Quant.
Ambas as modas estavam sempre presentes em todas as boutiques da Carnaby Street e da King’s Road.
Ambas as modas estavam sempre presentes em todas as boutiques da Carnaby Street e da King’s Road.
O jornal inglês “Evening Standard” publica uma entrevista com John Lennon, em que este diz que acredita que os Beatles são mais conhecidos no Mundo que Jesus Cristo.
Esta declaração foi considerada uma blasfémia pela Igreja Católica e nos Estados Unidos criaram-se vários movimentos que incentivaram à destruição de discos, fotos, gravações e toda a memorabília que dissesse respeito aos Beatles, com fogueiras enormes queimando esse material Beatleano, como se fossem as bruxas na Idade Média, enquanto no Japão os Beatles quebraram mais um tabu e foram a primeira banda a tocar no famoso Budokan, até então uma sala de espectáculos só para artes marciais.
Esta declaração foi considerada uma blasfémia pela Igreja Católica e nos Estados Unidos criaram-se vários movimentos que incentivaram à destruição de discos, fotos, gravações e toda a memorabília que dissesse respeito aos Beatles, com fogueiras enormes queimando esse material Beatleano, como se fossem as bruxas na Idade Média, enquanto no Japão os Beatles quebraram mais um tabu e foram a primeira banda a tocar no famoso Budokan, até então uma sala de espectáculos só para artes marciais.
1966 termina com o 1º marco histórico para as diversas conquistas sociais em 1967, quando nesse mês de Dezembro, a Assembleia da ONU estabeleceu, pela primeira vez, o Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos.
Na área de entretenimento e cultura, o “Grammy” da música foi entregue a Frank Sinatra e o “Oscar” cinematográfico foi atribuído ao filme “The Sound Of Music”, havendo ainda a destacar o lançamento da célebre série televisiva “Star Trek”.
No Brasil, Roberto Carlos é o top de 1966, com “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”, enquanto nos Estados Unidos, “We Can Work It Out” dos Beatles alcança o 1º lugar nas paradas Americanas, aonde “Good Vibrations” dos Beach Boys atinge 2 milhões de vendas
No Brasil, Roberto Carlos é o top de 1966, com “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”, enquanto nos Estados Unidos, “We Can Work It Out” dos Beatles alcança o 1º lugar nas paradas Americanas, aonde “Good Vibrations” dos Beach Boys atinge 2 milhões de vendas
essencialmente, serão três novos albuns (“Revolver” dos Beatles, “Pet Sounds” dos Beach Boys e “Blonde On Blonde” de Bob Dylan) que marcaram musicalmente 1966.
Porquê?
Porque, para além da sua excelente qualidade musical, eles foram as musas inspiradoras dos Beatles para a sua obra-prima no ano seguinte: “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, arauto de “The Summer Of Love”.
Porque, para além da sua excelente qualidade musical, eles foram as musas inspiradoras dos Beatles para a sua obra-prima no ano seguinte: “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, arauto de “The Summer Of Love”.
Os Estados Unidos da América intensificam a sua presença bélica no Vietname e triplicam de 1965 para 1966 as suas tropas nessa arena de guerra, atingindo o impressionante número de 475.000 soldados, além de terem bombardeado, pela primeira vez, a capital do Vietname do Norte. Mas também triplicou o número de soldados americanos mortos nessa guerra e 8000 manifestantes anti-Guerra do Vietname, em Washington, sentam-se em frente do Pentágono, numa primeira manisfestação, digna do Verão do Amor, fazem um esforço mental para levitar esse símbolo da Forças Armadas Norte-Americanas, com a distribuição gratuíta de um panfleto com instruções para os manisfestantes exorcizarem os demónios e concentrarem a sua meditação, para em conjunto conseguirem levitar o célebre edifício, arquitectado com a forma geométrica de um pentágono.
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Estas diversas manisfestações e contestações foram também acompanhadas por várias músicas com letras contestando a Guerra do Vietnâme, entre as quais destacamos duas composições: a belíssima "For What It's Worth" dos Buffalo Springfield e "Today I Killed A Man" dos Fortunes, com a letra mais tocante sobre toda e qualquer guerra.
- No Médio Oriente, aconteceu a Guerra dos Seis Dias, entre Israel e a Síria, Egipto e Jordânia, finda a qual Israel ficou a controlar muito mais território na Península da Palestina.
- Aumentaram as manifestações, revoltas e saques por todos os Estados Unidos, especialmente em Detroit, onde foram necessários 7.000 polícias para restaurar a ordem nas ruas.
- A 10 de Setembro aconteceu um referendo em Gibraltar, para os cidadãos votarem ou a favor da soberania Britânica ou para que Gibraltar passasse a ser parte de Espanha. Com 99% dos votos, os cidadãos escolheram continuar sob a coroa Britânica.
- O Reino Unido e a República da Irlanda fizeram o seu pedido oficial para serem aceites como membros da CEE.
- Pela primeira vez nos Estados Unidos foi declarado constitucional, no Estado de Virginia, o Casamento Inter-Racial e essa declaração implicou que outros Estados deixassem de considerar o casamento inter-racial como um crime.
- Foi ratificado o Tratado sobre a limitação do uso de Armas Nucleares, pelas maiores potências mundiais.
- Cassius Clay (então já Muhammad Ali, após se ter convertido ao islamismo) recusou-se a ingressar no exército americano, invocando ser contra a sua nova religião, e foi punido com 5 anos de prisão (nunca cumpridos), para além de lhe ter sido retirado o título de campeão do Mundo de boxe, na categoria de pesos-pesados.
Foi instalado no Mundo o primeiro ATM (terminal Multibanco) no Barclays Bank, em Londres, uma invenção da firma inglesa De La Rue, na qual o nosso popista José Couto viria a ser, nos anos 90 e início da século XXI, Director-Geral em Portugal, durante 6 anos, e CEO e Administrador-Fundador, no Brasil .
- Foi publicado o 1º número da icónica revista de música e cultura popular, "Rolling Stone", que continua a ser um sucesso, sendo editada mensalmente nos dias de hoje, e já com mais de 1000 edições publicadas.
- - Foi feita mundialmente, e com sucesso, a primeira cirurgia de transplante de coração, pelo Dr. Christiaan Barnard, na República da África do Sul.
- - Foi inventada a primeira calculadora de bolso pela empresa Americana, Texas Instruments.
Até 1967, a emissora pública Britânica de Rádio BBC (British Broadcasting Corporation) recusava passar a grande maioria da música Pop/Rock nas suas ondas hertzianas, mas o sucesso musical e comercial dos Beatles e da British Invasion (The Rolling Stones, The Hollies, The Herman's Hermits, The Who, The Animals, entre outros conjuntos britânicos) nos Estados Unidos e no resto do Mundo, aliado ao sucesso das Rádios Piratas (vidé Onda Pop Nº 7) junto da juventude britânica e europeia, com uma audiência diária estimada em cerca de 15 milhões de jovens ouvintes, para quem era direccionada importante publicidade de produtos, como a Coca-Cola, a Pepsi-Cola, o McDonalds, etc, o que fazia com que a BBC estivesse a perder uma grossa fatia de rendimentos, levou a duas decisões governamentais:
1- O Broadcasting (Offenses) Act, que entrou em vigor proíbindo as estações de Rádio Piratas que, desde 24 de Março de 1964 (Rádio Caroline e Rádio London), tinham ganho uma adesão maciça entre os jovens de tal forma importante, que em 1967 já existiam 21 Rádios Piratas difundindo diàriamente;
2 - Para conquistar essa importante fatia de mercado adolescente, a BBC reorganizou-se e passou a oferecer a Radio 1, Radio 2, Radio 3 e Radio 4, sendo que a Radio One ficou essencialmente direccionada para a música Pop/Rock e para isso contrataram alguns dos mais famosos DJs das Rádios Piratas, como Tony Blackburn (Radio Caroline e Radio London), "Emperor" Rosko (Radio Caroline) e Ed Stewart (Radio London) e, com essa decisão, conseguiram recuperar a maioria da audiência jovem.
(Nota: Devido às restrições e censura que a BBC ía impondo após o quase desaparecimento das Rádios Piratas, os anos 70 e 80 viram um ressurgimento do fenómeno das Rádio Piratas e ainda hoje existem mais de 100 estações de Rádios Piratas que operam no Reino Unido, principalmente nas áreas urbanas).
1- O Broadcasting (Offenses) Act, que entrou em vigor proíbindo as estações de Rádio Piratas que, desde 24 de Março de 1964 (Rádio Caroline e Rádio London), tinham ganho uma adesão maciça entre os jovens de tal forma importante, que em 1967 já existiam 21 Rádios Piratas difundindo diàriamente;
2 - Para conquistar essa importante fatia de mercado adolescente, a BBC reorganizou-se e passou a oferecer a Radio 1, Radio 2, Radio 3 e Radio 4, sendo que a Radio One ficou essencialmente direccionada para a música Pop/Rock e para isso contrataram alguns dos mais famosos DJs das Rádios Piratas, como Tony Blackburn (Radio Caroline e Radio London), "Emperor" Rosko (Radio Caroline) e Ed Stewart (Radio London) e, com essa decisão, conseguiram recuperar a maioria da audiência jovem.
(Nota: Devido às restrições e censura que a BBC ía impondo após o quase desaparecimento das Rádios Piratas, os anos 70 e 80 viram um ressurgimento do fenómeno das Rádio Piratas e ainda hoje existem mais de 100 estações de Rádios Piratas que operam no Reino Unido, principalmente nas áreas urbanas).
.De 16 a 18 de Junho, aconteceu o Monterey International Pop Music Festival, na California, com artistas de renome que se tornaram ícones musicais, como The Jimi Hendrix Experience, The Who, Janis Joplin com The Big Brother Holding Company, Simon & Garfunkel, Ravi Shankar, The Mamas and The Papas, Otis Redding, Eric Burdon and The Animals, The Byrds, The Jefferson Airplane, Scott McKensie, The Association, Booker T & The MGs, Johnny Rivers, Al Kooper, Lou Rawls, The Quicksilver Messenger Service, The Moby Grape, Laura Nyro, The Canned Heat, The Buffalo Springfield, The Steve Miller Band, Hugh Masekela, Country Joe & The Fish e The Grateful Dead.
O Festival foi planeado e organizado por John Phillips, dos Mamas and Papas, pelo produtor Lou Adler e pelo assessor de imprensa dos Beatles, Derek Taylor. |
Para além dos artistas já citados, foram convidados os seguintes artistas:
- The Beach Boys, que intervieram na organização do Festival e até aparecem citados em alguns cartazes de propaganda do Festival, mas que não compareceram porque Brian Wilson tinha entrado em depressão após ter desistido de lançar "Smile", que seria o próximo album dos Beach Boys. Essa sua decisão deveu-se ao facto de que ele tinha enormes expectativas de que "Smile" seria uma obra-prima, mas ao ouvir o novo album dos Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", decidiu, como líder e compositor principal dos Beach Boys, que não fazia sentido lançar o seu novo album, porque, segundo ele, não se poderia comparar com aquele album, que ainda hoje é considerado o melhor album de sempre da música Pop/Rock (vide Onda Pop 88);
- The Kinks, que não puderam comparecer porque não obtiveram visto de entrada nos Estados Unidos, por causa de uma providência cautelar que a American Federation of Musicians tinha requerido em tribunal, para defesa dos músicos americanos, devido à invasão Britânica de conjuntos e artistas do Reino Unido nas cadeias televisivas e espectáculos musicais, após o enorme sucesso dos Beatles nos Estados Unidos, em 1964;
- Donovan, que também não esteve presente porque não conseguiu autorização para entrar nos Estados Unidos, por motivo de ter sido indiciado num caso de apreensão de drogas, em 1966;
- Bob Dylan, não pôde aceitar o convite porque estava em convalescença de um grave acidente de moto;
- The Rolling Stones não puderam actuar, porque Mick Jagger e Keith Richards tinham sido presos por posse de drogas e as autoridades americanas não lhes deram o visto, mas Brian Jones esteve presente e apresentou Jimi Hendrix;
- Dionne Warwick, teve que declinar o convite, por motivos de já ter concertos seus agendados para esse fim de semana;
- The Mothers Of Invention não estiveram presentes, porque o seu líder, Frank Zappa, recusou-se a estar num mesmo palco com outros conjuntos de São Francisco, que ele achava não terem a mesma qualidade musical que os seus Mothers of Invention;
- The Cream não aceitaram o convite, porque o seu promotor desejava fazer uma "première" mais forte no mercado Americano, do que aparecer num Festival, com outras bandas;
- Vários artistas da Motown foram também convidados, mas o presidente da Motown, Barry Gordy, não autorizou nenhum dos seus artistas a estarem presentes em Monterey;
- E até The Beatles, que também não estiveram presentes, pese embora a insistência do seu assessor de imprensa, Derek Taylor, que era um dos organizadores do Festival de Monterey.
A razão apresentada pelos Beatles, foi que a música que estavam a compôr e editar na altura era demasiado complicada tècnicamente para poderem actuar ao vivo, mas foi Paul McCartney que sugeriu e insistiu para que os organizadores convidassem The Who e Jimi Hendrix Experience, os quais, como já sabemos, estiveram presentes e foram duas das grandes estrelas desses três dias de espectáculo musical.
Mesmo sem esta prestigiosa colecção de artistas que, por vários motivos, não puderam estar presentes, o Festival de Monterey foi um sucesso, com uma assistência a rondar as 90.000 pessoas, e um marco para a música Rock, passando a ser um modelo para futuros festivais de Rock, como "Woodstock", em 1969, ou "Isle of Wight", em 1970.
Ninguém melhor que Eric Burdon and The Animals para nos descreverem o que aconteceu no Festival Pop de Monterey, na sua composição "Monterey":
- The Beach Boys, que intervieram na organização do Festival e até aparecem citados em alguns cartazes de propaganda do Festival, mas que não compareceram porque Brian Wilson tinha entrado em depressão após ter desistido de lançar "Smile", que seria o próximo album dos Beach Boys. Essa sua decisão deveu-se ao facto de que ele tinha enormes expectativas de que "Smile" seria uma obra-prima, mas ao ouvir o novo album dos Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", decidiu, como líder e compositor principal dos Beach Boys, que não fazia sentido lançar o seu novo album, porque, segundo ele, não se poderia comparar com aquele album, que ainda hoje é considerado o melhor album de sempre da música Pop/Rock (vide Onda Pop 88);
- The Kinks, que não puderam comparecer porque não obtiveram visto de entrada nos Estados Unidos, por causa de uma providência cautelar que a American Federation of Musicians tinha requerido em tribunal, para defesa dos músicos americanos, devido à invasão Britânica de conjuntos e artistas do Reino Unido nas cadeias televisivas e espectáculos musicais, após o enorme sucesso dos Beatles nos Estados Unidos, em 1964;
- Donovan, que também não esteve presente porque não conseguiu autorização para entrar nos Estados Unidos, por motivo de ter sido indiciado num caso de apreensão de drogas, em 1966;
- Bob Dylan, não pôde aceitar o convite porque estava em convalescença de um grave acidente de moto;
- The Rolling Stones não puderam actuar, porque Mick Jagger e Keith Richards tinham sido presos por posse de drogas e as autoridades americanas não lhes deram o visto, mas Brian Jones esteve presente e apresentou Jimi Hendrix;
- Dionne Warwick, teve que declinar o convite, por motivos de já ter concertos seus agendados para esse fim de semana;
- The Mothers Of Invention não estiveram presentes, porque o seu líder, Frank Zappa, recusou-se a estar num mesmo palco com outros conjuntos de São Francisco, que ele achava não terem a mesma qualidade musical que os seus Mothers of Invention;
- The Cream não aceitaram o convite, porque o seu promotor desejava fazer uma "première" mais forte no mercado Americano, do que aparecer num Festival, com outras bandas;
- Vários artistas da Motown foram também convidados, mas o presidente da Motown, Barry Gordy, não autorizou nenhum dos seus artistas a estarem presentes em Monterey;
- E até The Beatles, que também não estiveram presentes, pese embora a insistência do seu assessor de imprensa, Derek Taylor, que era um dos organizadores do Festival de Monterey.
A razão apresentada pelos Beatles, foi que a música que estavam a compôr e editar na altura era demasiado complicada tècnicamente para poderem actuar ao vivo, mas foi Paul McCartney que sugeriu e insistiu para que os organizadores convidassem The Who e Jimi Hendrix Experience, os quais, como já sabemos, estiveram presentes e foram duas das grandes estrelas desses três dias de espectáculo musical.
Mesmo sem esta prestigiosa colecção de artistas que, por vários motivos, não puderam estar presentes, o Festival de Monterey foi um sucesso, com uma assistência a rondar as 90.000 pessoas, e um marco para a música Rock, passando a ser um modelo para futuros festivais de Rock, como "Woodstock", em 1969, ou "Isle of Wight", em 1970.
Ninguém melhor que Eric Burdon and The Animals para nos descreverem o que aconteceu no Festival Pop de Monterey, na sua composição "Monterey":
O Festival Pop de Monterey só não foi ainda mais importante, porque não foi o primeiro Festival do género, visto que uma semana antes tinha acontecido o primeiro festival Pop/Rock, "The Fantasy Fair and Magic Mountain Music Festival", em Mount Tamalpais no Marin County, também na Califórnia.
"The Fantasy Fair and Magic Mountain Music Festival" foi organizado pela estação de Rádio californiana, KFRC, de São Francisco, e que tinha imensa influência não só na indústria fonográfica da área da contra-cultura, mas também na do mercado comercial, por isso conseguiu reunir conjuntos e artistas tão díspares como: The Canned Heat, Dionne Warwick, The Every Mother's Son, The Merry-Go-Round, The Mojo Men, P. F. Sloan, The Seeds, The Blues Magoos, Country Joe and the Fish, Tim Buckley, Captain Beefheart, The Byrds com Hugh Masekela no trompete, Tim Hardin, The Sparrow, The Grass Roots, The Loading Zone, The 5th Dimension e The Jefferson Airplane, para além de ter sido a primeira grande aparição de The Doors, que apresentaram o seu grande êxito "Light My Fire". |
A 17 de Outubro, estreou-se em New York, no East Village, a peça musical "Hair", que reflete a história de um grupo de hippies que celebram a paz e o amor em oposição à Guerra do Vietnâme.
