EDITORIAL - A 28 de Outubro de 2018 publicámos sem a Arco-Íris. Infelizmente este nº não foi nada fácil de fazer, não só pelos temas que o constituíam como o Festival da Canção Portuguesa, cuja informação é escassa, ainda pelo facto de Manuel José Soares do Duo Orpheu já ter falecido e ser difícil o contacto com a família. Também de Victor Leitão não conseguimos qualquer rasto (nem as Encicliopédias da música portuguesa sabem que eles existiram). Depois também falar dos Corsários, conjunto Rock de Moçambique, em que foi difícil fazer a história, uma vez que alguns deles faleceram e outros são de difícil contacto. Por fim falar da equipe Arco Íris sem se saber da sua mentora Lena Matos tornava-se impossível. Mas após a 1ª publicação logo me envia Zito um mail com o seu nº de telefone. Assim foi uma festa o reencontro telefónico com o casal Matos. E agora sim este nº já sai mais completo. De Rika Zaray já falámos na Onda Pop nºs 44 e 76, é só consultar. Grandes nomes da música e da canção nos deixaram e a tarefa foi sendo estendida pois queríamos homenagear todos eles. Charles Aznavour, Ângela Maria, Mariema, Monserrat Caballé, Dino (Bernardino) baterista dos Night Stars de Moçambique e por último Tommaso Fornari o teclista dos I Cinque Di Roma. Finalmente não quizémos deixar passar duas notícias do "Cenário" que se referiam a António Calvário um homem de grande carácter que completou este mês 80 anos de vida. Aquele que continua a ser em teoria o Rei da Rádio (uma vez que a última eleição foi em 72 e nunca mais se realizou). Um homem que soube vencer as contrariedades, ir à luta, e que acaba de comemorar 60 anos de carreira. Aqui lhe prestamos uma homenagem merecida de que os poderes estabelecidos se fizeram esquecidos (embora costumem condecorar alguns oportunistas e não só). Depois as habituais rubricas de discos ,letras ,concurso e Parada da Onda. Republicada a 1 de Novembro com a história de Lena Matos.
Nota: Como optámos por assinar todos os artigos , para não ferir susceptibilidades de outros companheiros que faziam parte da Onda Pop e que agora não colaboram e por vezes não se revêem em algumas posições, informo que todos os artigos não assinados são da minha autoria. O colaborador da Onda e que tem sido de inquestionável ajuda José Couto continuará a fazê-lo. A abertura aos meus antigos companheiros continua sempre aberta nesta nova e.onda pop.
Nota: Como optámos por assinar todos os artigos , para não ferir susceptibilidades de outros companheiros que faziam parte da Onda Pop e que agora não colaboram e por vezes não se revêem em algumas posições, informo que todos os artigos não assinados são da minha autoria. O colaborador da Onda e que tem sido de inquestionável ajuda José Couto continuará a fazê-lo. A abertura aos meus antigos companheiros continua sempre aberta nesta nova e.onda pop.
O Festival da Canção Portuguesa iniciou-se em 1958 no Porto. Posteriormente a maioria das outras edições foram na Figueira da Foz, onde também decorreu esta X edição em 1970. Embora pudesse ter algum interesse saber quem foram todos os vencedores, em Portugal essa tarefa é sempre difícil porque seria necessário pesquizar muito, bater a muitas portas e estar por dentro dos meandros em que manobram gentes da Rádiio e Televisão. Socorremo-nos da internet e de um ou outro amigo que nos consegue uma informação ou um telefone pois as Encicliopédias de Música portuguesa não sabem que o grupo existiu nem quem é Manuel José Soares. Tão pouco sabem o que foi o Festival da Canção Portuguesa que começou em 1959. Segundo aquilo que contávamos teria sido um certame muito fraco, sem grande interesse segundo a nossa correspondente da época Cristina Ferreira. Das 150 canções a concurso o Júri escolheu 10, 5 para o estilo popular e 5 para o estilo livre. O vencedor na categoria popular foi Diamantino um jovem de 26 anos que jogara futebol na CUF que vinha do Centro de Preparação de Artistas da EN (Emissora Nacional, hoje RDP) e que estivera para cantar "Onda Vais Rio Que Eu Canto" no Festival da Canção da RTP em vez do Sérgio Borges. Nunca mais ouvimos falar dele. No estilo livre ganhou o Duo Orpheu que já estivera no Festival da RTP.
O Duo Orpheu foi formado em 1969 por dois jovens, Victor Leitão e Manuel José Soares e o seu primeiro disco foi um Ep com os temas de Manuel Soares "Criança", "Barcarola Esquecida", "Natal" e "Noite". Acabaram em 1971 depois de terem editado dois EPs e um Single. Concorreram a alguns Festivais como o Iº Festival da Canção da Guarda e em 7O ao Festival da Canção da RTP com "Adeus Velha Amada" de José Alberto Diogo e Pedro Osório, os mesmos que venceram em 1968 com "Verão" por Carlos Mendes (OP nº 23)
Posteriormente seguiram carreiras a solo mas só Manuel José Soares sobressaíu depois de 77 quando formou com a sua mulher Isabel Soares, os Bric-A-Brac.
O Duo Orpheu foi formado em 1969 por dois jovens, Victor Leitão e Manuel José Soares e o seu primeiro disco foi um Ep com os temas de Manuel Soares "Criança", "Barcarola Esquecida", "Natal" e "Noite". Acabaram em 1971 depois de terem editado dois EPs e um Single. Concorreram a alguns Festivais como o Iº Festival da Canção da Guarda e em 7O ao Festival da Canção da RTP com "Adeus Velha Amada" de José Alberto Diogo e Pedro Osório, os mesmos que venceram em 1968 com "Verão" por Carlos Mendes (OP nº 23)
Posteriormente seguiram carreiras a solo mas só Manuel José Soares sobressaíu depois de 77 quando formou com a sua mulher Isabel Soares, os Bric-A-Brac.
Manuel José Soares nasceu em 15 de Novembro de 1948 e faleceu a 27 de Abril de 2013. Depois do Duo Orpheu tenta iniciar uma carreira a solo. Em 1973 edita o seu primeiro disco, um EP com 4 músicas de sua autoria e concorre ao Festival da Canção RTP com o grupo Improviso formado à pressa para o certame (daí o nome) constituído por Carlos Alberto Moniz e a mulher, Maria do Amparo e ainda Ana Maria Teodósio. Interpretaram "Cantiga" de João Rafael. Em 1977 lança o disco "Os Meus Fados" com letras de Mário Contumélias. É também em 77 que Junto com sua mulher Iasbel Soares, Fernando Falé, Carlos Pereira e Ana Veloso formam os Bric-A-Brac. O primeiro disco tem os temas "Bric-A-Brac" e "De Norte a Sul". Ainda em 1977 concorrem ao Festival da Canção da RTP com "Fim de Estação" obtendo o 3º lugar. Este Festival foi diferente e motou o título de "As 7 Canções" porque apenas concorriam 7 canções cantadas em duas versões de artistas diferentes. Ganhou "Portugal No Coração" cantada pelo grupo Os Amigos. Depois a Orfeu editou um EP em que os Bric-A-Brac cantavam 4 das sete canções concorrentes.
Em 78 três cantores Tonicha, José Cid e Os Gemini participaram com 4 canções cada. A Orfeu editou um álbum onde eles cantavam as canções dos Gemini com "Dal Li Do" como vencedora e Florência a cantar as 4 canções de Tonicha. Ainda em 78 lançam o álbum "Isto é Espectáculo" e o single "O Baile Dos Bombeiros". Em 79 decidem concorrer a solo. Isabel levou "Cantiga de Amor" e Manuel "Quando Chego a Casa". Entram no 1º Festival da Nova Canção de Lisboa, que vencem com "Hino A Lisboa" outro Festival que ninguém conhece (nem as enciclopédias) e do qual já falámos na OP 4 quando falámos com Ricardo ex-Beatnicks que liderava o grupo Só Notas. Quando concorreram eram Ricardo e Yolanda. Em 80 já têm nova formação com Jorge Barreto e Paula Carreira. Manuel a solo é finalista com "Concerto Maior" e os Bric-A-Brac levam "Música Portuguesa". Em 81 lançam um álbum com algumas das vencedoras da canção desde 64 e alguns 2º lugares. Em 81 voltam ao Festival com "Daqui Deste País". Em 82 sai Paula Carreira e entra Cristina Águas, concorrem ao Festival com "Tudo Tim Tim por Tim Tim" . Os Broa de Mel concorrem também com uma canção de Manuel José Soeres, "Banha da Cobra, Estica e Não Dobra". Antes de terminarem ainda lançam o single "Pic Nic". Em 84 Isabel concorre ao Festival com "O Nosso Reencontro".
Como já se aperceberam, estamos a escrever sobre o single "Neanderthal Man" pelos "Hotlegs" que foi êxito em 1970, atingindo o 2º lugar no Reino Unido, e o topo das paradas em Itália e na Alemanha, para além ter entrado nos Top 20 da Austrália, Canadá, França, Irlanda e Japão.
Quem são esses "Hotlegs"? Os "Hotlegs" são um conjunto inglês formado por 4 músicos, compositores e produtores , Eric Stewart, Kevin Godley, Lol Creme e Graham Gouldman, que têm sido importantíssimos no cenário musical mundial. |
Por vezes somos acusados de fazer artigos demasiado longos, mas a relevância e influência dos quatro membros dos "Hotlegs", quer em conjunto, quer individualmente, vai-nos obrigar a escrever mais um artigo de alguma dimensão, mas também de imenso merecimento, devido ao pouco conhecimento público destes músicos/compositores, tendo em vista os êxitos que criaram desde os meados dos anos 60 até aos dias de hoje.
A aventura documentada começa em 1962, com "The Magic Lanterns", um conjunto inglês do qual fizeram parte Kevin Godley e Lol Creme e que, em 1968, atingiram o 3º lugar no Canadá e o 22º na Billboard dos Estados Unidos, com "Shame Shame".
Por esse quase desconhecido conjunto "The Magic Lanterns", passaram, para além de Godley e Creme, outros importantes nomes da música Pop/Rock, como Steve Rowland, músico e actor, que participou em mais de 35 filmes e shows televisivos. Alguns desses filmes foram rodados em Espanha, período esse em que fez parte do conjunto Pop espanhol "Los Flaps".
Como produtor foi o responsável de 13 êxitos dos Dave Dee, Dozy, Micky, Beaky & Tich, que entraram no Top 10 britânico, entre eles "Hold Tight", "Zabadak", "Bend It" ou "Legend Of Xanadu", para além de ter descoberto Peter Frampton e os "Herd", os "Cure" e os "Thompson Twins", entre outros e formou os "Family Dogg", famoso pelo êxito "A Way Of Life", conjuntamente com outro integrante dos tais "Magic Lanterns", Albert Hammond, que também tocou num conjunto espanhol, "The Diamond Boys".
Como produtor foi o responsável de 13 êxitos dos Dave Dee, Dozy, Micky, Beaky & Tich, que entraram no Top 10 britânico, entre eles "Hold Tight", "Zabadak", "Bend It" ou "Legend Of Xanadu", para além de ter descoberto Peter Frampton e os "Herd", os "Cure" e os "Thompson Twins", entre outros e formou os "Family Dogg", famoso pelo êxito "A Way Of Life", conjuntamente com outro integrante dos tais "Magic Lanterns", Albert Hammond, que também tocou num conjunto espanhol, "The Diamond Boys".
Albert Hammond é um compositor excepcional pois escreveu inesquecíveis canções para Celine Dion, Joe Dolan, Aretha Franklin, Whitney Houston, Diana Ross, Leo Sayer, Tina Turner, Glen Campbell, Julio Iglesias, Willie Nelson, Bonnie Tyler, "Air Supply", "Blue Mink", "Chicago", "Heart", "The Carpenters", "The Hollies", "The Fortunes", "The Pipkins", "Starship", and "Westlife", das quais destacamos êxitos eternos como: "Make Me An Island" e "You're Such A Good Looking Woman" de Joe Dolan, "The Air That I Breathe" dos "Hollies", "One Moment In Time" da Whitney Houston, "When I Need You" de Leo Sayer, "Little Arrows" de Leapy Lee, "To All The Girls I Loved Before" para o dueto de Willie Nelson com Julio Iglésias, "I Don't Wanna Live Without Your Love" dos "Chicago" ou "Gimme Dat Ding" dos "Pipkins.
A solo, o seu maior êxito foi "It Never Rains In Southern Caifornia", que atingiu o 5º lugar das paradas americanas em 1972.
A solo, o seu maior êxito foi "It Never Rains In Southern Caifornia", que atingiu o 5º lugar das paradas americanas em 1972.
Um dos membros fundadores dos "Magic Lanterns" foi o cantor/compositor Jimmy Billsbury, que deixou o grupo em 1969, para fundar os "Les Humphries Singers", juntamente com Les Humphries. Os "Les Humphries Singers" eram um grupo formado por um elevado número de cantores de diversas etnias e estilos musicais e que obteve vários sucessos até 1980, quando o grupo se desmembrou.
O que dizer da qualidade dos membros do quase desconhecido grupo musical britânico, "The Magic Laterns"?
Mas ainda falta conhecer as qualidades e êxitos de outros dois membros desse mesmo conjunto (Kevin Godley e Lol Creme), fundadores dos "Hotlegs", bem como dos outros integrantes deste último grupo que após o êxito de "Neanderthal Man" editaram um álbum - "Thinks: School Stinks", mas que não teve sucesso, porque os jovens fans dos "Hotlegs" esperavam um álbum com músicas extravagantes, como o 1º êxito do grupo, e este álbum era um álbum com músicas melódicas e mais trabalhadas, musicalmente muito mais próximas dos trabalhos posteriores de Godley, Creme, Stewart e Gouldman, como o comprovam duas das suas faixas, que vos damos a conhecer.
Mas ainda falta conhecer as qualidades e êxitos de outros dois membros desse mesmo conjunto (Kevin Godley e Lol Creme), fundadores dos "Hotlegs", bem como dos outros integrantes deste último grupo que após o êxito de "Neanderthal Man" editaram um álbum - "Thinks: School Stinks", mas que não teve sucesso, porque os jovens fans dos "Hotlegs" esperavam um álbum com músicas extravagantes, como o 1º êxito do grupo, e este álbum era um álbum com músicas melódicas e mais trabalhadas, musicalmente muito mais próximas dos trabalhos posteriores de Godley, Creme, Stewart e Gouldman, como o comprovam duas das suas faixas, que vos damos a conhecer.
Se o álbum "Thinks: Scholl Stinks", cuja capa foi a inspiração do álbum "School's Out" de Alice Cooper, decepcionou os seus seguidores, foi porque eles não conheciam a estória que estava por trás dos "Hotlegs" e de "Neanderthal Man".
Em 1968, Eric Stewart (dos "Hotlegs") e Peter Tattersall (ex-road manager de Billy J.Kramer and The Dakotas) compraram um estúdio antigo em Stockport, em Inglaterra. A eles juntou-se um novo investidor - Graham Gouldman (dos "Hotlegs") e mudaram-se para umas instalações maiores e melhores, bem como compraram novos equipamentos para gravação. A esse estúdio deram o nome de "Strawberry Studios", em homenagem à célebre música dos Beatles (sempre eles!) - "Strawberry Fields Forever". |
Foi nesta fase, que Eric Stewart, juntamente com dois amigos (Kevin Godley e Lol Creme) resolveram ensaiar o som da bateria, sendo gravada no novo gravador de 4 pistas, que tinham acabado de adquirir.
No meio dessa jam session nasceu "Neanderthal Man", que consiste principalmente de um refrão cantado, apoiado pelas guitarras acústicas de Stewart e Creme e pelo pesado ritmo de bateria de Godley. No final, acharam piada ao resultado e, como proprietários do estúdio, resolveram editá-la em disco. |
Graham Gouldman não esteve presente nesta gravação, porque estava em New York, devido à sua reputação de compositor de êxitos, trabalhando nos últimos seis meses do seu contrato com a "Super K Productions", de Jerry Kasenetz e Jeff Katz, produtores da "bubblegum music".
Será que haveria razão para essa reputação de alguém que durante o dia trabalhava numa loja de roupa de homem e à noite tocava num conjunto semi-profissional em vários bares e pubs?