"Hair" foi concebido pelos actores James Rado e Gerome Ragni, que apresentaram o musical para diversos produtores e receberam apenas respostas negativas, até Joseph Papp, que dirigia o New York Shakespeare Festival, decidir que queria a peça "Hair" para abrir o novo "The Public Theater", que ainda estava em fase final de construção.
A peça "Hair" não foi muito bem recebida pela crítica, mas tornou-se popular em termos das assistências.
Michael Butler, um empresário de Chicago que pretendia lançar a sua candidatura ao Senado dos Estados Unidos, tendo como plataforma política a oposição à Guerra do Vietnâme, viu um anúncio da peça no New York Times e, imaginando tratar-se de uma obra sobre índios americanos, sugestionado pelo cartaz do anúncio, foi ao teatro assisti-la. Acabou por assisti-la por várias vezes e resolveu juntar esforços com Papp para levar o musical para um outro teatro de maior prestígio, em New York, quando acabasse o tempo acordado de exibição no "Public Theater".
Mas, sem um teatro disponível, os dois levaram "Hair" para a discoteca/night club "Cheetah", em Manhattan, onde se estreou a 22 de Dezembro de 1967.
"Hair" foi concebido pelos actores James Rado e Gerome Ragni, que apresentaram o musical para diversos produtores e receberam apenas respostas negativas, até Joseph Papp, que dirigia o New York Shakespeare Festival, decidir que queria a peça "Hair" para abrir o novo "The Public Theater", que ainda estava em fase final de construção.
A peça "Hair" não foi muito bem recebida pela crítica, mas tornou-se popular em termos das assistências.
Michael Butler, um empresário de Chicago que pretendia lançar a sua candidatura ao Senado dos Estados Unidos, tendo como plataforma política a oposição à Guerra do Vietnâme, viu um anúncio da peça no New York Times e, imaginando tratar-se de uma obra sobre índios americanos, sugestionado pelo cartaz do anúncio, foi ao teatro assisti-la. Acabou por assisti-la por várias vezes e resolveu juntar esforços com Papp para levar o musical para um outro teatro de maior prestígio, em New York, quando acabasse o tempo acordado de exibição no "Public Theater".
Mas, sem um teatro disponível, os dois levaram "Hair" para a discoteca/night club "Cheetah", em Manhattan, onde se estreou a 22 de Dezembro de 1967.
Tanto no "Public Theater" quanto na discoteca "Cheetah", a peça "Hair" ainda não apresentava nudez.
A inspiração para incluir a nudez no musical veio quando os autores assistiram a uma demonstração anti-guerra no Central Park, onde dois homens ficaram nus numa atitude de desafio e liberdade, e então decidiram incorporar a ideia ao show. Papp, o produtor original off-Broadway declinou a ideia de tentar uma carreira para "Hair" na Broadway, e assim Butler assumiu a produção e o desafio sòzinho. Durante algum tempo parecia que ele não seria capaz de conseguir um teatro, já que os donos das principais casas de espectáculo ficavam receosos de exibir material tão controverso. Butler, porém, usou algumas ligações políticas e laços familiares e acabou convencendo David Cogan, dono do "Biltmore Theater", a lançar o espectáculo em Abril de 1968 e com um sucesso tal, que atingiu as 1.750 apresentações. |
Além disso, novas canções foram incluídas no roteiro e "Let the Sunshine In", um dos seus hinos pacifistas, foi adicionado ao grande final do musical, para que este se tornasse mais edificante e optimista na sua mensagem.
Com esse êxito, seguiram-se outras produções simultâneas noutras cidades dos Estados Unidos e da Europa, incluindo uma produção bem sucedida em Londres, que atingiu as 1.997 representações. Desde então, várias produções foram organizadas em todo o mundo, gerando dezenas de gravações do musical, incluindo a gravação original da Broadway, que já rendeu três milhões de vendas.
Em termos de sucessos musicais, que atingiram os lugares cimeiros de vários hit-parades, destacam-se para além do tema "Hair", tornado internacionalmente famoso ao ser interpretado por "The Cowsills", "Aquarius/Let The Sunshine In" na versão dos "5th Dimension", "Good Morning Starshine" na voz de Oliver, "Easy To Be Hard" superiormente executada pelos "Three Dog Night" e "Ain't Got No/I Got Life" na superior interpretação de Nina Simone.
Com esse êxito, seguiram-se outras produções simultâneas noutras cidades dos Estados Unidos e da Europa, incluindo uma produção bem sucedida em Londres, que atingiu as 1.997 representações. Desde então, várias produções foram organizadas em todo o mundo, gerando dezenas de gravações do musical, incluindo a gravação original da Broadway, que já rendeu três milhões de vendas.
Em termos de sucessos musicais, que atingiram os lugares cimeiros de vários hit-parades, destacam-se para além do tema "Hair", tornado internacionalmente famoso ao ser interpretado por "The Cowsills", "Aquarius/Let The Sunshine In" na versão dos "5th Dimension", "Good Morning Starshine" na voz de Oliver, "Easy To Be Hard" superiormente executada pelos "Three Dog Night" e "Ain't Got No/I Got Life" na superior interpretação de Nina Simone.
No dia em que esta Onda Pop fôr publicada certamente já se realizou o Festival de Monterey, comemorativo do 50º aniversário, mas terão ainda oportunidade de celebrar o 50º aniversário de "The Summer Of Love", pois até ao final de 2017, San Francisco apresenta uma lista exaustiva e diária de festejos comemorativos desse importante acontecimento, os quais poderão avaliar no seguinte site: http://summerof.love/events/2017-07/
No entanto destacamos alguns programas que diàriamente se repetirão pelo menos até Outubro deste ano: |
"The Summer Of Love" para além de todas as influências e mudanças sociais e culturais que causou, as principais das quais já explanámos acima, marcou uma época de uma criatividade e beleza musical genial, só igualada, até aos dias de hoje, pelo ano seguinte de 1968.
A liberdade de criatividade dos compositores e conjuntos da época, só foi possível após o "boom" causado pelo sucesso do album "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos Beatles, porque as pequenas editoras de discos deixaram que os músicos dessem total emancipação à sua própria originalidade e imaginação e as grandes editoras tiveram que seguir o seu exemplo e o da EMI (gravadora dos Beatles). Esta liberdade jamais tinha acontecido até então, nem voltou a acontecer após o início dos anos 70, quando o status quo social e político, bem como o mercado discográfico, voltou ao total controle das grandes editoras que, para que isso acontecesse, compraram a maior parte da estações de Rádio e das pequenas editoras e voltaram a controlar as músicas que as Rádios passavam para o grande público, devido ao enorme receio de perderem o controle da situação musical e social, conforme acontecera de 1967 a 1970.
A liberdade de criatividade dos compositores e conjuntos da época, só foi possível após o "boom" causado pelo sucesso do album "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos Beatles, porque as pequenas editoras de discos deixaram que os músicos dessem total emancipação à sua própria originalidade e imaginação e as grandes editoras tiveram que seguir o seu exemplo e o da EMI (gravadora dos Beatles). Esta liberdade jamais tinha acontecido até então, nem voltou a acontecer após o início dos anos 70, quando o status quo social e político, bem como o mercado discográfico, voltou ao total controle das grandes editoras que, para que isso acontecesse, compraram a maior parte da estações de Rádio e das pequenas editoras e voltaram a controlar as músicas que as Rádios passavam para o grande público, devido ao enorme receio de perderem o controle da situação musical e social, conforme acontecera de 1967 a 1970.
Mas deixemos estas curiosidades sociais e deliciemo-nos a ouvir algumas das centenas de sensacionais composições de 1967 e, para isso, comecemos a nossa viagem musical precisamente com os Beatles e o seu Magical Mystery Tour.
Qual é, então, o destino deste Magical Mystery Tour de êxitos de 1967 que a Onda Pop vos propõe?
Lògicamente, iniciamos o tour em Liverpool, tomando um autocarro para visitar uma das suas ruas, "Penny Lane". Seguidamente vamos para Londres e assistimos ao pôr do sol, "Waterloo Sunset", no rio Tamisa, e então passamos algum tempo num espaço verde na mesma cidade, "Itchycoo Park". Voamos então para New York, aproveitamos e conhecemos a ponte Queensboro na rua 59th, em New York, "59th Street Bridge Song". Passamos a tarde de domingo em New Jersey, no parque "Pleasant Valley", antes de passar o resto do dia em "Massachussets" e seguirmos para Nashville para ver os seus famosos gatos, "Nashville Cats". Atravessamos os Estados Unidos à procura do sonho californiano e passamos algumas noites em San Francisco, "San Francisco Nights". Depois atravessamos o Atlântico e chegamos a Paris às 5 horas da manhã, a hora em que Paris acorda, "Il Est Cinq Heures, Paris S'Éveille". Regressamos a Inglaterra e visitamos a catedral de Winchester, "Winchester Cathedral", e vamos até Aberfan, no País de Gales, para visitar o cemitério onde estão enterradas 114 crianças, que morreram num desabamento de uma mina de carvão em cima da escola que frequentavam, a 21 de Outubro de 1966, e que motivou os Bee Gees a comporem uma canção com o título fictício "New York Mining Disaster 1947", para evitar constrangimentos.
Terminamos o nosso tour nos terrenos de "Strawberry Fields", em Liverpool, onde John Lennon na sua infância brincava "clandestinamente", pois na época a mansão de 1870 era um orfanato para raparigas, da organização religiosa "Salvation Army".
Lògicamente, iniciamos o tour em Liverpool, tomando um autocarro para visitar uma das suas ruas, "Penny Lane". Seguidamente vamos para Londres e assistimos ao pôr do sol, "Waterloo Sunset", no rio Tamisa, e então passamos algum tempo num espaço verde na mesma cidade, "Itchycoo Park". Voamos então para New York, aproveitamos e conhecemos a ponte Queensboro na rua 59th, em New York, "59th Street Bridge Song". Passamos a tarde de domingo em New Jersey, no parque "Pleasant Valley", antes de passar o resto do dia em "Massachussets" e seguirmos para Nashville para ver os seus famosos gatos, "Nashville Cats". Atravessamos os Estados Unidos à procura do sonho californiano e passamos algumas noites em San Francisco, "San Francisco Nights". Depois atravessamos o Atlântico e chegamos a Paris às 5 horas da manhã, a hora em que Paris acorda, "Il Est Cinq Heures, Paris S'Éveille". Regressamos a Inglaterra e visitamos a catedral de Winchester, "Winchester Cathedral", e vamos até Aberfan, no País de Gales, para visitar o cemitério onde estão enterradas 114 crianças, que morreram num desabamento de uma mina de carvão em cima da escola que frequentavam, a 21 de Outubro de 1966, e que motivou os Bee Gees a comporem uma canção com o título fictício "New York Mining Disaster 1947", para evitar constrangimentos.
Terminamos o nosso tour nos terrenos de "Strawberry Fields", em Liverpool, onde John Lennon na sua infância brincava "clandestinamente", pois na época a mansão de 1870 era um orfanato para raparigas, da organização religiosa "Salvation Army".
A "ONDA POP" não podia deixar de estar presente nas comemorações do 50º aniversário do famoso L.P. dos Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e por isso, para certificar essa nossa presença, publicamos um video da visita do nosso Popista-mor João Pedro Gouveia, deixando-nos um "Hello!", no passado mês de Junho, em Strawberry Fields.
"The Summer Of Love" foi um verão colorido não só de flores, mas foi também um caleidoscópio musical com um arco-iris de neon "Neon Rainbow", que vai da brancura pálida da sombra "A Whiter Shade Of Pale" e do branco das noites de cetim "Nights in White Satin", até ao cinzento de um mundo "Le Monde Est Gris, Le Monde Est Bleu" que, consoante o nosso estado de espírito, também pode ser azul, tal como o amor, "Love is Blue", passando pelo roxo da neblina, "Purple Haze", ou pelas terças-feiras côr de rubi, "Ruby Tuesday", pelo amarelo suave "Mellow Yellow" e pelo verde da relva bem debaixo da nossa janela, "Green Grass On My Window".
Em Portugal, até conseguíamos dar um ar psicadélico à nossa música através do Quarteto 1111, liderado por esse grande compositor português, José Cid (então acompanhado por António e Jorge Moniz Pereira e Michel Silveira), que nos lembrava "A Lenda D'El-Rei D. Sebastião", que nunca mais voltou e com o qual Portugal continua a sonhar na esperança de que, com a sua volta, este país entre no rumo certo...mas nem os agora tão falados "bruxos do futebol" nos conseguem dar esse sabor de vitória, nem o próprio Zé Cid com seu "Fantasma Pop" (que era o tema de abertura do programa do nosso popista Luís Arriaga, quando começou a sua carreira de homem da comunicação social na Rádio Mocidade, em Lourenço Marques, Moçambique).
O que é certo é que 1967, também em Portugal, foi um ano muito especial para a música Pop/Rock portuguesa, pois para além do Quarteto 1111, os Sheiks (Paulo de Carvalho, Carlos Mendes, Edmundo Silva e Fernando Chaby), que em 1966 tinham lançado os seus maiores êxitos "Missing You / Tell Me Bird" num E.P., estavam com imenso sucesso em Paris, onde gravaram, na boite "Le Bilboquet", um E.P. donde destacamos "Lord Let It Rain". Lançam ainda o seu último disco antes de se separarem, "That's All", no qual "Old Generation" foi a sua composição mais apreciada. Os Chinchilas lançam o seu primeiro disco, um E.P., com um grande êxito dos Monkees...e para eles também, "I'M A Believer". Os Chinchilas foi um grupo pioneiro do rock psicadélico em Portugal, com o fabuloso Filipe Mendes (Phil Mendrix) na sua guitarra-solo, o virtuoso Zé Machado nos seus teclados, o habilidoso Vitor Mamede na bateria, Salvatore Klumbos na viola-ritmo (que saíria do conjunto após este E.P.) e Alfredo José na viola-baixo (depois substituído pelo talentoso João Maló). O conjunto ainda hoje está activo com a mesma formação e é um regalo ouvi-los nos seus concertos. O Conjunto Académico de João Paulo (Sérgio Borges na voz, João Paulo nos teclados, Rui Brazão na viola-ritmo, Ângelo Moura na viola-baixo, José Gualberto na bateria e Carlos Alberto na viola-solo e compositor da maior parte dos inéditos do grupo), que desde 1964 já lançara 5 E.P.s, edita mais quatro discos, "Poema De Um Homem Só", "L'Amour Est Bleu", "Kilimandjaro" e "O Louco". Para relembrarmos escolhemos os temas títulos do 1º e do último disco lançados em 1967, "Poema De Um Homem Só" e "O Louco", respectivamente. O duo "Os Strollers" lançam uma fabulosa interpretação de uma composição do final dos anos 50, "Chevrolet", de Ed e Lonnie Young. Os Strollers eram compostos por José Duarte (autor do programa de rádio "5 minutos de Jazz" e fundador do Clube Universitário de Jazz) e Teresa Paula Brito, uma voz bonita e poderosa, também muito ligada ao Jazz, que tem sido sistemàticamente esquecida pelas Rádios e TVs (futura companheira de várias lides artísticas do nosso popista José Manuel Santos). O Quinteto Académico lançou em 1967, o seu terceiro E.P., "Train", do qual vos propomos a canção título. O Quinteto Académico era na altura composto por José Manuel Fonseca no clarinete e outros instrumentos de sopro, Pedro Osório nos teclados, o luso-francês Jean Sarbib no baixo, Carlos Carvalho na guitarra e o belga mais português de sempre, Adrien Ransy na bateria, que fizera parte do conjunto belga de grande sucesso na Europa, "Les Cousins" e que chegara a Portugal, para tocar num concerto de Jazz, com intenção de permanecer 15 dias e ficou por cá até aos dias de hoje (para ti um abraço especial com os desejos de uma óptima e rápida recuperação física, da Onda Pop). |
Se 1967 foi um ano de grande qualidade musical em Portugal, o mesmo aconteceu por todo o Mundo, por isso propomos mais um tour musical, para melhor entendermos como o fenómeno da liberdade criativa deu origem à excelente qualidade e diversidade musical de composições no Brasil, em França, na África do Sul, em Itália ou em Espanha.
No Brasil, a 21 de Outubro realizou-se o III Festival da Música Popular Brasileira, onde se reuniu na mesma noite e no mesmo palco uma lista de excelsa qualidade que incluíu Chico Buarque, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Os Mutantes, Edu Lobo, Jair Rodrigues, MPB4, Geraldo Vandré, Nara Leão, Sidney Miller, Nana Caymmi, Martinho da Vila e Gal Costa.
O que hoje parece um desvario, algo impossível, aconteceu há 50 anos e figura como um dos momentos mais emblemáticos da cultura nacional, pois se no palco a disputa era entre "Alegria, Alegria"; "Roda Viva"; "Domingo no Parque"; "Ponteio" e "Maria, Carnaval e Cinzas", era igualmente uma "guerra" entre o violão e a guitarra elétrica, entre a MPB (Música Popular Brasileira) “tradicional” e a novidade da embrionária "Tropicália".
Se era uma festa protagonizada por garotos de pouco mais de 20 anos, era também uma batalha, que se desenrolava simultaneamente no palco e nos bastidores, havendo cenas antológicas, como a da tragicómica passeata contra a guitarra elétrica que tomou conta da avenida Brigadeiro Luís António, em Junho de 67. A marcha liderada por Elis Regina, Edu Lobo, Geraldo Vandré, os músicos do MPB-4 e outros representantes da MPB “tradicional” aparecia como um acto destinado a resistir contra a “invasão americana”. O samba tradicional convivia em razoável harmonia com a canção de protesto, mas a presença da guitarra elétrica, empunhada pela turma da Jovem Guarda e da Tropicália representava uma pretensa ameaça à integridade da música nacional.
A vencedora foi "Ponteio", defendida pelo seu autor, Edu Lobo, e por Maria Medalha e depois classificaram-se "Domingo No Parque" de Gilberto Gil, interpretada pelo próprio e pelos Mutantes, "Roda Viva" de Chico Buarque, cantada por si e pelos MPB-4 e em 4º lugar ficou Caetano Veloso, com a sua composição, "Alegria, Alegria".
No Brasil, a 21 de Outubro realizou-se o III Festival da Música Popular Brasileira, onde se reuniu na mesma noite e no mesmo palco uma lista de excelsa qualidade que incluíu Chico Buarque, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Os Mutantes, Edu Lobo, Jair Rodrigues, MPB4, Geraldo Vandré, Nara Leão, Sidney Miller, Nana Caymmi, Martinho da Vila e Gal Costa.
O que hoje parece um desvario, algo impossível, aconteceu há 50 anos e figura como um dos momentos mais emblemáticos da cultura nacional, pois se no palco a disputa era entre "Alegria, Alegria"; "Roda Viva"; "Domingo no Parque"; "Ponteio" e "Maria, Carnaval e Cinzas", era igualmente uma "guerra" entre o violão e a guitarra elétrica, entre a MPB (Música Popular Brasileira) “tradicional” e a novidade da embrionária "Tropicália".
Se era uma festa protagonizada por garotos de pouco mais de 20 anos, era também uma batalha, que se desenrolava simultaneamente no palco e nos bastidores, havendo cenas antológicas, como a da tragicómica passeata contra a guitarra elétrica que tomou conta da avenida Brigadeiro Luís António, em Junho de 67. A marcha liderada por Elis Regina, Edu Lobo, Geraldo Vandré, os músicos do MPB-4 e outros representantes da MPB “tradicional” aparecia como um acto destinado a resistir contra a “invasão americana”. O samba tradicional convivia em razoável harmonia com a canção de protesto, mas a presença da guitarra elétrica, empunhada pela turma da Jovem Guarda e da Tropicália representava uma pretensa ameaça à integridade da música nacional.
A vencedora foi "Ponteio", defendida pelo seu autor, Edu Lobo, e por Maria Medalha e depois classificaram-se "Domingo No Parque" de Gilberto Gil, interpretada pelo próprio e pelos Mutantes, "Roda Viva" de Chico Buarque, cantada por si e pelos MPB-4 e em 4º lugar ficou Caetano Veloso, com a sua composição, "Alegria, Alegria".
Na África do Sul, os "Four Jacks & A Jill" editaram o seu maior sucesso internacional, "Master Jack", que atingiu o top 20 nos Estados Unidos, na Austrália e na África do Sul/Moçambique.
Os "Square Set" lançaram dois êxitos estrondosos, "That's What I Want" e "Silence Is Golden" (uma composição diferente do grande êxito com o mesmo nome dos "Tremeloes").
"The Dream Merchants", um duo sul-africano formado por Billy Forrest e Billy Andrews, atingiu os tops das paradas com "Rattler", uma composição oferecida pelo grupo australiano "The Seekers", durante a sua visita à República da África do Sul e "The Staccatos" lançam "Spicks & Specks", uma composição dos Bee Gees, quando estes ainda eram pouco conhecidos fora da Austrália, mais pròpriamente de Brisbane, onde hoje vive o "popista", Luís Arriaga.
Estes são só alguns dos êxitos de artistas sul-africanos, durante 1967 e aprecie-se a qualidade.
Os "Square Set" lançaram dois êxitos estrondosos, "That's What I Want" e "Silence Is Golden" (uma composição diferente do grande êxito com o mesmo nome dos "Tremeloes").
"The Dream Merchants", um duo sul-africano formado por Billy Forrest e Billy Andrews, atingiu os tops das paradas com "Rattler", uma composição oferecida pelo grupo australiano "The Seekers", durante a sua visita à República da África do Sul e "The Staccatos" lançam "Spicks & Specks", uma composição dos Bee Gees, quando estes ainda eram pouco conhecidos fora da Austrália, mais pròpriamente de Brisbane, onde hoje vive o "popista", Luís Arriaga.
Estes são só alguns dos êxitos de artistas sul-africanos, durante 1967 e aprecie-se a qualidade.
Por todo o lugar do Globo, eram lançadas lindas composições anti-guerra ou sobre a Paz e o Amor. Em Itália, Gianni Morandi alcançou enorme êxito internacional com o seu hino anti-Vietnâme, "C'Era Un Ragazzo Che Come Me Amava I Beatles E I Rolling Stones". Em Espanha, Manolo Diaz cantava e sonhava com a Paz em "Ayer Tuve Un Sueño", enquanto em França, Gilbert Bécaud alcançava um êxito tremendo com uma mensagem hippie, "L'Important C'Est La Rose", Françoise Hardy criticava a ambição desmedida na sua linda composição "Des Ronds Dans L'Eau" e Claude François dava a conhecer uma composição sua, "Comme D'Habitude", que viria a ter um enorme sucesso internacional, com letra em inglês de Paula Anka e na voz de Frank Sinatra - "My Way".
A colecção de êxitos de grande qualidade e diversidade musical lançadas em 1967 é tão grande que seria exaustiva, pois para além das já aqui apresentadas poderiamos enumerar mais uns duzentos sucessos de idêntico nível, como "Silence Is Golden" dos Tremeloes, "There's A Kind Of Hush" dos Herman's Hermits, "The Letter" dos Box Tops, "Groovin'" dos Young Rascals, "Excerpt From A Teenage Opera" de Keith, "See Emily Play" dos Pink Floyd, "Flowers In The Rain" dos Move, "Everybody Knows" dos Dave Clark 5, "The Rain, The Park And Other Things" dos Cowsills, "Georgy Girl" dos Seekers, "King Midas In Reverse", "Carrie-Anne" e "Dear Heloise" dos Hollies, "Pictures Of Lilly" dos The Who, "Zabadak!" dos Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich, "Sunshine Superman" de Donovan, "Hello Goodbye" dos Beatles, ou "Let's Spend The Night Together" dos Rolling Stones, que na altura foi proíbida de tocar na BBC, por ser considerada um manifesto de indecência ao fazer o convinte de "Vamos Passar A Noite Juntos".
O que dizer então de "Je T'Aime...Moi, Non Plus" de Serge Gainsbourg que a cantou com Jane Birkin, depois de a ter gravado com Brigitte Bardot. Sobre este tema, aproveitamos para vos contar que essa canção foi proíbida de tocar em, pràticamente, todas as estações de Rádio no mundo inteiro, só que na época o "popista" José Couto tinha ido a Johannesburg, na África do Sul, e enquanto comprava os últimos êxitos no "OK Bazar" (uma loja departamental como o "Corte Inglês") ouviu como música ambiente uma linda melodia e ficou louco. Dirigiu-se ao balcão do departamento e pediu para juntar esse "single" à sua já longa escolha de discos. No sábado seguinte em Lourenço Marques foi à Rádio Mocidade e levou as novidades ao "popista" Luís Arriaga, que fazia um programa com o Tózé Seca. Claro que "Je T'Aime...Moi, Non Plus" passou nas ondas hertzianas moçambicanas algumas semanas antes de ser proíbida em todas as Rádios portuguesas, pelo que acreditamos que a Rádio Mocidade deva ter sido a única Rádio em todo o território português a ter passado, na época, essa linda, mas erótica canção.
Ouçamos a primeira versão de "Je T'Aime...Moi, Non Plus", que em 1967, foi gravada por Serge Gainsbourg em dueto com a bela Brigitte Bardot:
Ouçamos a primeira versão de "Je T'Aime...Moi, Non Plus", que em 1967, foi gravada por Serge Gainsbourg em dueto com a bela Brigitte Bardot:
No entanto, não podíamos criar este artigo elucidativo do "SUMMER OF LOVE", sem vos oferecer um "bouquet" de canções de 1967, cujo tema era a razão principal desse Verão: O AMOR.
Porque é que "THE SUMMER OF LOVE" tem sido tão esquecido ou sub-valorizado, depois de todas estas conquistas sociais, essencialmente a igualdade de direitos das mulheres e dos negros, conseguidas nesse evento tão especial, em que o lema principal foi o AMOR, em todas as suas vertentes?
O mundo ocidental usualmente critica, e na nossa opinião muito bem, muitas das filosofias e dogmas sociais, religiosos e políticos de muitos países do médio-oriente e da Ásia, e gosta de realçar a democracia ocidental, a liberdade de expressão e as igualdades de direitos, mas resolveu esquecer-se das origens das lutas para que essas conquistas sejam hoje um baluarte do mundo ocidental livre.
Então qual o porquê desse esquecimento da importância de "THE SUMMER OF LOVE" nessas incontestáveis conquistas?
Talvez, porque foi a única grande revolução social e cultural, popular e espontânea, sem ser incentivada ou fomentada ideològicamente por nenhum movimento partidário ou partido político. Os partidos e movimentos de direita olhavam para as manifestações e filosofias de "THE SUMMER OF LOVE" como um perigo social enorme, enquanto os seus opositores da esquerda política também se afastaram ou se sentiram ameaçados na sua propaganda ideológica, por isso nunca apoiaram este movimento ou até se distanciaram oficialmente de algumas dessas manifestações, culminando essa sua posição no desencorajamento das célebres manifestações estudantis e greves de trabalhadores, que ocorreram em Maio de 68, em França.
Portanto "THE SUMMER OF LOVE" foi propositadamente esquecido ou até ridicularizado, porque não teve nenhum crédito de associações ou partidos comunistas, socialistas ou até sociais-democratas, e muito menos da direita social e política, mas todos eles reclamam e propagandeiam a defesa e implementação das conquistas sociais, que enumerámos na primeira parte deste artigo.
O mundo ocidental usualmente critica, e na nossa opinião muito bem, muitas das filosofias e dogmas sociais, religiosos e políticos de muitos países do médio-oriente e da Ásia, e gosta de realçar a democracia ocidental, a liberdade de expressão e as igualdades de direitos, mas resolveu esquecer-se das origens das lutas para que essas conquistas sejam hoje um baluarte do mundo ocidental livre.
Então qual o porquê desse esquecimento da importância de "THE SUMMER OF LOVE" nessas incontestáveis conquistas?
Talvez, porque foi a única grande revolução social e cultural, popular e espontânea, sem ser incentivada ou fomentada ideològicamente por nenhum movimento partidário ou partido político. Os partidos e movimentos de direita olhavam para as manifestações e filosofias de "THE SUMMER OF LOVE" como um perigo social enorme, enquanto os seus opositores da esquerda política também se afastaram ou se sentiram ameaçados na sua propaganda ideológica, por isso nunca apoiaram este movimento ou até se distanciaram oficialmente de algumas dessas manifestações, culminando essa sua posição no desencorajamento das célebres manifestações estudantis e greves de trabalhadores, que ocorreram em Maio de 68, em França.
Portanto "THE SUMMER OF LOVE" foi propositadamente esquecido ou até ridicularizado, porque não teve nenhum crédito de associações ou partidos comunistas, socialistas ou até sociais-democratas, e muito menos da direita social e política, mas todos eles reclamam e propagandeiam a defesa e implementação das conquistas sociais, que enumerámos na primeira parte deste artigo.
Tal como o "Louco Na Montanha" ("The Fool On The Hill") de Paul McCartney e dos Beatles, também este vosso amigo há muito tempo que está sentado em cima da montanha e não alinha na partidocracia que nos governa, pois se todos esses partidos da esquerda à direita tivessem sido sérios, honestos e defendessem na sua essência o povo e não os seus interesses partidários e os interesses económicos de quem os financia, viveríamos num mundo justo e maravilhoso, que todos acreditávamos que iria acontecer, como Louis Armstrong no seu grande êxito de 1967, "What A Wonderful World"... o que infelizmente não passou de um sonho até hoje, 50 anos depois.
A solução para um mundo mais justo e humano é o AMOR, amor ao próximo, amor pelas crianças, amor pelos idosos, amor pela natureza, amor por quem trabalha ou estuda, amor sem fronteiras ou religiões, ao contrário do coletivismo massificante das ideologias políticas, que defendem que a sociedade é apenas uma consequência das relações económicas entre indivíduos e transformam o indivíduo num mero exemplar de um rebanho a ser conduzido pelo Estado e pelos seus líderes, que preferem ignorar que a pessoa (o ser pròpriamente humano) não é um indivíduo, mas um entroncamento de fluxos, um emaranhado de relações, com inteligência própria e com sentimentos próprios, como o AMOR e, por isso, deixamos-vos algumas frases do génio português, Almada Negreiros, para meditação por parte de todas as gerações:
•"O homem-comum é o único que interessa, os outros são por ele".
•"Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade".
•"Há sistemas para todas as coisas que nos ajudam a saber amar, só não há sistemas para saber amar!".
A solução é portanto aquela que os Beatles nos recomendavam em 1967, naquela que foi a primeira emissão televisiva em directo via satélite para todo o Mundo, "ALL YOU NEED IS LOVE" e que se tornou o hino de "THE SUMMER OF LOVE".
•"O homem-comum é o único que interessa, os outros são por ele".
•"Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade".
•"Há sistemas para todas as coisas que nos ajudam a saber amar, só não há sistemas para saber amar!".
A solução é portanto aquela que os Beatles nos recomendavam em 1967, naquela que foi a primeira emissão televisiva em directo via satélite para todo o Mundo, "ALL YOU NEED IS LOVE" e que se tornou o hino de "THE SUMMER OF LOVE".
DIVIRTAM-SE!!! PAZ e AMOR!!! PRATIQUEM!!!
Se alguém ou alguma entidade, por qualquer motivo, se sentir ofendida com as opiniões expressas, ou considerar que uma música, vídeo ou ilustração que apareça neste artigo viola os direitos autorais, por favor informe-nos imediatamente antes de enviar qualquer reclamação e saiba que a responsabilidade não é do site "Onda Pop.pt", nem dos seus proprietários, mas ùnicamente deste amigo e colaborador,
José Couto (Sgt. Couto)
Doutorado em "The Music Of The Beatles" e em "The History Of Rock 'N' Roll" ,
pela Universidade de Rochester (USA)
Doutorado em "The Music Of The Beatles" e em "The History Of Rock 'N' Roll" ,
pela Universidade de Rochester (USA)
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E agora quem temos aqui ? Esta linda rapariga cantava e tocava órgão num conjunto holandês. O seu nome é Mariska Veres e a canção que cantava era "Venus". Infelizmente Mariska faleceu a 2 de Dezembro de 2006 vítima de cancro. Tinha 59 anos. O seu pai era o violinista hungaro cigano Lajos Veres e a mãe havia nascido na Alemanha, filha de pais francês e russo. Até à sua morte continuou sempre a cantar. Como se chamava esse conjunto? |
O Zé Luis, o afamado e aclamado vocalista do Conjunto "Os Ekos" deixou o palco da vida.
O Zé Luis entrou para o Conjunto "Os Ekos", em 1964, contratado especialmente porque cantava superiormente as canções de Cliff Richard and The Shadows, que estavam na berra e eram constantemente pedidas pelo público, que ía aos bailes e espectáculos de "Os Ekos".
"Os Ekos" são uma das referências mais importantes do “yé yé” português e foram formados em 1963, em Lisboa, pelo vocalista Edmundo Falé, Mário Guia (bateria), António Joaquim Vieira (baixo), Joca Santos (guitarra ritmo) e João Camilo Júnior (guitarra solo).
"Os Ekos" tiveram várias formações ao longo da sua existência e gravaram 6 E.P.s, o último dos quais em 1970. Entre os vários sucessos deste conjunto há que realçar entre outros, "Esquece" (uma versão de "Hold On" de P.J.Proby), "Oh Isabel", "Só", "Hoje, Amanhã E Sempre", "Espelho" e "Habitat 736".
No próximo dia 4 de Outubro, realizar-se-á, pelas 21H00, um concerto de homenagem ao Conjunto "Os Ekos", e ao Zé Luís em particular, no Centro Cultural do Cartaxo, mais um evento criado pelo incansável António José Portela, com a participação de 22 artistas e conjuntos portugueses.
O Zé Luis entrou para o Conjunto "Os Ekos", em 1964, contratado especialmente porque cantava superiormente as canções de Cliff Richard and The Shadows, que estavam na berra e eram constantemente pedidas pelo público, que ía aos bailes e espectáculos de "Os Ekos".
"Os Ekos" são uma das referências mais importantes do “yé yé” português e foram formados em 1963, em Lisboa, pelo vocalista Edmundo Falé, Mário Guia (bateria), António Joaquim Vieira (baixo), Joca Santos (guitarra ritmo) e João Camilo Júnior (guitarra solo).
"Os Ekos" tiveram várias formações ao longo da sua existência e gravaram 6 E.P.s, o último dos quais em 1970. Entre os vários sucessos deste conjunto há que realçar entre outros, "Esquece" (uma versão de "Hold On" de P.J.Proby), "Oh Isabel", "Só", "Hoje, Amanhã E Sempre", "Espelho" e "Habitat 736".
No próximo dia 4 de Outubro, realizar-se-á, pelas 21H00, um concerto de homenagem ao Conjunto "Os Ekos", e ao Zé Luís em particular, no Centro Cultural do Cartaxo, mais um evento criado pelo incansável António José Portela, com a participação de 22 artistas e conjuntos portugueses.
Um dos mais importantes grupos da música ligeira portuguesa, de raiz angolana, que Portugal teve, um dos mais internacionais, tal como Amália Rodrigues e Eusébio o foram, um fenómeno que continua a ser maltratado por portugueses e mesmo por angolanos e talvez aquele que mais fez pela aproximação das duas culturas. Um duo que chegou a ser de três, e aí o nome era apenas Ouro Negro. Porque será?