Talvez, porque ele já tivesse composto alguns enormes sucessos: "Look Through Any Window" e "Bus Stop" para "The Hollies", "Listen People", "No Milk Today" e "East West" para "The Herman's Hermits", "Pamela, Pamela" para Wayne Fontana, "Going Home", que fora um sucesso na Austrália, em 1967, para Normie Rowe, ou ainda "Heart Full of Soul", "Evil Hearted You" e "For Your Love" para "The Yardbirds".
Aliás, "For Your Love" já tinha sido gravada em 1965, pelos "The Mockinbirds", um conjunto formado por Gouldman, com Bernard Basso, Stephen Jacobson e Kevin Godley (dos "Hotlegs").
"The Mockingbirds" gravaram mais 5 singles, um deles com mais uma sua composição -"One By One", bem conhecida para quem viveu na África do Sul ou em Moçambique, tocada pelo conjunto sul-africano "Group 66".
Será que haveria razão para essa reputação de alguém que durante o dia trabalhava numa loja de roupa de homem e à noite tocava num conjunto semi-profissional em vários bares e pubs?
Talvez, porque ele já tivesse composto alguns enormes sucessos: "Look Through Any Window" e "Bus Stop" para "The Hollies", "Listen People", "No Milk Today" e "East West" para "The Herman's Hermits", "Pamela, Pamela" para Wayne Fontana, "Going Home", que fora um sucesso na Austrália, em 1967, para Normie Rowe, ou ainda "Heart Full of Soul", "Evil Hearted You" e "For Your Love" para "The Yardbirds".
Aliás, "For Your Love" já tinha sido gravada em 1965, pelos "The Mockinbirds", um conjunto formado por Gouldman, com Bernard Basso, Stephen Jacobson e Kevin Godley (dos "Hotlegs").
"The Mockingbirds" gravaram mais 5 singles, um deles com mais uma sua composição -"One By One", bem conhecida para quem viveu na África do Sul ou em Moçambique, tocada pelo conjunto sul-africano "Group 66".
Em 1981, Graham Gouldman criou um duo musical com o cantor e compositor americano Andrew Gold, que se chamou "Wax" e que teve dois êxitos, "Right Between The Eyes" e "Bridge To Your Heart".
Actualmente anda em digressão com Ringo Starr & His All-Star Band, da qual faz parte.
Actualmente anda em digressão com Ringo Starr & His All-Star Band, da qual faz parte.
E quem era Eric Stewart, o outro sócio dos "Strawberry Studios" e membro dos "Hotlegs"?
Eric Stewart é um cantor multi-instrumentista, compositor e produtor, que iniciou a sua carreira mediática, em 1963, como membro fundador do grupo inglês "The Mindebenders" ou Wayne Fontana and "The Mindbenders", que obtiveram o seu primeiro grande êxito, em 1965, com "The Game Of Love" (2º UK e 1º USA), uma composição de Stewart e Fontana. Ainda em 1965, voltaram a atingir o 2º lugar do top britânico com a linda composição "A Groovy Kind Of Love" cantada por Eric Stewart. Stewart continuou nos "Mindbenders", aonde tocou também com Graham Gouldman, até 1968, quando se associou na compra dos já citados "Strawberry Studios".
Mas, Eric Stewart, para além de toda a sua diversificada carreira com Godley, Creme e Gouldman, também é bem conhecido pelas suas várias colaborações com Paul McCartney, nomeadamente tocando e co-escrevendo composições dos álbuns "Tug of War" (1982), "Pipes of Peace" (1983), "Give My Regards to Broad Street" (1984), e "Press to Play" (1986), de Macca, como na melodiosa balada "No More Lonely Nights" onde faz vocais e toca guitarra com outro monstro - David Gilmour (Pink Floyd) ou nas composições em parceria com Paul ("Stranglehold", "Footprints", "Pretty Little Head", "Move Over Busker", "Angry" e "However Absurd" do álbum "Press To Play" de Paul McCartney), onde faz coros, toca guitarras acústica e eléctrica e teclados. Nesse álbum, para além de Eric Stewart, colaboram Pete Townshend ("The Who"), Phil Collins ("Genesis") e o fabuloso percursionista Ray Cooper, entre outros.
Eric Stewart é um cantor multi-instrumentista, compositor e produtor, que iniciou a sua carreira mediática, em 1963, como membro fundador do grupo inglês "The Mindebenders" ou Wayne Fontana and "The Mindbenders", que obtiveram o seu primeiro grande êxito, em 1965, com "The Game Of Love" (2º UK e 1º USA), uma composição de Stewart e Fontana. Ainda em 1965, voltaram a atingir o 2º lugar do top britânico com a linda composição "A Groovy Kind Of Love" cantada por Eric Stewart. Stewart continuou nos "Mindbenders", aonde tocou também com Graham Gouldman, até 1968, quando se associou na compra dos já citados "Strawberry Studios".
Mas, Eric Stewart, para além de toda a sua diversificada carreira com Godley, Creme e Gouldman, também é bem conhecido pelas suas várias colaborações com Paul McCartney, nomeadamente tocando e co-escrevendo composições dos álbuns "Tug of War" (1982), "Pipes of Peace" (1983), "Give My Regards to Broad Street" (1984), e "Press to Play" (1986), de Macca, como na melodiosa balada "No More Lonely Nights" onde faz vocais e toca guitarra com outro monstro - David Gilmour (Pink Floyd) ou nas composições em parceria com Paul ("Stranglehold", "Footprints", "Pretty Little Head", "Move Over Busker", "Angry" e "However Absurd" do álbum "Press To Play" de Paul McCartney), onde faz coros, toca guitarras acústica e eléctrica e teclados. Nesse álbum, para além de Eric Stewart, colaboram Pete Townshend ("The Who"), Phil Collins ("Genesis") e o fabuloso percursionista Ray Cooper, entre outros.
No entanto, a carreira a solo de Eric Stewart só começa em 1980 e gravou 4 álbuns. No entanto continua a ser um engenheiro de som e produtor de vários álbuns de artistas, como Justin Hayward, John Lodge (ambos dos "Moody Blues"), Neil Sedaka ou Agneta Faltskog (ex-Abba), para além de colaborar em vários álbuns de "The Alan Parsons Project".
Agora que já conhecemos as importantes carreiras de Graham Gouldman e Eric Stewart, provàvelmente as carreiras dos outros dois membros do "Hotlegs" serão menos interessantes, porque normalmente nos grupos existem um ou dois músicos e compositores fundamentais e os outros são só excelentes instrumentistas ou vocalistas.
Só que Kevin Godley e Lol Creme, para além de também terem pertencido a esse surpreendente conjunto Pop/Rock - "The Magic Lanterns", e de serem excelentes músicos e produtores musicais, foram os grandes mentores e obreiros dos projectos a quatro, que se seguiram aos "Hotlegs". Dedicaram-se também à produção e direcção de largas dezenas de clips e videos musicais para os mais diversos artistas. Godley dirigiu e produziu videos para artistas tão importantes como: U2, Bryan Adams, Frank Sinatra, Dave Stewart, Rod Stewart, Paul McCartney, Katie Melua, Band Aid 2, Erasure, Wet Wet Wet, Sting, Phil Collins, Eric Clapton, Jean Michel Jarre, Boyzone, Zucchero, Lisa Stansfield ou THE BEATLES, entre tantos outros.
Apresentamos algumas dessas preciosidades:
Só que Kevin Godley e Lol Creme, para além de também terem pertencido a esse surpreendente conjunto Pop/Rock - "The Magic Lanterns", e de serem excelentes músicos e produtores musicais, foram os grandes mentores e obreiros dos projectos a quatro, que se seguiram aos "Hotlegs". Dedicaram-se também à produção e direcção de largas dezenas de clips e videos musicais para os mais diversos artistas. Godley dirigiu e produziu videos para artistas tão importantes como: U2, Bryan Adams, Frank Sinatra, Dave Stewart, Rod Stewart, Paul McCartney, Katie Melua, Band Aid 2, Erasure, Wet Wet Wet, Sting, Phil Collins, Eric Clapton, Jean Michel Jarre, Boyzone, Zucchero, Lisa Stansfield ou THE BEATLES, entre tantos outros.
Apresentamos algumas dessas preciosidades:
Lol Creme, para além de criador e produtor de videos para artistas de qualidade indiscutível como Tom Jones ou o super-grupo "Yes", também fez parte do conjunto de música Pop Avant-Garde, "Art Of Noise", cujo maior sucesso foi a composição "Kiss", numa parceria musical com o famoso cantor britânico, Sir Tom Jones.
Desde 2006 e até aos dias de hoje faz parte de um super-grupo que criou juntamente com Trevor Horn (músico e produtor dos "Art Of Noise"), Steve Lipson (músico e produtor) e Ash Soan na bateria. Sendo Lol Creme também músico e produtor, resolveram nomear o conjunto como "The Producers", embora actualmente se chame "The Trevor Horn Band".
Desde 2006 e até aos dias de hoje faz parte de um super-grupo que criou juntamente com Trevor Horn (músico e produtor dos "Art Of Noise"), Steve Lipson (músico e produtor) e Ash Soan na bateria. Sendo Lol Creme também músico e produtor, resolveram nomear o conjunto como "The Producers", embora actualmente se chame "The Trevor Horn Band".
Voltemos então a 1970, e aos "Hotlegs" e ao seu "Neanderthal Man" e ao L.P. "Thinks: School Stinks".
Após o grande êxito do seu 1º single, os "Hotlegs" lançaram mais 3 singles, tirados desse L.P., mas não tiveram sucesso algum, tal como aconteceu com álbum.
Após o grande êxito do seu 1º single, os "Hotlegs" lançaram mais 3 singles, tirados desse L.P., mas não tiveram sucesso algum, tal como aconteceu com álbum.
Apesar destes desaires, os 4 continuaram, para além do trabalho de produção nos "Strawberry Studios", a trabalhar com Dave Berry, Wayne Fontana e "The Herman's Hermits", e compondo hinos originais para várias equipas de futebol do Reino Unido.
Em 1971, eles produziram e tocaram no "Space Hymns", um álbum do músico de New Age, Ramases (alter-ego de Martin Raphael), que tocou cítara no álbum, enquanto Eric Stewart (guitarra e sintetizador moog), Lol Creme (guitarra e sintetizador moog), Kevin Godley (bateria e flautas) e Graham Gouldman (guitarra e baixo) completaram o grupo que tocou em todo esse L.P..
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No ano seguinte co-produziram e tocaram em dois álbuns de Neil Sedaka, "Solitaire" e "The Tra-La Days Are Over".
A experiência de trabalhar no álbum "Solitaire", que se tornou um sucesso para Neil Sedaka, foi o despoletar da confiança nos seus méritos e, então, resolveram voltar a concentrar-se na criação e produção das suas composições para eles voltarem a tocar e cantar num grupo próprio e, assim em quarteto, gravaram uma composição de Stewart e Gouldman, intitulada "Waterfall", a qual propuseram à Apple Records a sua distribuição e divulgação, mas receberam a resposta da Apple, dizendo que a música não suficientemente comercial para ser lançada em single.
Inconformados com a resposta da "Apple", resolveram gravar uma outra música e levar eles próprios um single para a distribuição. Gravaram uma composição de Godley e Creme, chamada "Donna", uma canção que era uma paródia num misto de Pop com Doo-Wop, cantada em falsetto.
Quando ouviram o trabalho final, Eric Stewart propôs que seria interessante ouvir a opinião de um empresário e produtor musical, que seria louco o suficiente para acreditar e financiar o disco.
Esse louco artista, que ele conhecera suficientemente bem desde que tocara nos "Mindbenders", era ninguém mais que Jonathan King, um cantor/compositor/produtor que iniciara a sua carreira, em 1965, com um estrondoso sucesso da sua autoria - "Everyone's Gone To The Moon" e que até à data tinha lançado mais de 20 singles, 10 deles entrando no Top 30 britânico, como "Sugar Sugar", sob o nome fantasia de "Sakkarin", "Johnny Reggae" pelos "The Piglets", "Loop Di Love" com o heterónimo "Shag".
Inconformados com a resposta da "Apple", resolveram gravar uma outra música e levar eles próprios um single para a distribuição. Gravaram uma composição de Godley e Creme, chamada "Donna", uma canção que era uma paródia num misto de Pop com Doo-Wop, cantada em falsetto.
Quando ouviram o trabalho final, Eric Stewart propôs que seria interessante ouvir a opinião de um empresário e produtor musical, que seria louco o suficiente para acreditar e financiar o disco.
Esse louco artista, que ele conhecera suficientemente bem desde que tocara nos "Mindbenders", era ninguém mais que Jonathan King, um cantor/compositor/produtor que iniciara a sua carreira, em 1965, com um estrondoso sucesso da sua autoria - "Everyone's Gone To The Moon" e que até à data tinha lançado mais de 20 singles, 10 deles entrando no Top 30 britânico, como "Sugar Sugar", sob o nome fantasia de "Sakkarin", "Johnny Reggae" pelos "The Piglets", "Loop Di Love" com o heterónimo "Shag".
Se bem pensaram, melhor o executaram e Jonathan King dirigiu-se aos "Strawberry Studios" para ouvir a tal canção e, perante o espanto de todos, começou a rir quando terminou de a ouvir e disse-lhes: "É fabuloso! É um sucesso!"... e assinou um contrato com a sua editora, a UK Records e King escolheu o nome da nova banda de Rock, baseado num sonho em que ele próprio estava em frente do teatro "Hammersmith Odeon", em Londres, onde se lia num cartaz - "10CC The Best Band In The World".
Com sonho ou sem sonho de Jonathan King, o sonho de Godley, Creme, Stewart e Gouldman realizou-se e "Donna" chegou à 2ª posição no hit-parade do Reino Unido, em 1972... talvez com a ajuda de um anjo musical, chamado Tony Blackburn (o famoso DJ da BBC Radio1), que nomeou "Donna" como a canção da semana.
Com sonho ou sem sonho de Jonathan King, o sonho de Godley, Creme, Stewart e Gouldman realizou-se e "Donna" chegou à 2ª posição no hit-parade do Reino Unido, em 1972... talvez com a ajuda de um anjo musical, chamado Tony Blackburn (o famoso DJ da BBC Radio1), que nomeou "Donna" como a canção da semana.
A porta do sucesso estava definitivamente aberta e em 1973, editam o single "Rubber Bullets" (uma composição de Godley, Creme e Gouldman), que atingiu o topo da parada britânica e do hit-parade irlandês e o 3º lugar na Austrália.
Depois foram 13 singles e 4 álbuns até 1976, altura em que os egos e os conceitos musicais de quatro excelentes músicos/compositores e produtores começaram a se chocar, formando-se duas duplas, Godley & Creme por um lado e Stewart e Gouldman por outro, cada uma tentando impôr as suas ideias e conceitos musicais.
Mas foi nesse período (1972 - 1976), em que trabalhavam os quatro em conjunto que obtiveram os maiores êxitos, que entraram nas paradas mundiais: "The Dean And I" (1973); "The Wall Street Shuffle" (1974); "Life Is A Minestrone" e "Art For Art's Sake" (1975); "I'M Mandy, Fly Me" e "The Things We Do For Love" (1976).
Depois foram 13 singles e 4 álbuns até 1976, altura em que os egos e os conceitos musicais de quatro excelentes músicos/compositores e produtores começaram a se chocar, formando-se duas duplas, Godley & Creme por um lado e Stewart e Gouldman por outro, cada uma tentando impôr as suas ideias e conceitos musicais.
Mas foi nesse período (1972 - 1976), em que trabalhavam os quatro em conjunto que obtiveram os maiores êxitos, que entraram nas paradas mundiais: "The Dean And I" (1973); "The Wall Street Shuffle" (1974); "Life Is A Minestrone" e "Art For Art's Sake" (1975); "I'M Mandy, Fly Me" e "The Things We Do For Love" (1976).
Após a ruptura do grupo, ambas as duplas continuaram com algum sucesso, conforme resumidamente vamos expôr:
Godley and Creme passaram a actuar como o duo "Godley & Creme" e editaram 5 álbuns entre 1977 e 1988, data em que decidiram pôr um ponto final nesta sua nova aventura.
Durante esse período de tempo lançaram 11 singles, dos quais destacamos 2 deles que entraram nos Top 20 do Reino Unido, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia: "An Englishman In New York" (1979) e "Under Your Thumb" (1981). |
Stewart e Gouldman continuam com o projecto 10 CC, trabalhando com o baterista Paul Burgess, que já os acompanhava nas tournées, e até 1983 editam 5 L.P.s e 16 singles, mas só dois deles é que voltam a entrar nos Tops 20 mundiais: "Good Morning Judge" (1977) e "Dreadlock Holiday" (1978), sendo que este último consegue atingir o topo no Reino Unido, na Holanda, na Bélgica e na Nova Zelandia e o 2º lugar na Austrália e na Irlanda.
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De 1984 a 1992, cada um seguiu os seus projectos e produções, conforme já foram acima mencionados nas carreiras individuais de cada um, até que, em 1992, após a entrega dos discos de platina que tinham ganho pelo sucesso da colectânea "Changing Faces: The Very Best Of 10 CC and Godley & Creme", entusiasmaram-se e resolveram voltar a compôr, tocar e gravar, novamente, os 4 juntos.
Esta nova segunda era dos 10 CC durou até 1995 e gravaram dois álbuns: "Meanwhile" e "Mirror Mirror", dos quais destacamos a canção "Don't Break The Promises", composta por Stewart, Gouldman e Paul McCartney, que tem também toca o seu baixo "Hofner" nesta música.
Esta nova segunda era dos 10 CC durou até 1995 e gravaram dois álbuns: "Meanwhile" e "Mirror Mirror", dos quais destacamos a canção "Don't Break The Promises", composta por Stewart, Gouldman e Paul McCartney, que tem também toca o seu baixo "Hofner" nesta música.
Na Primavera de 1995, depois de uma tournée pela Europa e Japão, os 10 CC resolveram pôr um fim definitivo à conexão Godley, Creme, Stewart e Gouldman, só que em 1999 Gouldman recria os 10 CC, com novos músicos e mantém a banda activa até esta data.
Propositadamente deixámos para o fim a sua obra-prima e uma das obras-primas da música Pop/Rock, uma composição de Eric Stewart e Graham Gouldman, de 1975, que atingiu o 1º lugar dos hit-parades da Grã-Bretanha, Canadá, Irlanda e África do Sul, o 2º lugar nos Estados Unidos, a 3ª posição na Austrália, o 4º posto na Nova Zelândia, a 5ª colocação na Bélgica e na Holanda e o 8º posicionamento na tabela de êxitos da Alemanha.
Falamos do maior êxito dos 10 CC - "I'M NOT IN LOVE"
Falamos do maior êxito dos 10 CC - "I'M NOT IN LOVE"
Para terminarmos esta nossa explanação sobre as carreiras de Godley, Creme, Stewart e Gouldman, tão ricas e ecléticas que vão da qualidade musical de "I'M Not In Love" dos 10 CC até ao som quase primitivo de "Neanderthal Man" dos "Hotlegs", só nos falta explicar o porquê desse sugestivo nome - "Hotlegs".
Difícil de imaginar?
Pois bem, depois de gravarem aquela sessão experimental que deu origem ao disco "Neanderthal Man", precisavam encontrar um nome para o grupo e, de repente, olharam para o estúdio e reviram uma secretária que lá trabalhava, chamada Kathy Gill, que tinha a benção de possuir umas lindas pernas vestidas por uns curtos hot pants verdes em pele... então, "HOTLEGS".
Difícil de imaginar?
Pois bem, depois de gravarem aquela sessão experimental que deu origem ao disco "Neanderthal Man", precisavam encontrar um nome para o grupo e, de repente, olharam para o estúdio e reviram uma secretária que lá trabalhava, chamada Kathy Gill, que tinha a benção de possuir umas lindas pernas vestidas por uns curtos hot pants verdes em pele... então, "HOTLEGS".
Sorte destes rapazes não terem tido essa ousadia nos dias de hoje, pois a linda Kathy Gill abriria uma acção judicial contra os quatro músicos por assédio sexual, a qual ela só perderia se o processo entrasse nos tribunais do Porto, em Portugal, onde os juízes decidiriam que ela é que seria a culpada por sedução, ao usar calçõezinhos tão curtos e sugestivos para a pobre imaginação de Godley, Creme, Stewart e Gouldman. I AM... "THE FOOL ON THE HILL"!!!
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Roberta Joan Anderson nasceu a 4 de Novembro de 1943 em Alberta, Canada. A sua mãe era de origem esocesa/irlandesa e o pai era norueguês. A sua mãe era professora e o pai pertencia à Royal Canadian Air Force. Ainda jovem começa compôr e a cantar as suas canções. Na escola interessa-se por pintura e estudou piano. Aos 9 anos contraíu poliomielite e estve hospitalizada varias semanas. É aí que começa a pensar que gostaria de ser dançarina e cantora. Conseguiu recuperar e aos 11 anos os pais mudaram-se para Saskatoon. A escola normal não a seduzia e um professor estimulou-a para escrever poesia. Mais tarde no seu 1º álbum dedicou-he uma canção. As suas amizades não eram das melhores e a mãe andava preocupada e não queria que ela tcasse viola. A polio afectou-lhe os dedos mas mesmo assim aprendeu a tocar por um livro de canções de Pete Seeger. Ela acabou por arranjar forma de colocar os dedos para conseguir os seus acordes e desenvolver as suas músicas. Depois começou a tocar com amigos. A 31 de Outubro de 1962 ela consegue a sua primeira actuação paga num clube de Jazz e Folk em Shakatoon. Toca as suas canções favoritas de Edith Piaf e Miles Davis.
Embora a sua onda e de seus amigos não fosse o Jazz comprou o álbum "The Hottest New Group of Jazz" de Lambert, Hendricks and Ross. Aprendeu todas as canções do álbum, segundo ela é como se fossem os seus Beatles, sabia cada nota que estava no disco. Depois de terminar o liceu, foi para a escola de Artes desenvolver a pintura e de seguida foi para o Alberta College of Art em Calgary onde esteve em 63/64. Tinha 20 anos e começa a sentir-se presa pelo ensino e que os professores padronizados lhe cortavam a criatividade. Desistiu, o que foi uma desilusão para seus pais. Tocava em "pubs" e ganhava 15 dólares por semana. Por vezes aparecia em programas locais de TV. Disse aos pais que queria ser cantora Folk e ia para Toronto. Pela primeira vez vai deixar o Canada Ocidental para ir para Ontário e Toronto. Uma viagem de comboio de 3 dias. É nesta viagem que escreve a sua primeira canção, "Day After Day". No caminho pára em Orillia para assistir ao Festival Folk de Mariposa, onde a sua conterrânea Buffy Saint Marie vai cantar e de quem ela é fã e que foi sempre uma das suas inspiradoras (no ano seguinte será ela a cantar em Mariposa e anos mais tarde Buffy também cantou as suas canções ).
Em finais de 1964 descobre que está grávida do seu antigo namorado Brad Mac Math. Está sem dinheiro e sem condições para criar uma criança. O bebé nasce em Fevereiro de 1965. Fala com a irmã Kelly Dale e pede-lhe que ela o adopte. Durante a maior parte da sua carreira o segredo é bem guardado embora se tenha referido à filha em canções como "Little Green". Meses depois do nascimento da filha tocava no clube Folk em Toronto quando conheceu o americano Chuck Mitchell e de imediato se encantam um pelo outro. Acabam por casar e ir viver para os Estados Unidos. Joni Anderson adopta então o nome de Joni Mitchell. Em Detroit nos Estados Unidos tocavam e cantavam em duas coffee houses. Joni continuou a cantar os seus originais. Antes diziam-lhe isto e aquilo , aliás foram os seus originais que encantaram Chuck.
Oscar Brand, outro cantor folk canadense tinha um programa na TV da CBS, "Let's Sing Out" e levou Joni a actuar lá várias vezes em 65 e 66. O casamento de Joni e Chuck terminou em 67 e Joni mudou-se para Nova York para seguir uma carreira a solo. Ela toca em todas as cidades do Estado de Nova York, especialmente em Coffee Houses e Clubes Folk e começa a ser diferenciada por só cantar originais e ter um estilo próprio a tocar viola.
Tom Rush um cantor americano de Folk e de Blues, também compositor e com discos gravados tinha conhecido Joni em Toronto e achava brilhante a sua habilidade para criar novas canções. Levou "Urge or Going" a Judy Collings (OP nº 81) mas esta não a quiz gravar. Gravou ele, mas logo, George Hamilton a ouviu e decidiu também gravá-la. Logo de seguida outros artistas como Buffy Saint Marie gravou "The Circle Game" e Dave Van Ronk grava "Both Sides Now". É aí que Judy Collings se apaixona por "Both Sides Now" e também a grava. Foi o primeiro Top Ten de Joni Mitchell.
Uma noite Joni tocava no Glaslight South na Florida quando aparece David Cosby (OP nº 56) que ficou impressionado com o seu estilo. Crosby levou-a para Loa Angeles e apresentou-a aos amigos. Começou a ser conduzida por Elliot Robert que já ajudara artistas como Crosby e Neil Young (OP nº 56). Elliot falou a David Geffen um magnata que investia em música. Crosby conseguiu convencer a Reprise a fazer um álbum só acústico sem Folk/Rock. Em Março de 1968 sai o álbum "Joni Mitchell" ou "Songs For a Seagull". O produtor foi David Crosby e a gravação foi em 67 nos etúdios da Sunset Sound. Joni fez uma digressão para lançamento do álbum. Em Abril de 69 lança um dos seus melhores álbuns, "Cloud" e aquele que a torna conhecida mundialmente. Nele aparecem as canções dela que outros já haviam gravado como "Chelsea Morning", "Both Sides Now" ou "The Angel". As capas de ambos os álbuns foram pintadas por Joni que ainda hoje continua pintando. Em Março de 1970 "Cloud" recebe um Grammy e em Abril sai o álbum "Ladies of the Canyon". Mitchell está lançada e as composições começam a ter percursão e coros e muitas tocadas ao piano que aprendera em criança. O álbum inclui a sua canção Woodstock, que Crosby Stills Nash & Young (OP nº 56) também cantaram. Este álbum vai ser o seu 1º disco de ouro.
Em 1970 recebe o prémio "Top Female Performer" atribuído pelo Jornal britânico "Melody Maker". Em 1971 colabora nos coros da canção da grande Carole King "You've Got A Friend" na gravação de James Taylor e que vai a 1º nos Tops. Lança o álbum "Blue" considerado como o seu melhor e um dos 500 melhores álbuns do Mundo pela Revista Rolling Stone que o colocou na posição 30. Do álbum saíu o single "Carey". Com o sucesso de "Blue" ela voltou às digressões que havia parado e apresentou novos trabalhos que grava em 72 no seu quinto álbum, "For The Roses".Em Janeiro de 74 grava o álbum "Court and Spark" que começa a fazer uma fusão com o Jazz. O álbum chega a 1º na Cashbox Albuns Chart. Deste álbum saíu o single "Help Me" e que foi o único que atingiu o Top 10 chegando a 7º lugar na Billboard. "Court And Spark" é nomeado para 4 categorias de Grammy mas que só vence o de melhor arranjo instrumental e vozes. Em 75 continuou a sua procura por um som mais jazistico. Participou em shows com Joan Baez (OP nºs 3 e 25), Bob Dylan (OP nºs 59 e ) e The Last Waltz com os The Band (OP nº ). Em 76 lança o álbum "Hejira" que considera dos mais experimentais. Colabora o guitarrista de Jazz Jaco Pastorius (que depois foi o baixo dos Weather Report até 81). "Coyote" foi o 1º single do álbum. Em 77 realiza um álbum duplo de estúdio, "Don Juan Reckless Daughter" com a participação de Pastorius e dos Weather Report e os coros de Chaka Khan. Recebeu depois um convite de Charles Mingus que ouvira "Paprika Plans" e gostara. Trabalharam juntos no álbum de Mingus que saíu em 79 após a morte de Mingus Depois fez um Tour para promover o álbum. Em 1980 lança um álbum duplo ao vivo, "Shadow and Light" baseado no concerto de "Mingus" em Santa Barbara que também existe em DVD e Laser. Em 81/82 volta ao Folk/Pop com o baixista Larry Klein com quem vem a casar. O álbum "Wild Things Run Fast" traz o retorno ao Pop incluindo "Chinese Cafe/Unchained Melody" um êxito dos Richelous Brothers e "(You're So Square) Baby I Don't Cry" lembrando Elvis. Foi dos álbuns que mais subiu nos Hits.
Em 1983 iniciou uma digressão mundial indo ao Japão, Austrália, Reino Unido, Irlanda, Bélgica, frança, Alemanha, Itália, Países Escandinamos e finalmente os Estados Unidos. Em 84 escrevia canções e publicou o álbum "Dog Eats Dog" em Outubro de 85. Depois experimentou sintetizadores e baterias electrónicas. Em 88 publica o álbum de duetos com Willie Nelson, Tom Petty, Billy Ydol, Peter Gabriel e outros, "Chalk Mark in a Rain Storm". Em 90 vai a convite de Roger Waters ao concerto The Wall frente ao muro de Berlim. Em 91 "Night Rides Home" foi feito para a Geffen Records que tinha sido vendida à MCA. Em 94 "Tubulent Indigo" ganhou dois Grammy sendo um de melhor álbum Pop. "Sex Kills", "Sunny Sunday", "Bordelaine" e "Magdalena Laudries" são algumas das canções do álbum. Em 96 sai um álbum de sucessos saindo ainda outro chamado "Misses" com o que faltava. Em 98 sai um álbum de inéditos "Taming The Tiger" e ainda fez um Tour com Bob Dylan e Van Morrison. Depois passou por vários problemas de saúde que lhe afectaram a voz.
Entra do seculo XXI com uma nova voz e edita "Both Sides Now" com covers de Jazz standard, com uma orquestra, embora contenha "A Case Of You" e "Both Sides Now". Em 2002 sai "Travelogue" que é uma reedição de velhas canções com novas roupagens. Entre 2002 e 2005 fez um retiro. Neste entretempo saem compilações, "The Begining of Survial", "Dreamland" (2004) e "Songs of a Prairie Girl" em 2005. Este sai depois de ela ter aceite um convite para ir a uma homenagem no Saskatchekan Centennial em Saskatoon. O concerto teve a presença da Rainha Elisabeth II. Em 2006 lança um álbum de originais após dez anos, "Shine" que atinge a melhor classificaçã na Billboard desde 1976. Em Fevereiro de 2007 vai para Calgary trabalhar com a Alberta Ballet Company que prepara o espectáculo"The Fiddle and the Drum" com dança comtemporânea e música sua. Ainda em 2007 o seu amigo e colaborador Hernie Hancock lança um disco de tributo ao seu trabalho, "River, The Joni Letters". No disco colaboram nomes como Norah Jones, Tina Turner, Leonard Cohen e ela própria. Em Fevereiro de 2008 o disco recebe o Grammy de Disco do Ano. Em 2003 a Revista Rolling Stone dizia que ela era a 72ª melhor guitarista e em 2008 dizia que era também a 42ª melhor cantora. Em 2010 "Both Sides Now" foi a canção escolhida para as Olimíadas de Inverno em Vancouver, Canadá.
Em 31 de Março de 2015 a cantora é encontrada inconsciente em casa. No Hospital é-lhe detectado um aneurisma cerebral. Fica hospitalizada sem falar e sem andar. Volta a casa em Julho de 2015. A sua amiga Judy Collings que a visita em Outubro diz aos jornalistas que ela já anda fala e pinta. A primeira saída pública é em Agosto de 2016 para ir assistir a um concerto de Chick Corea em Los Angeles. Em fevereiro de 2017 vai a uma pré-gala dos Grammy. A 1 de Junho de 2018 vai assistir ao concerto de James Taylor no Hollywood Bowl.
Joni venceu muitos prémios ao longo da sua carreira, dez Grammy e outras distinções em vários passeios da fama. A última foi em 2018 na cidade de Saskatoon onde se iniciou.