Como nasceu?
Em 1956 Raul Indipwo e Milo MacMahon juntaram-se para exteriorizar a música e o folclore que lhes corria nas veias e lhes alimentava a Alma. Não têm nome e em mais um encontro casual em Vila Carmona (hoje Uíge) acabam a apresentar-se no Rádio Clube do Congo em Angola a tocarem e a cantarem num programa da locutora Maria Lucília Dias. Esta fica tão espantada e deliciada com o casamento perfeito daquelas vozes que diz de imediato que aquilo é Ouro Negro, expressão que em Angola era utilizada para qualquer coisa de muito excepcional e de grande valor, tal como um certo líquido viscoso que já por aquelas terras brotava a céu aberto. O nome colou e o sucesso também.
Como nasceu?
Em 1956 Raul Indipwo e Milo MacMahon juntaram-se para exteriorizar a música e o folclore que lhes corria nas veias e lhes alimentava a Alma. Não têm nome e em mais um encontro casual em Vila Carmona (hoje Uíge) acabam a apresentar-se no Rádio Clube do Congo em Angola a tocarem e a cantarem num programa da locutora Maria Lucília Dias. Esta fica tão espantada e deliciada com o casamento perfeito daquelas vozes que diz de imediato que aquilo é Ouro Negro, expressão que em Angola era utilizada para qualquer coisa de muito excepcional e de grande valor, tal como um certo líquido viscoso que já por aquelas terras brotava a céu aberto. O nome colou e o sucesso também.
Os seus ídolos de entáo eram os conjuntos Los Panchos e Los Paraguayos. O êxito em Angola é tanto que o empresário Ribeiro Belga os ouve numa actuação no Cinema Restauração (hoje Assembleia da República Popular de Angola) e decide contratá-los para virem actuar na Metrópole (nome que se dava a Portugal nas antigas colónias), em Lisboa no cinema Roma.
Estamos no ano de 1959, e é aí a 29 de Julho (fez agora 58 anos) que o produtor Hugo Ribeiro (também "caçador de talentos" de Rui Valentim de Carvalho), os contrata para a gravação de um disco. Entretanto surge outro grande problema. "Quem os poderá acompanhar naquela música frenética, diferente, ritmada?" Eles divulgam o folclore angolano e em Portugal a maioria dos músicos de estúdio são de orquestras e não dominam esses ritmos.
Estamos no ano de 1959, e é aí a 29 de Julho (fez agora 58 anos) que o produtor Hugo Ribeiro (também "caçador de talentos" de Rui Valentim de Carvalho), os contrata para a gravação de um disco. Entretanto surge outro grande problema. "Quem os poderá acompanhar naquela música frenética, diferente, ritmada?" Eles divulgam o folclore angolano e em Portugal a maioria dos músicos de estúdio são de orquestras e não dominam esses ritmos.
Poderia ser o Conjunto de Mário Simões, mas esse infelizmente está em África, em Moçambique a tocar no Hotel Polana e no Hotel Girassol. Também por coincidência o Pop João Pedro vive na Av. António Enes (hoje Julius Nyerere) perto do Hotel Polana e torna-se amigo precisamente do filho de Mário Simões. Por sorte está em Lisboa o Conjunto brasileiro SIVUCA que tinham vindo fazer uma digressão pela Europa e se tinham apaixonado por Portugal e haviam decidido ficar por cá uns anos.
É com Severino Dias de Oliveira (nascido em 1930 - falecido em 2006) e mais conhecido pelo Sivuca da "sanfona" (nome que ainda muitas vezes dão ao acordeão e concertina por terras do Brasil) e que recentemente vimos num excelente filme documentário em Almada, na semana do Cinema brasileiro, dia 30 de Julho, "O Milagre de Santa Luzia" numa realização de Sérgio Roizenblit narrada por Dominguinhos, ele também concertista, e que percorreu todos os grandes mestres da Sanfona, felizmente antes de alguns terem falecido, como foi o caso de Sivuca. A talhe de foice, nesse mesmo dia a semana terminou com um excelente filme de Elis Regina, de nome "Elis" numa realização de Hugo Prata e um excelente desempenho de Andreia Horta no papel de Elis (sobre Elis a Onda Pop já a documentou no nº 70). É a Sivuca que Hugo Ribeiro vai recorrer. Não esquecer que a música brasileira tem muito das suas raízes na música de Angola, levada pelos escravos à força nos séculos XVI e XVII e que ajudaram ao povoamento do Brasil. Interessante também que um dos discos que Sivuca gravou em Portugal incluía "O Lápis do Lopes" de Mário Simões.
É assim que os dois primeiros EPs. do Duo Ouro Negro são gravados. O primeiro tem a etiqueta Columbia Slem 2053 de título Duo Ouro Negro e onde estão as canções "Muxima" de Aniceto Vieira Dias (ainda o mês passado a ouvimos cantada por Valdemar Bastos no 34º Festival Internacional de Teatro de Almada), "Kurikutela" (também já cantada por Fausto ,OP nº 74), "Mama Fatita" e "Tala On N'Bumbo".
É assim que os dois primeiros EPs. do Duo Ouro Negro são gravados. O primeiro tem a etiqueta Columbia Slem 2053 de título Duo Ouro Negro e onde estão as canções "Muxima" de Aniceto Vieira Dias (ainda o mês passado a ouvimos cantada por Valdemar Bastos no 34º Festival Internacional de Teatro de Almada), "Kurikutela" (também já cantada por Fausto ,OP nº 74), "Mama Fatita" e "Tala On N'Bumbo".
O segundo EP da Columbia Slem 2058 também de título Duo Ouro Negro tem as canções "Kan Grima", "En Jamba", "Ikabuco" e "Maria Candinda", tudo canções do folclore angolano. Entretanto Sivuca grava também vários discos em Portugal incluindo como já dissemos " O Lápis do Lopes" de Mário Simões. Mário Simões que virá a ser um dos padrinhos de Carlitos (para obter a Carteira Profissional de Músico, necessária para se poder tocar em Portugal) dos antigos Diabólicos, depois Banda Diplomática, nome sugerido por Maria José Arriaga, OP nº 42. Sivuca actuou também no Casino do Estoril e esteve em Portugal até 1964. No Brasil continuou uma excelente carreira desde discos televisão e espectáculos ao vivo e foi um multi-instrumentista brilhante e excelente arranjador. Apesar de tudo o seu instrumento preferido sempre foi o acordeão.
Em 1955 eles voltam a encontrar-se e falam das muitas coisas brincadeiras que tinham quando crianças, em Benguela e do gosto musical que continuaram a cultivar. Em 1956 um dos grandes heróis da cena musical angolana são os N'Gola Ritmo, de Liceu Vieira Dias. Nesta viagem a Moçambique em 70 o irmão Carlos Vieira Dias também os acompanhou. Depois das gravações em Portugal em 59, ainda chegam a gravar um terceiro disco com o Conjunto do Maestro Joaquim Luís Gomes (lembrar que J. L. Gomes foi o orquestrador dos 1ºs prémios do Festival RTP da Canção dos anos 69 e 70, respectivamente "Desfolhada" e "Onde Vais Rio Que Eu Canto" ). As canções do EP Slem 2103 são "Nostalgia", "Luanda", "Serenata a Luanda" e "Serenata do Adeus". Depois disto Raul e Milo voltam para Angola. Mas o grande interesse é a divulgação do folclore angolano do qual Vieira Dias é uma figura sem qualquer oposição incontornável.
Raul aos 6 anos começa a aprender piano com Dona Ofélia e Cândida Guimarães. O pai estava nos Serviços de Saúde do exército e este facto fê-lo percorrer grande parte do território angolano e conviver com várias culturas musicais. As primeiras lições de pintura deu-lhas a mãe D. Angélica Peres Cruz. Depois da morte de Milo a pintura foi um dos seus grandes escapes. Milo foi solista na Igreja. Nessa época (anos 60) a Agência Portuguesa de Revistas lançava um Álbum da Canção que contava toda a história de artistas portugueses e estrangeiros, e era uma excelente publicação. Em 1955 eles voltam a encontrar-se e falam das muitas brincadeiras que tinham quando crianças em Benguela e do gosto musical que continuavam a cultivar. Em 1956 os grandes heróis da cena musical angolana eram os N'Gola Ritmo de Liceu, o conjunto Garda, Trio Assis, Françony e Sara Chaves (OP nº13). |
Em Angola, e talvez porque os tempos estavam a mudar e os trios eram mais utilizados em todo o mundo resolvem juntar José Alves Monteiro com quem já tinham trabalhado, mais conhecido por Gin. A harmonia vocal melhorou, e as digressões não pararam. Resolvem voltar a Lisboa onde o seu êxito ainda se mantinha e onde vão acabar por gravar mais 5 discos como Ouro Negro. Serão acompanhados pelo conjunto de Thilo Krassman, (OP nº35), o Thilo's Combo e ainda com o Conjunto de Jorge Costa Pinto e também 2 discos com o Conjunto Mistério onde chegam a interpretar uma versão de "I Want To Hold Your Hand" com o nome de "Agora Quero Ser Feliz" e que abusivamente aparece como sendo de Raul Indiwpo (aliás situação que era muito comum, que o digam os nossos Pops Luís Arriaga e José Manuel Santos que foram prejudicados várias vezes por estes abusos). A internacionalização acontece e França rende-se à sua música. Dão concertos em quase todos os Países Europeus com a edição de discos que nunca chegaram a Portugal. Tocam várias vezes no Olympia e no Alhambra. Lançam o ritmo sul- africano KWELA num EP de título "La KWELA de Angola" com canções dos Meteors como "Meadowlands". Espanha, Holanda, Suiça, Israel, Finlândia e muitos outros países na Europa não os deixavam descansar. É em 1963 que José Alves Monteiro decide desaparecer, pois já era observado pela PIDE devido aos seus contactos com o MPLA. Também Milo casou e criou desentendimentos no grupo. Em 63 não existe qualquer gravação. Em 66 são convidados pelo Príncipe Rainier do Mónaco para a celebração do 4º centenário do Principado. Enquanto andaram por França a Pathé Marconi gravou-lhes 8 discos. Receberam um prémio da Imprensa francesa.
Em 1964 o OURO NEGRO volta a ser o DUO OURO NEGRO, ainda fazem um trabalho com Sivuca que foi vivendo entre Lisboa e Paris (onde em 62 foi considerado o músico do ano) e depois se muda para os Estados Unidos onde tem uma excelente carreira tocando com nomes como Harry Belafonte, Nelson Riddle (o maestro que levou "Lisboa Antigua" ao 1º lugar do Top Americano (OP nº 2), trabalhou com Julie Andrews, colaborou com o conjunto de rock americano Fire no excelente L.P. "The Magic Shoemaker" e foi o arranjador de "Pata Pata" de Miriam Makeba com quem fez uma digressão pelo mundo inteiro. Fez música para filmes, apresentou-se em inúmeras televisões e voltou para o Brasil em 1976. Também o Duo gravou uma versão de "Pata Pata" em Paris. Claro que falar do Duo Ouro Negro é um nunca acabar de novidades. Foram para o Brasil e revolucionaram muita coisa. Quando um jornalista lhes perguntou porque a música deles era tão parecida com a brasileira, Milo respondeu, perdão a vossa música é que é muito parecida com a angolana, pois foram os escravos trazidos pelos portuguese que introduziram esses sons no Brasil.
A pintura também juntou Raul e Maluda, a pintura moçambicana. Juntos tocaram e cantaram Malaica, como podem ver no video acima.
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Em 1967 gravam o LP ao vivo no Olympia "O Espectáculo é Ouro Negro". Começam a entrar no Festival da Canção da RTP com "Livro Sem Fim" e "Quando Amanhecer". Em 1969 com "Tenho Amor Para Amar" e em 74 com "Bailia dos Trovadores". Em 67 gravam aquele que vão considerar como seu melhor trabalho, o LP "Mulowa Africa" com o apoio do Thilo's Combo. Em 68 vão ao Canadá, Estados Unidos da América, onde são considerados como um dos primeiros grupos da futuramente chamada "World Music" e gravam novamente o Lp "Mulowa" que aparece com o título de "Duo Ouro Negro - The Music Of Afrika Today" e que chega a atingir uma boa posição na revista Billboard. De seguida ainda vão a Angola e Moçambique. Em 69 vão à Argentina e gravam o LP, "Latino" e é ai que o colombiano Marfuca compõe com Milo um dos temas que se tornará mais célebre "Muamba Banana e Cola". Este LP é muito mais tarde editado em Portugal com o nome "Sob o Signo de Yemanjá". Por estranho o tema "Muamba Banana e Cola" não está incluído.
Também em 68 é gravado na RTP a Opereta "Rua D'Ilisa" escrita pelo Duo com Lilly Thiumba (infelizmente já desaparecida) no papel de Ilisa e a participação do conjunto Os Sheiks. A peça é transmitida e a RTP vai levá-la ao Festival de Milão. Mais uma vez, abusivamente o disco que sai com a marrabenta moçambicana de Fany Pfumo vem creditada com o nome de Raul Indiwpo.
Em 1970 fazem uma digressão mundial que os leva desde a Austrália, a África, à Europa e às Américas. É precisamente nesta digressão que os entrevistamos quando se apresentam 3 dias em Lourenço Marques (hoje Maputo). Para sábado, dia seguinte, ficou marcado um encontro entre o Duo Ouro Negro e a Onda Pop no Hotel Polana, onda também estiveram presentes Manuel Matos e Marizé (hoje Alexandra), as Irmãs Muge (hoje Amélia Muge continua a cantar), Berta Laurentino (já falecida), Zito e Fausto. Falou-se de folclore e do sucesso que "Mulowa" tinha tido nos EUA e do novo projecto que estava em marcha e se iria chamar "Blackgroud". Falaram ainda da sua amizade pessoal com Paul McCartney e Paul Simon.
Também em 68 é gravado na RTP a Opereta "Rua D'Ilisa" escrita pelo Duo com Lilly Thiumba (infelizmente já desaparecida) no papel de Ilisa e a participação do conjunto Os Sheiks. A peça é transmitida e a RTP vai levá-la ao Festival de Milão. Mais uma vez, abusivamente o disco que sai com a marrabenta moçambicana de Fany Pfumo vem creditada com o nome de Raul Indiwpo.
Em 1970 fazem uma digressão mundial que os leva desde a Austrália, a África, à Europa e às Américas. É precisamente nesta digressão que os entrevistamos quando se apresentam 3 dias em Lourenço Marques (hoje Maputo). Para sábado, dia seguinte, ficou marcado um encontro entre o Duo Ouro Negro e a Onda Pop no Hotel Polana, onda também estiveram presentes Manuel Matos e Marizé (hoje Alexandra), as Irmãs Muge (hoje Amélia Muge continua a cantar), Berta Laurentino (já falecida), Zito e Fausto. Falou-se de folclore e do sucesso que "Mulowa" tinha tido nos EUA e do novo projecto que estava em marcha e se iria chamar "Blackgroud". Falaram ainda da sua amizade pessoal com Paul McCartney e Paul Simon.
Em 71 nos Estados Unidos voltam a gravar com Sivuca o LP "Africaníssimo" com os mesmos temas de 59 e outras roupagens e mais alguns temas. Os LPs que vão gravando ao longo dos anos são todos de grande qualidade, quer antes quer depois com "Epopeia" (a propósito de Epopeia, são eles que descobrem a Filarmónica Fraude OP nºs 71 e 86). "Lindeza" é o 1º álbum que gravam em 79 para a etiqueta Orfeu (depois de deixarem a Valentim de Carvalho) com apoio de Mike Seargent e Zé Nabo.
É aliás nesta época que o Pop Luís Filipe Arriaga os vem a conhecer melhor e lhes pede para colaborarem no seu álbum "De Corpo e Alma" e eles aceitam de boa vontade e escolhem para a sua colaboração "Avenida Brasil" com música de Luís Arriaga e versos do poeta Pop José Manuel Santos (OP nº 16). Continuo a considerar este álbum quase desconhecido em Portugal como um dos 50 melhores da música portuguesa (poderão chamar-nos facciosos, eu João Pedro e eu José Couto, por sermos amigos, mas ouçam-no antes de criticarem). Inclusivé, David Mourão Ferreira chegou a dar os parabéns a Luís Arriaga dizendo que eram dos poemas dele, os que mais bem musicados tinham sido.
É aliás nesta época que o Pop Luís Filipe Arriaga os vem a conhecer melhor e lhes pede para colaborarem no seu álbum "De Corpo e Alma" e eles aceitam de boa vontade e escolhem para a sua colaboração "Avenida Brasil" com música de Luís Arriaga e versos do poeta Pop José Manuel Santos (OP nº 16). Continuo a considerar este álbum quase desconhecido em Portugal como um dos 50 melhores da música portuguesa (poderão chamar-nos facciosos, eu João Pedro e eu José Couto, por sermos amigos, mas ouçam-no antes de criticarem). Inclusivé, David Mourão Ferreira chegou a dar os parabéns a Luís Arriaga dizendo que eram dos poemas dele, os que mais bem musicados tinham sido.
Pedimos ao Pop Luís Arriaga então umas palavras sobre este simpático e famoso Duo e aproveitamos a ocasião para lhe dedicarmos este nº como homenagem ao seu 65º aniversário, hoje dia 29 de Agosto, dia em que é publicada. Aliás neste nº ainda faz mais sentido porque falamos no livro que editou o ano passado "Será a Paz Uma Ilusão" (No artigo "Summer Love 67") e os artigos do Festival da Canção da RTP 70, só foram possíveis com a excelente colaboração de sua mãe, Maria José Arriaga. È também uma homenagem de saudade a seus pais, Maria José e Mário Arriaga.
"O Duo Ouro Negro e eu"
Como não podia deixar de ser, todas as histórias começam por “era uma vez...”
E assim foi de facto, há muitos, muitos anos, em Lisboa, o meu comparsa das músicas, o José Manuel Santos, poeta de eleição e que se recusa a editar um livro com os seus melhores poemas, era à época, um assíduo das noites de Lisboa e um dia convidou-me a ir ali para os lados da Avenida de Roma, conhecer um Pub de seu nome “HIT” e que tinha como atracção primordial os dois elementos do famosíssimo Duo Ouro Negro – Raul Indipwo e Milo Mac Mahon – sendo que Milo era um dos proprietários e animadores do dito “HIT”...
E lá fomos! No calor da noite, noite tropical (entenda-se), depois de umas Cuba Libre, decidi aceitar o desafio e pegar numa das guitarras disponíveis e cantar duas ou três canções da minha autoria (com letras do Zé Manel). O Milo Mac Mahon adorou e desde logo vaticinou que o meu futuro seria ligado às canções. Logo se combinou que eu voltaria com regularidade ao “HIT” para cantar (à borla, claro) e entretanto combinou-se que o Milo seria o meu padrinho nesta coisa das cantigas.
E como padrinho foi extraordinário, pois eu já era artista de uma gravadora muito em voga na altura – a Orfeu – e eu preparava-me para lançar um LP, aconselhou-me ao respectivo director artístico, José Niza, e isso pode ter facilitado e apressado a edição, na editora onde pontuavam José Afonso, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Luis Cília, Florência e tantos outros que representavam o que de melhor assistia então à Música Portuguesa.
Para sempre fiquei grato pelo “empurrão” proporcionado pelo Milo Mac Mahon. Quando gravei o meu único album, de seu nome genérico “De Corpo e Alma”, convidei o Duo Ouro Negro a interpretar comigo um dos trechos, e eles escolheram – “Avenida Brasil” – que na altura passou imenso nas rádios – Renascença, Comercial e RDP.
Mais uma vez pude constatar da singeleza de ambos – Raul e Milo – e beneficiar, sem quaisquer contrapartidas, da natural promoção que o seu prestígio conferia ao meu disco e ao meu desempenho como jovem intérprete.
Ao longo das vidas artísticas, do Duo e minha, muitos foram os contactos que naturalmente aconteceram e a dada altura tive até oportunidade de participar no côro de um dos maiores sucessos da dupla – “Vou levar-te comigo” – ainda hoje uma espécie de Hino à amizade e à tolerância entre os povos.
Já passaram muitos anos, mas recordo sempre com emoção os laços que ficaram no meu coração a esses dois rapazes de Angola e a minha gratidão ao Milo Mac Mahon por ter sido o meu paciente e inspirado padrinho artístico.
Saravah...
Luís Arriaga"
"O Duo Ouro Negro e eu"
Como não podia deixar de ser, todas as histórias começam por “era uma vez...”
E assim foi de facto, há muitos, muitos anos, em Lisboa, o meu comparsa das músicas, o José Manuel Santos, poeta de eleição e que se recusa a editar um livro com os seus melhores poemas, era à época, um assíduo das noites de Lisboa e um dia convidou-me a ir ali para os lados da Avenida de Roma, conhecer um Pub de seu nome “HIT” e que tinha como atracção primordial os dois elementos do famosíssimo Duo Ouro Negro – Raul Indipwo e Milo Mac Mahon – sendo que Milo era um dos proprietários e animadores do dito “HIT”...
E lá fomos! No calor da noite, noite tropical (entenda-se), depois de umas Cuba Libre, decidi aceitar o desafio e pegar numa das guitarras disponíveis e cantar duas ou três canções da minha autoria (com letras do Zé Manel). O Milo Mac Mahon adorou e desde logo vaticinou que o meu futuro seria ligado às canções. Logo se combinou que eu voltaria com regularidade ao “HIT” para cantar (à borla, claro) e entretanto combinou-se que o Milo seria o meu padrinho nesta coisa das cantigas.
E como padrinho foi extraordinário, pois eu já era artista de uma gravadora muito em voga na altura – a Orfeu – e eu preparava-me para lançar um LP, aconselhou-me ao respectivo director artístico, José Niza, e isso pode ter facilitado e apressado a edição, na editora onde pontuavam José Afonso, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Luis Cília, Florência e tantos outros que representavam o que de melhor assistia então à Música Portuguesa.
Para sempre fiquei grato pelo “empurrão” proporcionado pelo Milo Mac Mahon. Quando gravei o meu único album, de seu nome genérico “De Corpo e Alma”, convidei o Duo Ouro Negro a interpretar comigo um dos trechos, e eles escolheram – “Avenida Brasil” – que na altura passou imenso nas rádios – Renascença, Comercial e RDP.
Mais uma vez pude constatar da singeleza de ambos – Raul e Milo – e beneficiar, sem quaisquer contrapartidas, da natural promoção que o seu prestígio conferia ao meu disco e ao meu desempenho como jovem intérprete.
Ao longo das vidas artísticas, do Duo e minha, muitos foram os contactos que naturalmente aconteceram e a dada altura tive até oportunidade de participar no côro de um dos maiores sucessos da dupla – “Vou levar-te comigo” – ainda hoje uma espécie de Hino à amizade e à tolerância entre os povos.
Já passaram muitos anos, mas recordo sempre com emoção os laços que ficaram no meu coração a esses dois rapazes de Angola e a minha gratidão ao Milo Mac Mahon por ter sido o meu paciente e inspirado padrinho artístico.
Saravah...
Luís Arriaga"
A sua qualidade vinha a subir e a consciêhcia política tomada ao longo de anos de passagens por Países de regimes diferentes ia ajudando. Quando na Argentina, Raul começou a escrever uma peça que irá dar origem a um primeiro espectáculo de nome "Blackground" e que incluía mais de 35 pessoas (incluindo o conjunto Objectivo) e que iria ser apresentada no 1º grande Festival que existiu em Portugal, O Festival de Vilar de Mouros. No 1º dia tinham estado Elton John e os Manfred Mann e no 2º Amália Rodrigues e uns quase desconhecidos "Blackgroud".
Em 1981 gravam um 2º "Blackground de onde resulta um extraordinário espectáculo no Teatro da Trindade com o título "Império do Yemanjá".
Em 1981 gravam um 2º "Blackground de onde resulta um extraordinário espectáculo no Teatro da Trindade com o título "Império do Yemanjá".
Pedimos também ao Pop José Manuel Santos que os conheceu melhor para nos dar uma pequena ideia de como foi nesses tempos passados:
"Brother John,
Não sei se tenho saber suficiente para escrever com decência sobre o Milo e o Raul, verdadeiros OURO NEGRO.
Conheci ambos em 1977 numa altura em que a cultura musical, salvo raras excepções, era regida pela ortodoxia marxista-leninista.
Milo e Raul eram então uns "cabrões" reacionários porque não apoiavam o MPLA liderado pelo breveziano Agostinho Neto, acolitado pelo "zedu". Acrescento que até Janeiro de 1977 eu vivi em Moçambique "etilizado" por uma proposta de mudança, salvo por uma solução amoniacal chamada "SNASP" (PIDE moçambicana) liderada por Jacinto Veloso. O SNASP foi criado e eu decidi pirar-me.
Milo e Raul eram senhores de uma grande e sólida cultura que subtilmente transmitiam com amizade a ignorantes como eu... nem imaginas o que aprendi.
Foi no HIT, antro de boa música perto do Maria Matos em Lisboa, que com eles me relacionei e percebi a simplicidade de quem é grande. De tal maneira simples e grandes que se sentiam felizes por fazerem coros numa canção "Avenida Brasil" gravada em disco pelo Luís Filipe Arriaga.
Foi no HIT, "covil reacionário", que conheci e me tornei amigo desse monstro da guitarra clássica chamado SILVESTRE FONSECA. Também lá "residia" CARLOS BASTOS, um crânio do humor e da música, que infelizmente não sei onde pára.
Foi no HIT que jovens e talentosos músicos angolanos eram lançados para os palcos depois de acolhimento humanitário do Milo e Raul, não podiam ser considerados refugiados à época porque fugiam da ditadura do MPLA.
Em Alcabideche o Raul tinha uma propriedade de extensão razoável, paga com o trabalho, onde me maravilhei com a sua pintura e com um pequeno Zoo devidamente legalizado. Era também nesta casa que funcionava o primeiro acolhimento de angolanos em fuga do terror marxista.
Não me importo de ter sido incomodado pelos detentores de cultura da época por ter sido amigo do Milo e Raul, hoje lembro-me deles com ternura e o maior dos respeitos, por vezes o tempo podia voltar para trás.
ABRAÇO
José Manuel Santos "
Em 82 sai o single "Estou Pensando Em Ti / Rapsódia Angolana" e no fim de 84 o álbum "Aos Nossos Amigos". O Duo termina em 4 de Abril de 1985 com a morte de Milo MacMahon.
Raul Indiwpo passa por uma fase muito má, passa a vestir só de branco (sinal de luto angolano) em homenagem ao seu grande amigo e quando recupera passa a chamar-se "Raul Ouro Negro". O seu 1º trabalho foi o álbum "Só Santo" inteiramente dedicado em homenagem ao seu amigo Milo.
É neste período que passa a dedicar-se mais à pintura (que nunca largara). Em 91 lança um álbum dedicado ás crianças de África. Em 2000 cria a Fundação "Ouro Negro" dedicada à cultura e à solidariedade para com as crianças. Faz sedes em Portugal e em Angola.
Em 1998 é lançado o CD "40 Anos, 40 Êxitos"
Em 25 de Maio de 2005 comemora os 50 anos de carreira com o apoio de convidados como Bonga, Mariza, Luís Represas e Pedro Jóia. Raul faleceu a 4 de Junho de 2006.
Raul Indiwpo passa por uma fase muito má, passa a vestir só de branco (sinal de luto angolano) em homenagem ao seu grande amigo e quando recupera passa a chamar-se "Raul Ouro Negro". O seu 1º trabalho foi o álbum "Só Santo" inteiramente dedicado em homenagem ao seu amigo Milo.
É neste período que passa a dedicar-se mais à pintura (que nunca largara). Em 91 lança um álbum dedicado ás crianças de África. Em 2000 cria a Fundação "Ouro Negro" dedicada à cultura e à solidariedade para com as crianças. Faz sedes em Portugal e em Angola.
Em 1998 é lançado o CD "40 Anos, 40 Êxitos"
Em 25 de Maio de 2005 comemora os 50 anos de carreira com o apoio de convidados como Bonga, Mariza, Luís Represas e Pedro Jóia. Raul faleceu a 4 de Junho de 2006.
Foi uma sorte termos nas chamadas "férias graciosas" os pais no noso Pop Luís Filipe em Lisboa. A sua incansável mãe não perdeu um momento para que a reportagem do VII Festival da Canção fosse das mais completas que tivemos nos 3 anos de Onda Pop, chegámos a superar muito do que em Lisboa os jornais noticiavam. Maria José trabalhava no Banco Montepio (na Av. D. Luís e era colega do Alex dos Night Stars), grande poetisa (animava muitos programas de Rádio, muitas vezes ao despique com João Gouveia também um bom poeta, trabalhava na Companhia de Seguros Tranquilidade, tinha sido campeão de Portugal de Ténis de Mesa pela FNAT e foi ele quem lançou o Ténis de Mesa em Moçambique, e claro está era o pai do Pop João Pedro ). Bom esta é também uma forma de prestarmos homenagem aos nossos queridos já desaparecidos e que também contribuiram de uma forma ou de outra para o nosso sucesso. Maria José Arriaga assistiu aos ensaios entrevistou os personagens e deu-nos materal suficiente para o termos que distribuir por 3 números. Também entrevistou Hugo, qrtigo que sai na próxima Onda Pop.
Como em LM também organizámos um júri que incluia Maestro, Jornalistas, cantores, poetas, músicos e críticos musicais, a canção que ganhou foi "Canção de Madrugar". Nas posições seguintes ficaram "Onde Vais Rio Que Eu Canto", "Corre Nina" e "Verdes Trigais".
Como em LM também organizámos um júri que incluia Maestro, Jornalistas, cantores, poetas, músicos e críticos musicais, a canção que ganhou foi "Canção de Madrugar". Nas posições seguintes ficaram "Onde Vais Rio Que Eu Canto", "Corre Nina" e "Verdes Trigais".
"Canção de Madrugar" interpretada por Hugo Maia de Loureiro, da autoria de Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes. O convite perfeito para um pequeno "bate papo" no Rendez-Vous. A Onda já o tinha entrevistado no Festival e ele até nos dedicou uma foto (sairá no próximo nº da Onda) mas decidimos incluí-lo já.
Hugo Ribeiro Maia de Loureiro nasceu a 27 de Maio de 1944 em Lisboa (no Bairro Alto). O mais interessante é que já nos contara (em 70) que era filho de Afonso Henriques Ivens Ferraz Maia de Loureiro nascido em Moçambique. Era piloto de aviação e sua mãe era poetiza. Teve uma infância feliz e tranquila, foi um grande jogador de Judo (seu pai era o treinador) e de Rugby no Belenenses ( tem graça porque o pai do pop João Pedro, também foi campeão de Ténis de Mesa em Portugal pelo Belenenses) mas uma vontade em cantar que não o largava. Aos 14/15 anos já cantava o Fado e ia para Campo de Ourique, "ainda me lembro que os autocarroa eram o 20, o 22 e o 27", (e dá uma gargalhada) para "O Pote", a "Carvoaria" do Alfredo (não o Marceneiro), um cozinheiro que tinha o restaurante sempre à cunha e de vez em quando lá o deixávam cantar. Lembra-se que o Fernando Farinha e o Marceneiro também lá iam. Depois o Alfredo montou um restaurante ao pé da Av. de Roma e as cantorias continuaram. Depois no início dos anos 60 chega a formar um fugaz conjunto musical com o seu irmão mais velho Benjamim e com o Luís Cília. Tocavam Everly Brothers e Os Conchas.. Durou pouco tempo, e pensa que terminou porque o Luís desapareceu. Dizemos nós, va-se lá saber porquê!
Em 66 vai para a tropa. Esteve lá pouco tempo. Foi para a Escola Agrícola de Santarém tirar o curso de Topógrafo. Acabou fazendo parte do mais famoso conjunto de Santarém, "Os Charruas".
Hugo Ribeiro Maia de Loureiro nasceu a 27 de Maio de 1944 em Lisboa (no Bairro Alto). O mais interessante é que já nos contara (em 70) que era filho de Afonso Henriques Ivens Ferraz Maia de Loureiro nascido em Moçambique. Era piloto de aviação e sua mãe era poetiza. Teve uma infância feliz e tranquila, foi um grande jogador de Judo (seu pai era o treinador) e de Rugby no Belenenses ( tem graça porque o pai do pop João Pedro, também foi campeão de Ténis de Mesa em Portugal pelo Belenenses) mas uma vontade em cantar que não o largava. Aos 14/15 anos já cantava o Fado e ia para Campo de Ourique, "ainda me lembro que os autocarroa eram o 20, o 22 e o 27", (e dá uma gargalhada) para "O Pote", a "Carvoaria" do Alfredo (não o Marceneiro), um cozinheiro que tinha o restaurante sempre à cunha e de vez em quando lá o deixávam cantar. Lembra-se que o Fernando Farinha e o Marceneiro também lá iam. Depois o Alfredo montou um restaurante ao pé da Av. de Roma e as cantorias continuaram. Depois no início dos anos 60 chega a formar um fugaz conjunto musical com o seu irmão mais velho Benjamim e com o Luís Cília. Tocavam Everly Brothers e Os Conchas.. Durou pouco tempo, e pensa que terminou porque o Luís desapareceu. Dizemos nós, va-se lá saber porquê!
Em 66 vai para a tropa. Esteve lá pouco tempo. Foi para a Escola Agrícola de Santarém tirar o curso de Topógrafo. Acabou fazendo parte do mais famoso conjunto de Santarém, "Os Charruas".
Começa a trabalhar na Guérin Agrícola numa área que iniciava o seu desenvolvimento, pois seria muito importante para a agricultura portuguesa a rega por "expressão". Hugo não parava quieto, era desportista (jogava Rubgy no Belenenses). Numa campanha que faz para promover a "Rega" é referenciado pela sua imaginação por Jorge Tavares Rodrigues que o recomenda à empresa de publicidade de Luís Lagrifa. Lá se vai a rega e a topografia,
A partir daí a Publicidade vai ser a sua área profissional futura. Em 1969 é convidado para o programa mais famoso da televisão, o ZIP ZIP onde vai interpretar a canção "Fonte de Água Vermelha" e onde obtém assinalável êxito. Depois a canção será proibida pelo regime.
Ainda em 69/70 passa a trabalhar na multinacional Lintas. Vai participando em vários espectáculos onde também cantam Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira o Padre Fanhais e outros.
A partir daí a Publicidade vai ser a sua área profissional futura. Em 1969 é convidado para o programa mais famoso da televisão, o ZIP ZIP onde vai interpretar a canção "Fonte de Água Vermelha" e onde obtém assinalável êxito. Depois a canção será proibida pelo regime.
Ainda em 69/70 passa a trabalhar na multinacional Lintas. Vai participando em vários espectáculos onde também cantam Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira o Padre Fanhais e outros.
É nesta época que conhece Ary dos Santos e outros colegas publicitários. Sabendo dos seus dotes de cantor Ary acha-o com a voz ideal para aquela canção ser presente ao Festival RTP de 70. Podemos dizer que Ary era um excelente publicitário mas muito maior poeta, ele brincava com as palavras, ele seduzi-as, mas, há sempe um mas, ninguém é perfeito, tinha muito mau génio e não gostava de ser contrariado . Aliás quando perdeu o Festival foi grosseiro e malcriado, parecia um anti Ary. Basta ler a reportagem a que Maria José escreveu e assistiu (mais completa no próximo nº). Hugo também falou no final e disse que se tinha esforçado ao máximo e que treinou muitas vezes a canção. Que era uma canção com muita força. Mas pensou que o título caísse ou em "Verdes Trigais" ou em "Corre Nina", nunca naquela. Vilas Boas também se inclinava para "Corre Nina".Aqui em Lourenço Marques o júri que criámos escolheu "Canção de Madrugar".