Em 31 de Março de 2015 a cantora é encontrada inconsciente em casa. No Hospital é-lhe detectado um aneurisma cerebral. Fica hospitalizada sem falar e sem andar. Volta a casa em Julho de 2015. A sua amiga Judy Collings que a visita em Outubro diz aos jornalistas que ela já anda fala e pinta. A primeira saída pública é em Agosto de 2016 para ir assistir a um concerto de Chick Corea em Los Angeles. Em fevereiro de 2017 vai a uma pré-gala dos Grammy. A 1 de Junho de 2018 vai assistir ao concerto de James Taylor no Hollywood Bowl.
Joni venceu muitos prémios ao longo da sua carreira, dez Grammy e outras distinções em vários passeios da fama. A última foi em 2018 na cidade de Saskatoon onde se iniciou.
Tinha 13 anos quando ouvi pela primeira vez Charles Aznavour, em Lourenço Marques, na casa de duas amigas, irmãs de descendência francesa. "Et Pourtant", "La Mamma", "Trop Tard", "Donne Tes Seize Ans", "For Me... Formidable", "Bon Anniversaire" foram as canções que conheci então e que nunca mais esqueci. Estávamos em 1963, e desde então e até 2018, Charles Aznavour foi um companheiro musical dos bons e maus momentos da minha vida.
Desde esse dia, interessei-me por conhecer êxitos anteriores de Charles Aznavour, bem como quem ele era e fiquei a saber que ele tinha nascido em Paris e era de origem armeniana, por isso o seu verdadeiro nome ser Shahnour Vaghinag Aznavourian.
Os seus pais, Misha e Knar Aznavourian, vinham de Salonika, na Grécia e estavam em Paris à espera de um visto para os Estados Unidos, que demorou o tempo suficiente para que Charles nascesse em França e eles então decidissem ficar a viver no país que os acolhera. O pai era filho de um ex-cozinheiro do czar Nicolau II, e a mãe pertencia a uma família de comerciantes arménios da Turquia, que fugira do genocídio de 1915, e tornou-se actriz em França, por isso é no teatro - e não na música - que Charles dá os primeiros passos no palco, como comediante e actor.
Mas Charles queria ser cantor e foi encorajado pela sua mãe a aprender a tocar violino, o que ele fez a partir dos 9 anos tocando na escola do espectáculo - a rua, e assumindo, desde então, o nome artístico de Aznavour.
Em 1941, aos 17 anos, no auge da guerra, conheceu um jovem compositor de jazz, Pierre Roche.
A dupla "Roche e Aznavour" começa a tocar em bares e cabarés. Desta colaboração nascerá o tema "J'Aime Paris Au Mois de Mai".
Os seus pais, Misha e Knar Aznavourian, vinham de Salonika, na Grécia e estavam em Paris à espera de um visto para os Estados Unidos, que demorou o tempo suficiente para que Charles nascesse em França e eles então decidissem ficar a viver no país que os acolhera. O pai era filho de um ex-cozinheiro do czar Nicolau II, e a mãe pertencia a uma família de comerciantes arménios da Turquia, que fugira do genocídio de 1915, e tornou-se actriz em França, por isso é no teatro - e não na música - que Charles dá os primeiros passos no palco, como comediante e actor.
Mas Charles queria ser cantor e foi encorajado pela sua mãe a aprender a tocar violino, o que ele fez a partir dos 9 anos tocando na escola do espectáculo - a rua, e assumindo, desde então, o nome artístico de Aznavour.
Em 1941, aos 17 anos, no auge da guerra, conheceu um jovem compositor de jazz, Pierre Roche.
A dupla "Roche e Aznavour" começa a tocar em bares e cabarés. Desta colaboração nascerá o tema "J'Aime Paris Au Mois de Mai".
1945, foi um período mau para os dois artistas, apesar do contrato de gravação assinado com Jacques Canetti, na Polydor, mas no ano seguinte, o encontro com Édith Piaf será o momento mais importante da sua ainda jovem carreira. Ela convida-os a acompanhá-la durante uma tournée de dois anos em França e nos Estados Unidos. A música swing da dupla não era realmente muito bem sucedida em França, mas será bem sucedida no Canadá ... E Pierre Roche casa-se e fica por lá.
A carreira a solo de Aznavour começa com alguma dificuldade, pois durante oito anos, o artista trabalha na sombra da pequena diva da canção e torna-se o pau para toda a obra, no auge da carreira de Édith Piaf. Ele dirige o carro, atende o telefone, cuida da iluminação e do som durante as tournées, para além de uma relação pessoal muito íntima com a cantora, que Charles sempre preferiu falar desse relacionamento com pudor e respeito.
Em contrapartida, ela ensinou-lhe um pouco de piano e, de tempos em tempos, ele apresentava-lhe uma música que ele compusera... mas sem muito sucesso. Piaf repete para Charles que ele nunca irá singrar como cantor. Mas Aznavour, perseverantemente, apega-se ao seu desejo de ser cantor e compositor de sucesso e escreve várias músicas para Gilbert Bécaud, Juliette Gréco, Patachou... e, finalmente, a própria Piaf fez sucesso com "Jezebel", para além de terem cantado em duo uma das mais belas composições de Charles Aznavour, "Plus Bleu Que Le Bleu De Tes Yeux".
Em contrapartida, ela ensinou-lhe um pouco de piano e, de tempos em tempos, ele apresentava-lhe uma música que ele compusera... mas sem muito sucesso. Piaf repete para Charles que ele nunca irá singrar como cantor. Mas Aznavour, perseverantemente, apega-se ao seu desejo de ser cantor e compositor de sucesso e escreve várias músicas para Gilbert Bécaud, Juliette Gréco, Patachou... e, finalmente, a própria Piaf fez sucesso com "Jezebel", para além de terem cantado em duo uma das mais belas composições de Charles Aznavour, "Plus Bleu Que Le Bleu De Tes Yeux".
Só em 1955, é que Aznavour aparece pela primeira vez na televisão, com a sua aparência taciturna, mas com as mãos nos bolsos, vestido casualmente... com um ar quase irreverente.
No ano seguinte, Charles Aznavour fez a sua primeira aparição no Olympia. Mas os críticos eram sempre virulentos quanto à sua voz e ao físico do cantor (pequeno, magro, sem presença no palco e não dotado por Adónis) e acusado de culturalmente pobre (de origens modestas e estrangeiras). Palavras que o magoam profundamente:
No ano seguinte, Charles Aznavour fez a sua primeira aparição no Olympia. Mas os críticos eram sempre virulentos quanto à sua voz e ao físico do cantor (pequeno, magro, sem presença no palco e não dotado por Adónis) e acusado de culturalmente pobre (de origens modestas e estrangeiras). Palavras que o magoam profundamente:
No entanto, as propostas de contratos seguem-se umas às outras e,finalmente, em Dezembro de 1960, nasceu a lenda AZNAVOUR, no "Alhambra", uma grande sala de espectáculos em Paris.
Depois de seis músicas interpretadas numa gélida atmosfera, o artista joga a sua última cartada contra os críticos e os intelectuais que o denegriam: "Je Me Voyais Déjà", uma composição que escrevera nos seus momentos de amargura e que conta a estória de um artista cuja carreira não floresce aos olhos e ouvidos daqueles que cultivam uma distância intelectual idealizada para não se confundirem com o povo, ou seja... conta a sua própria história.
Charles Aznavour canta o último verso: "Eu nunca tive a minha chance, a oportunidade que outros conseguiram com pouca voz, mas muito dinheiro. Eu era muito puro ou muito avançado para eles, mas um dia virá em que eu lhes mostrarei o talento que tenho". É a ovação geral. Um sucesso enorme e definitivo: Aznavour não irá mais deixar o topo do cenário musical mundial. Já tinha então 36 anos.
Depois de seis músicas interpretadas numa gélida atmosfera, o artista joga a sua última cartada contra os críticos e os intelectuais que o denegriam: "Je Me Voyais Déjà", uma composição que escrevera nos seus momentos de amargura e que conta a estória de um artista cuja carreira não floresce aos olhos e ouvidos daqueles que cultivam uma distância intelectual idealizada para não se confundirem com o povo, ou seja... conta a sua própria história.
Charles Aznavour canta o último verso: "Eu nunca tive a minha chance, a oportunidade que outros conseguiram com pouca voz, mas muito dinheiro. Eu era muito puro ou muito avançado para eles, mas um dia virá em que eu lhes mostrarei o talento que tenho". É a ovação geral. Um sucesso enorme e definitivo: Aznavour não irá mais deixar o topo do cenário musical mundial. Já tinha então 36 anos.
A partir dessa data Charles Aznavour encadeia os sucessos, que eu conheci em 1963 e todos os outros que se seguiram, com cerca de 1.200 músicas diferentes editadas em disco, num total de 180 milhões de discos vendidos.
Aznavour escreveu ou compôs a quase totalidade das canções que gravou, daí a sua forma sentida, por vezes emocionada, como as interpretava nos seus concertos.
Como compositor, Charles Aznavour cultivou o estilo sentimental numa estética temática de nostalgia, um modelo que toca todo e qualquer estilo ou nível de cidadão, pois a nostalgia é o memorial dos bons momentos da vida de cada um, porque ninguém se sente nostálgico por acontecimentos ou situações que trouxeram tristeza, mas sim por episódios da vida, individuais e colectivos, vividos ou imaginados, por vezes reconfortantes, que representaram a nossa juventude ou idades passadas de sucessos, grandes amores ou alegrias do nosso quotidiano psicológico, individual ou social. Outra marca registrada de Aznavour é a sua autenticidade, atrevendo-se a cantar o amor como se sente, como se é feliz ou como se sofre, num sentimentalismo realista. Tratando-se de nostalgia ou de amor, as suas composições são músicas de swing ou balada romântica, com orquestrações de bandas americanas e arranjos de jazz, bossa nova ou fado, como em "Hier Encore", "Le Temps", "Je T'Attends" ou "Lisboa".
Como compositor, Charles Aznavour cultivou o estilo sentimental numa estética temática de nostalgia, um modelo que toca todo e qualquer estilo ou nível de cidadão, pois a nostalgia é o memorial dos bons momentos da vida de cada um, porque ninguém se sente nostálgico por acontecimentos ou situações que trouxeram tristeza, mas sim por episódios da vida, individuais e colectivos, vividos ou imaginados, por vezes reconfortantes, que representaram a nossa juventude ou idades passadas de sucessos, grandes amores ou alegrias do nosso quotidiano psicológico, individual ou social. Outra marca registrada de Aznavour é a sua autenticidade, atrevendo-se a cantar o amor como se sente, como se é feliz ou como se sofre, num sentimentalismo realista. Tratando-se de nostalgia ou de amor, as suas composições são músicas de swing ou balada romântica, com orquestrações de bandas americanas e arranjos de jazz, bossa nova ou fado, como em "Hier Encore", "Le Temps", "Je T'Attends" ou "Lisboa".
Se os intelectuais criticavam as suas músicas porque eram populares e não tinham o conteúdo poético de Brassens ou Ferré, ele desmentiu-os e provou que tinha enorme talento ao escrever e compôr canções que contavam os dramas do quotidiano como retratista fiel aos seus modelos, mas que muitos dos artistas ou compositores da época não tiveram coragem de abordar esses temas.
Aznavour fê-lo ao retratar-nos, em "La Bohème", os contratempos de um pintor e da sua modelo e de como eles foram sobrevivendo às dificuldades financeiras, não perdendo a alegria da vida... como só os artistas conseguem;
Ou ao contar-nos, em "Les Deux Guitarres", a vida difícil dos ciganos e de como sobrevivem através de espectáculos de dança e música;
Ou ao representar, em "Tu Te Laisses Aller", a situação, mais que corrente, de um casamento falhado ou em crise, no qual a mulher já não se interessa em agradar ou seduzir o marido;
Ou ainda ao expôr as dificuldades naquela época, de convivência com ele próprio e com a sociedade, de um homossexual/travesti, em "Comme Ils Disent".
Aznavour fê-lo ao retratar-nos, em "La Bohème", os contratempos de um pintor e da sua modelo e de como eles foram sobrevivendo às dificuldades financeiras, não perdendo a alegria da vida... como só os artistas conseguem;
Ou ao contar-nos, em "Les Deux Guitarres", a vida difícil dos ciganos e de como sobrevivem através de espectáculos de dança e música;
Ou ao representar, em "Tu Te Laisses Aller", a situação, mais que corrente, de um casamento falhado ou em crise, no qual a mulher já não se interessa em agradar ou seduzir o marido;
Ou ainda ao expôr as dificuldades naquela época, de convivência com ele próprio e com a sociedade, de um homossexual/travesti, em "Comme Ils Disent".
Charles Aznavour não compunha só para si e escreveu mais de 180 canções para outros artistas, tendo sido eleito para o "Songwriters Hall Of Fame", em 1996. A sua obra tem sido respeitada mundialmente e fez duetos com dezenas de artistas como Édith Piaf, Fred Astaire, Frank Sinatra, Luciano Pavarotti, Andrea Bocelli, Bing Crosby, Ray Charles, Bob Dylan, Dusty Springfield, Liza Minnelli, Elton John, Dalida, Serge Gainsbourg, Josh Groban, Petula Clark, Tom Jones, Shirley Bassey, José Carreras, Laura Pausini, Nana Mouskouri, Sting, Julio Iglesias, Paul Anka, Johnny Hallyday, Carole King, Bryan Ferry ou Mireille Mathieu.
Charles Aznavour nunca esqueceu as suas raízes armenianas e em 1976, compôs com George Gavarentz "Ils Sont Tombés", uma canção de homenagem aos cerca de 1,5 milhões de arménios que foram exterminados, entre 1914 e 1923, pelo império Otomano, que a partir de 1917 se transformou na República da Turquia, deplorável acontecimento que ficou conhecido como o "Genocídio Armeniano" ou o "Holocausto Armeniano"
A 7 de Dezembro de 1988, a Armênia então sob o jugo soviético, foi atingida por um terramoto de 6,9 graus na escala Richter. O poder soviético do momento foi incapaz de controlar os acontecimentos posteriores e foram trabalhadores humanitários de todo o mundo que migraram para a Armênia, para dar a sua ajuda.
Aznavour decide ajudar a Arménia escrevendo uma música com Georges Garvarentz e, devido à sua amizade e prestígio entre a classe artística e musical consegue convencer um grande painel de personalidades artísticas francesas (entre eles Adamo, Gilbert Bécaud, Jane Birkin, Julien Clerc, Nicole Croisille, Michel Delpeche, Sacha Distel, Yves Duteil, Johnny Hallyday, Patricia Kaas, Serge Lama, Marie Myriam, Mireille Mathieu, Eddy Mitchell, Gilbert Montagné, Nana Mouskouri, Georges Moustaki, Nicoletta, Florent Pagny, Vanessa Paradis, Serge Reggiani, Renaud, Line Renaud, Dick Rivers, Henri Salvador, Michel Sardou, Alain Souchon, Linda de Suza, Hervé Vilard e Laurent Voulzy), a cantar a sua composição "Pour Toi Arménie", que ficou 18 semanas no topo das paradas francesas e rendeu cerca de 150 milhões de dólares, juntamente com o "Armenia Fund", de que ele era membro fundador. O governo armeniano agraciou-o, em 2004, com o mais elevado título de "National Hero of Armenia". Em 2011, foi inaugurado o Museu Charles Aznavour, em Yerevan, na Arménia.
Charles Aznavour nunca esqueceu as suas raízes armenianas e em 1976, compôs com George Gavarentz "Ils Sont Tombés", uma canção de homenagem aos cerca de 1,5 milhões de arménios que foram exterminados, entre 1914 e 1923, pelo império Otomano, que a partir de 1917 se transformou na República da Turquia, deplorável acontecimento que ficou conhecido como o "Genocídio Armeniano" ou o "Holocausto Armeniano"
A 7 de Dezembro de 1988, a Armênia então sob o jugo soviético, foi atingida por um terramoto de 6,9 graus na escala Richter. O poder soviético do momento foi incapaz de controlar os acontecimentos posteriores e foram trabalhadores humanitários de todo o mundo que migraram para a Armênia, para dar a sua ajuda.