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No entanto Hugo achou um acto digno e de bom companheirismo a atitude de Sérgio Borges em ter chamado todos os artistas ao palco, considerando que a vitória era de todos (e não foi por snobismo), e todos nós sabemos que a subjectividade do gosto é uma das mais frágeis armas. Mas de todas as canções do Festival "Canção de Madrugar" foi sempre a mais badalada. O poema é lindo.
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Depois do 25 de Abril e como se mantém na área independente , tal como o fez Zeca Afonso (OP nº 86), embora este tivesse uma obra tão importante e independente que o seu valor político dava para que todos se arranhassem para o ter a seu lado. Hugo não era tão importante e por isso sofreu dissabores, do oportunismo neste caso da esquerda, que infelizmente também os tem e da grande incompetência de muitos "pseudo revolucionários" ( malabaristas que na nossa, minha, opinião ajudaram a colocar o País onde hoje ele está). Então é assim que o seu nome aparece na lista de cantores proibidos de tocar pela Rádio oficial. Um dia visitou João Paulo Guerra na Rádio, pegou casualmente nessa lista e JP Guerra teve que confirmá-lo que assim era. Estava proibido de o tocar.
Irritado e desgostoso (apesar de ser um independente de esquerda) decide afastar-se das lides musicais. Por cortesia ainda cantou muitas vezes no "Picadeiro" e no "Estribo" com nomes como Manuel de Almeida (de quem muito gostava) e Carlos Zel, por exemplo.
Irritado e desgostoso (apesar de ser um independente de esquerda) decide afastar-se das lides musicais. Por cortesia ainda cantou muitas vezes no "Picadeiro" e no "Estribo" com nomes como Manuel de Almeida (de quem muito gostava) e Carlos Zel, por exemplo.
Depois saíu da Lintas e foi para a Flumen e é saneado em 78. Um esquema porque de seguida a empresa fechou. Passou a ser um " Free Lancer publicitário". Entrou então no divertido e muito interessante programa da RTP " A visita da Cornélia" de Raul Solnado ( que por mero acaso é primo do Pop João Pedro) tendo ganho a sua série ( até imitou um chimpazé - Isto pode parecer incrível mas o pop JP até tem um primo que diz que é "dono" dele).
Hugo hoje é um pacato cidadão, casado e pai de 3 filhos e uma filha (em 70 aos 26 anos já tinha 3). É desprendido e não quer saber nada do passado. isso mesmo, diz, já passou. Fomos encontrá-lo no café Rendez Vous perto de sua casa e onde é muito acarinhado. Nem sabiam que ele tinha sido cantor ( desculpa Hugo, só te arranjamos problemas).
Quando lhe perguntámos sobre Ary, disse-nos que era um excelente poeta e bom publicitário, mas muito irrascível ( o que já sabíamos pelos nossos contactos e pelo mau perder que demonstrou no Festival). "Mas muito melhor que ele e então em termos publicitários era David Mourão Ferreira. Um homem genial. Um dia recebemos um pedido para conseguirmos um slogan pata a Televisão para uma campanha contra o afogamento nas praias. E ele de repente diz "É simples. Para uma praia segura viva uma vida desafogada". Claro que não saíu, mas foi genial. Noutra ocasião pedem-nos para ir à empresa Lusoespuma que fabricava colchões e queriam promover o seu novo produto. Mais uma vez o seu génio ataca de repente. "Lusoespuma o colchão onde se dão duas com o esforço de uma". Claro que o puritanismo nos obrigou a mudar, mas por aqui se vê como ele era genial."
Tivemos imenso prazer em conhecer pessoalmente o homem que um dia nos trouxe a"Canção de Madrugar" e que das dezenas de excelentes canções que o Festival RTP tem lançado, para nós continua a ser a nossa perferida. Ah! e agradecemos ao seu "dono" Edmundo Marques da Silva esta oportunidade que nos ajudou a chegar até ele.
Hugo hoje é um pacato cidadão, casado e pai de 3 filhos e uma filha (em 70 aos 26 anos já tinha 3). É desprendido e não quer saber nada do passado. isso mesmo, diz, já passou. Fomos encontrá-lo no café Rendez Vous perto de sua casa e onde é muito acarinhado. Nem sabiam que ele tinha sido cantor ( desculpa Hugo, só te arranjamos problemas).
Quando lhe perguntámos sobre Ary, disse-nos que era um excelente poeta e bom publicitário, mas muito irrascível ( o que já sabíamos pelos nossos contactos e pelo mau perder que demonstrou no Festival). "Mas muito melhor que ele e então em termos publicitários era David Mourão Ferreira. Um homem genial. Um dia recebemos um pedido para conseguirmos um slogan pata a Televisão para uma campanha contra o afogamento nas praias. E ele de repente diz "É simples. Para uma praia segura viva uma vida desafogada". Claro que não saíu, mas foi genial. Noutra ocasião pedem-nos para ir à empresa Lusoespuma que fabricava colchões e queriam promover o seu novo produto. Mais uma vez o seu génio ataca de repente. "Lusoespuma o colchão onde se dão duas com o esforço de uma". Claro que o puritanismo nos obrigou a mudar, mas por aqui se vê como ele era genial."
Tivemos imenso prazer em conhecer pessoalmente o homem que um dia nos trouxe a"Canção de Madrugar" e que das dezenas de excelentes canções que o Festival RTP tem lançado, para nós continua a ser a nossa perferida. Ah! e agradecemos ao seu "dono" Edmundo Marques da Silva esta oportunidade que nos ajudou a chegar até ele.
MAN MATOS E MARIZÉ
FÁTIMA NOBRE
FÁTIMA NOBRE
Já contámos alguma história de Manuel Matos na Onda Pop nº 79 quando falámos de Alexandra que em 1970 actuava com o nome de Marizé (Maria José, de seu verdadeiro nome) e era casada com Manuel Matos. Nesta época Man Matos Trio tinha sofrido uma remodelação. Aproveitámos esta notícia do "Cenário", e não só, para falar de Fátima Nobre vinda do Conjunto Feminino, do qual um dia também faremos uma reportagem mais completa, pois a Professora Ofélia tinha organizado no início dos anos 60 um conjunto inteiramente feminino, que de início tinha 3 Graças e onde actuaram também Natércia Barreto e Luísa Nobre que já reportamos em números anteriores. Techa desde o nº1 e em muitas outras páginas mas especialmente nas nºs 16, 54 e 61 e Luísa nº 59 e outras. Interessante que esta duas cantoras também foram das principais solistas do Conjunto Feminino. Já falámos delas várias vezes nas notícias do Cenário, mas foram tantas que reunir toda a informação não é fácil.
Mas o Conjunto Men Matos Trio mais conhecido por MMM tocou em várias cidades (sobretudo no Hotel do Chonguene) mas foi em Lourenço Marques no Restaurante Oceânica no antigo Pavilhão da praia (depois demolido para alargar a marginal) que o ouvimos mais vezes. Também na sua simpatia nos quizeram brindar com um cartão de incentivo ao nosso trabalho que reconheciam ser muito válido. Assinavam o chefe da banda Manuel Matos (infelizmente já falecido e Marizé ( ou seja sua mulher Maria José Canhoto que hoje continua a fazer grande sucesso com o nome de Alexandra ).
Mas o Conjunto Men Matos Trio mais conhecido por MMM tocou em várias cidades (sobretudo no Hotel do Chonguene) mas foi em Lourenço Marques no Restaurante Oceânica no antigo Pavilhão da praia (depois demolido para alargar a marginal) que o ouvimos mais vezes. Também na sua simpatia nos quizeram brindar com um cartão de incentivo ao nosso trabalho que reconheciam ser muito válido. Assinavam o chefe da banda Manuel Matos (infelizmente já falecido e Marizé ( ou seja sua mulher Maria José Canhoto que hoje continua a fazer grande sucesso com o nome de Alexandra ).
Mas hoje falámos com Fátima Nobre. Fátima nasceu em 1954 a 13 de Fevereiro na Ilha de S. Miguel (Açores). Aos 9 anos vai com os pais e irmãos para Lourenço Marqes (hoje Maputo) Moçambique.
Fátima iniciou-se nos programas da Tia Zita ainda aos 9 anos pois o seu gosto para cantar era enorme. Aos 11 já estava na Gente Nova ao Microfone (OP nº 20) de Maria Adalgiza, uma soprano de Lisboa que quando visitou Moçambique se apaixonou por aquelas terras e por lá ficou. Foi a criadora da canção "Grão de Arroz" (que podem escutar nessa OP nº 20). É ela própria que o diz que tanto Maria Adalgisa como o pianista António Fonseca ( o irmão do Maestro Artur Fonseca, o célebre criador da " Casa Portuguesa" e "Kanimambo") eram uns ensaiadores e profissionais de uma classe fora do comum para lidarem com crianças e jovens. Por isso não admira que ainda uma pequena adolescente, após exames de admissão se iniciasse como solista efectiva da Orquestra Típica, dirigida pelo Maestro António Gavino ( o criador da "Marcha Ribatejana" ) e fizesse parte do Coro Feminino e da Orquestra de Variedades dirigida pelo Maestro Artur Fonseca. Mas o seu gosto pela música era tão grande que todas as oportunidades para cantar a faziam cantar mesmo aos 11 anos com os melhores Cojuntos da cidade, como os Night Stars ou os Cartolas, por exemplo.
Fátima iniciou-se nos programas da Tia Zita ainda aos 9 anos pois o seu gosto para cantar era enorme. Aos 11 já estava na Gente Nova ao Microfone (OP nº 20) de Maria Adalgiza, uma soprano de Lisboa que quando visitou Moçambique se apaixonou por aquelas terras e por lá ficou. Foi a criadora da canção "Grão de Arroz" (que podem escutar nessa OP nº 20). É ela própria que o diz que tanto Maria Adalgisa como o pianista António Fonseca ( o irmão do Maestro Artur Fonseca, o célebre criador da " Casa Portuguesa" e "Kanimambo") eram uns ensaiadores e profissionais de uma classe fora do comum para lidarem com crianças e jovens. Por isso não admira que ainda uma pequena adolescente, após exames de admissão se iniciasse como solista efectiva da Orquestra Típica, dirigida pelo Maestro António Gavino ( o criador da "Marcha Ribatejana" ) e fizesse parte do Coro Feminino e da Orquestra de Variedades dirigida pelo Maestro Artur Fonseca. Mas o seu gosto pela música era tão grande que todas as oportunidades para cantar a faziam cantar mesmo aos 11 anos com os melhores Cojuntos da cidade, como os Night Stars ou os Cartolas, por exemplo.
Entretanto no RCM (Radio Clube de Moçambique) cantava com alguns dos seus ex colegas dos programas de aprendizagem (Gente Nova ao Microfone), como as Irmãs Muge , OP nº3, (hoje apenas a Amélia Muge continua) e a Maria José Canhoto (depois Marizé, hoje Alexandra, OP nº79) e também os já consagrados Carlos Guilherme, Carlos Macedo, Techa ou Berta Laurentino., apenas para citar alguns. Era incrível a sua entrega a esta arte que a cativava em absoluto, para além dos estudos comercias que proseguia na Escola Comerial Azevedo e Silva. Claro que tudo isto só era possível com o forte apoio dos pais. Ainda em 65 / 66 participa no velho cinema Varietá ( tinha sido inaugurado em 5 de Outubro de 1912. Entretanto foi demolido em 1969 / 70 para dar lugar aos modernos Dicca e Estúdio 222) participando no programa " O Machimbombo das Oito e Meia". Ainda nos lembramos bem destes espectáculos e das excelentes "cowboiadas" que lá víamos. Ela voltará lá mais tarde como Cinema Dicca.
Entretanto continua a entrar em vários programas e concursos obtendo prémios e consolidando a sua posição. No final dos anos 60 ainda tem 15 anos,começa a aprender viola e vai integrar o mais antigo conjunto feminino português, formado em 1962 pela Professora Ofélia Alves que estava em vias de desaparecer após a saída da vocalista Luísa Nobre. Fátima já era viola ritmo e fazia coros com Luísa. A viola baixo é a Alzira, Fátima passa a vocalista e viola ritmo, a Maria José é a baterista e ainda entrou a São Larsen para vocalista e D. Ofélia aguentando o pessoal no órgão.
Porém pouco tempo depois recebe um convite para ser viola ritmo e coros no conjunto de Manuel Matos, O Man Matos e Marizé, As condições eram vantajosas e tinham um excelente contrato com o Hotel do Chonguene ( a 150 Km de LM). Não vai ficar muito tempo porque chega a época de exames, e claro não se pode fazer tudo ao mesmo tempo.
Porém pouco tempo depois recebe um convite para ser viola ritmo e coros no conjunto de Manuel Matos, O Man Matos e Marizé, As condições eram vantajosas e tinham um excelente contrato com o Hotel do Chonguene ( a 150 Km de LM). Não vai ficar muito tempo porque chega a época de exames, e claro não se pode fazer tudo ao mesmo tempo.
Na foto da esquerda vemos o Conjunto Feminino com Fátima em 1º plano, D. Ofélia está por trás do órgão e ao fundo vê-se Maria José na bateria e São Larsen com o microfone.
Na foto acima o Conjunto Man Matos e Marizé e com Marizé (hoje Alexandra) e Fátti Nobre de pé e ainda sentados tambám da esquerda para a direita o Carlos Caio, viola baixo (ex Jaguares) e o Manuel Matos, órgão e piano (lider da Banda) e Mário Jorge Pinho O baterista (ex vândalos). |
Para realizar os exames Fátima acaba por deixar o grupo e quando volta , já é para continuar a sua carreira a solo. Continua do RCM e começa a percorrer o território cantando também para os militares, participou muitas vezes no Prograna multifacetado (eatamos em 71 e 72) de nome "Foguetão" organizado pelo locutor Fernando Rebelo (OP nº 83) marido de Maria Adalgisa que também o apresenta. Entra num concurso de vozes e ganha, nos Reis da Rádio de 72 está entre os 4 primeiros. No Foguetão ( que era quinzenal no cinema Dicca chega a cantar com Roberto Carlos, Nelson Ned e Beatriz da Conceição (OP nº 60). Em 1973 resolve casar a 20 de Outubro (tinha 19 anos) e o o copo de água foi no Clube dos Lisboetas (OP nº 70). Foi a última vez que cantou e a canção foi "Adeus Solidão". A sua carreira foi para o espaço. Quando regressa em 78 tem já 22 anos e dois filhotes para criar. Como não exste nenhuma gravação sua clocamos o "Adeus Solidão" no driginal de 1969 de fantástica brasileira Carmen Silva (1945 - 2016).
Depois de casar deixou de cantar e em 1976 vem para Portugal. Já tem 1 filho. Acaba por ir para o Algarve onde já lá tinha um irmão e portanto sentir-se-ia mais acompanhada. Arranjar trabalho não era fácil, como todos sabemos. Explorou um quiosque em Faro na rua 5 de Outubro perto do Liceu, ainda esteve lá alguns anos. Em 82 nasceu-lhe o segundo filho, uma menina. Tirou um curso de estética e trabalhou para a Madame Campos, chegando a directora para o Algarve, mas isso obrigava-a a muitas deslocações pelo Algarve e sem tempo para estar com os filhos. Saíu , foi trabalhar como secretária para a Unicer. Entretanto divorciou-se. Depois voltará a casar. Depois irá como secretária para a Sileno. Mas a vida não é como nós queremos e em 2003 enviuvou. Também passou pela Escola Ervilha onde recordou os seus estudos de viola. Em 2007 começa a trabalhar na Rádio de Alcoutim, onde produzia, realizava e fazia a locução de uma hora de programa. Trabalhou com o poeta Carlos Escobar alternando o mesmo estilo de locução, realização e produção. Deu aulas de viola, passou por maus momentos de saúde, tem recuperado, mas ainda precisa de muita vigilância.Mas os seus 3 netos são a sua grande alegria para esquecer os maus momentos. A Onda Pop envia a esta mulher de força um grande beijinho e rápidas melhoras.
LEITE DE VASCONCELOS
Teodomiro Alberto Azevedo Leite de Vasconcelos nasceu a 4 de Agosto de 1944 em Arcos de Valdevez (Distrito de Viana do Castelo) Portugal. Sobrinho do n otável e grande Etnólogo e Linguísta José Leite de Vasconcelos. Foi para Moçambique com um ano de idade e acabou por se naturalizar moçambicano quando regressou a Moçambique após o 25 de Abril de 1974.
Na década de 60 iniciou-se como jornalista de Rádio no Emissor do Aero Clube da Beira. Em 1969 vem para Lourenço Marques onde entra para os quadros da ELMO Publicidade. A ELMO possuía um excelente estúdio de gravação onde preparava todos os programas para as estações A e D do RCM. Nele colaboravam também Eugénio Corte Real (OP nº11) e Ausenda Maria (OP nº 80) na Locução e Pedro Laranjeira (OP nº 42) e Manuel Tomáz (OP nº 87) na parte de sonoplastia e montagem. Foram um grande apoio para a Onda Pop, porque como acreditavam na sua potencialidade junto dos jovem, nos deixaram apresentar programas de crítica musical como "Sentença Musical" e transmitam o nossa Parada da Onda POP. Também muitos dos discos originais que aresentavamos em primeira mão nas Rádios Mocidade e Universidade seguiam direitinhos para eles. Nessa época muito pela calada, MIro, como todos lhe chamavam, já estava a tirar o curso por correspondência de "Ciências Sociais e Políticas Ultramarina" pela Universidade Técnica de Lisboa. Em 1971 ganhou o prémio do melhor locutor do ano, bem como o programa que fazia com Ausenda Maria e Eugénio Corte Real, "A Noite e o Ouvinte" receberam o prémio do melhor programa do ano. Muitos e bons programas passaram pela ELMO, até que um belo dia de 1973 não havia ninguém para iniciar o programa da manhã.
Assim haviam combinado (nem as mulheres sabiam). No carro de Eugénio, Leite de Vascocelos e Manuel Tomáz partem de madrugada a caminho da África do Sul e rumam a Port Elizabeth, onde o paquete Africa já os esperava para rumarem à Europa.
O objectivo era chegar a Londres, e, nos escritórios dos movimentos africanos de oposição se oferecerem para abrir uma Rádio em português em Das es Salam para explicar aos portugueses que lá viviam todas as vantagens da indepedência de Moçambique. A resposta (que já podem ter lido nas páginas 11 e 81 da Onda Pop) foi que eles sabiam muito bem quem eles eram e gostavam muito do trabalho que tinham feito, mas que agora eles eram mais precisos em Lisboa, onde tudo ia acontecer e pediam-lhes que fossem para lá. Ficaram estupefactos.
Assim regressam a Lisboa e como as "massas" já estavam curtas, toca de procurar emprego. Leite consegue um lugar no Jornal Expresso que ia sair apenas a 6 de Janeiro de 1974. Eugénio foi trabalhar com os "Parodiantes de Lisboa" e Tomáz rumou a Angola para apoiar a instalação da TVA.
Mas para não nos estarmos sempre a repetir aconselho-vos a leitura da entrevista de Manuel Tomáz na OP nº 81, o grande obreiro do programa "Limite" que desplotou o 25 de Abril.
Assim haviam combinado (nem as mulheres sabiam). No carro de Eugénio, Leite de Vascocelos e Manuel Tomáz partem de madrugada a caminho da África do Sul e rumam a Port Elizabeth, onde o paquete Africa já os esperava para rumarem à Europa.
O objectivo era chegar a Londres, e, nos escritórios dos movimentos africanos de oposição se oferecerem para abrir uma Rádio em português em Das es Salam para explicar aos portugueses que lá viviam todas as vantagens da indepedência de Moçambique. A resposta (que já podem ter lido nas páginas 11 e 81 da Onda Pop) foi que eles sabiam muito bem quem eles eram e gostavam muito do trabalho que tinham feito, mas que agora eles eram mais precisos em Lisboa, onde tudo ia acontecer e pediam-lhes que fossem para lá. Ficaram estupefactos.
Assim regressam a Lisboa e como as "massas" já estavam curtas, toca de procurar emprego. Leite consegue um lugar no Jornal Expresso que ia sair apenas a 6 de Janeiro de 1974. Eugénio foi trabalhar com os "Parodiantes de Lisboa" e Tomáz rumou a Angola para apoiar a instalação da TVA.
Mas para não nos estarmos sempre a repetir aconselho-vos a leitura da entrevista de Manuel Tomáz na OP nº 81, o grande obreiro do programa "Limite" que desplotou o 25 de Abril.
A voz que pôs Grândola no ar a 25 de Abril foi sem dúvida a de Leite de Vasconcelos, só que ele próprio apenas sabia que estava a gravar aquele programa para fazerem um favor a uns amigos italianos que gostavam de poesia e iam partir no dia seguinte e gostaram de o gravar.
É claro que a partir de 25 de Abril os jornalistas de todo o Mundo nunca mais o largaram e ele "aproveitou a boleia" da fama e nunca o desmentiu. Virá a fazê-lo anos mais tarde a uma entrevista em Moçambique que deu ao seu amigo João de Sousa. Pouco tempo após a 25 de Abril Miro partiu para Moçambique com o objectivo de fazer parte da reconstrução do País que ele tanto amava e do qual se viria a tornar cidadão. Começou depois a trabalhar na Radio Moçambique onde foi subindo posições até se tornar Director Geral entre 1981 e 1988. Foi ainda Director da Televisão Experimental de Moçambique e Vice-Presidente da Organização de Jornalistas entre 1981 e 1984. Também foi assessor do 1º Ministro entre 84 e 91. Foi Presidente do Conselho Deontológico da Organização Nacional de Jornalistas e Professor na Escola de Jornalismo de Maputo.
É claro que a partir de 25 de Abril os jornalistas de todo o Mundo nunca mais o largaram e ele "aproveitou a boleia" da fama e nunca o desmentiu. Virá a fazê-lo anos mais tarde a uma entrevista em Moçambique que deu ao seu amigo João de Sousa. Pouco tempo após a 25 de Abril Miro partiu para Moçambique com o objectivo de fazer parte da reconstrução do País que ele tanto amava e do qual se viria a tornar cidadão. Começou depois a trabalhar na Radio Moçambique onde foi subindo posições até se tornar Director Geral entre 1981 e 1988. Foi ainda Director da Televisão Experimental de Moçambique e Vice-Presidente da Organização de Jornalistas entre 1981 e 1984. Também foi assessor do 1º Ministro entre 84 e 91. Foi Presidente do Conselho Deontológico da Organização Nacional de Jornalistas e Professor na Escola de Jornalismo de Maputo.
Na Rádio ainda declamou e foi actor do teatro radiofónico, que ele reabilitou, em homenagem à sua criadora Sara Pinto Coelho (mãe do conhecido e brilhante jornalista do Canal 2 da RTP, Carlos Pinto Coelho, e que também cedo nos deixou) . Escreve várias peças de teatro, entre as quais "Pela Boca Morre o Peixe" em 89 e "As Mortes de Lucas Mateus" em 87. Fez o guião para o filme "O Gotejar da Luz" do Realizador Fernando Vendrell. Em Poesia escreveu o livro " Irmão do Universo" em 94 e "Resumos Insumos e Dores Emergentes" em 1997.
Em 81 recebeu a medalha Julius Fucik, em 98 o prémio de jornalismo Areosa Pena, bem como o melhor programa de Rádio Moçambique, "Sabadar" Em 91 o seu conto "O Gotejar da Luz", recebeu o prémio do 10º Aniversário da Associação de Escritores Moçambicanos.
Faleceu a29 de Janeiro de 1997 em Joanesburgo vítima de doença prolongada.
Em 81 recebeu a medalha Julius Fucik, em 98 o prémio de jornalismo Areosa Pena, bem como o melhor programa de Rádio Moçambique, "Sabadar" Em 91 o seu conto "O Gotejar da Luz", recebeu o prémio do 10º Aniversário da Associação de Escritores Moçambicanos.
Faleceu a29 de Janeiro de 1997 em Joanesburgo vítima de doença prolongada.
Falámos com João de Sousa (OP nº2 e 55) porque esteve sempre presente depois do regresso de Leite Vasconcelos a Moçambique. Ele é ainda assim um dos homens qua nos pode contar o que era a Rádio antes e depois da Independência, porque ele asistiu a tudo. Se a RM hoje ainda é uma excelente estação bem o deve à forma organizada , eficiente e desesnvolvida que era RCM, como uma das melhores Rádios em África. Porque foram Técnicos, Cantores , Músicos, Administrativos, Serventes que a ela se entregaram com empenho e com gosto e não a pensar em qualquer situação política ou a defenderem os interesses de qualquer forma de Poder. Claro que sempre existem alguns que o tentam fazer e manipular. Não há regra sem excepção.
Nunca devemos julgar as pessoas antes de as conhecer. Muitos foram obrigados a comer o pão que o diabo amassou, porque tinham famílias para sustentar, não podiam pura e simplesmente levantar cabelo e serem despedidas. Hoje tudo continua assim, senão pior. É assim em todo o Mundo reine o sistema que reinar, só a diversidade e o conhecimento factual nos ensinam a não julgar ninguém apenas pelas suas bonitas palavras. Porque em 1º lugar para os Políticos está o Poder, o Povo é preciso é saber manipulá-lo, o Povo que se lixe. Mas deixemos estes preâmbulos que me fazem "saltar dos carris" e voltemos à homenagem ao nosso Miro.
Diz João de Sousa, "Depois do 25 de Abril e ainda em 74 ele voltou para Moçambique e foi o responsável pela criação de programas de natureza musical e cultural sendo de destacar " Poesia e Contos de Todo o Mundo" e "Sentido da Palavras" entre outras.
Fez dupla comigo no programa "Sabadar", um programa de natureza cultural e educativa que foi na década de 80, uma das mais consagradas e populares realizações radiofónicas da Rádio Moçambique. Também em dupla comigo realizou para a Telavisão de Moçambique o programa "Volta a Moçambique", que também foi um grande sucesso na década de 80, no que a programas televisivos diz respeito. Chefiou o Departamento de Programas e chegou a Director Geral da Rádio Moçambique".
Nunca devemos julgar as pessoas antes de as conhecer. Muitos foram obrigados a comer o pão que o diabo amassou, porque tinham famílias para sustentar, não podiam pura e simplesmente levantar cabelo e serem despedidas. Hoje tudo continua assim, senão pior. É assim em todo o Mundo reine o sistema que reinar, só a diversidade e o conhecimento factual nos ensinam a não julgar ninguém apenas pelas suas bonitas palavras. Porque em 1º lugar para os Políticos está o Poder, o Povo é preciso é saber manipulá-lo, o Povo que se lixe. Mas deixemos estes preâmbulos que me fazem "saltar dos carris" e voltemos à homenagem ao nosso Miro.
Diz João de Sousa, "Depois do 25 de Abril e ainda em 74 ele voltou para Moçambique e foi o responsável pela criação de programas de natureza musical e cultural sendo de destacar " Poesia e Contos de Todo o Mundo" e "Sentido da Palavras" entre outras.
Fez dupla comigo no programa "Sabadar", um programa de natureza cultural e educativa que foi na década de 80, uma das mais consagradas e populares realizações radiofónicas da Rádio Moçambique. Também em dupla comigo realizou para a Telavisão de Moçambique o programa "Volta a Moçambique", que também foi um grande sucesso na década de 80, no que a programas televisivos diz respeito. Chefiou o Departamento de Programas e chegou a Director Geral da Rádio Moçambique".
Ainda em 1971 (já depois da Onda Pop terminar no Jornal Notícias), João Pedro e o primo Marques Valentim (fotógrafo), produziram e realizaram na Casa das Beiras um projecto de nome Laboratório XXI, que não chegou a ter continuidade. Entraram as Irmãs Muge, Raul Baza e o seu grupo de música africana, o guitarra clássico Carlos Pires e havia concursos e entrevistas. Precisamente os 1ºs entrevistados por João Pedro foram Leite de Vasconcelos e Eugénio Corte Real. Esta é, pois, uma foto inétida.
"Santana" é um conjunto americano, que catapultou o Latin Rock, para o mundo inteiro, ou não fosse formado, entre 1969 e 1971, por 50% de latino-americanos, como o incomparável guitarrista Carlos Santana (México), José Chepito Areas (Nicarágua) nos timbales, Michael Carabello (Cuba) na percursão e 50% de norte-americanos: o organista Greg Rollie, o baixista David Brown e o baterista Michael Shrieve. Todos eles foram galardoados, quando "Santana" foi induzido no Rock and Roll Hall Of Fame, em 1998.
Entre 1969 e 1971, "Santana" foi um dos conjuntos que apareceu no Festival de Woodstock e teve vários sucessos internacionais, como o fantástico "Evil Ways", o melodioso "Samba Pa Ti", o épico "Soul Sacrifice", o latiníssimo "Oye Como Va" ou a fabulosa versão de "Black Magic Woman", originalmente gravada pelos Fleetwood Mac e composta pelo seu guitarrista Peter Green.
Entre 1969 e 1971, "Santana" foi um dos conjuntos que apareceu no Festival de Woodstock e teve vários sucessos internacionais, como o fantástico "Evil Ways", o melodioso "Samba Pa Ti", o épico "Soul Sacrifice", o latiníssimo "Oye Como Va" ou a fabulosa versão de "Black Magic Woman", originalmente gravada pelos Fleetwood Mac e composta pelo seu guitarrista Peter Green.
David Brown, Chepito Areas e Michael Carabello para além do conjunto "Santana", participaram em vários projectos musicais, em vários albuns de diversos artistas e fizeram parte da banda de Boz Scaggs (ex-vocalista da Steve Miller Band).
Greg Rollie, para além de ter tocado nos ""Storm" e na "Ringo Starr's All Star Band", voltou a ser galardoado pelo Rock and Roll Hall of Fame, por ter sido fundador e integrante da banda rock "Journey".
Greg Rollie, para além de ter tocado nos ""Storm" e na "Ringo Starr's All Star Band", voltou a ser galardoado pelo Rock and Roll Hall of Fame, por ter sido fundador e integrante da banda rock "Journey".
Michael Shrieve tornou-se num dos mais aclamados bateristas e fez parte de diversas correntes musicais, colaborando na gravação de albuns e projectos de conceituados artistas como Klaus Schulze, Pat Travers, Roger Hodgson (dos Supertramp), Novo Combo, ou Stomu Yamashta, com o qual gravou um dos melhores albuns de rock progressivo/jazz, o album "Go", no qual participaram para além dele e de Yamashta, Steve Winwood, Al Di Meola e Klaus Schulze.
Quanto ao lider do conjunto "Santana", o extrordinário guitarrista e compositor, Carlos Santana, gravou 8 L.P.s a solo em vários projectos musicais por si idealizados e com o os "Santana", gravou 24 albuns, com uma enorme diversidade de integrantes no seu conjunto.
Destacamos entre eles o album "Supernatural", de 1999, talvez o melhor album do grupo após os dois primeiros albuns, "Santana" e "Abraxas". |
Neste 15º album, "Supernatural", destacamos, para além de "Love Of My Life" "Maria Maria" e "(Da Le) Yaleo", uma homenagem às mulheres portuguesas, especialmente às morenas, através da composição "Africa Bamba".
Do último album dos "Santana" já foi extraído um single - "Anywhere You Want To Go".
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O conjunto "Santana" continua activo até aos dias de hoje, com constantes digressões e concertos e em 2016, gravou mais um album, bàsicamente com os integrantes do conjunto nos primeiros albuns (Carlos Santana, Gregg Rolie, Neal Schon, Mike Carabello e Michael Shrieve). Esse album chama-se "Santana IV", precisamente como se fosse uma sequência da mesma formação, visto que a maioria destes integrantes abandonara o conjunto após a gravação do 3º album - "Santana III".
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The Friends of Distinction era um conjunto vocal americano, que ficou famoso pelos seus êxitos dos anos 60: "Grazing in the Grass", "Love or Let Me Be Lonely" e "Going in Circles". Foi formado por Harry Elston e Floyd Butler, e incluia também duas cantoras - Jessica Cleaves e Barbara Jean Love.
The Friends Of Distinction foram descobertos por um jogador de Football Americano, Jim Brown, que, alguns anos depois, também viria a descobrir os famosos Earth, Wind & Fire, com os quais Jessica Cleaves também cantou durante alguns anos. |
O maior êxito dos Friends Of Distinction foi "Grazing In The Grass" uma composição instrumental do trompetista e compositor Sul-Africano, Hugh Masekela, à qual Harry Elston adicionou a letra. Apreciem as duas excelentes interpretações, as quais entraram nos hit-parades internacionais.
Faleceu o "Rei da Comédia", Jerry Lewis. O famoso comediante, actor, cantor e lendário animador Jerry Lewis morreu no passado dia 20 de Agosto aos 91 anos, na sua casa em Las Vegas. Nasceu a 16 de Março de 26 em Newark, filho de emigrantes judeus russos. Seu nome verdadeiro Joseph Levitch
Jerry Lewis ganhou fama no início da década de 1950 ao se apresentar ao lado de Dean Martin em bares, na televisão e em 16 filmes.
Dean Martin era o elegante da dupla, especialmente quando cantava, enquanto Jerry Lewis exercia o papel do parceiro imprevisível, fazendo de pateta ou de maníaco, onde fazia caretas quando se deparava com situações para além do seu controle e via o mundo pelos olhos de uma criança de 9 anos, como ele próprio se definia. No entanto Jerry Lewis era muito mais que um simples comediante, que acabou por influenciar várias gerações de actores. Jerry Lewis era um excelente mímico e até como cantor chegou a atingir as tabelas dos Hit-Parades Americanos, como o comprovam o icónico video na sua pantomina sobre a composição clássica "The Typewriter" de Leroy Anderson e a sua interpretação da canção "Rock-A-Bye Your Baby With A Dixie Melody", que vos propomos para relembrar esse génio da arte de representar, cujo último filme foi "Max Rose" em 2013, apresentado no Festival de Cannes.
Jerry Lewis ganhou fama no início da década de 1950 ao se apresentar ao lado de Dean Martin em bares, na televisão e em 16 filmes.
Dean Martin era o elegante da dupla, especialmente quando cantava, enquanto Jerry Lewis exercia o papel do parceiro imprevisível, fazendo de pateta ou de maníaco, onde fazia caretas quando se deparava com situações para além do seu controle e via o mundo pelos olhos de uma criança de 9 anos, como ele próprio se definia. No entanto Jerry Lewis era muito mais que um simples comediante, que acabou por influenciar várias gerações de actores. Jerry Lewis era um excelente mímico e até como cantor chegou a atingir as tabelas dos Hit-Parades Americanos, como o comprovam o icónico video na sua pantomina sobre a composição clássica "The Typewriter" de Leroy Anderson e a sua interpretação da canção "Rock-A-Bye Your Baby With A Dixie Melody", que vos propomos para relembrar esse génio da arte de representar, cujo último filme foi "Max Rose" em 2013, apresentado no Festival de Cannes.
Ele estrelou mais de 50 filmes numa carreira de mais de cinco décadas.
Ao longo da sua carreira, Lewis ganhou vários prémios pelas suas actuações, como o "American Comedy Awards", "Golden Camera", "Los Angeles Film Critics Association" e do Festival de Veneza.
Além disso, possui duas estrelas no Hall Of Fame e em 2005, recebeu o "Governors Award" da Academia de Artes e Ciências Televisivas.