Aznavour decide ajudar a Arménia escrevendo uma música com Georges Garvarentz e, devido à sua amizade e prestígio entre a classe artística e musical consegue convencer um grande painel de personalidades artísticas francesas (entre eles Adamo, Gilbert Bécaud, Jane Birkin, Julien Clerc, Nicole Croisille, Michel Delpeche, Sacha Distel, Yves Duteil, Johnny Hallyday, Patricia Kaas, Serge Lama, Marie Myriam, Mireille Mathieu, Eddy Mitchell, Gilbert Montagné, Nana Mouskouri, Georges Moustaki, Nicoletta, Florent Pagny, Vanessa Paradis, Serge Reggiani, Renaud, Line Renaud, Dick Rivers, Henri Salvador, Michel Sardou, Alain Souchon, Linda de Suza, Hervé Vilard e Laurent Voulzy), a cantar a sua composição "Pour Toi Arménie", que ficou 18 semanas no topo das paradas francesas e rendeu cerca de 150 milhões de dólares, juntamente com o "Armenia Fund", de que ele era membro fundador. O governo armeniano agraciou-o, em 2004, com o mais elevado título de "National Hero of Armenia". Em 2011, foi inaugurado o Museu Charles Aznavour, em Yerevan, na Arménia.
Charles Aznavour não se interessava sòmente com os problemas armenianos e foi cada vez mais um activista político interessado pela França, pela Arménia e pelo Mundo em geral, como quando fez campanha por uma reforma da lei internacional de direitos autorais.
Em Novembro de 2005, ele reuniu-se com o Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, sobre a questão do prazo de proteção dos editores e produtores da União Européia, pedindo uma prorrogação do prazo de protecção da UE, que deveria passar dos actuais cinquenta anos, para 95 anos, como na lei dos Estados Unidos, para pôr fim à discriminação actual com os artistas e editoras americanas".
Ele também criticou o político Christine Boutin, que defendia a "licença global" para o compartilhamento de arquivos protegidos pelos direitos autorais na Internet, alegando que essa licença eliminaria a criatividade. Em Maio de 2009, o Senado francês aprovou uma das mais rígidas leis antipirataria na Internet, com uma votação esmagadora de 189 votos a favor e 14 contra.
Aznavour foi um defensor dessa medida e considerou-a uma vitória impressionante.
Em Novembro de 2005, ele reuniu-se com o Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, sobre a questão do prazo de proteção dos editores e produtores da União Européia, pedindo uma prorrogação do prazo de protecção da UE, que deveria passar dos actuais cinquenta anos, para 95 anos, como na lei dos Estados Unidos, para pôr fim à discriminação actual com os artistas e editoras americanas".
Ele também criticou o político Christine Boutin, que defendia a "licença global" para o compartilhamento de arquivos protegidos pelos direitos autorais na Internet, alegando que essa licença eliminaria a criatividade. Em Maio de 2009, o Senado francês aprovou uma das mais rígidas leis antipirataria na Internet, com uma votação esmagadora de 189 votos a favor e 14 contra.
Aznavour foi um defensor dessa medida e considerou-a uma vitória impressionante.
Charles Aznavour não foi só um cantor e compositor de sucesso, mas um actor de cinema que participou em mais de 80 filmes de 1936 a 2009, quer como actor principal, quer como actor secundário, dos quais destacamos (porque foram filmes a que assistimos): "Les Dragueurs", Un Taxi Pour Tobrouk", "Tirez Sur Le Pianiste", "Cherchez L'Idole", "Alta Infedeltà", "The Adventures", "Un Beau Monstre", "The Twist" e "Vive La Vie!", recebendo distinções como em 1997 – Honorary César Award, ou em 1998, quando a CNN lhe concedeu o título de "maior artista do século", ou em 2009 – MIDEM Lifetime Achievement Award e em 2016 mereceu uma estrela no "Hollywood Walk Of Fame".
Charles Aznavour desejava cantar até aos 100 anos, infelizmente foi um sonho não realizado, mas por pouco, pois morreu com 94 anos no passado dia 1 de Outubro, tendo actuado ao vivo até 30 de Janeiro de 2018, em Toulouse, poucos dias depois de um concerto triunfante em Paris-Bercy.
Só que ele continuará a cantar eternamente e para além de continuar a ser um dos nossos companheiros musicais, voltar-nos-emos a reencontrar um dia, como ele previa na sua canção "Nous Nous Reverrons Un Jour Ou L'Autre".
Só que ele continuará a cantar eternamente e para além de continuar a ser um dos nossos companheiros musicais, voltar-nos-emos a reencontrar um dia, como ele previa na sua canção "Nous Nous Reverrons Un Jour Ou L'Autre".
Os Corsários foram uma das primeiras bandas Rock que apareceram em Lourenço Marques, Moçambique e da qual estávamos sempre à espera que aparecesse na Onda uma notícia para podermos falar deles. Em 1970 o grupo já tinha acabado. Mas a notícia que publicávamos não era feliz. Esta não era das mais alegres mas foi a forma de podermos homenagear o grande grupo que foi bem como todos aqueles que por ele passaram e já faleceram.
Estávamos em 1962. Um dos fundadores do conjunto foi Helder Matias o viola solo hoje a viver na África do Sul. Alexandre Loureiro (já falecido) era o viola ritmo, Nelson Barbosa o baixo, Victor Tomé (já falecido) o vocalista e Noivo o baterista. Depois Noivo saíu e entrou o Victor Ribeiro (Nerhu). Também ficou pouco tempo e entrou o Gonçalves. Rivalizavam com os Night Stars (OP 24) que vieram em 65 ao Festival Ié Ié do MNF no Teatro Monumental em Lisboa. Uma das grandes razões que levavam a substituições era o serviço militar. Em 64 saíu o Gonçalves e os Corsários foram buscar Carlos Alberto (OP 25) aos Night Stars ( é nesta altura que entra para este grupo Dino que faleceu recentemente). Também saíu Victor Tomé e entrou Joe Mendes que viera de Angola. O padrinho do grupo era o jornalista Guilherme de Melo (OP nº1). Fizeram digressões por toda a Província de Moçambique. Entretanto o Nelson deixou a música e foi substituído por Noel Cardoso (ex. Night Stars). Em 66 Joe que também trabalhava na Rádio sai e entra Carlos Duarte que vinha dos Beatnicks. Entretanto em Setembro de 66 saíu o Alexandre e o Carlos Alberto. Foi aí que entrou o Daniel cuja notícia da morte anunciávamos. Também o Jorge Cortez (OP 6) (ex Rebeldes) entrou.
Estávamos em 1962. Um dos fundadores do conjunto foi Helder Matias o viola solo hoje a viver na África do Sul. Alexandre Loureiro (já falecido) era o viola ritmo, Nelson Barbosa o baixo, Victor Tomé (já falecido) o vocalista e Noivo o baterista. Depois Noivo saíu e entrou o Victor Ribeiro (Nerhu). Também ficou pouco tempo e entrou o Gonçalves. Rivalizavam com os Night Stars (OP 24) que vieram em 65 ao Festival Ié Ié do MNF no Teatro Monumental em Lisboa. Uma das grandes razões que levavam a substituições era o serviço militar. Em 64 saíu o Gonçalves e os Corsários foram buscar Carlos Alberto (OP 25) aos Night Stars ( é nesta altura que entra para este grupo Dino que faleceu recentemente). Também saíu Victor Tomé e entrou Joe Mendes que viera de Angola. O padrinho do grupo era o jornalista Guilherme de Melo (OP nº1). Fizeram digressões por toda a Província de Moçambique. Entretanto o Nelson deixou a música e foi substituído por Noel Cardoso (ex. Night Stars). Em 66 Joe que também trabalhava na Rádio sai e entra Carlos Duarte que vinha dos Beatnicks. Entretanto em Setembro de 66 saíu o Alexandre e o Carlos Alberto. Foi aí que entrou o Daniel cuja notícia da morte anunciávamos. Também o Jorge Cortez (OP 6) (ex Rebeldes) entrou.
Entretanto Carlos e Alexandre voltaram ao grupo que passou também a ter o teclista Jorge Montenegro (OP 31 a 35) Foi em Agosto de 68 que Daniel entrou para o serviço militar. Foi também aí que terminaram Os Corsários. Carlos Alberto, Helder Matias e Montenegro vão para os Inflexos de Carlos Nelson (OP 8) Embora de uma forma geral já tivéssemos falado de todos eles a história dos Corsários estava retratada como um puzzle.
CARLOS DUARTE foi dos melhores cantores que os grupos tiveram. Não podíamos deixar de o homenagear. José Carlos dos Santos Duarte nasceu em Mutarara, Moçambique a 5 de Maio de 1948. Frequentou primeiro o Colégio da Paróquia da Naamacha antes de ir para Lourenço Marques para a Escola Paiva Manso. Depois entrou para a Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque. É aí que junto com outros amigos formou o grupo Beatnicks (OP nº 4). Dono de uma excelente voz e com grande facilidade para colocá-la sem nunca copiar a intrepretação dos sucessos da época, dando sempre a seu cunho pessoal e seu sentimento.
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Quando Joe Mendes sai os Corsários, logo se apressam a contratá-lo. Fica no grupo até ao seu fim em 68. Após o diferendo nos Inflexos, entre Jorge Montenegro e Carlos Nelson, este afasta-se para que o grupo não acabe. Os Inflexos chamam então Carlos Duarte, mas como o nome do grupo pertencia a Nelson, mudam o nome para Impacto. Jorge Montenegro (já falecido, OP nºs 31 a 35) acaba também por sair e entra João Maurílio (OP nº 42). Quando cantava no Impacto no Hotel Girassol alguns elementos do Quinteto Académico + 2 por lá apareciam depois de terminada a actuação no Hotel Polana. Também artistas sulafricanos. Gene Rockwell um dia ouve-o a cantar "Heart" (OP 62) que ele já tinha gravado com muita classe e ficou extasiado. Foi dar os Parabéns a Carlos Duarte e convidá-lo a ir com ele para a Àfrica do Sul onde o lançaria como grande artista. Carlos recusou. Em 70 também Carlos Duarte acaba no serviço militar. O tempo de tropa no Niassa na miséria da guerra fê-lo passar momentos maus e as drogas e o álcool ocuparam o espaço da música. Regressa à vida civil a 14 de Março de 1974 e vai trabalhar para o RCM na secção de programação. Ainda vai cantar com Os Impacto para o Sheik um restaurante muito conhecido e requintado. Também cantou com o Conjunto Pereira Pinto no Hotel Polana, mas começou a sentir que lhe faltava a antiga alma que o animava. "Em 7 de Setembro os tipos da FICO invadiram e armaram confusão no RCM. Saí fui buscar roupa e fui com os meus pais e irmão para a África do Sul. A minha irmã que era casada com o Carlos Porfírio que também cantou no Pereira Pinto foram para Portugal", conta-nos Carlos Duarte.
Tu foste uma das grandes vozes do Rock em Moçambique, essa vocação vinha-te da infância, perguntei. "Sim, sempre me interessei pela música mas a minha grande influência foi sem dúvida Bob Dylan. Também os Beatles, os Animals, os Rolling Stones e ainda a LM Radio".
Tocaste com muita gente, afirmei. "Sim, malta fantástica, o Faruk, o Zeca, o Ricardo, o Jorge Estrelas estes dos Beatnicks, o Helder Matias, o Carlos (Kangas) Alberto, o Jorge Montenegro, o João Maurílio, o Conjunto Pereira Pinto, e outros que de momento não me ocorrem. Grandes tempos".
Quando foste para a África do Sul, deixaste de cantar, perguntei. "Sim, nunca mais quiz cantar, passei a outras actividades e trabalhei em várias empresas, mas nunca me afastei da música. Para já vou continuando por aqui na África do Sul".
Tocaste com muita gente, afirmei. "Sim, malta fantástica, o Faruk, o Zeca, o Ricardo, o Jorge Estrelas estes dos Beatnicks, o Helder Matias, o Carlos (Kangas) Alberto, o Jorge Montenegro, o João Maurílio, o Conjunto Pereira Pinto, e outros que de momento não me ocorrem. Grandes tempos".
Quando foste para a África do Sul, deixaste de cantar, perguntei. "Sim, nunca mais quiz cantar, passei a outras actividades e trabalhei em várias empresas, mas nunca me afastei da música. Para já vou continuando por aqui na África do Sul".
Abelim Maria da Cunha nasceu nos subúrbios do Rio de Janeiro a 13 de Maio de 1929 e faleceu a 29 de Setembro de 2018 em S. Paulo. Adoptou o nome de Ângela Maria, foi Rainha da Rádio em 1954, uma das melhores vozes do Brasil nas décadas de 50, 60 e 70. Foi por a ouvir cantar na Rádio que Elis Regina (OP nº 70) se apaixonou e quiz também ser cantora. Para Elis, Ângela era a melhor voz do Brasil e eu que me habituei a ouvi-la desde criança (quando viveu em Portugal) concordo em absoluto com ela.
Abelim era de uma família pobre, seu pai era Pastor da Igreja Baptista e sua mãe dona de casa sua avó era portuguesa e seu avô angolano. Cantou sempre no coro da igreja e como a família andou por várias cidades, como Niterói ou São Gonçalo sempre procurando melhor vida para a família ia cantando em vários sítios. Foi assim a sua adolescência. Trabalhou numa fábrica de lâmpadas, numa de tecidos e como costureira. Sempre quiz ser cantora e cantar na Rádio. Seu pai era contra e queria que ela casasse cedo e tivesse filhos. Concorria a todos os concursos da Rádio até que foi chamada e foi aceite. Começou no programa "Pescando Estrelas" e para que a família não soubesse que era ela adoptou o nome de Ângela Maria. Ganhava todos os concursos com a sua belíssima voz. Logo um monte de admiradores foi conquistando. Os Maestros queriam trabalhar com ela porque sabia bem como colocar a voz. Começa a cantar oficialmente em 1948 e em 1954 foi eleita Rainha da Rádio pelos ouvintes. Era também o tempo das grandes Carmem Miranda e Dalva de Oliveira. Todos a queriam, era bonita, elegante e de voz de oiro. Canta primeiro no Dancing Avenida um dos mais famosos do Rio de Janeiro. Cantou na Rádio Mayrink Veiga e o pai só deixou de ser contra em 1951. Grava então o seu primeiro disco. As suas canções eram sucessos. Em 59 recebe o prémio "Dos Melhores".
Abelim era de uma família pobre, seu pai era Pastor da Igreja Baptista e sua mãe dona de casa sua avó era portuguesa e seu avô angolano. Cantou sempre no coro da igreja e como a família andou por várias cidades, como Niterói ou São Gonçalo sempre procurando melhor vida para a família ia cantando em vários sítios. Foi assim a sua adolescência. Trabalhou numa fábrica de lâmpadas, numa de tecidos e como costureira. Sempre quiz ser cantora e cantar na Rádio. Seu pai era contra e queria que ela casasse cedo e tivesse filhos. Concorria a todos os concursos da Rádio até que foi chamada e foi aceite. Começou no programa "Pescando Estrelas" e para que a família não soubesse que era ela adoptou o nome de Ângela Maria. Ganhava todos os concursos com a sua belíssima voz. Logo um monte de admiradores foi conquistando. Os Maestros queriam trabalhar com ela porque sabia bem como colocar a voz. Começa a cantar oficialmente em 1948 e em 1954 foi eleita Rainha da Rádio pelos ouvintes. Era também o tempo das grandes Carmem Miranda e Dalva de Oliveira. Todos a queriam, era bonita, elegante e de voz de oiro. Canta primeiro no Dancing Avenida um dos mais famosos do Rio de Janeiro. Cantou na Rádio Mayrink Veiga e o pai só deixou de ser contra em 1951. Grava então o seu primeiro disco. As suas canções eram sucessos. Em 59 recebe o prémio "Dos Melhores".
Fez cursos de Teatro e entra em várias peças e filmes sempre com o objectivo de cantar. Começa a viajar, ganha o suficiente para comprar uma casa para os pais que remodela e decora. Estamos em 1963 quando recebe um excelente contrato para vir cantar a Portugal por 3 meses.