Jerry Lewis nunca recebeu um Oscar pelas suas actuações nas telas cinematográficas e só foi lembrado pela Academia de Cinema em 2009, quando recebeu um Oscar pelo seu trabalho humanitário, pois desde 1952 tinha começado a fazer programas para a Associação de Distrofia Muscular, após ter sido acusado de nas suas palhaçadas escarnecer com os doentes que sofriam desse mal, o que o deixou muito consternado, por nunca ter sido essa a sua intenção. Esses seus espectáculos renderam mais de 2,45 biliões de dólares para a referida Associação.
Teve seis filhos com a cantora Patti Palmer. Após o divórcio, Lewis casou-se com SanDee Pitnick em 1983, com quem adoptou uma filha.
Julgamos que a melhor homenagem que lhe podemos fazer é tornar nossas as palavras da canção com que o seu filho Gary, do grupo de rock "Gary Lewis and The Playboys", no início da sua carreira homenageou o pai, como comediante, através da composição "Everybody Loves A Clown" de Leon Russell, Snuff Garrett e do próprio Gary Lewis, em 1965.
Propomos a versão original de Gary Lewis and The Playboys e a versão portuguesa na voz de um dos pioneiros do rock português, o dileto "caloiro da canção", Daniel Bacelar.
Ao longo da sua carreira, Lewis ganhou vários prémios pelas suas actuações, como o "American Comedy Awards", "Golden Camera", "Los Angeles Film Critics Association" e do Festival de Veneza.
Além disso, possui duas estrelas no Hall Of Fame e em 2005, recebeu o "Governors Award" da Academia de Artes e Ciências Televisivas.
Jerry Lewis nunca recebeu um Oscar pelas suas actuações nas telas cinematográficas e só foi lembrado pela Academia de Cinema em 2009, quando recebeu um Oscar pelo seu trabalho humanitário, pois desde 1952 tinha começado a fazer programas para a Associação de Distrofia Muscular, após ter sido acusado de nas suas palhaçadas escarnecer com os doentes que sofriam desse mal, o que o deixou muito consternado, por nunca ter sido essa a sua intenção. Esses seus espectáculos renderam mais de 2,45 biliões de dólares para a referida Associação.
Teve seis filhos com a cantora Patti Palmer. Após o divórcio, Lewis casou-se com SanDee Pitnick em 1983, com quem adoptou uma filha.
Julgamos que a melhor homenagem que lhe podemos fazer é tornar nossas as palavras da canção com que o seu filho Gary, do grupo de rock "Gary Lewis and The Playboys", no início da sua carreira homenageou o pai, como comediante, através da composição "Everybody Loves A Clown" de Leon Russell, Snuff Garrett e do próprio Gary Lewis, em 1965.
Propomos a versão original de Gary Lewis and The Playboys e a versão portuguesa na voz de um dos pioneiros do rock português, o dileto "caloiro da canção", Daniel Bacelar.
"Adiós" é um pungente video de despedida de Glen Campbell, que faleceu no passado dia 8 de Agosto, vítima de Alzeimer em estado avançado, e no qual participam vários familiares, entre eles a sua filha Ashley, os filhos Shannon e Cal e o neto Jeremy Olson, que é quem atira uma das suas lendárias guitarras à água num ritual fúnebre típico dos Vikings.
"Adiós" é também o nome do seu album despedida, o 64º album da sua carreira e que Glen Campbell editou em Junho deste ano.
Glen Campbell é uma lenda da música country e pop, tendo recebido um Grammy, em 2012, pela sua fabulosa carreira (45 milhões de albuns vendidos e 80 diferentes êxitos que entraram no Top100 da Billboard) , depois de já ter sido induzido para o Country Music Hall Of Fame, em 2005.
Se alguns dos seus grandes êxitos...
"Adiós" é também o nome do seu album despedida, o 64º album da sua carreira e que Glen Campbell editou em Junho deste ano.
Glen Campbell é uma lenda da música country e pop, tendo recebido um Grammy, em 2012, pela sua fabulosa carreira (45 milhões de albuns vendidos e 80 diferentes êxitos que entraram no Top100 da Billboard) , depois de já ter sido induzido para o Country Music Hall Of Fame, em 2005.
Se alguns dos seus grandes êxitos...
...são conhecidos do grande público, existem outras facetas da carreira artística de Glen Campbell que são menos conhecidas.
Glen Campbell era um dos 12 filhos de um casal de plantadores de algodão, e recebeu uma prenda do pai aos 4 anos de idade - uma guitarra. Como era predestinado para a música começou bem cedo a receber dinheiro para actuar em festas e na Rádio local. Aos 14 anos desistiu de estudar e foi integrar o conjunto do seu tio Dick Bills, os Sandia Mountain Boys, um grupo com algum sucesso no Estado de New Mexico. Em 1958, formou o seu próprio conjunto, The Western Wranglers.
O seu virtuosismo na guitarra chamou a atenção das grandes editoras, e foi contratado como músico de estúdio em várias gravações de Elvis Presley, Bobby Darin, Ricky Nelson, Nat "King" Cole, Dean Martin, Frank Sinatra, The Monkees, Nancy Sinatra, Jan and Dean, Merle Haggard e até no célebre album "Pet Sounds" dos Beach Boys, de quem foi membro em 1964, durante as digressões que estes fizeram, após Brian Wilson se ter recusado viajar com o grupo, porque tinha fobia de multidões e preferia ficar no seu estúdio a compôr músicas inesquecíveis.
São essas duas facetas de Glen Campbell que vos propomos nos videos abaixo.
Glen Campbell era um dos 12 filhos de um casal de plantadores de algodão, e recebeu uma prenda do pai aos 4 anos de idade - uma guitarra. Como era predestinado para a música começou bem cedo a receber dinheiro para actuar em festas e na Rádio local. Aos 14 anos desistiu de estudar e foi integrar o conjunto do seu tio Dick Bills, os Sandia Mountain Boys, um grupo com algum sucesso no Estado de New Mexico. Em 1958, formou o seu próprio conjunto, The Western Wranglers.
O seu virtuosismo na guitarra chamou a atenção das grandes editoras, e foi contratado como músico de estúdio em várias gravações de Elvis Presley, Bobby Darin, Ricky Nelson, Nat "King" Cole, Dean Martin, Frank Sinatra, The Monkees, Nancy Sinatra, Jan and Dean, Merle Haggard e até no célebre album "Pet Sounds" dos Beach Boys, de quem foi membro em 1964, durante as digressões que estes fizeram, após Brian Wilson se ter recusado viajar com o grupo, porque tinha fobia de multidões e preferia ficar no seu estúdio a compôr músicas inesquecíveis.
São essas duas facetas de Glen Campbell que vos propomos nos videos abaixo.
Adiós Glen Campbell...mas ficarás para sempre na constelação eterna das estrelas musicais.
ALMOÇO DE MÚSICOS MOÇAMBICANOS NO CLASE RESTAURANTE AFRICANO NO PRÓXIMO MÊS DE SETEMBRO DIA 16 A PARTIR DAS 12,30 H
A ideia é inscrever o maior número de participantes quer sejam de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Brasil ou de qualquer País dos Palops, pois assim também é o CLASE. O Buffet inclui pratos de todos estes Países e claro também pratos portugueses. No palco poderá actuar qualquer músico que o deseje fazer e poderemos ter misturas absolutamente incríveis e um som improvisado com muita dança. 15 notas musicais é o suficiente para esta tarde bem passada. Dadas as limitações da sala (apesar de grande) as reservas devem ser feitas para o Carlitos ( o eterno organizador tel. 960 096 820) ou para o site da Onda Pop até 8 de Setembro. Queremos reunir e confraternizar com músicos não só de Moçambique mas também de todos os outros países, quer angolanos, portugueses, sul africanos, brasileiros, cabo verdianos, são tomenses, guineenses e até timorenses e goeses uma das mais activas comunidades musicais. Nesta página em que sai a história de um dos mais internacionais grupos portugueses/angolanos e a história do Summer Love 67 que modificou a Mundo, vem mesmo tudo a calhar. Até 16 de Setembro no Clase.
A ideia é inscrever o maior número de participantes quer sejam de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Brasil ou de qualquer País dos Palops, pois assim também é o CLASE. O Buffet inclui pratos de todos estes Países e claro também pratos portugueses. No palco poderá actuar qualquer músico que o deseje fazer e poderemos ter misturas absolutamente incríveis e um som improvisado com muita dança. 15 notas musicais é o suficiente para esta tarde bem passada. Dadas as limitações da sala (apesar de grande) as reservas devem ser feitas para o Carlitos ( o eterno organizador tel. 960 096 820) ou para o site da Onda Pop até 8 de Setembro. Queremos reunir e confraternizar com músicos não só de Moçambique mas também de todos os outros países, quer angolanos, portugueses, sul africanos, brasileiros, cabo verdianos, são tomenses, guineenses e até timorenses e goeses uma das mais activas comunidades musicais. Nesta página em que sai a história de um dos mais internacionais grupos portugueses/angolanos e a história do Summer Love 67 que modificou a Mundo, vem mesmo tudo a calhar. Até 16 de Setembro no Clase.
ELVIS PRESLEY MORREU HÁ 40 ANOS
Apenas uma breve homenagem ao homem que nos encanta desde o final dos anos 50 e nos continua a encantar. Nasceu a 8 de Janeiro de 1935 em Tupelo, Mississipi e faleceu a 16 de Agosto de 1977 em Menphis, Tennesse. O Pop Duarte Nuno emocionou-se quando visitou os estúdios da Sun Records e pegou no mesmo microfone onde ele gravou os seus primeiros discos.
BRIAN EPSTEIN A HOMENAGEM 50 ANOS DEPOIS
Brian Samuel Epstein nasceu em Liverpool a 19 de Setembro de 1934 e foi encontrado morto em sua casa, na Chapel Street, em Londres, no dia 27 de Agosto de 1967... faz agora precisamente 50 anos.
Não podemos deixar de lhe prestar uma sincera homenagem, pois seguramente sem este homem, os Beatles poderiam nunca ter sido o que foram e transformado o que transformaram.
Brian Epstein vinha de uma família Judia com origens na Lituânia e Russia e que se dedicavam em Liverpool ao comércio de mobiliário. Era pois gente da alta. Estudou violino depois foi estudar para Londres, queria ser actor. Assumiu a sua homossexualidade e quando voltou a Liverpool foi dirigir uma Loja de discos, NEWS, que a família tinha aberto. Um dia alguém chega e pede-lhe um disco de uns tais Beatles, "My Bonnie" que haviam gravado na Alemanha ainda com Tony Sheridan. Não tinha. Dos Beatles já ouvira falar na revista Mersey Beat e que tocavam na The Cavern, ali bem perto da sua loja. Foi ouvi-los e ficou extasiado. Sondou-os, perguntou-lhes se tinham manager, etc. Estávamos em Novembro de 1961. Durante 3 semanas foi lá todos os dias. Finalmente aceitam fazer acordo, mas como eram todos menores era necessário o consentimento das famílias.
O negócio ficou fechado a 24 de Janeiro de 1962. Brian comprou-lhes fatos e botas e disse que não queria mais nem jeans nem cabedais. Impôs um corte de cabelo, proibiu-os de comer em palco, ensinou-lhes maneiras e regras e passou a ser o mediador em todos os conflitos com os membros do grupo. Aqui o baterista ainda era Pete Best. Sem experiência de manager vai para Londres para arranjar uma editora. Todos os acham sem interesse, a Columbia, a Pye, a Philips, a Oriola e até a Decca que ainda enviou um técnico a Liverpool para gravar uma demo. Um mês depois recebe a rejeição. Consegue através de amigos chegar a George Martin, que muito a custo lá aceita que gravem um disco numa etiqueta menor, a Parlophone. O contrato não penaliza a editora que apenas paga 1 Penny (10 cêntimos da Libra) por cada single vendido (a dividir por quatro).
Não podemos deixar de lhe prestar uma sincera homenagem, pois seguramente sem este homem, os Beatles poderiam nunca ter sido o que foram e transformado o que transformaram.
Brian Epstein vinha de uma família Judia com origens na Lituânia e Russia e que se dedicavam em Liverpool ao comércio de mobiliário. Era pois gente da alta. Estudou violino depois foi estudar para Londres, queria ser actor. Assumiu a sua homossexualidade e quando voltou a Liverpool foi dirigir uma Loja de discos, NEWS, que a família tinha aberto. Um dia alguém chega e pede-lhe um disco de uns tais Beatles, "My Bonnie" que haviam gravado na Alemanha ainda com Tony Sheridan. Não tinha. Dos Beatles já ouvira falar na revista Mersey Beat e que tocavam na The Cavern, ali bem perto da sua loja. Foi ouvi-los e ficou extasiado. Sondou-os, perguntou-lhes se tinham manager, etc. Estávamos em Novembro de 1961. Durante 3 semanas foi lá todos os dias. Finalmente aceitam fazer acordo, mas como eram todos menores era necessário o consentimento das famílias.
O negócio ficou fechado a 24 de Janeiro de 1962. Brian comprou-lhes fatos e botas e disse que não queria mais nem jeans nem cabedais. Impôs um corte de cabelo, proibiu-os de comer em palco, ensinou-lhes maneiras e regras e passou a ser o mediador em todos os conflitos com os membros do grupo. Aqui o baterista ainda era Pete Best. Sem experiência de manager vai para Londres para arranjar uma editora. Todos os acham sem interesse, a Columbia, a Pye, a Philips, a Oriola e até a Decca que ainda enviou um técnico a Liverpool para gravar uma demo. Um mês depois recebe a rejeição. Consegue através de amigos chegar a George Martin, que muito a custo lá aceita que gravem um disco numa etiqueta menor, a Parlophone. O contrato não penaliza a editora que apenas paga 1 Penny (10 cêntimos da Libra) por cada single vendido (a dividir por quatro).
Brian impunha respeito e resolvia todas as querelas entre os membros. George Martin disse depois que ele o convencera pela sua determinação e por afirmar que era um grupo de sucesso internacional. O grande sucesso dos Beatles deve-se a este homem, e Paul McCartney em 1999 disse que se alguma vez houve um 5º Beatle esse só pode ter sido Brian Epstein.
Em 63 cria a editora de direitos autorais Northern Song em que 51% pertence aos homens desse ramo Dick James e Charles Silver, 40% a Lennon e McCartney em partes iguais e 9% a Brian. Em Janeiro de 67 consegue um novo acordo com a Parlophone, em que 25% dos benefícios passem a ser dos Beatles. Torna-se ainda manager de Cilla Black, Gerry and The Pacemakers, Billy J. Kramer e os Dakotas, The Fourmost e dos Cyrkle.
Vitima de excesso de álcool e barbitúricos à mistura, deixa a vida aos 32 anos.
A partir daqui os problemas do grupo e as suas divergências começam a acentuar-se e em 1970 o grupo acaba por se separar. Liverpool reconhece-lhe o seu valor e pela cidade estão espalhadas várias placas como a da imagem que a Onda Pop fotografou na Estação Principal de Comboios em Liverpool: "Brian Epstein Died For You", bem visível a quem parte ou a quem chega, e que não é mais que uma homenagem que o artista de arte conceptualista Jeremy Deller presta a Brian Epstein, aproveitando todas as festividades que a cidade de Liverpool organizou este ano para comemorar o 50º aniversário do icónico album dos Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". Jeremy Deller comenta a frase que escolheu da seguinte maneira:
"A música rock é, de certa forma, como uma crença e Brian Epstein dedicou tudo aos Beatles e ao seu sucesso. A sua principal preocupação era o bem-estar dos Beatles, daí que eu diga que: Brian Epstein Morreu Por Eles".
Em 63 cria a editora de direitos autorais Northern Song em que 51% pertence aos homens desse ramo Dick James e Charles Silver, 40% a Lennon e McCartney em partes iguais e 9% a Brian. Em Janeiro de 67 consegue um novo acordo com a Parlophone, em que 25% dos benefícios passem a ser dos Beatles. Torna-se ainda manager de Cilla Black, Gerry and The Pacemakers, Billy J. Kramer e os Dakotas, The Fourmost e dos Cyrkle.
Vitima de excesso de álcool e barbitúricos à mistura, deixa a vida aos 32 anos.
A partir daqui os problemas do grupo e as suas divergências começam a acentuar-se e em 1970 o grupo acaba por se separar. Liverpool reconhece-lhe o seu valor e pela cidade estão espalhadas várias placas como a da imagem que a Onda Pop fotografou na Estação Principal de Comboios em Liverpool: "Brian Epstein Died For You", bem visível a quem parte ou a quem chega, e que não é mais que uma homenagem que o artista de arte conceptualista Jeremy Deller presta a Brian Epstein, aproveitando todas as festividades que a cidade de Liverpool organizou este ano para comemorar o 50º aniversário do icónico album dos Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". Jeremy Deller comenta a frase que escolheu da seguinte maneira:
"A música rock é, de certa forma, como uma crença e Brian Epstein dedicou tudo aos Beatles e ao seu sucesso. A sua principal preocupação era o bem-estar dos Beatles, daí que eu diga que: Brian Epstein Morreu Por Eles".
GIRA-DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos. Neste caso e como não encontramos a capa de Tourito Negro de Carlos Guedes Amorim, saíu em video.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos. Neste caso e como não encontramos a capa de Tourito Negro de Carlos Guedes Amorim, saíu em video.
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Os Creedance Clearwater Revival são um grupo americano (Califórnia) . Em 1959 John Fogerty (viola e voz) decide criar um grupo com seu irmão Tom (viola), Stu Cook (baixo) e Doug Clifford (bateria). Só em 1967 se decidem pelo nome Creedance Clearwater Revivale o 1º sucesso surge em 68. Estiveram juntos ate 1972 tendo John Fogerty continuado uma carreira a solo. Ganharam 10 discos de ouro e 7 de platina. Venderam mais de 30 milhões de discos. Em 1990 Tom Fogerty faleceu. Em 1993 entraram no Hall of Fame do Rock & Roll. No século XXI Stu e Doug resolveram reactivar os CCR e fazem digressões por todo o Mundo.