Desembarca em Liboa, terra da sua avó, a 21 de Maio de !963 para se estrear no Casino do Estoril a 24. O êxito é total e repete-se nos dias 25 e 26. Depois os empresários Hermes Porteia e Rocha Brito levam-na oa Teatro Sá da Bandeira no Porto a 1 e 3 de Junho. Logo de seguida Hermes Porteia e Américo Covões trazem-na ao Coliseu em Lisboa. Em todas as suas apresentações era também exibido o seu último filme "O Caminho da Esperança". Vai actuar na Televisão e o sucesso não a larga, canta especialmente grandes êxitos seus dos anos 50, mas também versões de canções internacionais e Fados que já cantava no Brasil com um sabor mais dançante. Em final de Agosto desloca-se a Angola, donde o avô era natural, pelo Ministério do Exército para cantar para as tropas que para lá tinham ido desde 61 para defrontar a FNLA. Aí é novamente contactada pelo empresário Ribeiro Beleza que a convida a inaugurar a 31 de Agosto no Lobito o Cine-Esplanada Flamingo exibindo também o filme. Depois a 4 e 5 de Setembro está no Avis em Luanda. O êxito foi tal que teve que actuar no dia 6. Ela viajou com o marido e em Lisboa teve que adiar umas datas porque foi internada porque estava grávida e abortou. O guitarrista Ary Moreno que tinha feito uma digressão pela Europa juntou-se a ela em Lisboa e para Angola levou também o pianista Montenegro e o contrabaixista Tino.Depois foi para Sá da Bandeira e Nova Lisboa. Voltou a Luanda para o Miramar a 17 e 18, mas o público exigiu e voltou a 19, 20 e 21. Os espectáculos tinham tantos pedidos de repetições que acabavam perto das duas da manhã. Era "Risque", "Garota Solitária", "Avé Maria no Morro", "Foi Deus", "Ai Mouraria", "Babalu", "Serenata do Assobio" e muitas outras.
Desembarca em Liboa, terra da sua avó, a 21 de Maio de !963 para se estrear no Casino do Estoril a 24. O êxito é total e repete-se nos dias 25 e 26. Depois os empresários Hermes Porteia e Rocha Brito levam-na oa Teatro Sá da Bandeira no Porto a 1 e 3 de Junho. Logo de seguida Hermes Porteia e Américo Covões trazem-na ao Coliseu em Lisboa. Em todas as suas apresentações era também exibido o seu último filme "O Caminho da Esperança". Vai actuar na Televisão e o sucesso não a larga, canta especialmente grandes êxitos seus dos anos 50, mas também versões de canções internacionais e Fados que já cantava no Brasil com um sabor mais dançante. Em final de Agosto desloca-se a Angola, donde o avô era natural, pelo Ministério do Exército para cantar para as tropas que para lá tinham ido desde 61 para defrontar a FNLA. Aí é novamente contactada pelo empresário Ribeiro Beleza que a convida a inaugurar a 31 de Agosto no Lobito o Cine-Esplanada Flamingo exibindo também o filme. Depois a 4 e 5 de Setembro está no Avis em Luanda. O êxito foi tal que teve que actuar no dia 6. Ela viajou com o marido e em Lisboa teve que adiar umas datas porque foi internada porque estava grávida e abortou. O guitarrista Ary Moreno que tinha feito uma digressão pela Europa juntou-se a ela em Lisboa e para Angola levou também o pianista Montenegro e o contrabaixista Tino.Depois foi para Sá da Bandeira e Nova Lisboa. Voltou a Luanda para o Miramar a 17 e 18, mas o público exigiu e voltou a 19, 20 e 21. Os espectáculos tinham tantos pedidos de repetições que acabavam perto das duas da manhã. Era "Risque", "Garota Solitária", "Avé Maria no Morro", "Foi Deus", "Ai Mouraria", "Babalu", "Serenata do Assobio" e muitas outras.
Depois seguiu para Moçambique contratada pelos Irmãos Rodrigues, Manuel e Carlos. No Cine Manuel Rodrigues apresentou-se a 29, 30 e 1 de Outubro. As salas não esgotaram e o público que esperava coisas novas ficou decepcionado. Os seus sucessos já tinham muitos anos, canções como "Mamã Eu Quero" ou "Cachaça" dos anos 30 conheciam-nas pelos originais, canções como "A Noiva" de António Prieto já eram passado, o "Fado Hilário" e outros diziam que havia muitos fadistas a cantá-los bem em Lourenço Marques. No jornal Tribuna a crítica dizia que ela devia desconhecer que quando saía um êxito no Brasil chegava primeiro a Moçambique que a muitas regiões do Brasil e que os sucessos internacionais na semana seguinte já lá estavam. Foi a arte mais negativa da digressão. Depois foi ao S. Jorge na Beira a 6 e 7 de outubro e o êxito e salas esgotadas voltaram a acontecer. No regresso por Angola ainda foi actuar no Restauração a 18 e 19 com uma data extra a 20. Depois vem para Lisboa e vai actuar com a Orquestra de Jorge Costa Pinto no Cine Roma a 15, 16 e 17 deNovembro. Participou na Grande Noite do Fado junto com Amália Rodrigues, Simone de Oliveira e António Calvário. Depois actuou no Teatro Monumental no Natal dos Hospitais a 2 de Dezembro. Ângela viera por 3 meses e acabou por ficar em Portugal dois anos e meio gravando vários discos e fazendo um extraordinário sucesso.
Em 1965 regressa ao Brasil e recomeça por lá a sua carreira já um pouco esquecida, mas é infeliz na forma como escolhe os seus empresários e contadores que lhe vão sugando o dinheiro e a deixando com imensas dívidas. Em 1967 chega até ter necessidade de trabalhar em limpezas e outras ocupações pois o que ganhava a cantar em bares não era suficiente.
Em 1973 entra na longa metragem "Portugal...Minha Saudade" filme produzido e dirigido por Mazzaropi. Em 75 entra no seu último filme "A Extorsão" e grava o álbum "Ângela" com a etiqueta Copacabana.
Ângela namorou muito e casou 5 vezes sendo sempre muito humilhada e roubada por seus maridos. Finalmente em 1979, aos 50 anos conhece um jovem de 18 anos Daniel D'Angelo que estava noivo, mas que se enamora por Ângela deixando tudo por ela. Envolveu-se com ela numa paixão intensa. Ângela foi novamente roubada por seu empresário e ele passou a apoiá-la e procurou novos trabalhos. Passaram a viver juntos o que aconteceu até à sua morte. Só a 13 de Maio de 2013 aceitou casar com Daniel, já com 51. Adotaram 4 crianças, Ângela Cristina, Lis Ângela, Rosângela e Alexandre. Ângela era uma admiradora de Dalva de Oliveira e uma grande amiga de Cauby Peixoto com quem chegou a gravar e Elis Regina fez dela o seu ídolo. Para mim ela foi a Amália Rodrigues brasileira, tinha uma enorme capacidade para cantar tipo de canção fosse ela um samba ou um fado, um tango ou outro tipo de canção ligeira. Amália, Louis Armstrong, Ney Matogrosso, Roberto Carlos e muitos outros também foram seus fãs.
Em 1994 foi homenageada pela escola de samba paulista Rosas d Ouro. Nesse ano Ney Matogrsso homenageou-a com o álbum "Estava Escrito" cantando canções dela. Em 96 é contratada pela Sony Music e colabora no CD "Amigos" com Roberto Carlos, Gal Costa, Caetano Veloso, Fafá de Belém e outros. O disco vendeu mais de 500 mil exemplares e deu programas na TV Globo. Depois gravou o álbum "Pela Saudade que me invade" com temas de Dalva de Oliveira. Depois gravou com Agnaldo Timóteo o álbum "Só Sucessos". Depois de sair da Sony gravou em 2003 o "Disco de Ouro" para a Lua Discos. Em 2011 para o Museu da Imagem e Som do Rio de Janeiro deu o seu depoimento para a posteridade onde contou várias histórias dizendo ter gravado 114 discos e vendido mais de 60 milhões de discos. Em 2015 o jornalista Rodrigo Faour lançou a sua biografia.
Em 29 de Setembro de 2018 faleceu em S. Paulo vítima de infecção generalisada e paragem cardíaca. A TV Globo está a preparar uma mini série a emitir em 2019.
Em 1973 entra na longa metragem "Portugal...Minha Saudade" filme produzido e dirigido por Mazzaropi. Em 75 entra no seu último filme "A Extorsão" e grava o álbum "Ângela" com a etiqueta Copacabana.
Ângela namorou muito e casou 5 vezes sendo sempre muito humilhada e roubada por seus maridos. Finalmente em 1979, aos 50 anos conhece um jovem de 18 anos Daniel D'Angelo que estava noivo, mas que se enamora por Ângela deixando tudo por ela. Envolveu-se com ela numa paixão intensa. Ângela foi novamente roubada por seu empresário e ele passou a apoiá-la e procurou novos trabalhos. Passaram a viver juntos o que aconteceu até à sua morte. Só a 13 de Maio de 2013 aceitou casar com Daniel, já com 51. Adotaram 4 crianças, Ângela Cristina, Lis Ângela, Rosângela e Alexandre. Ângela era uma admiradora de Dalva de Oliveira e uma grande amiga de Cauby Peixoto com quem chegou a gravar e Elis Regina fez dela o seu ídolo. Para mim ela foi a Amália Rodrigues brasileira, tinha uma enorme capacidade para cantar tipo de canção fosse ela um samba ou um fado, um tango ou outro tipo de canção ligeira. Amália, Louis Armstrong, Ney Matogrosso, Roberto Carlos e muitos outros também foram seus fãs.
Em 1994 foi homenageada pela escola de samba paulista Rosas d Ouro. Nesse ano Ney Matogrsso homenageou-a com o álbum "Estava Escrito" cantando canções dela. Em 96 é contratada pela Sony Music e colabora no CD "Amigos" com Roberto Carlos, Gal Costa, Caetano Veloso, Fafá de Belém e outros. O disco vendeu mais de 500 mil exemplares e deu programas na TV Globo. Depois gravou o álbum "Pela Saudade que me invade" com temas de Dalva de Oliveira. Depois gravou com Agnaldo Timóteo o álbum "Só Sucessos". Depois de sair da Sony gravou em 2003 o "Disco de Ouro" para a Lua Discos. Em 2011 para o Museu da Imagem e Som do Rio de Janeiro deu o seu depoimento para a posteridade onde contou várias histórias dizendo ter gravado 114 discos e vendido mais de 60 milhões de discos. Em 2015 o jornalista Rodrigo Faour lançou a sua biografia.
Em 29 de Setembro de 2018 faleceu em S. Paulo vítima de infecção generalisada e paragem cardíaca. A TV Globo está a preparar uma mini série a emitir em 2019.
Faleceu dia 23 de Setembro Bernardino Rodrigues Antunes baterista dos Night Stars (OP nº 24). Dino começou nos Académicos com Pestana na guitarra, Serra no baixo e Costa no contrabaixo e quando Carlos Alberto (OP nº25) saíu dos Night Stars para os Corsários, Dino foi convidado a substituí-lo. É assim que em 1965 vem a Lisboa com o grupo para o grande concurso ié ié do MNF. No concurso ficam no 3º lugar (porque politicamente falando, 1º teria de ser um grupo do Continente , 2º um de Angola e em 3º um de Moçambique). Acabam por ganhar o prémio interpretação e canção original em português, "Eu Sei" que era tudo menos original, era uma versão da canção dos Beatles "I'll Be Back". Em Lisboa gravam 2 discos que são lançados um em 65 e o outro em 66. Voltam a Moçambique e continuam a tocar até que parte dos membros têm de ir para o serviço militar. A última actuação dos Night Stars foi no Salão Paroquial de S. António da Polana. Depois de voltarem à vida civil Depois faz parte do grupo que vai tocar para o restaurante Sheik com o Bony no órgão, Rodolfo na viola, Dino na bateria e Tito no baixo e Carlos Duarte na voz.
Depois em 75/76 vem para Lisboa e vai tocar no Casino do Estoril. Aí tocavam Renato Quaresma (OP 95) violo solo e ritmo, João Maurílio órgão, Filú baixo e Dino bateria. Depois vão para o Hotel Sheraton na Madeira. Tempos depois saiem Renato e Maurílio e entram Juanito e Carlos Bettencourt. Ficam por lá. Já tinha 33 anos quando foi aprender piano e Tony Amaral foi um dos seus porfessores. Regressado da Madeira vai tocar para o Iate Ben em Carvavelos até que um incêndio o destruíu. Fica a tocar em várias unidades do grupo Casino do Estoril, como o Hotel Vila Galé ou Hotel Vlllage até que a saúde o trai .
Nestes últimos anos encontrávamo-nos nos almoços e pouco mais. Depois de ter recuperado,eis que a saúde o volta a trair. Nas palavras de seu amigo Mário Ferreira, Dino era um tipo excepcional um bom amigo. "Ainda em Agosto lhe tinha comprado um teclado e o Dino esteve a dar-me umas dicas para eu aprender, até gravei". À Lavínia e aos filhos endereçamos nossas homenagens.
Nestes últimos anos encontrávamo-nos nos almoços e pouco mais. Depois de ter recuperado,eis que a saúde o volta a trair. Nas palavras de seu amigo Mário Ferreira, Dino era um tipo excepcional um bom amigo. "Ainda em Agosto lhe tinha comprado um teclado e o Dino esteve a dar-me umas dicas para eu aprender, até gravei". À Lavínia e aos filhos endereçamos nossas homenagens.
Mariema Mendes de Campos nasce em Lisboa a 3 de Setembro de 1943 e faleceu a 7 de Outubro de 2018 no Hospital de Santa Maria em Lisboa. Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres no Talhão dos Artistas. Desde criança gostava de cantar e fazia-o muitas vezes especialmente no modesto restauranted seu pai. Foi aí que Deolinda Rodrigues (OP nº 95) a viu e se encantou. Levou-a para o teatro onde foi confirmada a sua capacidade para cantar e representar. O seu sonho de vir a ser hospedeira do ar, esfumava-se. Estreou-se em 1964 na revista "É Regar e Pôr Ao Luar". Trabalhou com todos os grandes "compéres" como Hermínia Silva, Ivone Silva, Fernanda Borsatti, José Viana, Humberto Madeira e muitos outros. Os Teatros Maria Vitória, Variedades e ABC passaram a ser a sua casa. Para além do seu grande êxito "O Fado Mora em Lisboa", também "Seja o Que Deu Quiser", Amor de Verão", "Zé da Esperança" ou "Quer Queira Quer Não" f rábulaoram êxitos. Na Revista teve grandes sucessos e em "Ai Venham Vê-las" na rábula das gémeas com Fernanda Borsatti dizem ter sido genial. Trabalhou com Filipe La Féria na "Grande Noite", "Amália" fazendo de mãe dela e em "My Fair Lady"
Mariema residia pelo menos há dez anos na Casa do Artista e forâ sempre recebendo várias homenagens. Em 2014 na Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro no Montijo foi homenageada pelos seus 50 anos de carreira participando na Revista "É Revista Concerteza". Em 2009 em "Pirandello contracenou com Lia Gama e João Perry. Participou em vários filmes como "Axilas", "Refrigerantes e Canções de Amor" e "Os Gatos Não Têm Vertigens". Na RDP Antena 2 participou na peça "Sangue Jovem" com Lurdes Norberto, Amélia Videira e Ruben Gomes. Na televisão entrou na série juvenil "Morangos Com Açucar" em 2008, "Liberdade XXI" em 2009, "Vellhos Amigos" em 2011, "Sol de Inverno" em 2013, "Massa Fresca" e "Santa Bárbara" em 2016 e "Ouro Negro" em 2017. Não gostava de falar da idade, para ela cada idade era a certa e tinha que adaptá-la a cada personagem. Em 1969 foi premiada pela Casa da Imprensa como Melhor Actriz. Os videos abaixo têm ainda a intenção de homenagear Humberto Madeira um dos maiores actores humoristas que tivemos e que partiu muito cedo e duas lindas mulheres que se distinguiram na Canção e no Teatro e por quem nutrimos muito carinho, Lena D'Água e Lia Gama.
Maria de Monserrat Viviana Conception Caballé i Folch nasceu em Barcelona, Catalunha, Espanha a 12 de Abril de 1933. Foi uma soprano bem conhecida o meio da música clássica mas tornando -se mumdialmente conhecida quando gravou "Barcelona" em 1987 com o cantor Pop Freddy Mercury, seu grande fã.
Filha de uma família humilde estudou música no Liceu Conservatory e aprendeu tecnica de canto com Napoleone Andovazzi, Eugenia Keméry e Conchita Badia. Formou-se com uma excelente nota em 1954 (medalha de ouro). Depois mudou-se para Basileia na Suiça ond e fez a sua estreia profissional em 1956 na ópera de Puccini "La Boheme" fazendo de Mimi.Entre 57 e 59 vai para a Ópera de Bremen onde fica até 62. Em 1961 vem ao Teatro Nacional de S. Carlos em Lisboa apresentar-se como Iphigénie na ópera de Christophe Gluck "Iphigénie au Taurine". Em 62 voltou a Barcelona para atuar no Liceu e onde fez de Arabelle na ópera de Strauss e fez
uma digressão pelo México até ao início de 63. O seu sucesso internacional dá-se em 65 quando tem de substituir Manlyn Home na peça "Lucrecia Bórgia" de Donizetti no Carnegie Hall em Nova York o qe lhe valeu uma ovação de 25 minutos. Em final de 65 volta ao Carnegie Hall e em 66 vai à Philadelphia Lyric Opera Company. A partir daqui não pára, faz Tosca, Madame Butterfly, La Traviata, Il Pirata e muitas mais. Em 69 está na Arena de Verona entrando em "D. Carlo" de Verdi com Plácido Domingo. Em 70 faz a sua estreia no consagrado Scala de Milão. Em 72 estreia-se no Convent Garden em Londres e no Lyric Opera de Chicago. Em 74 no Liceu aparece em "Aída" e vai ao Teatro Bolshoi em Moscovo. Em 77 está no San Francisco Opera e até final da década anda numa roda viva, fazendo óperas com Carreras, Domingo e Pavarotti.
Filha de uma família humilde estudou música no Liceu Conservatory e aprendeu tecnica de canto com Napoleone Andovazzi, Eugenia Keméry e Conchita Badia. Formou-se com uma excelente nota em 1954 (medalha de ouro). Depois mudou-se para Basileia na Suiça ond e fez a sua estreia profissional em 1956 na ópera de Puccini "La Boheme" fazendo de Mimi.Entre 57 e 59 vai para a Ópera de Bremen onde fica até 62. Em 1961 vem ao Teatro Nacional de S. Carlos em Lisboa apresentar-se como Iphigénie na ópera de Christophe Gluck "Iphigénie au Taurine". Em 62 voltou a Barcelona para atuar no Liceu e onde fez de Arabelle na ópera de Strauss e fez
uma digressão pelo México até ao início de 63. O seu sucesso internacional dá-se em 65 quando tem de substituir Manlyn Home na peça "Lucrecia Bórgia" de Donizetti no Carnegie Hall em Nova York o qe lhe valeu uma ovação de 25 minutos. Em final de 65 volta ao Carnegie Hall e em 66 vai à Philadelphia Lyric Opera Company. A partir daqui não pára, faz Tosca, Madame Butterfly, La Traviata, Il Pirata e muitas mais. Em 69 está na Arena de Verona entrando em "D. Carlo" de Verdi com Plácido Domingo. Em 70 faz a sua estreia no consagrado Scala de Milão. Em 72 estreia-se no Convent Garden em Londres e no Lyric Opera de Chicago. Em 74 no Liceu aparece em "Aída" e vai ao Teatro Bolshoi em Moscovo. Em 77 está no San Francisco Opera e até final da década anda numa roda viva, fazendo óperas com Carreras, Domingo e Pavarotti.
Na década de 80 a sua voz vai-se tranformando tornando-se menos clara, o que é normal, e vai mudando as suas personagens para meio soprano. Em 1987 a sua produão Pop com o seu grande fã Freddy Mercury (que a considerava a melhor voz do mundo) vocalista dos Queen lança-a perante o mundo não clássico. Em 88 lançam um álbum conjunto. Em 1992 já após a morte de Freddy (em 91) "Barcelona" torna-se o hino das Olimpíades 92 em Barcelona. A canção é cantada ao vivo por Caballé aparecendo Freddy em duo no ecran gigante. Os Hits da Europa levam-os aos primeiros postos. Na final da UEFA dos Campeões Europeus em Barcelona o hino é novamente cantado. Em 95 trabalha com Vangelis (ex Aphodite Childs OP nº 23) no seu álbum "El Greco". Em 97 sai o álbum de duetos "Friends For Life" onde entrou Johnny Halliday, Johnny Logan, Gino Vanelli e outros. Torna-se Embaixadora da UNESCO. Em 2003 faz o seu filme documentário "Caballé Beyond Music" onde participam Domingo,Carreras e Pavarotti. A crítica considerava-a como uma das maiores sopranos, foi uma das últimas chamadas Divas do Século XX. Em 2013 o Azerbeijão considerou-a Persona non Grata quando teve a coragem de visitar o auto independente território de Nagorno-Kaqrabak cuja autonomia não reconhecem. Em 2015 o Estado Espanhol considerou-a culpada de fuga aos impostos. Ela reconheceu que apesar de viver em Espanha se tinha registado em Andorra para pagar menos impostos. Foi condenada a 6 meses de pena suspensa e ao pagamento de cerca de 254 mil euros. Casaa com o tenor Bernabé Marti desde 1964 teve 2 filhos (a sua filha Monserrat Marti também é soprano). Em 2012 em digressão pela Rússia sofreu um ataque cardíaco. Em Setembro de 2018 é hospitalizada por problemas de saúde e a 6 de Outbro faleceu no hospital em Barcelona. O Rei Filipe VI considerou-a como a melhor entre as melhores.
Tommaso Fornari foi o teclista do conjunto I Cinque Di Roma (OP nº 38) que todos os moçambicanos conheciam e que actuou durante vários anos no Hotel Polana em Lourenço Marques até Junho de 1969 quando foi cumprir mais um contrato para a África do Sul e quem tomou o seu lugar no Hotel Polana foi o Conjunto Académico + 2 (OP nº 41 embora também nos apareça nas pág. 39, 60 e 95).
Foi o nosso amigo João Carlos Fortuna que se tornou no seu vocalista e também baterista (ex Conjunto Renato Silva e que também apresentaremos brevemente) nos informou e nos deu alguns dados. Agradeço a sua disponibilidade que nos permite assim homenage-á-lo.
Os I Cinque Di Roma foram contratados para tocarem no Hotel Carlton em Joanesburgo na África do Sul quando tocavam em 1961 na ilha de Capri. Após dois anos na África do Sul são contratados pelo Hotel Polana. Tocaram em LM de 63 a 69 quando terminam o contrato e voltam para a Áfrido Sul. Ettore o vocalista casara com uma portuguesa e sai, é aí que Carlos Fortuna é convidado para o substituir. Tommaso esteve no Conjunto até ao seu final, mesmo quando já eram só 4 com a saída do baterista Mario di Angelis em 1972 que foi acumulado por Carlos Fortuna. Fortuna sai em 1974 e volta a Moçambique, mas após o 25 de Abril volta para o grupo. Fica até ser substituído por outro vocalista/baterista, José Ribeiro (já falecido). Trabalhavam para o complexo de restaurantes Sardi. Quando o Sardi foi à falência passaram para o restaurante português Coimbra onde ficaram mais 8 anos. Entretanto Ribeiro também saíu e foi substituído por Gianni La Comara. Depois ainda foram tocar para o restaurante Balalaica em Sadlon. Foi aí que em definitivo terminaram a sua já longa carreira nos anos noventa. Tommaso disse adeus aos 97 anos, ou seja uma linda idade.
Foi o nosso amigo João Carlos Fortuna que se tornou no seu vocalista e também baterista (ex Conjunto Renato Silva e que também apresentaremos brevemente) nos informou e nos deu alguns dados. Agradeço a sua disponibilidade que nos permite assim homenage-á-lo.
Os I Cinque Di Roma foram contratados para tocarem no Hotel Carlton em Joanesburgo na África do Sul quando tocavam em 1961 na ilha de Capri. Após dois anos na África do Sul são contratados pelo Hotel Polana. Tocaram em LM de 63 a 69 quando terminam o contrato e voltam para a Áfrido Sul. Ettore o vocalista casara com uma portuguesa e sai, é aí que Carlos Fortuna é convidado para o substituir. Tommaso esteve no Conjunto até ao seu final, mesmo quando já eram só 4 com a saída do baterista Mario di Angelis em 1972 que foi acumulado por Carlos Fortuna. Fortuna sai em 1974 e volta a Moçambique, mas após o 25 de Abril volta para o grupo. Fica até ser substituído por outro vocalista/baterista, José Ribeiro (já falecido). Trabalhavam para o complexo de restaurantes Sardi. Quando o Sardi foi à falência passaram para o restaurante português Coimbra onde ficaram mais 8 anos. Entretanto Ribeiro também saíu e foi substituído por Gianni La Comara. Depois ainda foram tocar para o restaurante Balalaica em Sadlon. Foi aí que em definitivo terminaram a sua já longa carreira nos anos noventa. Tommaso disse adeus aos 97 anos, ou seja uma linda idade.
António Calvário estava em Moçambique em Agosto de 1970 de férias e apresentando também o seu filme "O Diabo Era Outro". Estas notícias vinham no nosso "Cenário". Ele fez este mês 80 anos e esta é a homenagem que ainda não lhe prestámos. Será a nossa prenda.
António Calvário da Paz nasceu a 17 de Outubro de 1938 em Lourenço Marques, Moçambique. Viveu em Moçambique até aos 8 anos e ainda começou a aprender piano. Vem com os pais para o Algarve onde termina a escola primária (agora 1º ciclo) e continua estudando piano. Faz o 2º ciclo em Portimao (actual 9º ano) e segue para Lisboa onde faz o 3º ciclo (actual 11º ano). Tem aulas de canto com a grande Corina Freire e acaba vencendo um concurso de cançonetistas para a Emissora Nacional (actual RDP) em 1957. O seu nome começa a ganhar protagonismo na Rádio e em 1960 vai ao II Festival da canção Portuguesa no Porto e fica em 2º com a canção "Regresso". Venceu o tenor Guilherme Kjolner com "Canção do Pastor". Mas "Regresso" é a vencedora do público e vai ser um dos maiores sucessos de Calvário. Com Maria de Lourdes Resende grava a canção "O Papá e A Mamã" que também foi grande sucesso. Em 1961 é o Rei da Rádio. Grava "O Meu Chapéu" versão de "Mon Chapeau" de Sacha Distel (OP 80). Em 1962 "Perdão Para Dois" é o seu maior êxito e vence o 1º Óscar da Imprensa de Melhor Cantor Masculino do ano. Em 63 estreia-se no Teatro de Revista em "Chapéu Alto" e edita o EP "O Dia Mais Longo" com a música do filme em versão portuguesa. É o nº1 da edição do Álbum da Canção da Agência Portuguesa de Revistas.
Em 1964 entra na Revista "Lábios Pintados" interpretando "Tricana". Vence o 1º Festival RTP da Canção com a canção "Oração". Vai defendê-la à Eurovisão em Copenhaga na Dinamarca ficando em último com zero pontos (nesta época, razões políticas tinham peso e Portugal andava isolado). Ainda em 64 entra no filme "Uma Hora de Amor" contracenando com Madalena Iglésias. Grava a versão portuguesa do êxito de Gino Paoli "Sapore di Sale", "Um Sabor A Sal". É o representante português ao Festival da Canção Latina no México onde obtém o 4º lugar com "Terra de Flores" e "Canção da Juventude", a melhor classificação europeia. Em 65 volta a entrar no Festival RTP com "Você Não Vê" que é ganho por Simone de Oliveira com "Sol de Inverno". Entra no filme "Rapazes de Táxis" com Tony de Matos. Em 66 volta ao Festival RTP com "Encontro Para Amanhã" mas fica em 6º, saindo vitoriosa Madalena Iglésias com "Ele e Ela". Entra no filme "Sarilho de Fraldas" com Madalena Iglésias (OP 78 e 80) e na Revista "Zero Zero Zé, Ordem Para Pagar". Em 68 volta ao Festival RTP da Canção com "O Nosso Mundo", ganho por Carlos Mendes com "Verão". Entra no filme "O Amor Desceu em Paraquedas" e entra na Revista "Esta Lisboa Que Eu Amo". Calvário e Simone gravam um EP com as canções de "My Fair Lady" em versão portuguesa. . Neste ano "Chorona" é um dos seus maiores sucessos. Em 1969 é um dos produtores do filme realizado por Constantino Esteves com Milú, Nicolau Breyner (OP 75) e Hermínia Silva, "O Diabo Era Outro". O filme foi um fiasco desde a rodagem. Normalmente um filme tinha uma verba de 2 mil a 2 mil e 500 contos. Verba que ele suportava. Mas este estendeu-se no tempo e acabou ficando em quase 4 mil contos. Contraíu um empréstimo bancário de 2 mil contos. Acabou desdobrando-se em espectáculos e apresentações até em Circos, o que não era habitual, para honrar o seu compromisso e pagar o empréstimo ao Banco.
É em 1970 que António Calvário volta mais uma vez à sua terra natal. Aproveitava as férias também para lançar o seu filme "O Diabo Era Outro", fazer uma actuação dar uns autógrafos e vender mais uns discos. Ainda havia muito dinheiro para pagar.
Em 72 volta a ser o Rei da Rádio (foi-o por 5 vezes, 61, 63, 65, 66 e 72)
Em 74 grava de José Cid "A Rosa Que Te Dei" mas de seguida dá-se a revolução do 25 de Abril e é acusado bem como a todos os outros que eram cantores da Emissora Nacional de apooiarem e cantarem para o regime facista o que apelidavam pejorativamente de nacional cançonetismo. A canção de protesto que havia ganho o seu espaço dá lugar à balada e canção de intervenção, a maioria das vezes de muito má qualidade. Vai cantar para Bares, Night Clubs e Cabarets. Deixa-se de ououvir falar dele.
Em 77 volta ao Teatro ABC na Revista "Põe-te na Bicha" e "Direita a Volver". Canta "Mocidade Mocidade" de Nuno Nazareth Fernandes e Carlos Coelho e volta a ser um grande êxito. Entretanto vai cantando pelo País e pelo estrangeiro, especialmente França e Alemanha. Chega a ir a Toronto só para cantar num fim de semana. Só em 1988 lança um novo disco, "Adeus Isabel" e "Santa Luzia". Em 1990 é regenerado pela produtora Cartaz de Carlos Alfaiate e Luís Alegria fazendo uma digressão com a Revista por todo o País cantando os seus êxitos sendo muito aplaudido. Em 97 a editora Strauss lança "Canto Avé Maria", disco bem conseguido. Em 2000 lança o CD "Volta". Em 2003 sai a sua biografia, "António Calvário - A Canção de uma Vida" do jornalista Luís Guimarães. Em 2006 entra no "Circo das Celebridades"
Em 72 volta a ser o Rei da Rádio (foi-o por 5 vezes, 61, 63, 65, 66 e 72)
Em 74 grava de José Cid "A Rosa Que Te Dei" mas de seguida dá-se a revolução do 25 de Abril e é acusado bem como a todos os outros que eram cantores da Emissora Nacional de apooiarem e cantarem para o regime facista o que apelidavam pejorativamente de nacional cançonetismo. A canção de protesto que havia ganho o seu espaço dá lugar à balada e canção de intervenção, a maioria das vezes de muito má qualidade. Vai cantar para Bares, Night Clubs e Cabarets. Deixa-se de ououvir falar dele.
Em 77 volta ao Teatro ABC na Revista "Põe-te na Bicha" e "Direita a Volver". Canta "Mocidade Mocidade" de Nuno Nazareth Fernandes e Carlos Coelho e volta a ser um grande êxito. Entretanto vai cantando pelo País e pelo estrangeiro, especialmente França e Alemanha. Chega a ir a Toronto só para cantar num fim de semana. Só em 1988 lança um novo disco, "Adeus Isabel" e "Santa Luzia". Em 1990 é regenerado pela produtora Cartaz de Carlos Alfaiate e Luís Alegria fazendo uma digressão com a Revista por todo o País cantando os seus êxitos sendo muito aplaudido. Em 97 a editora Strauss lança "Canto Avé Maria", disco bem conseguido. Em 2000 lança o CD "Volta". Em 2003 sai a sua biografia, "António Calvário - A Canção de uma Vida" do jornalista Luís Guimarães. Em 2006 entra no "Circo das Celebridades"
Em 2008 comemorando 50 anos de carreira a Farol lança o inédito "Cheguei Estou Aqui" e "Só a Cantar" ambos de Ondina Santos e Vitor Talhas. Saíu também uma auto biografia, "Histórias da Minha História". Nesta última década continuou sempre a sua actividade cantando em diversos locais no País e no estrangeiro, especialmente a França, mas também contratado, por exemplo, para um fim de semana em Toronto no Canadá ou noutros locais, entrando em algumas revistas que também se apresentavam no País de norte a sul, ou em alguns programas de TV e de Rádio.
Agora passaram 60 anos de actividade, a voz já não é a mesma mas tem sabido utilizá-la não só porque teve muitas aulas de canto na juventude, mas porque continuou e continua a tê-las até hoje.
Contactámo-lo pelo telefone para combinar um encontro. "Impossível", respondeu-nos, "tenho tanto trabalho agora que antes de Janeiro não posso". Falámos então alguns minutos ao telefone. Primeiro para o parabenizar da sua juventude nas 80 primaveras mas também pelos seus 60 anos de carreira. António e como encarou estes últimos 43 anos depois de ser colocado à margem pelas novas políticas. "Todos estamos sempre sujeitos a quaiquer alterações na nossa vida, mas nunca desisti, sempre lutei por mim. É claro que os primeiros tempos foram mais difíceis porque tinha tudo organizado e os valores que conseguia já não eram os mesmos e os locais onde conseguia cantar eram outros, mas consegui sempre trabalho". Não teve que ir para o estrangeiro, perguntámos. "Não andei sempre por cá. Fui muitas vezes ao estrangeiro quando convidado. O povo não me esqueceu e sempre me acarinhou". E agora que está a fazer, atalhámos. "Agora estou em ensaios constantes com a Natalina José e mais actores,na Revista "Volt'a Portugal em Revista" que será brevemente levada por todo o País. No dia 8 de Novembro vou cantar no novo Hotel Maxime que está a abrir agora, continuo com aulas de canto, antes de Janeiro,desculpe mas não posso". Compreendo perfeitamente e desejo-lhe as maiores felicidades. Acho que é merecedor de uma homenagem e da nossa parte esta é que lhe queremos oferecer. "Muito obrigado e desculpe", disse. Portanto pessoal estejam atentos que antes do fim de ano a produtora Sonhos em Cena vai rodar Portugal com a "Volt' A Portugal em Revista" com António Calvário e a não menos grande fadista e actriz Natalina José à cabeça do elenco. E a 8 de Novembro o novo Hotel Maxim apresenta António Calvário.
Agora passaram 60 anos de actividade, a voz já não é a mesma mas tem sabido utilizá-la não só porque teve muitas aulas de canto na juventude, mas porque continuou e continua a tê-las até hoje.
Contactámo-lo pelo telefone para combinar um encontro. "Impossível", respondeu-nos, "tenho tanto trabalho agora que antes de Janeiro não posso". Falámos então alguns minutos ao telefone. Primeiro para o parabenizar da sua juventude nas 80 primaveras mas também pelos seus 60 anos de carreira. António e como encarou estes últimos 43 anos depois de ser colocado à margem pelas novas políticas. "Todos estamos sempre sujeitos a quaiquer alterações na nossa vida, mas nunca desisti, sempre lutei por mim. É claro que os primeiros tempos foram mais difíceis porque tinha tudo organizado e os valores que conseguia já não eram os mesmos e os locais onde conseguia cantar eram outros, mas consegui sempre trabalho". Não teve que ir para o estrangeiro, perguntámos. "Não andei sempre por cá. Fui muitas vezes ao estrangeiro quando convidado. O povo não me esqueceu e sempre me acarinhou". E agora que está a fazer, atalhámos. "Agora estou em ensaios constantes com a Natalina José e mais actores,na Revista "Volt'a Portugal em Revista" que será brevemente levada por todo o País. No dia 8 de Novembro vou cantar no novo Hotel Maxime que está a abrir agora, continuo com aulas de canto, antes de Janeiro,desculpe mas não posso". Compreendo perfeitamente e desejo-lhe as maiores felicidades. Acho que é merecedor de uma homenagem e da nossa parte esta é que lhe queremos oferecer. "Muito obrigado e desculpe", disse. Portanto pessoal estejam atentos que antes do fim de ano a produtora Sonhos em Cena vai rodar Portugal com a "Volt' A Portugal em Revista" com António Calvário e a não menos grande fadista e actriz Natalina José à cabeça do elenco. E a 8 de Novembro o novo Hotel Maxim apresenta António Calvário.
As Agências de Publicidade em Lourenço Marques eram muito dinâmicas e faziam uma concorrência salutar entre elas, principalmente as que tinham programas de sua produção nos canais rádio do RCM. A Golo, a Delta, a Elmo, As Produções 1001, as Produções Tam Tam a Arco-Íris e outras cujo nomes agora não me ocorre. Helena Matos era uma pessoa dinâmica e cheia de energia. Dos contactos que fiz ninguém sabia por onde estava. Zé Gonçalves o técnico vive no Porto e Brian Bragança na Austrália, por informação do meu amigo João de Sousa (OP nº 2 e 55). Após a 1ª publicação, Zito leu e logo me informou. Agora descubro que os amigos comuns eram muitos. Conclusão. A falha foi minha. Agora está tudo resolvido. Vamos à história.
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Maria Helena Matos nasceu em Angeja, Aveiro, a 22 de Dezembro de 1935. Aos 17 anos vai com a família para Moçambique. Esteve no Chibuto, depois Lourenço Marques onde conhece os pais de Maria Rueff. Estes vivem na Beira e tempos depois querendo trabalhar, decide afastar-se da família e ruma à Beira. Fica em casa dos pais de Maria Rueff e cuida dos irmãos dela. Depois consegue fazer uns programas para a Rádio PAX para a locução de Eugénio Corte Real (OP 11). Na casa dos Rueff vem a conhecer António de Matos Ferreira nascido em Cantanhede a 16 de Abril de 1942 que vai fazer o serviço militar a Moçambique na Força Aérea e que começa a fazer um programa na Rádio PAX, "Alvorada Musical". Quando entrevistou Clotilde Mesquitela, esta no final perguntou-lhe se ia ficar por lá após o serviço militar e ele respondeu que ficaria se arranjasse trabalho. Disse-lhe que fosse ter com ela nessa ocasião. Ele assim fez e conseguiu um lugar na Gazcidla. Entretanto conheceram-se em casa dos pais de Maria Rueff. Quatro anos depois vão para Lourenço Marques. Em 1965 montam a Agência de Publicidade Arco-Íris que começa com uma campanha publicitária para a Gazcidla. António sempre tivera um fraquinho pela pintura e passa a ter esse hobby. As coisas vão avançando e começam a compôr-se. Iniciam programas no RCM como o "Paralelo 26", "Tempo de Juventude" e "Parada de Malucos" em que o Pop Luís Arriaga também faz locução. Vão lançar vários discos novidades como "Amor Novo" de Luís Rego. Têm concursos de quadras à cidade em que dois dos mais ferozes concorrentes são Maria José Arriaga e João Gouveia (mãe do Pop Luís e meu pai) que disputam normalmente os primeiros lugares.
Têm também a "Caravela da Saudade", programa que tem pedidos e mensagens das tropas. Tornam-se empresários, contratam artistas Sul Africanos para vir cantar a Lourenço Marques como o caso de Cornelia (OP 12 e 24) e Gene Rockwell no cinema S.Miguel. A Banda Diplomática (OP 42) preenche a 1ª parte e os uniformes são patrocinados por eles. Helena é muito dinâmica e não pára quieta. Tem a ambição de querer fazer mais e melhor e promover o meio musical moçambicano.
Em 1971 decidem avançar com uma editora discográfica, fazem contratos com a Movieplay e outras editoras para serem suas distribuidoras, lançam o sêlo LM discos, cujo logotipo é desenhado pelo Pop João Pedro, ou seja, eu. António Matos é um excelente artista, pintor, muito imaginativo mas não tem tempo para estar a pensar nisso. Depois várias capas de discos vao ser desenhadas por ele. Dos discos lançados contam-se um excelente álbum dos Osibisa, os EPs da Pandilha e mui tos outros artistas. Aqui apresentamos a capa do segundo álbum dos Osibisa, "Woyaya", um excelente grupo Rock africano do Gana e parte da contracapa onde se vê o símbolo da LM discos e da Movieplay. Ao lado um MP4 do grupo em 1995 na Grécia e o original do disco de 1971 em MP3.
Em 1971 decidem avançar com uma editora discográfica, fazem contratos com a Movieplay e outras editoras para serem suas distribuidoras, lançam o sêlo LM discos, cujo logotipo é desenhado pelo Pop João Pedro, ou seja, eu. António Matos é um excelente artista, pintor, muito imaginativo mas não tem tempo para estar a pensar nisso. Depois várias capas de discos vao ser desenhadas por ele. Dos discos lançados contam-se um excelente álbum dos Osibisa, os EPs da Pandilha e mui tos outros artistas. Aqui apresentamos a capa do segundo álbum dos Osibisa, "Woyaya", um excelente grupo Rock africano do Gana e parte da contracapa onde se vê o símbolo da LM discos e da Movieplay. Ao lado um MP4 do grupo em 1995 na Grécia e o original do disco de 1971 em MP3.
Dos locais o 1º single de Amélia (Amélia Muge OP 3, 37) e Raul Baza com o tema Natal, um lindíssimo e excelente trabalho, um single de Zito (OP 5, 37), lançamento de novos grupos como oa Adagio Vocal que tiveram bastante sucesso com "Mamana Joana" e Zé Luís e Midda com "Sargaceiro". No fado também lançaram Carlos Macedo, Américo Fernandes e Alves Salgado. Além da Etiqueta LM (Lena Matos ou Lourenço Marques como era mais conhecida) tinham ainda o sêlo Afro Som. As dificuldades de prensagem iniciais numa empresa de Gomes Leitão e de um dos donos do Hotel Girassol levaram-os a que nos primeiros discos os rótulos dos discos tivessem de ter sido colados à mão. Depois por impostos exagerados que eram cobrados aos discos, foram prensá-los na África do Sul e depois arranjava-se um esquema para entrarem sem grandes dificuldades. Uma edição tinha normalmente 500 exemplares. Muitas capas foram desenhadas por António Matos como as de Amélia e dos Adágio.
Após o 25 de Abril as dificuldades de negócio multiplicam-se e acabam por ter que vir para Portugal sem que as dezenas de empresas que lhes devem lhes paguem e sem conseguirem trazer nada. Ficou um armazém com mais de 20 mil discos de mais de duas centenas de artistas.
"Em Portugal passámos as passas do Algarve, bastantes dificuldades nunca desistindo" diz Lena. "Como por aqui as coisas não melhoravam, consegui convencer o meu marido a irmos para a Suiça" continua Lena, "estivemos por lá 22 anos, ainda trabalhei na casa de um milionário como Governanta durante 4 anos, mas o António também trabalhava nas fábricas dele e foi subindo até ter posições de chefia. Tinha que viajar muito. Deixei de trabalhar e acompamháva-o". "Depois viemos para Coimbra onde tinha uma casa. Vendi-a e comprei aqui na Lousã. Na Suiça o António começou a dedicar-se muito a sério à pintura e chegou a fazer exposiçes em vários Países como a França, Espanha e Alemanha. Aqui em Portugal no ínicio do milénio também tem feitos muitas exposições desde Cascais ao Norte mas especialmente aqui na zona de Coimbra".
"Em Portugal passámos as passas do Algarve, bastantes dificuldades nunca desistindo" diz Lena. "Como por aqui as coisas não melhoravam, consegui convencer o meu marido a irmos para a Suiça" continua Lena, "estivemos por lá 22 anos, ainda trabalhei na casa de um milionário como Governanta durante 4 anos, mas o António também trabalhava nas fábricas dele e foi subindo até ter posições de chefia. Tinha que viajar muito. Deixei de trabalhar e acompamháva-o". "Depois viemos para Coimbra onde tinha uma casa. Vendi-a e comprei aqui na Lousã. Na Suiça o António começou a dedicar-se muito a sério à pintura e chegou a fazer exposiçes em vários Países como a França, Espanha e Alemanha. Aqui em Portugal no ínicio do milénio também tem feitos muitas exposições desde Cascais ao Norte mas especialmente aqui na zona de Coimbra".
A filha Ana (que Lena diz ser um amor de filha) é casada e ambos trabalham em empresas de apoio institucional, mas tem uma vocação para a escrita e já lançou um livro em 2010 de nome "Não Há Histórias de Amor com Final Feliz". Sempre muito apoiante de seus pais saltou-me à atenção uma frase que escreveu definindo a mãe e que se encaixa magistralmente naquilo que eu já pensava da mãe há praticamente 50 anos o que demonstra a estatura humana ao longo do tempo de Lena Matos. Transcrevendo: "Mãe de coração de muitos. Amiga de tantos mais, pura energia, uma força da natureza, incisiva e acutilante, crítica, perfeccionista, formiguinha de trabalho, com uma alegria ímpar, a teatralidade e dramatismo em pessoa e um coração do tamanho do mundo, assim é a mãe Lena". Uma realidade que eu percebi nos anos 60 do século passado. Quando foi o concurso para as 7 Maravilhas das aldeias de Portugal em 2017, aí estava Lena Matos na 1ª fila dos apoiantes da aldeia da Cerdeira no concelho da Louça.
Não quero terminar sem apresentar uma ou duas quadras com que meu pai concorria aos concursos das produções Arco-Íris e vencia.
Não quero terminar sem apresentar uma ou duas quadras com que meu pai concorria aos concursos das produções Arco-Íris e vencia.
GIRA-DISCOS
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Pela sua beleza e criatividade, bem típicas da época, resolvemos ilustrar os discos que aparecem mencionados em "Gira-Discos" com as capas que raramente chegámos a conhecer na época dos seus lançamentos.
Shirley Bassey embora sendo das nossas artistas favoritas, não tinha tido oportunidade para aparecer na Onda Pop com algum destaque, tal como muitos outros excelentes artistas. Aproveitamos a nossa Parada para destacar a sua extraordinária performance na canção de George Harrison.
Shirley Veronica Bassey nasce no País de Gales a 8 de Janeiro de 1937 e começou a cantar em 1953. O seu 1º Hit foi "The Banana Boat Song" em 1957. Em 1959 "As I Love You" atinge o 1º lugar da BBC mantendo-se 4 semanas em 1º. Em 65 arrasa com "Goldfinger" tema do filme de james Bond, o agente 007. A sua voz doce e límpida é uma dávida para quema ouve. Canções como "I Who Have Nothing", "What Now My Love", Diamonds Are Forever", "Something", "When I Was Young" de Charles Aznavour e dezenas de outras que se tornaram pérolas de encantar são uma benção na sua voz. Orquestrações que só por si dão conta dos extraordinários maestros que com ela trabalharam. Em 2012 cantou no Jubileu dos 60 anos de Reinado de Isabel II .O seu último álbum "Hello Like Before" é de 2014. Tem mais de 50 álbuns, 20 EPs e mais de 100 singles. Vive no Mónaco. Hoje aos 81 anos continua a cantar.
Shirley Veronica Bassey nasce no País de Gales a 8 de Janeiro de 1937 e começou a cantar em 1953. O seu 1º Hit foi "The Banana Boat Song" em 1957. Em 1959 "As I Love You" atinge o 1º lugar da BBC mantendo-se 4 semanas em 1º. Em 65 arrasa com "Goldfinger" tema do filme de james Bond, o agente 007. A sua voz doce e límpida é uma dávida para quema ouve. Canções como "I Who Have Nothing", "What Now My Love", Diamonds Are Forever", "Something", "When I Was Young" de Charles Aznavour e dezenas de outras que se tornaram pérolas de encantar são uma benção na sua voz. Orquestrações que só por si dão conta dos extraordinários maestros que com ela trabalharam. Em 2012 cantou no Jubileu dos 60 anos de Reinado de Isabel II .O seu último álbum "Hello Like Before" é de 2014. Tem mais de 50 álbuns, 20 EPs e mais de 100 singles. Vive no Mónaco. Hoje aos 81 anos continua a cantar.